Tenho que me posicionar, e não o faço com satisfação. Sei que para alguns sou tido como um que não reconheça que haja gatos "não pardos", pois ao invés de ficar "descendo o pau" em todos os movimentos que não se enquadrem em minha visão particular do que seja a obra de Deus, aceito que Deus é Senhor da Sua igreja invisível e usa as diversas igrejas visíveis ( não todas com seus movimentos e posições teológicas ) para salvação de perdidos que venha a crer em Seu Filho Jesus Cristo, único nome dado nos céus e abaixo dele para que venhamos a ser salvos.
Não há uma igreja perfeita, e mesmo dentro as evangélicas uma que seja irrepreensível, seja na sua história, tradição, teologia e prática ( se houvesse verdadeiramente todos deveriam concorrer para ela justamente ). O que promove salvação é o testemunho contundente e real dos que já crêem em direção aos incrédulos e desconhecedores da vontade perfeita de Deus conforme reveladas na sua inerrante palavra, registrada nas Escrituras, na Bíblia Sagrada.
Há entretanto uma posição, que aparentando inofensiva ( e não o é ) é valorizada e defendida como algo de extrema relevância ( como é colocada ) e como elemento "novo" e relativizado para os que não a confessam de forma literal e como é rezada ( repetida, registrada ). Para eles, os calvinistas, Deus não é soberano para mais ninguém, só para eles. Essa "nova verdade" é levada aos outros, em uma conversa inicial como algo novo, e portanto completamente ignorado pelos outros. O que não é a verdade.
Aparentemente a Soberania de Deus, seja algo não só relativizado, mas ignorado, e porque não negado por setores cristãos, particularmente protestantes ( não-católicos, embora no catolicismo romano haja também os dois posicionamentos, um do lado oficial e outro do lado não oficial ). Já explico.
Um Soberano é um que está acima e cujo poder seja total sobre as pessoas, território e ação ( tomando-se pro referência a forma de governo desenvolvida entre os homens desde a antiguidade em que um indivíduo dirige todos os demais e é , inclusive, senhor de suas vidas e mortes ). Deus sob essa compreensão é soberano, todo-soberano e não há como ser de outra forma. Algo tão grande como o universo, tão exato como o seu funcionamento ou tão exuberantemente exagerado, como o noticiado essa semana, como a descoberta de um planeta de diamante cinco vezes maior que a nossa terra, só pode ser resultado da ação de um ser decididamente supremo. Alguém em plena lucidez, como cristão principalmente, pode se levantar contra isso?
Logo essa "soberania" não é nenhuma "novidade", mas como é colocada induz as demais pessoas, crentes no caso, a pensarem que não creditam a Deus esse reconhecimento e essa posição exaltada. Assemelha-se muito nitidamente a intimidação das "Testemunhas de Jeová" quando argúem as demais pessoas e aos demais cristãos, se sabem qual o nome de Deus. As pessoas confusas acham que sinceramente não sabem, sendo essa questão irrelevante, segundo as suas próprias Escrituras.
De fato é um chamarisco a próxima questão: Deus é soberano por haver determinado toda as coisas na eternidade. E que determinação é essa? Tudo ( mas tudo mesmo, de modo total e genérico ) o que acontece no tempo ( ontem, hoje, amanhã, em qualquer tempo e lugar, etc ) já foi decidido, alinhavado, escrito, em algum "momento" fora da esfera do tempo.
Aparentemente palatável ( quando das exposições teóricas e arquiteturalmente teológicas ) são inconsistentes ( não só para os olhares de crentes ) mas dos problemas reais, factuais. Senão vejamos: Beltrana casou-se com Sicrano. Das duas uma: Deus os casou de fato, independentemente do que resultará essa união real ( Sicrano mata Beltrana por ciúme, Beltrana tem um aborto, Sicrano se mata, Sicrano e Beltrana se tornam, ele presidente dos EUA e ela primeira dama ); ou Sicrano encontra Beltrana e por ela ser sexi e inteligente, de mesma etnia, terem os mesmos ideais, se casam e se tornam o casal mais poderoso do mundo. Há uma terceira opção ou leitura que explicitarei depois ( talvez nessa postagem ou em outra própria ).
