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domingo, 30 de julho de 2017

LIVRO ENUMERA AS CONTRADIÇÕES DA BÍBLIA E AS REFUTA UMA A UMA ! OUÇA O ÁUDIO DA SEGUNDA EDIÇÃO EM UM PROGRAMA DE RÁDIO EM INGLÊS MAIS LINK PARA DOWNLOAD OU LEITURA ON LINE

Desde o famoso "A Bíblia tinha Razão" ao qual li logo por ocasião da minha conversão,passando por uma série de outros bons livros em defesa das Escrituras, o  mais recente lançamento é:

“Demolishing Supposed Bible Contradictions” (Derrubando Supostas Contradições da Bíblia)


Será que Deus muda Sua mente? Podem todos os pecados ser perdoados ou existem alguns que são imperdoáveis? Por que Raabe foi elogiada por ter mentido, quando a mentira é proibida nos Dez Mandamentos?
Ken Ham, fundador do Museu da Criação, e uma equipe de colaboradores respondem a estas perguntas e muito mais no novo livro, “Demolishing Supposed Bible Contradictions” (Derrubando Supostas Contradições da Bíblia), que visa defender a palavra de Deus contra os críticos da fé que afirmam que a Bíblia é contraditória.

“Quando pensamos que existem contradições presentes, nós olhamos com atenção e entendemos o que a Escritura nos está dizendo, à luz de outras passagens,” Roger Patterson, um colaborador do livro, disse ao The Christian Post. “Então, podemos resolver esses conflitos muito facilmente.”
As afirmações de supostas incoerências na Bíblia, apontadas principalmente por ateus, têm contribuído para um aumento no número de jovens que abandonam a fé. Ham e sua equipe esperam que seu livro de fácil leitura ajude os Cristãos a refutarem qualquer alegação de supostas contradições da Bíblia.
Muitas pessoas, observou Ham no livro, compram a afirmação de que a Bíblia é “cheia de contradições,” mas não se preocupam em ler a palavra para afirmar por elas mesmas. Ham, também é presidente e CEO do ministério de apologética cristã Answers in Genesis.
Ao longo do livro, muitas supostas contradições são rapidamente descartadas quando a lógica simples, o contexto, as questões de translação ou de vários outros aspectos são levados em conta.
Em um capítulo intitulado “Change of Heart” (Mude o Coração), afirma que a natureza imutável de um Deus santo e justo contradiz Seu coração que se compadece de julgamento de uma nação ou grupo que são refutadas. A Escritura notável de Jonas sugere a “mudança” de Deus quando Ele não trouxe sobre a nação de Nínive, o desastre que havia ameaçado, após o arrependimento da nação.
Isto é repreendido pela contribuição do autor Stacia McKeever, que observa que “em nenhum lugar das Escrituras indica que Deus não é emotivo, mas na verdade [Suas] ações e emoções são frequentemente descritas em termos de ações e emoções humanas.”
“O caráter de Deus não muda. Porém, Ele pode mudar a forma como escolhe responder a ação de um indivíduo ou nação.”
O que distingue este livro dos outros ministérios baseados na apologética e livros é a visão compartilhada dos escritores de uma interpretação literal do Livro do Gênesis.
“O ministério da Answers in Genesis tem o objetivo de colocar toda a Bíblia como uma autoridade e não apenas selecionar e escolher as peças certas,” disse Patterson. “Os acontecimentos do dilúvio realmente ocorreram e houve realmente um Jardim do Éden com Adão e Eva reais.”
Mais do que nunca, a sociedade está questionando a credibilidade da Sagrada Escritura e colocando a sua precisão no âmbito de aplicação. Mas Patterson acredita que suas raízes por trás das tentativas de desacreditar a Bíblia é um problema psicológico de “aceitar a verdade da palavra de Deus como superior à opinião do homem sobre as coisas.”
“Eu acho que finalmente isso é a autoridade que Deus tem sobre a vida e cada uma de Suas criaturas,” afirmou. “As pessoas querem se rebelar contra essa autoridade.”
“Eles não querem viver a vida segundo o plano de Deus… por isso tentam desacreditar a Bíblia em uma tentativa de tirar Deus de Seu trono e colocar eles mesmos no trono.”
Patterson, um membro da equipe de desenvolvimento do currículo de Answers in Genesis, está atualmente trabalhando no desenvolvimento de recursos curriculares baseados na Bíblia, incluindo cursos on-line. Ele frequentemente contribui para a revista Answers, artigos na web, livros e outros recursos apologéticos do ministério.
Ham anunciou recentemente o apoio da AIG para o Ark Encounter Project, projeto de um parque temático da Arca de Noé em tamanho real em Kentucky do Norte, previsto para estrear em 2014.
Fonte: Christian Post





