Quem ocasionalmente ou ainda mais vezes visita o meu blog, e lê algumas de minhas postagens, deve ter uma impressão que eu rejeite completamente a teologia e a reflexão sistemática em torno das Escrituras Sagradas e acerca da pessoa de Deus, o que não corresponde exatamente a minha verdadeira e mais profunda opinião.
A razão é que por ênfase, tenho batido relativamente forte em modelos que rejeito. os quais correspondem em última análise, a presunção da supremacia do conhecimento teológico-religioso-cristão-evangélico sobre qualquer outra compreensão e prática cristã. Outra razão é que muitos dos representantes próximos desse modelo ( não todos, mas tomados no geral obviamente ) não apresentam nenhum sinal manifesto de forma prática, dentre os apresentados positivamente, pelos que são combatidos por eles. A minha sugestão tem sido: não apenas combatam no nível da razão e da demonstração teórica, mas também no nível dos sinais igualmente bíblicos e legitimamente exigidos, do crente autêntico, o que na prática não acontece. Não parece um que apresenta as mais desejáveis e legítimas das evidências: "minha pregação é legitimamente bíblica e Deus age por meu intermédio". Quase sempre, há exceções e eu as conheço, a exatidão teológica apenas preenche uma lacuna real de manifestações divinas.
Quem é teórico não realiza nada de fato é apenas chato. Quem se põe a ação não parece ser crítico suficiente para aparar as incongruências mais aparentes. Mas esse especificamente é um outro assunto e tema. O tema e assunto do momento é um suporte útil a nossas reflexões e embates do dia a dia, embates internos aos da fé. Então apenas leia todo o resto e que lhe seja benéficas essas informações resumidas.
Quem é teórico não realiza nada de fato é apenas chato. Quem se põe a ação não parece ser crítico suficiente para aparar as incongruências mais aparentes. Mas esse especificamente é um outro assunto e tema. O tema e assunto do momento é um suporte útil a nossas reflexões e embates do dia a dia, embates internos aos da fé. Então apenas leia todo o resto e que lhe seja benéficas essas informações resumidas.
Desse modo, farei agora, uma exposição teórica e acadêmica acerca das diferentes teologias postas em prática por muitos de nós e ocasionalmente ou não. Uma justificativa é que irmãos de diferentes visões teológicas podem naturalmente julgar demasiadamente simplistas as minhas colocações, de fato aparentemente simplórias e aparentemente errôneas, pois quase nunca refiro-me a elas, com uma retórica mais aprofundada com verniz mais acadêmico e elitista. Porém por trás das colocações aparentemente mais simplórias, há sempre, por gosto pessoal, por preocupação e zêlo mesmo,uma reflexão mais aprofundada.
Bem a teologia é uma ferramenta, uma ciência, e um meio para se organizar o pensamento acerca das revelações escriturísticas, da experiência cristã, e da confissão ou crenças de uma igreja, isso em linhas mais gerais. Mas quais os diferentes tipos de teologia?
Bem, há em um extremo a chamada teologia popular, da qual já falamos em uma de nossas postagens anteriores. No catolicismo romano é patente a supremacia da teologia popular sobre a oficial e como essa teologia popular influenciou a teologia oficial da igreja católica romana. produzindo graves distorções. Nas igrejas protestante e/ou evangélicas, há também uma teologia popular praticada pela maioria dos membros, e quem em última instância rege a sua prática cristã diária, embora sua influência e em termos de dano a fé como um todo, seja substancialmente menor. Ou seja no principal, excetuando-se os paraprotestantes todos concordam naquilo que é absolutamente essencial.
No outro extremo, temos a chamada teologia acadêmica, firmada e construída sobre pressupostos firmemente acadêmicos e distantes da prática e da vivência cristã individual. Em linhas gerais as duas devem ser avaliadas com sérias reservas pois implicam em comportamentos, valores, e portanto cosmovisões distorcidas da realidade da experiência cristã, se opondo ferozmente entre si e constituindo ambas um entrave ao desenvolvimento da fé no dia a dia. Daí uma postagem minha ter colocado a seguinte questão: pode um teólogo ter uma experiência de conversão ou ainda alguém pode converter-se só por ser teólogo?