Essa posição palatável de que tudo esteja já determinado e que não há nenhum escape nem é originalmente cristã, fartamente encontra-se aceita e defendida entre o paganismo ( visto como tal de dentro da esfera cristã ) e mola mestra do mecanicismo e materialismo ateísta. A diferença é que entre os teístas ( incluindo cristãos ) há um ser ou força ( as vezes forças ) além das materiais e entre os ateus uma lei, uma dinâmica estabelecida que gera essa progressão de acontecimentos.
Embora criticado e ironizado por um irmão, citarei da wikipédia, como poderia citar de qualquer outra fonte, afinal trata-se de conhecimento público e incontestável:
Determinismo (do verbo determinar, do latim determinare: de - prefixo de negação - e terminare - terminar, limitar, finalizar - assim determinare significa literalmente "não-terminar", "não-limitar") é a teoria filosófica de que todo acontecimento ( inclusive o mental ) é explicado pela determinação, ou seja, por relações de causalidade.
Embora em seu sentido mais vulgar determinismo se refira a uma causalidade reducionista (redução de todos os fenômenos do universo, por exemplo, à mecânica ou à química), causalidade não necessariamente é sinônimo de reducionismo. Há vários tipos de determinismo, cada um definido pelo modo como determinação e causalidade são conceitualizados.
Logo pelo tão aventado "determinismo bíblico" não haveria de fato nenhuma novidade, pois seria o mesmo do que todos professam ( cristãos e crentes ), ou seja: Deus é a causa de todas as coisas, essas só existem por seu ato criador. Não há outro criador segundo a Bíblia, as Escrituras, só Ele ( Gênesis 1:1 ).
Mas não é isso que sugerem os pregadores do pressuposto " novo determinismo bíblico" ( tem quinhentos anos ). De fato tudo o que acontece é causado única e diretamente por Deus. Ora aparentemente não há problemas em propalar tal coisa no nível teórico. Mas vejamos, uma criança de seis anos foi atraída por um pedófilo, morta, esquartejada e abandonado o seu corpo numa mala de viagem em uma estação de metro. Os mais radicais e defensores desse tipo de determinismo dirão: foi algo determinado por Deus. Por mais lamentável, irrazoável que se pareça ( e o é de fato ), Deus determinara que isso acontecesse. Outros dirão: não pode ser, isso não se alinha a compreensão e apreensão do que Deus seja segundo as próprias Escrituras, Deus como Ser supremo e perfeito de amor.
Aí se estabelece um problema teológico, uma equação que tem que ser obrigatoriamente resolvida ( embora a maioria de seus defensores, pelo menos atualmente, experimentaram em suas próprias vidas algo de igual impacto, permanecendo confortadamente na distante teoricidade do problema ). Ou Deus determinara todos os acontecimentos ( visto não ser algo isolado ) ou deixou-lhe que ocorresse.
Na nossa formulação mental excludente, só concebemos uma ou outra situação. Não há um terceiro modelo e mesmo quando formulado teoricamente, trata-se apenas de uma variação ou condecendência de um dos dois anteriores e primitivos. Ou Deus é causa do fato ( causa, motor, desses e de todos os demais ) ou não o é de nenhum .
Dessa forma o próximo dilema é se Deus é DEUS, ou se não é DEUS sendo Deus. Não é a Sua existência que está em xeque entre os crentes mas o alcance de sua potência, ingerência, nos destinos individuais e coletivos de suas criaturas, no caso mais direto, nós os homens.
Permeia esse problema a Justiça, a faculdade divina de julgar e executar de forma justa todas as coisas. Deus tanto poderia ter interferência e casualidade em todas as coisas e ser injusto, que ou quem poderia lhe dizer o contrário ou lhe arguir sobre esse assunto? Mas crentes cristãos e até não cristãos atribuem ou reconhecem em Deus o atributo de perfeita justiça. A criança no caso não merecia aos seis anos de idade tal destino, não há dúvida sobre isso.
Alguns defensores desse tal determinismo explicam que nós fazemos escolhas mas que essas escolhas são predeterminadas por Deus, e isso parece soar muito mais agradavelmente a alguns ouvidos sinceros.
E eu pergunto: quando? sempre? de vez em quando? em certos casos? E no caso da menina da mala? A propósito foi um fato verídico, não um problema inventado por mim para essa reflexão. E nos casos em que legitimamente fazemos escolhas que nos convém ( namorada, namorado, cônjuge, carro novo, casa, apartamento, profissão, etc. ) Por esse pensamento toda as desigualdades individuais e sociais seriam causadas, determinadas, na acepção da palavra, por Deus única e exclusivamente. Essa tese não resiste a confrontação mais sincera dos infindáveis fatos e inumeráveis casos a serem problematizados para tirar a prova de sua coerência.