LINK PARA FREE DOWNLOAD OU LEITURA ON LINE

LINK 1 Demolishing Supposed Bible Contradictions by Ken Ham

LINK 2 :CLIQUE AQUI!


LINK 3: PARTE DE UM ESTUDOSEMELHANTE EM PORTUGUÊS

LINK 4: 9 ALTERNATIVO ) PARA PARTE DE UM ESTUDO SEMELHANTE EM PT-BR


Download Demolishing Supposed Bible... por khoirunisa633-326

quarta-feira, 27 de julho de 2011

"EUANGGELION" OU "BOAS NOVAS", UM GÊNERO LITERÁRIO NASCIDO COM O CRISTIANISMO


Nesse importante e elucidativo artigo escrito pelo Rev. Augustus Nicodemus ( o qual republico por sua mais absoluta relevância a mais autêntica defesa do verdadeiro evangelho e da mais fiel mensagem cristã ) encontramos informações relevantes acerca de quantos evangelhos existem e porque somente quatro deles, dentre centenas existentes, são somente aceitos.

* Senti por bem, em cima do texto original, grifar partes do referido texto, para facilitar a leitura  e a compreensão do mesmo. 

Por Que Não Aceito os Evangelhos Apócrifos

"O termo é a tradução da palavra grega euaggelion, “boas novas”, usada a princípio para se referir ao conteúdo da mensagem de Jesus Cristo e dos seus apóstolos. Posteriormente, a palavra veio se referir a um gênero literário específico que nasceu com o Cristianismo no séc. I. Lembremos que o Cristianismo, em termos culturais, ocasionou o surgimento, não somente de novas músicas, mas também de gêneros literários como epístolas e evangelhos.

Esse novo gênero literário tinha algumas características distintas. Incluía obras escritas entre o séc. I e o séc. IV por autores cristãos que giravam em torno da pessoa de Cristo, sua obra e seus ensinamentos. Essas obras reivindicam autoria apostólica ou de alguma outra personagem conhecida da tradição cristã. Reivindicavam também que seu conteúdo remontava ao próprio Jesus.

Existem centenas de “evangelhos” conhecidos. Alguns são apenas mencionados na literatura dos Pais da Igreja e deles não temos qualquer amostra do conteúdo. Outros sobreviveram em fragmentos ou reproduzidos em parte em outras obras, como, por exemplo:

Evangelho dos Hebreus
Evangelho dos Ebionitas (ou dos Doze Apóstolos)
Evangelho dos Egípcios
Evangelho Desconhecido
Evangelho de Pedro, para mencionar alguns.

Já outros, sobreviveram em cópias completas ou quase, como:
Os Evangelhos canônicos de Mateus, de Marcos, Lucas e de João,
Evangelho de Tomé
Evangelho de Judas
Evangelho de Nicodemus
Proto-Evangelho de Tiago
Evangelho de Tomé o Israelita
Livro da Infância do Salvador
História de José, o Carpinteiro
Evangelho Árabe da Infância
História de José e Asenate
Evangelho Pseudo-Mateus da Infância
Descida de Cristo ao Inferno
Evangelho de Bartolomeu
Evangelho de Valentino, entre outros.

Esses evangelhos são tradicionalmente classificados em canônicos e apócrifos.