Entre os dois exemplos ( entre a teologia popular e a teologia acadêmica ) há outros modelos mais ou menos reflexivos quanto ao enfoque da fé cristã. Eis a lista completa:
teologia popular
teologia leiga
teologia leiga
teologia ministerial
teologia profissional
teologia acadêmica
Características de cada uma:
Teologia popular
Não valoriza de imediato a reflexão em torno das questões da fé cristã. Não há maiores questionamentos e se alimenta basicamente de relatos e opiniões pessoais com ênfase as experiências práticas e as sensações de prazer resultantes das experiências ou práticas cristãs. A maioria das pessoas que cultivam uma teologia popular nem tem consciência de que seja um tipo de teologia e nem a chamariam como tal. Tradições orais sem substância e claramente incoerentes com fortes contradições internas. Omitirei os exemplos encontrados na prática das igrejas e dos crentes por variarem de região para região e de cultura para cultura ainda que cristã. Uma é a teologia popular brasileira e outra a evangélica- americana por exemplo. Também varia legitimamente de época para época.Outro dado que é transmitida com velocidade inigualáveis e de fato move o crescimento da igreja. Em dados reais pode conter a essência da teologia acadêmica sem entrar em particularidades de crítica ou afastar-se completamente da exatidão da confissão doutrinária do cristianismo bíblico.
Teologia Leiga
O crente que se interessa, por ter uma maior tendência a investigação, maior nível cultural e ter uma história de investigação acadêmica em outras áreas profissionais pode naturalmente dedicar a sua prática. A teologia leiga é portanto um passo além da teologia popular, na verdade uma passo acima. Quando um crente dedica-se mais sistematicamente a investigação da sua fé , buscando uma melhor forma de não só expor o que crê aos outros mas par si mesmo esse cristão ou crente, está a cultivar uma teologia leiga. Mesmo sem o uso de ferramentas mais sofisticadas e pouco ou menos acessíveis, como conhecimento de idiomas bíblicos, consciência lógica e histórica, geografia bíblica, etc. Entretanto busca com recursos que dispõe, integrar crenças cristãs num todo bem fundamentado e coerente, questionado tradições ou práticas infundadas e combatendo flagrantes contradições.
Teologia Ministerial
Denominações e igrejas que atendem uma população de classe média para cima, por uma necessidade social de adequação tem na tropa de seus ministros, pastores e pastoras com curso teológico a nível de bacharelado. obviamente, não sejamos inocentes, por razões também, óbvias, pastores formados por seminários independentes ou da própria denominação são entrevistados sobre suas convicções e posições teológicas e há casos de opção por outro candidato na fila em detrimento do candidato com suas próprias opiniões. Entretanto leigos podem e de fato o são, treinados e educados em cursos que propiciem a esses leigos um preparo teológico para dar aulas, pregar, ensinar e argumentar frente ao de fora acerca da sua fé e da sua denominação.
A teologia ministerial lança mão de ferramentas apenas disponíveis em um estudo formal - conhecimento básico de línguas bíblicas, habilidade e uso de concordâncias bíblicas, comparação entre versões e traduções das Escrituras, comentários bíblicos, suporte histórico e geográfico. A posição da teologia ministerial está bem acima da reflexão incipiente do leigo em fase de amadurecimento e entre o raciocínio pastoral sofisticado.
A teologia ministerial lança mão de ferramentas apenas disponíveis em um estudo formal - conhecimento básico de línguas bíblicas, habilidade e uso de concordâncias bíblicas, comparação entre versões e traduções das Escrituras, comentários bíblicos, suporte histórico e geográfico. A posição da teologia ministerial está bem acima da reflexão incipiente do leigo em fase de amadurecimento e entre o raciocínio pastoral sofisticado.