Mas não é só frente aos fatos e exemplos da realidade, factuais, chamados a uma análise, mas ao que é encontrado como vasto e multiforme registro bíblico. A história bíblica não é engessada de fato, sob nenhuma análise equilibrada e distanciada. Ou seja não há respaldo bíblico e portanto escriturístico para essa apreensão da realidade. O contrário e é verdade, há uma revelação de uma história humana dinâmica, em que a graça e amor divinos podem e, são de fato rejeitados ou aceitos, em que destinos são mudados para pior e melhor do que seriam originalmente.
Nessa análise, a causa ( vista como a criação ) de todas as coisas é de fato de Deus. Mas como tal teoria é tão apaixonadamente defendida acima até de outros pontos, igualmente e aparentemente, tão relevantes quanto? A resposta é porque é conveniente. De fato o elemento que dá sustentação a uma doutrina particular: a da eleição do salvo, a dupla predestinação ( a do eleito e a do não-eleito ).
Segundo esses os crentes só são salvos por serem esses pré-determinadamente escolhidos para tal. Segundo esse pensamento, na eternidade em dado momento, Deus por motivo nenhum, determinou que o João e Maria seriam salvos e que o Sebastião e Joana seriam perdidos. Quando questionados, inquiridos respondem com um solene " mistério". O contraditório é que ambos os casais de nosso exemplo virtual, são igualmente imerecedores dessa salvação. Portanto dessa forma não há base alguma para que um deles seja beneficiado, agraciado e outro preterido. E nem eles podem explicar esse problema teológico factual. Recorrem a compreensão particular e genérica de uma "soberania de Deus" convenientemente descrita por eles.
Os problemas não param por aí: se Deus "viu" o futuro e os elegeu, esse "Deus soberano" não é de fato soberano pois se submete ao que apenas viu. Se Deus organizou e realizou esse futuro, ele não precisou ver o futuro, o fez acontecer, movendo as peças todas, mas o resultado real ( já que o nosso presente é resultado disso ) não coaduna com a Sua perfeita justiça e perfeito amor, a não ser que o Deus cristão seja semelhante ao Deus do Islã, um Deus não inteiramente confiável, pois não está de modo nenhum restrito a uma coerência, tratando-se factualmente de um Deus instável.
Para resolver mais esse "problema" Deus passa ser a origem do mal, sendo o mal agora uma entidade quase física, material. O mal portanto não é uma ocorrência, como as trevas são a ausência da luz ( discussão feita há muito tempo por Santo Agostinho ) e nem uma possibilidade, mas possui uma identidade e uma materialidade. O mal não decorre da não obediência, da desobediência ( pois textualmente nem há espaço para tal como fato ) mas o mal foi criado para danar com toda a criação de forma planejada e pré determinada. É como se Deus achasse muito chata toda a perfeição que fora capaz de criar e resolvesse "danar" com toda essa perfeição constituída de somente todo o bem perfeito.
Nessa perspectiva Satanás é um ser criado para trazer o mal a existência humana ( embora antes já o tenha feito em parte no céu ). Satanás portanto não se rebelou e nem um terço das estrelas do céu ( os demais anjos caídos que o seguiram na sua rebelião ). Deus estaria por traz de tudo isso, como causador primário de todas as desgraças, sejam coletivas ou individuais. A própria queda do homem, se aproximaria da compreensão deformada ( compartilhada pelos Mórmons ) de que a queda ( o pecado de Adão e Eva ) foi de fato uma benção para a humanidade.
Em nome de que tudo isso? Em nome do que convenientemente pode ser esposado por quem se sente beneficiado sentimentalmente pela idéia de ser eleito e os demais não. Dizem: somos crentes por havermos sido escolhidos deste a eternidade para sê-los. Muito conveniente pois se um perdido ( não -eleito ) pudesse ter a consciência de que estaria perdido, de modo algum, se alegraria em proclamar tão famigerado e frágil no quesito argumentativo, de um particular "determinismo bíblico."
Trata-se de uma profunda contradição não percebida ou conscientemente ignorada: a de que a pregação do Evangelho seja uma farsa ( sob essa ótica ) já que todas as cartas estão já previamente marcadas. Segundo eles nenhum eleito ( salvo ) pode ( pelo fato de ser previamente eleito ) perder a salvação ou deixar de ser salvo. Do mesmo modo nenhum perdido ( não eleito ) pode chegar a compreensão da salvação ou da fé em Deus. Sã duas situações definidas antes do indivíduo vir a existir contrário ao que a Bíblia declara que a situação de perdição-salvação só é de fato irreversível após a morte.