Evangelhos Canônicos

Nessa primeira categoria se enquadram somente 4 evangelhos, os Sinóticos e João. Conforme a tradição patrística e da Igreja em geral, eles foram escritos no séc. I pelos apóstolos de Jesus Cristo ou alguém do círculo apostólico. Marcos teria sido o primeiro a ser escrito, no início da década de 60, por João Marcos, que segundo a tradição, registrou o testemunho ocular de Simão Pedro. Ele escreveu aos cristãos de Roma para ajudá-los e fortalecê-los diante das perseguições.

Mateus teria sido escrito em meados da década de 60 por Mateus, o publicano apóstolo, para evangelizar os judeus, a partir do seu testemunho ocular e usando talvez o Evangelho de Marcos como base para a estrutura da narrativa.

Lucas, escrito pelo médico gentio Lucas, convertido ao Cristianismo, que foi companheiro de viagem de Paulo e que freqüentava o círculo apostólico, teria produzido esse evangelho pelo final da década de 60, a partir de pesquisa que fez da tradição oral e escrita que remontava aos próprios apóstolos. Seu objetivo, conforme declaração no início da obra Lucas-Atos, era firmar na fé um nobre romano chamado Teófilo.

Já o Evangelho de João teria sido escrito pelo apóstolo amado por volta da década de 70 ou 80, com aparentemente vários objetivos, entre eles combater o crescimento do gnosticismo. João escreve a partir de seu testemunho ocular, a partir do seu entendimento acerca da pessoa e da obra de Cristo.

Esses 4 evangelhos cedo foram reconhecidos pela Igreja cristã nascente como inspirados por Deus e autoritativos, como Escritura Sagrada, visto que seus autores foram apóstolos, a quem Jesus havia prometido o Espírito Santo para os guiar em toda a verdade (Mateus e João), ou alguém proximamente relacionado com eles (Lucas e Marcos). Assim, eles aparecerem em listas importantes dos livros recebidos como canônicos pela igreja, como o Cânon Muratório (170 d.C.), a lista de Eusébio de Cesareia (260-340) e a lista de Atanásio (367).

Os demais evangelhos, chamados de apócrifos, implicitamente reconhecem a validade do critério canônico da apostolicidade, ao reivindicar para si também a autoria apostólica e o conhecimento de segredos que não foram revelados aos apóstolos.



Evangelhos Apócrifos

O nome vem do grego apocryphon, “oculto”, “difícil de entender”. Esses evangelhos são geralmente classificados em narrativas da infância de Jesus, narrativas da vida e da paixão de Jesus, coleção de ditos de Jesus e diálogos de Jesus.

As narrativas da infância mais conhecida são o Proto-Evangelho de Tiago, Evangelho de Tomé o Israelita, o Livro da Infância do Salvador, a História de José, o Carpinteiro, o Evangelho Árabe da Infância, a história de José e Asenate e o Evangelho Pseudo-Mateus da Infância. Entre as narrativas da vida ou paixão de Cristo mais importantes se destacam o Evangelho de Pedro, o Evangelho de Nicodemus, o Evangelho dos Nazarenos, o Evangelho dos Hebreus, o Evangelho dos Ebionitas e o Evangelho de Gamaliel.

Existem apenas dois que se enquadram na categoria de coleção de ditos de Jesus, o Evangelho de Tomé e o suposto documento Q (quelle, “fonte” em alemão), do qual não se tem prova concreta da existência. Na categoria de diálogos de Jesus com outras pessoas e revelações que ele fez em secreto mencionamos o Diálogo com o Salvador e o Evangelho de Bartolomeu.

Essas obras são chamadas de evangelhos apócrifos por que não são considerados como obras genuínas, produzidas pelos apóstolos ou pelos supostos autores. Além disso, pretendem transmitir um conhecimento esotérico, oculto, além daquele conhecimento dos apóstolos. Em grande parte, esses evangelhos foram escritos por autores gnósticos com o propósito de difundirem as suas idéias no meio da igreja, usando para isso a autoridade dos evangelhos canônicos e dos apóstolos. Alguns deles foram encontrados século passado em Nag Hammadi, norte do Egito.

