Pode parecer redundante e desnecessária a repetição de uma tema que não consiste, pelo menos aparentemente polêmico como tantos outros como cair ou não cair no Espírito, ser pentecostal ou reformado, tradicional ou neopentecostal, unicista ou trinitarista, falar ou não falar em línguas, profetizar ou não profetizar, etc.
Tenho para mim que o homem e a mulher de Deus ao fazer a sua vontade pode ter a sua disposição e a necessidade fará que ele use o pacote completo, não por ser perfeito, mas por necessidade que o agir de Deus requeira em tal e tais momentos.
Não é de hoje que alguém, muitos de fato, após travarem conhecimento da Palavra e Deus, conhecimento esse amadurecido ou superficial, mais correto ou errôneo, se prontifique a fazer algo para Deus. E como declara a própria Bíblia, a própria Escritura, pela pena de homens usados para registrá-la, o fogo ( o juízo de Deus ) provará a obra de cada um, como todas as obras feitas por nós seres humanos, sejamos da igreja ou fora dela. O final é que importará de fato, os benefícios ou os malefícios causados pelo que se fez ou pelo que se intentou fazer...
Os exemplos são pródigos, desde gente que sinceramente se aproximou da Palavra de Deus, até gente insincera ou maluca. Desde gente que se aproximou e perseverou em se submeter a autoridade divina, portanto de Deus, ate gente que se encheu de orgulho e colocando-se no lugar de Deus, teve e tem muitas vezes o comportamento satânico de se arvorar a guiar as pessoas não como servo de Deus, mas como o próprio Deus. Quantos malucos de pedra hoje, vivos, líderes de alguma igreja, denominação pseudo-cristã e pseudo bíblica se julga o Cristo, a reencarnação de Jesus? Todos homens parece uma epidemia e isso já acontecia no tempo de Jesus, conforme registrado nos evangelhos, trata-se de fato de um modelo psíquico e desvio natural de algumas pessoas com esse problema.
Mas a questão aqui é outra: nesse imenso universo de idéias e modelos que é a teologia religiosa mesmo a teologia cristã advinda legitimamente da grande e abençoada Reforma de Lutero, par mim a mais importante, e o verdadeiro pronto de partida, o verdadeiro "start" de tudo após a idade média, há algo que antecede a tudo. Esse elemento que antecede ou pelo menos deve anteceder é um princípio simples e muitas vezes ignorado: a vontade de Deus para ser feita deve partir de deus e não do homem.
O que afirmei acima é diametralmente oposto ao determinismo bíblico defendido por calvinistas por exemplo, em que tudo que acontece é iniciativa de Deus. Eu quero afirmar e reafirmar que na obra de Deus não há como fazê-la, ou como ela ( a obra de Deus ) ser feita sem que toda a iniciativa parta de Deus, por isso é a obra de Deus e não do homem. E qualquer igreja ou movimento ou teologia, em dado momento pode deixar de ser "a obra de Deus" e se tornar sem que as pessoas e a liderança se aperceba que se tornou "obra do homem".
O Calvinismo hoje, mesmo defendendo uma particular soberania de Deus em suas várias denominações pelo mundo, recheadas de pessoas ricas, cultas e inconversas ( que nada tem com a teologia ) comprova ser uma obra de homens, guiadas por homens e com idéias e posições que não vêem de Deus. E isso acontece recorrentemente em igrejas locais, denominações pequenas ou grandes, de teologias detalhadamente diversas ou não, etc.
O acerto do homem só é possível com o auxílio de Deus, o erro, como dizem as Escrituras, são nossos pecados e desvios do alvo ( pecar é errar o alvo ). e incrivelmente erramos muito e muito mais, quando cada vez mais dependemos menos de Deus. Quando a igreja ( seja lá qual for ) cresce m prestígio e poder e é cada vez mais palatável a esse mundo o perigo de incorrermos em tal erro é patentemente cada vez maior.