Para tal outro problema teológico tem que ser convenientemente resolvido ( de fato não o é, se tem apenas a ilusão de sua solução ) o da vontade ou liberdade humana. Se Deus determina tudo não sobra espaço para o homem se autodeterminar em nada. E se por outro lado o homem possui algum espaço de exercício de autonomia e vontade, Deus deixa de ser deus por ter perdido alguma parte no todo de sua determinação ou soberania como é por eles colocada.
Dá-se um nó na cabeça do ouvinte e esse não escapa mais, pois não possui argumentos que aparentemente demova os seus defensores que repetem sempre as mesmas afirmações e só usam os versículos bíblicos que aparentemente lhes sejam convenientes. Nisso ou não são honestos com os outros ou consigo mesmos ou são incapazes sim se aperceberem do erro. Qual deles teria uma esposa originalmente feia, inculta, deficiente física, se não pudesse escolher? Qual deles compraria um carro ultrapassado, feio, usado, se pudesse comprar um excelente modelo, bonito e caro? Qual deles ( pastores no caso ) escolheria a pior igreja, no pior lugar com os piores membros? Aceirariam ser "homens de Deus" sem salário, sem plano de saúde, sem moradia e escola para os filhos? Teriam eles todos os filhos que todas as relações sexuais conjugais lhes possibilitasse ou fariam um planejamento familiar?
Questões simplórias como essas sempre não são aventadas nos seus debates teológicos, são reveladoras da fragilidade de suas teses tanto quanto a famigerada proibição da transfusão de sangue das Testemunhas de Jeová, ou o Sábado dos Adventistas do Sétimo Dia. Reivindicam a Bíblia tanto na defesa de seus pontos como numa eventual refutação dos mesmos. Mas desconsideram os textos inconvenientes e desqualificam o que lhes apresentado em refutação. Bradam "Só a Escritura "quando lhes é praticamente impossível a defesa de seus pontos somente com ela, sem a recorrente citação e apoio de não pouco número de teólogos que só repetem com outras palavras os poucos pontos por eles levantados. João 3:16 é descaracterizado de tal forma são deformadas as traduções e o sentido principal das palavras "mundo" e "todo". O principal versículo da Bíblia usado para evangelismo do não crente pela massacrante maioria das denominações evangélicas é convenientemente ignorado pelos calvinistas. E eu pergunto por quê será?
A Bíblia diz que Deus é de fato soberano e em toda a Escritura Deus é assim descrito. Nas palavras do próprio Senhor Jesus: a Deus todas as coisas são possíveis ( até as decididamente difíceis - não aparentemente- um rico entrar o reino dos céus ).
A Bíblia diz que há coisas que não vem de Deus: os filhos de Israel queimando seus filhos a Moloque e um inimigo ter semeado o joio entre o trigo, só como exemplos escriturísticos.
A Bíblia diz que o homem escolhe e que essas escolhas determinam o seu destino. Isso é demonstrado exaustivamente nas Escrituras, não uma, não duas, não três ou apenas dezenas de vezes, mas muitas e muitas vezes.
A Bíblia deixa claro que o futuro do homem é feito como seu presente e a partir das escolhas que faz a cada passo. Homens e mulheres aparte do conhecimento de Deus podem dEle se achegar e ser por Ele abençoados. Do mesmo modo, pessoas que tinham todo o favorecimento para conhecê-lo e servi-Lo por suas escolhas caíram em maldição e desgraça. O mal foi feito mesmo sob o avido de Deus e o mal foi desviado pelo arrependimento ou intercessão de justos.
A vida dos homens é mostrada como algo dinâmico onde a benção e a maldição são colocados diariamente diante dos homens. Cada indivíduo responde aos apelos divinos, as oportunidades, de modo diverso. Sodoma e Gomorra, segundo o Senhor Jesus Cristo, teriam se arrependido se seus habitantes depravados tivessem visto e ouvido o que os habitantes de Corazim e Betsaida ouviram da boca do próprio Senhor e viram acontecer diante de seus olhos. Se Abraão tivesse reduzido mais ainda o número de justos na sua intercessão por aquelas cidades, Deus teria poupado Sodoma e Gomorra.