O Proto-evangelho de Tiago, por exemplo, escrito no século II, que descreve o nascimento e a infância de Jesus e a juventude da Virgem Maria, é tipicamente uma tentativa de satisfazer à curiosidade popular em torno de coisas não mencionadas nos evangelhos canônicos. A teologia desse “evangelho” é a de um docetismo popular: Jesus tem um corpo não sujeito às leis do espaço e do tempo. O escrito não tem valor como fonte histórica sobre Jesus.

Outro exemplo é o Evangelho da Verdade. Esse não é um evangelho no sentido costumeiro da palavra; é antes uma meditação, uma espécie de sermão sobre a redenção pelo conhecimento (gnosis) de Deus. É atribuído ao gnóstico Valentino, que viveu em meados do século II e por conseguinte, não ajuda em nada a pesquisa sobre o Jesus histórico. Na mesma linha vai o Evangelho de Filipe, escrito antes de 350. É, evidentemente, uma compilação de materiais mais antigos. O texto causou certo sensacionalismo quando da sua publicação, porque sugere uma relação amorosa entre Jesus e Maria Madalena. O Evangelho de Pedro – um fragmento que se conservou – descreve o processo contra Jesus, sua execução e sua ressurreição. Sua cristologia é a do docetismo: aquele que sofre e morre é apenas uma aparição do verdadeiro Jesus, que é divino e por isso não pode sofrer e morrer. Conforme esse evangelho, o corpo de Jesus se volatiliza na cruz antes de subir ao céu.

É preciso dizer que existem vários destes evangelhos apócrifos que foram compostos por autores cristãos desconhecidos, não gnósticos, e que aparentam refletir um tipo de cristianismo popular marginal. A maior parte deles pretende suprir a falta de informação histórica nos evangelhos canônicos, fornecendo detalhes sobre a infância de Jesus, diálogos dele com os apóstolos, informações sobre Maria e demais personagens que aparecem nos evangelhos tradicionais. Em alguns casos, parece que foram escritos para defender doutrinas não apostólicas e que estavam começando a ganhar corpo dentro do Cristianismo, como por exemplo, o conceito de que Maria é mãe de Deus e medianeira. O Proto-Evangelho de Tiago, já do séc. III, explica porque Maria foi a escolhida: por sua virgindade e santidade, e a defende como mãe de Deus e medianeira.

Alguns contém exemplos morais não recomendáveis. Por exemplo, o Evangelho de Tomé, o Israelita, narra diversos episódios em que o menino Jesus amaldiçoa e mata quem fica em seu caminho. Quase todos são recheados de histórias lendárias e bobas, como o Evangelho de Nicodemus, que narra como José de Arimatéia, Nicodemus e os guardas do sepulcro se tornaram testemunhas da ressurreição de Jesus. É um livro cheio de lendas, fantasias e histórias fantásticas.

Os evangelhos apócrifos usaram diversas fontes em sua composição: o Antigo Testamento, os próprios evangelhos canônicos e as cartas de Paulo. Usaram também tradições cristãs extra-canônicas, de origem desconhecida e suas próprias idéias e conceitos.

A Atitude da Igreja para com os Evangelhos Apócrifos

No período pós-apostólico alguns desses Evangelhos chegaram a ser recebidos por um tempo, como leitura proveitosa, como o Evangelho de Pedro, a princípio recomendado por Serapião, bispo de Antioquia em 191 d.C., mas depois, ele mesmo reconhece que ele tem elementos estranhos e o desrecomenda. Assim, nenhum deles jamais foi reconhecido como autêntico e apostólico.

Desde cedo a Igreja Cristã rejeitou estas obras, pois não preenchiam o critério de canonicidade: não foram escritas pelos apóstolos ou por alguém ligado a eles, contradiziam a doutrina cristã, tinham exemplos e recomendações morais e éticas pouco recomendáveis, e seus autores falsamente atribuíram a autoria aos apóstolos, como por exemplo, o Evangelho de Tomé, de Pedro, de Bartolomeu, de Filipe. Além do mais, suas histórias fantásticas acerca de Cristo claramente revelavam seu caráter especulativo e supersticioso, ao contrário da sobriedade e da seriedade dos evangelhos bíblicos. Não é de admirar, portanto, que eles não aparecem em nenhuma das listas canônicas, onde os 4 evangelhos canônicos aparecem.