Teologia Profissional
A Teologia profissional é um passo além da teologia ministerial, passo desejável mas com risco e implicações razoáveis na prática. A ênfase é na consciência crítica exacerbada e até presunçosa quando passa a desprezar e hostilizar toda forma de devoção e espiritualidade prática.Trata-se de uma teologia para formar teólogos e treiná-los no uso das ferramentas disponíveis a essa ciência. O distanciamento dos entes reais envolvidos nas questões teológicas pode, aparentemente, se mostrar uma característica facilmente constatável, além do diálogo "imparcial" com os de fora da fé.
Teologia Acadêmica
No lado oposto a chamada teologia popular como já colocamos, encontramos a teologia acadêmica. Altamente especulativa, quase filosófica, visa sobretudo aos embates com outros teólogos, únicos com argumentação e ferramenta que os possibilite ter os embates e a colocação de questões em "mais alto nível". Qualquer outro cristão ou crente estará naturalmente incapacitado de manter uma discussão com o tal, sobre qualquer assunto. Mesmo que num diálogo um leigo e um crente em exercício de uma teologia popular, embora pareça que está sendo ouvido, de fato não são nem levadas em conta a sua argumentação. Isso é até natural, pois nem por educação e concessão, os argumentos de uma teologia popular ou leiga tem força contra a aparelhamento que o teólogo profissional e o acadêmico possuem.
Especialização e aperfeiçoamentos necessários a um melhor aparelhamento do teólogo acadêmico o distinguem dos demais níveis de teologia. O risco é que essa reflexão, embora boa, possa e de fato leva longe demais, separando o teólogo da sua fé, levando-o a buscar e cultivar uma compreensão extremamente pessoal apenas em proveito próprio. Uma frase define essa atitude, "acredito somente no que posso entender", o que difere diametralmente da atitude sadia que é a de uma "fé em busca do entendimento".
Especialização e aperfeiçoamentos necessários a um melhor aparelhamento do teólogo acadêmico o distinguem dos demais níveis de teologia. O risco é que essa reflexão, embora boa, possa e de fato leva longe demais, separando o teólogo da sua fé, levando-o a buscar e cultivar uma compreensão extremamente pessoal apenas em proveito próprio. Uma frase define essa atitude, "acredito somente no que posso entender", o que difere diametralmente da atitude sadia que é a de uma "fé em busca do entendimento".
Tratou-se apenas de um resumo e uma tentativa de compartilhar com os leitores do blog informações básicas e importantes para todos nós interessados no estudo das Escrituras, e no crescimento de nossa fé cristã. No encontro com outros irmãos cristãos e na troca de opiniões, sem a natural distinção colocada nessa postagem, a dureza e o desgaste natural por troca de opiniões, explicações passionais, justificativas incompletas, além de alinhamento emocional com uma ou outra posição, podem surtir em pouca, nenhuma ou ainda falsa sensação de edificação espiritual real.
Em qual das categorias teológicas e sua respectiva prática é a sua prática e experiência? As pessoas com as quais aparentemente debate alicerçam suas opiniões em que teologias? Tendem mais para a teologia popular com suas naturais deficiências e limitações ou pendem para a acadêmica, facilmente constatável que carecem de um outro tipo de sensibilidade, a das questões reais e pertinentes a vida e experiência cristãs? Está situada coerentemente nas chamadas teologias interdependentes, leiga, ministerial e profissional? Ou erroneamente a teologia adotada, na prática, se sobrepõe a fé e a genuína experiência cristã? Você se autodenominaria crente teólogo ou teólogo cristão? Exame da verdade revelada na Palavra de Deus ou vitória no grito?
Até quando o debate é realmente salutar ou deve-se preferir ao estudo ou ao discipulado diretamente? Quais fontes podem e devem ser buscadas ou a posição e interpretações adjacentes ficam em um nível menos importante? A verdade deve ser buscada com pressa ou paciência absoluta? A verdades inadiáveis para o cristão? Quais? Fá ou dúvida qual é biblicamente recomendável? Lealdade no debate é possível? Como admitir o erro ou a ignorância naturais? Há coisas que naturalmente ainda não saberemos?