Ló foi salvo do julgamento, mas os valores por ele priorizados ( escolhera livremente a melhor parte da planície ) não livraram a sua descendência de serem um povo inimigo, por séculos a sua frente, dos descendentes de Abraão. Sara, mulher de Abraão não teve fé em Deus levando Abraão a ter uma saída legal, segundo a cultura da época, legitimamente humana. Sara de fato era incrédula, ou pleo menos de pouca fé ( seria a mesma coisa? ). O resultado é a existência de dois povos que se degladiam até os dias de hoje e de duas religiões que se anulam uma a outra: o islã e o judaísmo. Dois povos abençoados economicamente segundo a fidelidade de Deus, os árabes e os israelitas, ambos odiados e apenas suportados pelo mundo a sua volta.
Ló foi salvo do julgamento, mas os valores por ele priorizados ( escolhera livremente a melhor parte da planície ) não livraram a sua descendência de serem um povo inimigo, por séculos a sua frente, dos descendentes de Abraão. Sara, mulher de Abraão não teve fé em Deus levando Abraão a ter uma saída legal, segundo a cultura da época, legitimamente humana. Sara de fato era incrédula, ou pleo menos de pouca fé ( seria a mesma coisa? ). O resultado é a existência de dois povos que se degladiam até os dias de hoje e de duas religiões que se anulam uma a outra: o islã e o judaísmo. Dois povos abençoados economicamente segundo a fidelidade de Deus, os árabes e os israelitas, ambos odiados e apenas suportados pelo mundo a sua volta.
Seria isso uma diminuição da pressuposta Soberania de Deus? Obviamente que não, mas o registro real, não caricaturesco do que Deus é e como age no universo e na humanidade. Não é claro, ao que convém a sua compreensão particular.
Mas restringe somente a essas questões? Não. Muitas outras acessórias lhes são circundantes. É impossível ser calvinista sem confessar os seus cinco ou pelo menos quatro pontos, mas há uma série de negações bíblicas confessadas e defendidas explicitamente por um calvinista. Se não vejamos algumas, se não todas:
Um calvinista não crê sinceramente que a ordenança de Marcos 16:15 seja para nós em sua totalidade. Curiosamente se apoia no chamado dos discípulos pelo Senhor Jesus, em que Ele afirma não terem eles O escolhido, mas Ele ( Jesus Cristo ) a eles. O curioso é que ambas as declarações são da mesma pessoa e no intervalo histórico-temporal de apenas três anos. Como pode uma ter um valor para a hoje e a outra não? Conveniência é a resposta.
Portanto não há expulsão de demônios ( mesmo porque para eles demônios não tem poder sobre as pessoas ). Isso contraria o que é encontrado nas Escrituras em que o próprio Senhor Jesus afirma clara e e inequivocamente que Satanás havia escravizado uma mulher tanto tempo.
Não há para eles curas divinas, embora defendam a oração por alguém doente ( segundo uma declaração de um irmão, até uma criança pode orar por um enfermo na igreja e que ninguém de fato está acima de outro para fazê-lo ( ??! ) E como fica o que a Escritura reza, diz, que a uns é dado o dom de cura, outros de profetizar, etc? Aliás João calvino foi tuberculoso por quatro anos até a sua morte, se cresse na cura divina, a sua biografia talvez pudesse ser diferente.
Os dons espirituais ( línguas estranhas, profecia, cura, etc. ) não são para hoje e não há o batismo no Espírito Santo como segunda benção. De fato não só eles que negam essa experiência descrita nas Escrituras, mas enquanto outros podem mudar de opinião ( batista, presbiterianos, metodista, adventistas, católicos, etc. ) pelo exame dessa descrição escriturísticas, eles não e nunca. Já viu calvinista pentecostal? falando em línguas e profetizando, expulsando demônios? * VIDE ADENDO AO FINAL DESSA POSTAGEM
Há uma tendência em nome da "soberania de Deus", defendida particularmente por eles ( não há estritamente bíblica ) em afirmar que o milênio já começou. Há uma extensa discussão entre eles acerca dos detalhes do período que abrangeria a atualidade e as últimas coisas, bem como a situação de Adão e Eva antes da queda. Outras "menores" que negam a perfeição, ou pelo menos discute, se Adão e Eva antes da queda, eram ou não perfeitos, pois se fossem perfeitos, não pecariam. Convenientemente negam a capacidade de Adão e de Eva em "não pecar" e também da realidade da provação de Cristo. Teria o padecimento de Jesus e suas tentações terem sido uma encenação, sem risco real possível, de ter caído em alguma delas? Em nome de, e atrelado a particular compreensão da "soberania de Deus", Jesus não poderia ( não de potência mas de possibilidade ) e ter pecado, e portanto toda a sua prova teria sido apenas de fachada. Não é o que a Bíblia novamente afirma: "em tudo foi tentado como um de nós."