Aqui cabe-nos mencionar o testemunho de Eusébio em sua História Eclesiástica, ao falar do Evangelho de Pedro, Tomé e Matias:

“Nenhum desses livros tem sido considerado digno de menção em qualquer obra de membros de gerações sucessivas de homens da Igreja. A fraseologia deles difere daquela dos apóstolos; e opinião e a tendência de seu conteúdo são muito dissonantes da verdadeira ortodoxia e claramente mostram que são falsificações de heréticos. Por essa razão, esse grupo de escritos não deve ser considerado entre os livros classificados como não autênticos, mas deveriam ser totalmente rejeitados como obras ímpias”.

Essa postura prevaleceu até a Reforma Protestante e o período posterior chamado de ortodoxia protestante. Com a chegada do método histórico-crítico, filho do Iluminismo e do racionalismo, passou-se a negar a autoria apostólica e a inspiração divina dos Evangelhos canônicos. Os mesmos passaram a ser vistos como produção da fé da Igreja, sem valor real para a reconstrução do Jesus histórico. Dessa perspectiva, os evangelhos apócrifos chegaram então a ser considerados como literatura tão válida como os canônicos para nos dar informações sobre o Cristianismo nascente, embora não sobre o Jesus histórico.

O renascimento do interesse pelos evangelhos apócrifos, em particular, os gnósticos.

A partir da visão crítica defendida pelo liberalismo teológico e pelo método histórico-crítico, em anos recentes os evangelhos escritos pelos gnósticos passaram a receber grande atenção e importância nos estudos neotestamentários das origens do Cristianismo e na chamada busca do Jesus histórico.

Vários fatos têm contribuído para isso. Primeiro, o surgimento do Jesus Seminar nos Estados Unidos, considerada a 3ª. etapa da busca do Jesus histórico iniciada pelos liberais do século XVIII. Um de seus membros mais conhecidos, cujas obras têm sido traduzidas e publicadas no Brasil é John Dominic Crossan. Em sua obra O Jesus Histórico: A vida de um camponês judeu do mediterrâneo de 1991, ele emprega os apócrifos Evangelho de Pedro e especialmente o Evangelho de Tomé para a reconstrução do Jesus histórico. Segundo Crossan, essas duas obras são mais antigas que os Evangelhos canônicos e contém informações importantes que não foram incluídas em Mateus, Marcos, Lucas e João. Essa atitude de Crossan é característica dos demais membros do Jesus Seminar e de muitos outros eruditos neotestamentários, que aceitam a autoridade dos evangelhos apócrifos, especialmente os gnósticos, acima daquela dos canônicos. Aqui podemos mencionar Elaine Pagels, cuja obra Os Evangelhos Gnósticos, recentemente traduzida e publicada em português, vai nessa mesma direção.

Segundo, a publicidade e o sensacionalismo da grande mídia em torno da descoberta e publicação dos textos dos evangelhos gnósticos, como o Evangelho de Judas e de Tomé. A mídia tem difundido a teoria de que a Igreja cristã teria ocultado e guarda até hoje outros evangelhos que remontam à época de Jesus e que contradiriam e refutariam totalmente o Cristianismo tradicional e ortodoxo. A veiculação pela mídia vai na mesma linha de propaganda e especulações anticristãs voltadas mais diretamente contra a Igreja Católica Romana e que acaba respingando nos protestantes, especialmente as igrejas históricas. Em 2004 foi o Evangelho de Tomé. Em 2006 foi a vez do Evangelho de Judas ganhar a capa de revistas populares pretensamente científicas. A ignorância dos articulistas, o preconceito anticristão, a busca do sensacionalismo, tudo isso contribuiu para que a publicação do manuscrito copta do Evangelho de Judas recebesse uma atenção muito maior do que a devida. Em 2007 foi a suposta sepultura de Jesus, uma inscrição antiga contendo o nome de Tiago, irmão de Jesus, e outras “descobertas” arqueológicas, fizeram a festa da mídia em anos mais recentes.