Até quando o debate é realmente salutar ou deve-se preferir ao estudo ou ao discipulado diretamente? Quais fontes podem e devem ser buscadas ou a posição e interpretações adjacentes ficam em um nível menos importante? A verdade deve ser buscada com pressa ou paciência absoluta? A verdades inadiáveis para o cristão? Quais? Fá ou dúvida qual é biblicamente recomendável? Lealdade no debate é possível? Como admitir o erro ou a ignorância naturais? Há coisas que naturalmente ainda não saberemos?
Fato é que quando u grupo de crentes decidem refletir sobre questões e particularidades da revelação escriturística podem, sem o saber, afirmarem e negarem , especularem enfim, cada um baseado em um nível de teologia diferente e aí, justamente por basearem suas colocações em níveis e bases diferentes a conclusão em torno do assunto fica praticamente impossível.
Por exemplo, um querido irão tem um blog em que as várias especulações legítimas em torno da fé são abordadas. O irmão Jorge, do blog Kállamos, como eu e outros seguidores de seu blog, praticam a chamada teologia leiga, legítima e útil. Outro seguidor do seu blog, e acho que seguidor ocasional do meu blog, é o Pr. Luiz Fernando, do blog Graça Plena. O irmão e pastor Luiz Fernando, é um bacharel em teologia com alguma especialização, já a teologia sob qual tutela natural, lê nossas reflexões, e ocasionalmente dá o seu parecer, é teologia ministerial ou/e a teologia acadêmica, dependendo da abordagem que faz. Só por autêntica educação não "solta os cachorros" em cada um de nós. Outro irmão seguidor do blog Kállamos do irmão Jorge é seminarista, e parece-me que trabalha em uma livraria e tem contatos com toda a sorte de livros teológicos, tanto na escola em que estuda como no trabalho, a sua teologia pode ser uma teologia leiga que caminha para a teologia profissional. Logo numa discussão esses e outros irmãos nunca estarão, ainda que tendo a mesma fé e divergindo em detalhes mais ou menos importantes, falando a mesma língua, com mesmos pressupostos ( aí sim há pressupostos ). Portanto sem essa consciência, ainda que essa seja uma informação simples e básica, todo o debate se encaminha para lugar nenhum. Espero ter contribuído para o exercício, para uma crescente dedicação ao estudo da nossa querida Bíblia Sagrada, e da nossa fé.
Por exemplo, um querido irão tem um blog em que as várias especulações legítimas em torno da fé são abordadas. O irmão Jorge, do blog Kállamos, como eu e outros seguidores de seu blog, praticam a chamada teologia leiga, legítima e útil. Outro seguidor do seu blog, e acho que seguidor ocasional do meu blog, é o Pr. Luiz Fernando, do blog Graça Plena. O irmão e pastor Luiz Fernando, é um bacharel em teologia com alguma especialização, já a teologia sob qual tutela natural, lê nossas reflexões, e ocasionalmente dá o seu parecer, é teologia ministerial ou/e a teologia acadêmica, dependendo da abordagem que faz. Só por autêntica educação não "solta os cachorros" em cada um de nós. Outro irmão seguidor do blog Kállamos do irmão Jorge é seminarista, e parece-me que trabalha em uma livraria e tem contatos com toda a sorte de livros teológicos, tanto na escola em que estuda como no trabalho, a sua teologia pode ser uma teologia leiga que caminha para a teologia profissional. Logo numa discussão esses e outros irmãos nunca estarão, ainda que tendo a mesma fé e divergindo em detalhes mais ou menos importantes, falando a mesma língua, com mesmos pressupostos ( aí sim há pressupostos ). Portanto sem essa consciência, ainda que essa seja uma informação simples e básica, todo o debate se encaminha para lugar nenhum. Espero ter contribuído para o exercício, para uma crescente dedicação ao estudo da nossa querida Bíblia Sagrada, e da nossa fé.
Por Helvécio S. Pereira
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