Finalmente mui pouco sinceramente, o mais apropriado a suas crenças, seria colocar no alto e a frente de suas igrejas: "RESTAM POUCAS VAGAS" ou "HÁ AINDA LUGAR, DESDE QUE NÃO SEJA O MEU". As declarações hoje facilmente encontráveis na web não são manifestação de amor cristão mesmo entre eles ( calvinistas de carteirinha ), como já li não poucas vezes, xingamentos e manifestação pouco ou nada educadas, de dúvida em relação a salvação de um outro irmão também calvinista, por um simples detalhe interpretativo das Escrituras ( embora crentes sem amor e sabedoria não seja uma característica de irmãos calvinistas e nem haver essa relação de causa e efeito ). O que tem de crente maluco de pedra, sem a mínima demonstração de sabedoria, temperança e amor, a web desnuda isso todos os dias.
De positivo a fé no Senhor Jesus como único e suficiente Salvador e Senhor, salvação essa unicamente pela graça. Entretanto aos menos avisados fazem dessa verdade irrefutável uma bandeira de sua teologia, coisa que de fato não é. O grande instrumento da Reforma protestante foi Martinho Lutero e se hoje há umacompreensão da Salvação pela fé exclusivamente, e pela Graça, não pelas obras, se deve sobejamente a ele. Fazer de João Calvino e seus devaneios teológicos, o provedor e restaurador dessa verdade é uma injustiça histórica. Aliás, o maior defensor da teologia calvinista, designado para defendê-la a certa altura também histórica, e constantemente execrado pelos calvinistas, foi justamente Jacob Arminius, do qual e para o qual, não se exige a visibilidade histórica e o louvor dado a Calvino.
O calvinismo tira do homem a possibilidade de ouvir o evangelho e crer nele, pelo menos em termos amplamente claros. Calvinistas evangelizadores há certamente em grande número, mas creio serem assim mais motivados por um justo e louvável sentimento em relação às pessoas e uma prontidão para tal, do que por coerência doutrinária. Muitos se esforçam para adequar o que crêem a essa postura evangelizadora e são combatidos e descredenciados pelos mais radicais ( vide os neo-calvinistas vistos com desdém e desconfiança pelos calvinistas até moderados ).
O calvinismo é fonte ( não ele exatamente mas a trilha deixada por ele ) de um grande número de inimigos do cristianismo e de Deus, a semelhança de pessoas educadas na teologia católica-romana e judaica. Ateus ativistas no mundo ( na Europa e América do Norte tiveram educação calvinista ou católico-romana e alguns ( em bom número ) são filhos de judeus. Ricardo Gondim, entre tantos, é um exemplo de apostasias e negação de verdades bíblicas como reação às antigas crenças calvinistas.
Trata-se de uma cruzada aos calvinistas e aos que o defendem? Não. Definitivamente não! Mas deixá-los falando sozinhos como as suas afirmações fossem e se rivalizassem com a verdade bíblica é demais. Se não fosse a mensagem "arminiana" o número de crentes no mundo, e todos os movimentos que revitalizaram a igreja evangélica não teriam existido, e isso não é uma opinião, são fatos históricos. Por outro lado em grandes heresias como a dos Mórmons, Adventistas do sétimo dia, Testemunha de Jeová. Reverendo Moon, seus fundadores passaram por igrejas calvinistas, mais exatamente presbiterianas.
Culpa das igrejas presbiterianas e pelo fato de serem calvinistas somente? Não, evidentemente. Se eu fosse calvinista culparia a Deus. Como não sou culpo cada um pelos seus próprios pecados. Aliás um irmão ( calvinista ) me lembrou algo que jamais tive oportunidade de nem sequer cortejar, ( estudei a certa altura mas ficara no conjunto das informações não essências ) de ser ou parecer "molinista"pelo simples fato de que não iria alinhar - a um teólogo para ter uma compreensão bíblica - a Bíblia me basta graças a Deus, não é somente um bordão apenas conveniente, de "Só a Escritura".