Não se deve pensar que essa atitude é um fenômeno atual. Desde os primórdios do Cristianismo, escritores pagãos como Celso e Amiano Marcelino publicam material atacando as Escrituras e o Cristianismo. Estou acostumado a assistir, anos a fio, a exploração sensacionalista dessas descobertas. Quando da descoberta dos Manuscritos do Mar Morto e das polêmicas e questões inclusive legais que envolveram a tradução e a publicação dos primeiros rolos, a imprensa da época especulava que os Manuscritos representariam o fim do Cristianismo, pois traria informações que contradiriam completamente o Evangelho. Os anos se passaram e verificou-se a precipitação da imprensa. Os rolos na verdade tiveram o efeito contrário, confirmando a integridade e autenticidade do texto massorético do Antigo Testamento.

Terceiro, produções de Hollywood como “O Código da Vinci”, “O Corpo”, “Estigmata”, “A última Ceia de Cristo” que se baseiam nesses evangelhos gnósticos têm servido para difundi-los popularmente.


O Evangelho de Judas

Examinemos mais de perto os dois evangelhos gnósticos que têm atraído recentemente a atenção da academia e do público em geral, que são os evangelhos de Judas e de Tomé.

O Evangelho de Judas preservou-se em um manuscrito copta do século IV, que supostamente conteria uma tradução do evangelho apócrifo grego de Judas, cuja origem é estimada em meados do século II. A restauração e a tradução do manuscrito copta foram anunciados em 6 de abril de 2006, pela National Geographic Society em Washington.

Não se trata da descoberta do Evangelho de Judas. O mesmo já é um velho conhecido da Igreja cristã. Elaborado em meados do século II, provavelmente na língua grega, era conhecido de Irineu, um dos pais apostólicos. Na sua obra Contra as Heresias, Irineu o menciona explicitamente, como sendo uma obra espúria produzida pelos gnósticos da seita dos Cainitas. No século V o bispo Epifânio critica o Evangelho de Judas por tornar o traidor em um feitor de boas obras.

Não se trata também da descoberta de um manuscrito antes desconhecido contendo essa obra. Acredita-se que o único manuscrito conhecido, escrito em copta, foi descoberto em meados da década de 1950 e depois de uma longa peregrinação nas mãos de colecionadores, bibliotecas, comerciantes de antiguidades e peritos, chegou às mãos das autoridades. Sua existência foi anunciada ao mundo em 2004. Trata-se de um códice com 25 páginas de papiro, envoltas em couro, das 62 páginas do códice original. Somente essas 25 páginas foram resgatadas pelos especialistas. A tradução que veio a lume em 2006 é dessas páginas.

O que é de fato novo é a tradução do texto desse apócrifo, texto até então desconhecido. Contudo, o ponto central que a mídia tem destacado com sensacionalismo, já era conhecido mediante as citações de Irineu e Epifânio, ou seja, que esse evangelho procura reabilitar Judas da pecha de traidor, transformando-o em vítima e herói.

Várias matérias publicadas na mídia diziam que Judas Iscariotes é o autor desse evangelho. Contudo, não existe prova alguma disso. Segundo o relato dos quatro Evangelhos canônicos, Judas suicidou-se após a traição. Como poderia ser o autor dessa obra? Irineu, no século II, atribuía a autoria do evangelho de Judas aos Cainitas, uma seita gnóstica. No códice descoberto e agora publicado, não consta somente o evangelho atribuído a Judas, mas duas obras a mais: a “Carta a Filipe” atribuída ao apóstolo Pedro e “Revelação de Jacó”, relacionado com o patriarca hebreu. A presença do evangelho de Judas em meio a essas duas obras apócrifas é mais uma prova da autoria espúria desse evangelho. Chega a ser irritante o preconceito da mídia, que sempre veicula matérias que negam a autoria tradicional dos Evangelhos canônicos, mas que rapidamente atribui a Judas Iscariotes a autoria desse apócrifo.

