Cristãos sinceros almejam uma igreja perfeita nos moldes bíblicos e lamentam os descaminhos, que não são poucos, na igreja contemporânea. Claro que a igreja visível, denominacional, local, resultado de todas as transformações históricas e influenciadas naturalmente por tudo o que acontece fora dela, apresenta coisas, práticas, que pela "modernidade" em oposição a uma tradição legítimamente fixada que se chocam, para o bem e para o mal. Nós todos nos dividimos entre anciosos, sinceros, apressados, lentos, empedernidos e desonestos.
Na disputa pelo que fazer e como fazer nos acusamos, nos separamos, nos odiamos e as vezes cada um continua seu caminho, julgando uns aos outros e oferecendo farto material para os inimigos de Deus e do Seu evangelho. Não poucas vezes cada um se arvora o papel de "purificador"do ambiente, por palavras ou por ações a consertar as coisas. Há desde erros grosseiros a erros sutis mas ambos igualmente erros. Podemos até aceitar a idéia que nunca fazemos nada direito, dai a fala do Senhor Jesus que deveríamos dizer de nós mesmos que somos "servos inúteis", incapazes de fazermos as coisas com "perfeita perfeição".
A recomendação do Senhor em todas as circunstâncias é "deixar o trigo e o jôio juntos", se cortar um cortar-se-á o outro, no caso, ao extirpar-se sem cuidado o jôio, perder-se-á o bom e desejável trigo. Há lugares no mundo em que não há um pregador ou igreja palidamente cristã. Por aqui pode ser escolhida num longo menu a igreja e o cardápio seja doutrinário ou litúrgico. Confesso que é muito difícil para quem conhece e acompanha a igreja a algumas décadas. Para quem chega, concentrado na pessoa do Senhor Jesus e experimenta as primeiras e inesquecíveis bençãos e livramento talvez seja mais fácil. Depois as coisas ficam mais intragáveis.
Você tem um pastor amigo e gente boa, um irmão de grandes possibilidades de convivência, de boa teologia, mas que não chega a lugar nenhum. Outro é intragável, no discurso, na convivência, na cultura, mas Deus pode cutucá-lo eventualmente, através de sua palavra. Não é exatamente dar os exemplos claros que conheço e ajudá-lo a perceber o quadro presente com todas as cores. Aí tem as coisas internas na igreja, a maioria legítima, mas que não tem outro objetivo do que mantê-lo ocupado e ali. E quanto mais o tempo passa, em congregações e igrejas locais irrepreensíveis, parece que algo está errado, as coisas não caminham para lugar nenhum. Em outras contrariamente as coisas caminham sempre, para lugares cada vez e aparentemente mais estranhos.
Deus é ativo e nada lhe surpreende e Ele tem a condução das coisas, sem nenhuma dúvida, e quem o buscar O achará, quem clamar por Ele será achado e abençoado. Fácil não será fazer alguma coisa. Críticas sempre serão ouvidas e muitas aparentemente legítimas, se ouví-las jamais saberá o que Deus pensa delas, o que é infinitamente mais importante e o que importa de fato.
Quem com Ele ( Jesus ) ajunta não espalha e quem é por Ele não é contra Ele. Essas declarações pouco lembradas nos dias de hoje, pois não arbitram entre uns e outros, mas significam na prática, cada um faça o que pensa ser feito e arque com as devidas responsabilidades, se a obra do tal resistir a prova do fogo e permanecer muito galardão certamente haverá. Se não uma medalha de lata ou de nada será o final da história.
Por Helvécio S. Pereira
Essa é uma resposta dada a um irmão sobre um tema relacionado a nossa liberdade ou não liberdade, o que tem a ver diretamente com a existência do Joio e do Trigo na igreja também.
ResponderExcluirFoi a seguinte:
Caro irmão Eric, que o texto do nosso irmão Jorge é excelente, sobre isso não há dúvida, ainda mais pelo mérito de instigar a reflexão algo que é, digamos descartável, desprezível dentro da esfera de compreensão cristã autêntica.
Porém há uma diferença no eu você afirma, da forma como afirma e outros irmãos concordam:
uma coisa são as coisas existirem só e somente porque Deus permita, outra é as coisas serem porque
1) Deus mesmo tenha feito;
2)Deus na sua perfeita justiça ( algo inquestionável )permitido que elas acontecessem. São elementos diferentes, misturá-los de forma simplória leva inevitavelmente a conclusões equivocadas.
Para mim há espaços ou esferas diferentes: coisas que fazemos por nós mesmos, coisas que não fazemos por nós mesmos ( pelo menos totalmente ) e pertencem a uma esfera maior ( reprodução por exemplo, vivermos em sociedade, sorrirmos, chorarmos, dormirmos, alimentarmos, etc ) e finalmente coisas que Deus faz independentemente de qualquer criatura, cincunstância, etc, o Juízo e o existência do inferno, a eternidade da alma, a existência de Satanás, entre outras.
Um abraço a todos.