Culpa das igrejas presbiterianas e pelo fato de serem calvinistas somente? Não, evidentemente. Se eu fosse calvinista culparia a Deus. Como não sou culpo cada um pelos seus próprios pecados. Aliás um irmão ( calvinista ) me lembrou algo que jamais tive oportunidade de nem sequer cortejar, ( estudei a certa altura mas ficara no conjunto das informações não essências ) de ser ou parecer "molinista"pelo simples fato de que não iria alinhar - a um teólogo para ter uma compreensão bíblica - a Bíblia me basta graças a Deus, não é somente um bordão apenas conveniente, de "Só a Escritura".
Por ora: a Soberania de Deus estritamente bíblica não se confunde com a defendida convenientemente com base em uma teologia para dizer o mínimo, particular. Não é a única que penso não dever ser defendida ( há muitas outras que representam perigo e laço para aquele que teve a oportunidade inigualável de conhecer ao Senhor ) e portanto deve ser evitada e refutada convenientemente. De fato o ser humano é tentado, mesmo tocado pela genuína experiência da conversão, submeter-se pela vaidade a alguma novidade "pós conversão" e a beber em águas desnecessárias. Mas eu, ao contrário do que crêem, compreendo o perigo e a realidade da liberdade de escolha.
Por Helvécio S. Pereira
ADENDO
*opiniões curiosas acerca das posições teológicas
em foco atualmente ( ?! )
em foco atualmente ( ?! )
* O mais surpreendente, é que nas minhas muitas visitas na web, foruns, sites denominacionais, blogs, os calvinistas festejam a sua defesa apaixonada e muitas vezes acompanhada de atitudes e declarações indelicadas, não só com os que discordam deles em pontos diretamente relacionados ao calvinismo mas quase nunca em pontos inconciliáveis que não afetem o mesmo calvinismo. Por exemplo: encontrei irmãos calvinistas que não aceitam o pentecostalismo e irmão calvinistas pentecostais ( ou pentecostais calvinistas ) que defendem a atualidade dos dons como línguas estranhas e profecias. Curiosamente há um fórum ( não o único ) em que essa possibilidade anacrônica foi discutida e creio ser um irmão conhecido ( o Ednaldo ) um dos que deram uma opinião sobre o assunto e o quadro comparativo é de certa forma real:
( Ele o Ednaldo ) Se eu estiver errado nas minhas colocações, me corrijam por favor ( palavras dele ): Vamos fazer um quadro comparativo entre igrejas reformadas e pentecostais.
Diante disso dificilmente poderemos usar os termos "pentecostal reformado", pois realmente é uma contradição de termos. (Tempos atrás eu não diria isso ) Masssssssssss, e sempre tem um "mas", um pentecostal pode abandonar o arminianismo e optar pelo calvinismo em sua soteriologia, ou dispensar o dispensacionalismo e optar por alguma posição reformada pactual ou aliancista, deixando também o pré-milenismo dispensa cionalista e optando por uma escatologia histórica (alguns aqui oram para que seja o pós-mile nismo ), sem que necessariamente devam abandonar o continuísmo nos moldes penteco stais. Portanto, pentecostal reformado, como diria o Pe. Quevedo, "isso non ecxiste!", mas penteco stal calvinista, isso sim, Graças a Deus já está existindo a um bom tempo. | ||||||||||||
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"... mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias" At 1:5
Sou pentecostal, o que causa certa estranheza, por me definir também como calvinista. Mas o que é um pentecostal? Pentecostal é um cristão protestante que adota crenças distintivas: crê no batismo no Espírito Santo como experiên cia separada da conversão e na atualidade dos dons espirituais, inclusive os referidos em 1Co 12-14. Os pentecostais divergem entre sim quanto ao falar em línguas como evidência inicial do batismo com o Espírito Santo. Uns creem que falar em línguas é a evidência física necessária do batismo no Espírito Santo, outros negam que todos que são batizados no Espírito Santo falam necessariamente em línguas.
Sou pentecostal, o que causa certa estranheza, por me definir também como calvinista. Mas o que é um pentecostal? Pentecostal é um cristão protestante que adota crenças distintivas: crê no batismo no Espírito Santo como experiên cia separada da conversão e na atualidade dos dons espirituais, inclusive os referidos em 1Co 12-14. Os pentecostais divergem entre sim quanto ao falar em línguas como evidência inicial do batismo com o Espírito Santo. Uns creem que falar em línguas é a evidência física necessária do batismo no Espírito Santo, outros negam que todos que são batizados no Espírito Santo falam necessariamente em línguas.