O manuscrito que agora foi traduzido não data do século II, mas do século IV. Especula-se que é uma tradução para o copta de uma obra mais antiga escrita em grego, que por sua vez dataria de meados do século II. Daí a inferir a autoria de Judas Iscariotes, que morreu na primeira parte do século I, vai uma grande distância. A seita dos Cainitas, segundo Irineu em Contra as Heresias, era especialista em reabilitar personagens bíblicas malignas, como Caim, os sodomitas e Judas. A produção de um evangelho reabilitando o traidor se encaixa perfeitamente no perfil da seita.

Ao final, pesando todos os fatos e filtrando o sensacionalismo e o preconceito anticristão, a publicação do evangelho de Judas em nada contribuirá para nosso conhecimento do Judas Iscariotes histórico e muito menos do Jesus histórico – servirá apenas para nosso maior conhecimento das crenças gnósticas do século II. Não representa qualquer questionamento sério do relato dos Evangelhos canônicos, cuja autoria e autenticidade são muito mais bem atestadas, datam do século I e receberam reconhecimento e aceitação universal pelos cristãos dos primeiros séculos.



O Evangelho de Tomé

Esse Evangelho consiste numa coleção de 114 ditos que Jesus supostamente teria ditado a seu irmão gêmeo, Tomé. Ele faz parte da livraria gnóstica descoberta em Nag Hammadi em meados do século passado. O que temos é um manuscrito copta, tradução de uma versão em grego desse Evangelho, datada do séc. III. Calcula-se que o evangelho original deve ter sido escrito no séc. II.

Não se trata de um evangelho no sentido usual do termo, visto que não contém qualquer narrativa sobre o nascimento, ministério ou paixão de Cristo. Trata-se de uma coleção de ditos de Jesus sem qualquer moldura geográfica, temporal ou histórica que nos permita localizar quando, onde e em que contexto Jesus os teria pronunciado. Calcula-se que foi escrito na região da Síria, onde existem tradições sobre o apóstolo Tomé e onde se sediava a seita dos encratitas, ascéticos que defendiam uma forma heterodoxa de Cristianismo.

Apesar de trazer muitas citações dos evangelhos canônicos, a teologia do Evangelho de Tomé é abertamente gnóstica. Defende a salvação através do conhecimento secreto e esotérico que Jesus revelou a seu discípulo Tomé. Está eivado das dicotomias e dualismos característicos do pensamento gnóstico mais evoluído do séc. II. Trata-se claramente de uma produção dos mestres gnósticos, que se valeram dos evangelhos canônicos e do nome do apóstolo Tomé para divulgar e espalhar suas crenças.

Como reagimos a tudo isso?

Apesar de todos os esforços da mídia e dos liberais, não se consegue provar que os evangelhos gnósticos foram escritos no primeiro século. Eles são produções posteriores aos canônicos e que se valeram dos canônicos como fontes. O maior argumento dos liberais para provar que o Evangelho de Tomé, contendo ditos de Jesus, foi escrito no séc. I antes dos canônicos depende da existência do suposto proto-Evangelho “Q”, a qual nunca foi provada.

O testemunho dos pais apostólicos é unânime em rejeitar esses evangelhos e atribuí-los a falsificações feitas pelos gnósticos com o propósito de espalhar suas ideais e ensinamentos. O conteúdo deles é distintamente diferente dos evangelhos canônicos e da religião ensinada no Antigo Testamento.

As reconstruções do Jesus histórico feitas pelos que dão prioridades aos apócrifos, especialmente os evangelhos gnósticos, deixam sem explicação o surgimento das tradições escatológicas a respeito dele que hoje encontramos nos Evangelhos canônicos. Nem mesmo a tese da “imaginação criativa da comunidade” defendida pela crítica da forma pode explicar satisfatoriamente como um camponês judeu, com idéias e estilo de vida de um filósofo cínico, praticando o curandeirismo entre o povo simples, cheio de idéias gnósticas, acabou por ser transformado no Cristo que temos nos Evangelhos em tão curto espaço de tempo, e ainda com as testemunhas oculares dos eventos ainda vivas."