No âmbito individual, ocorre o mesmo, quando fartos em gorduras, cheios de dinheiro, alimentados pela cultura e sossegados numa segurança cultural e social, temos a ilusão de darmos conta de todas as coisas e Deus se torna uma experiência acessória. Diz a Bíblia, palavras do Senhor Jesus: "Buscai primeiro o Reino de Deus..."
A obra de Deus é Deus fazendo algo através de nós e não nós através dEle, pode ser aparentemente um a diferença sutil mas de suma importância. Não é minha decisão ou do meu gosto pessoal ser, por exemplo, tradicional ou pentecostal ( embora esses nomes, essas palavras sejam desnecessárias ) mas de Deus. Não a teologia que decide se há ou não, milagres hoje, mas é o meu relacionamento com Deus, e Deus pode dizer a mim, ore e Eu curarei sim, ore e eu farei tal coisa, ore e eu Te darei prosperidade, etc, você falará em línguas sim, ou tal coisa você não fará e nem com ela se envolverá. Simples assim.
A diferença entre Esaú e Jacó, é exatamente essa, um julgou o que deveria ser ou não importante em tal momento da vida: a primogenitura não vale nada na hora da fome! é a tal da interpretação pessoal de
um evento que tem naturalmente cinquenta por cento de possibilidade de ser verdade ou não. Um escolhe ser pentecostal e outro tradicional, mas o que diz a Bíblia, o que diz Deus sobre esse assunto? Se ambos buscam a Deus, não serão nem tradicionais nem pentecostais, mas ambos saberão o que Deus de fato faz e quer que seja feito e como ambos devem ser exatamente nos dias de hoje, onde estiverem e que ação correta nessa guerra espiritual e material terão que ter.
Mas reiterando, não é determinismo pura e simples que nos diz que se algo não acontece é simplesmente porque Deus não quer fazer. Não! O princípio correto é o homem ( ou uma mulher ) se submete á vontade de Deus, ao próprio Deus, o busca, em oração, e como Jacó, não toma uma atitude sem que Deus lhe diga ou aja nele. A vontade de Deus, a boa e a perfeita vontade , só pode partir dEle e só dELE!!!
Estratégias, modismos, cópias descaradas do que outros fazem ou parecem fazer me nome de Deus, não é a vontade de Deus para a sua vida e nem para minha vida. Fazer a obra de Deus só com o SIM e ou NÃO de Deus, pois Ele ao nos guiar pode dizer o que fazer como também o que não fazermos, e isso é o caminhar real,verdadeiro, da verdadeira obra de Deus.
Se a sua denominação está clara e patentemente acima de você, impedindo que a verdadeira vontade de Deus se realize em você ou na sua igreja, caso seja pastor por exemplo, rompa com ela, com suas amarras e busque fazer a mais perfeita vontade de Deus. Caso seja um simples membro e tenha apenas que tocar a sua simples vida cristã como crente, não se desvie e nem se torne independente de Deus, pois todos os que são filhos de Deus são guiados pelo Espírito de Deus. Guiados pelo próprio Deus, como o vento que não se sabe de onde vem e nem para onde vai, o Espírito que é o próprio Deus nos guiará e nos ensinará todas as coisas. Mas muita gente têm trocado a guia do Santo Espírito pela segurança desse mundo, muitas vezes, dentro das próprias igrejas, que pagam ( as grandes e poderosas denominações ) polpudos salários, concedendo mordomias e recompensas, influência e possibilidades políticas, que não são erradas e nem pecado, desde que na vida da pessoa, não assuma características de correntes e se tornem senhores de suas vidas, no lugar de Deus.
Finalmente, quem guia as nossas vidas? quem sopra em nossos ouvidos cada passo que devamos dar? Somos livres para simplesmente fazer a sua vontade, ou algo, uma instituição, pessoas, nos proíbem e nos limitam no que devamos e possamos fazer? Somos forçados a bajular ou pelo menos sermos condesedentes com alguém mesmo que isso contradiga o que Deus pensaria a respeito? Examinemo-nos a nós mesmos e descobramos a realidade de nossos passos.
Por Helvécio S. Pereira