Não sei quem se espanta mais quando digo que sou um pentecostal calvinista, se meus irmãos reformados ou se meus igualmente irmãos renovados. Boa parte deles me veem como o elo perdido entre os répteis e as aves: nem corro bem, nem voo direito e assim corro o risco de ser comido e torcem para que eu deixe de ser uma coisa ou outra. Mas, bíblica e teologicamente falando, qual a incompatibilidade entre a soteriologia calvinista e a pneumatologia pen tecostal?
Batismo no Espírito Santo como sucedâneo da conversão
Acredito que muita da rejeição à doutrina da separalidade entre conversão e batismo com o Espírito Santo se deva à má compreensão de que os pentecostais creem que recebem o Espírito Santo quando falam em línguas e não quando se convertem. Se fosse assim, eu jamais poderia ser um pentecostal, pois creio que a regeneração operada pelo Espírito precede a fé. Ou seja, não apenas vejo que o Espírito Santo opera no pecador antes do batismo com o Espírito Santo, mas antes mesmo da conversão, que é a manifestação externa da regeneração.
Nós pentecostais cremos no batismo no Espírito Santo como o recebimento de poder capacitante para o serviço e adoração, não como poder salvífico. Os discípulos já haviam recebido o Espírito Santo quando Jesus ordenou a eles que ficassem em Jerusalém, até que do alto fossem revestidos de poder, e então seriam testemunhas dEle até os confins da terra.
Atualidade dos dons espirituais
Embora a doutrina da atualidade dos dons espirituais decorra naturalmente da anterior, no sentido de que todo pentecostal é contemporanista, nem todo contemporanista é pentecostal. Por isso, não preciso me estender aqui, pois muitos reformados (aliancistas e calvinistas de cinco pontos) são contemporanistas, embora não falte quem os desconsiderem como tal. De qualquer forma, este é um ponto mais comum entre pentecostais e calvinistas, de forma que praticamente não é uma doutrina distintiva dos pentecostais.
A objeção mais forte contra os pentecostais é quanto aos chamados dons revelacionais e de expressão verbal: profecia, línguas e interpretação, sendo que o dom de línguas recebe os ataques mais fortes, como reação à ênfase excessiva dada pelos pentecostais. Mas o fato é que o dom de línguas e os demais chamados de extraordinários não são colocados numa categoria à parte de outros dons, sendo que o que se afirma destes deve-se afirmar daqueles.
Pentecostalismo ou e calvinismo
Eu não apenas creio que existe compatibilidade bíblica entre o calvinismo e o pentecostalismo, como creio que existe sinergia (ops) entre as duas correntes. Não precisamos ser pentecostais ou calvinistas, ganhamos mais se formos pentecostais e calvinistas. Sonho com pentecostais na liturgia tornando-se calvinistas, e com calvinistas sendo batizados no Espírito Santo. Os que veem isso como um pesadelo precisam, antes de qualquer coisa, demonstrar a incompatibilidade entre esses dois movimentos.
Soli Deo Gloria
Clóvis
Fonte: Cinco Solas
Curioso que o fundador da seita dos Mórmons,saiu da Igreja Batista, nos EUA.
ResponderExcluirQue anti-cristão, ficar difamando a Igreja Presbiteriana, num Blog, isso é que eu chamo de lutar com seus próprios amigos, é o fim!!!
ResponderExcluirRaramente debato com os meus leitores, publico suas opiniões e as respeito deixando aos demais leitores um julgamento.
ResponderExcluirPortanto cabe apenas mais um esclarecimento: fatos não são difamações sejam ligados a quem forem. Denominações como as igrejas batista e presbiteriana tem levado gerações ao conhecimento e fé nas Escrituras e portanto de Deus, o que não impede que dessas mesmas denominações surjam e saiam delas apóstatas e heréticos. É inevitável que escândalos venham ou surjam, ái porém de quem por quem eles vierem. Só isso.
Obrigado ao caro leitor cláudio e respeito a sua opinião pessoal bem como aos demais, como sempre.
Complexo, mas elementar......se tudo foi pré-determinado, vamos parar de pregar o evangelho.......incrível como quando pensamos ser donos da verdade, nos tornamos suscetíveis a enganos da nossa mente humana...............muito bom seu texto caro irmão Helvecio.
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