Por Augustus Nicodemus Lopes
Vinacc / Portal Padom

sexta-feira, 20 de maio de 2011

RARAMENTE NA WEB ENCONTRA-SE UM COMENTÁRIO SOBRE ALGUM POST COM QUALIDADE, EIS UMA HONROSA EXCESSÃO


A questão levantada no blog foi a volta de Cristo terminando no juízo final e na condenação no inferno.


[Nascimento disse:
“Quem vos induziu a fugir da ira vindoura?” (Mateus 3.7)
Na igreja do Novo Testamento, a doutrina do inferno parece ter sido um dos ensinos básicos para os novos convertidos. O escritor da Epístola aos Hebreus se referiu ao “juízo eterno” como um dos princípios elementares da doutrina de Cristo (Hb 6.1-2) – em outras palavras, um ensino fundamental apresentado no início da vida cristã. Em nossos dias, esse ensino tem sido negligenciado; e precisamos tomar tempo para esclarecer nosso entendimento.
Podemos resumir os principais aspectos do ensino bíblico sobre o inferno em cinco proposições simples… O que é o inferno?
1. Um lugar real criado por Deus. Uma idéia contemporânea a respeito do inferno é a de que ele é apenas uma metáfora que se refere à infelicidade que experimentamos nesta vida. Nas memoráveis palavras de Jean Paul Satre, filósofo existencialista francês, “não há necessidade de enxofre ou grades de tortura. O inferno é a outra pessoa”. Para ele, o inferno era a dor causada pela crueldade dos seres humanos. As pessoas falam de suas experiências devastadoras chamando-as de “infernal”. “Passei por um inferno”, elas dizem. O inferno é visto como o lado sombrio da vida, a tristeza e o sofrimento pelos quais as pessoas passam.
Nada disso é verdade. O inferno é um lugar real. Não é uma metáfora nem um símbolo, nem uma descrição de nossa desolação interior ou de nossos sofrimentos presentes, não importando quão angustiantes eles sejam. O inferno não é um estado mental. É um lugar com dimensões espaciais. 
Na parábola do rico e Lázaro, o rico falou: “Este lugar de tormento” (Lc 16.28), usando a palavra grega normal que significava “lugar”, da qual procede a nossa palavra topografia – a ciência de descrever lugares. A Bíblia nos diz que Judas Iscariotes foi “para o seu próprio lugar” (At 1.25). Não sabemos em que lugar do universo está o inferno; mas ele tem uma localização precisa, em algum lugar. A Bíblia sugere o seu grande distanciamento da vida e da luz de Deus, ao descrevê-lo como “fora” (Mt 8.12; Ap 22.15), “trevas” (Mt 8.12; 22.13; 25.30).
O nome mais característico do inferno, no Novo Testamento, é gehenna, uma palavra que tem uma história interessante. Ela se referia ao vale de Hinon, fora de Jerusalém, no qual os israelitas queimavam seus filhos como sacrifício a Moloque, deus amonita (2 Cr 28.3; 33.6; 2 Rs 23.10). Era um lugar de atitudes perversas e de tristeza que angustiava o coração. No século I, o vale de Hinom havia se tornado um depósito de lixo, onde os detritos eram queimados dia e noite. As pessoas dos dias de Jesus associavam-no com fumaça, fedor e vermes – tudo que era detestável e imundo. Esse é o termo horrivelmente vívido que Jesus escolheu como figura apropriada do inferno real.
Visto que o inferno é um lugar, ele foi criado por Deus… Por ordem de Deus, o fogo eterno foi “preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41).
2. Punição justa, terrível e eterna. O inferno é um lugar de punição. Existe alguma idéia mais impopular em nossos dias? Nem todo tipo de punição é inaceitável. A punição corretiva, destinada a tornar o ofensor uma pessoa melhor, é bastante aceitável. Os movimentos “politicamente corretos” ainda não se empenharam por convencer os governos a tirar dos pais o direito de disciplinar os filhos. O propósito da disciplina é ensiná-los a não fazer o que é errado. Nossa esperança é que nossos filhos aprenderão com a experiência desagradável e não tenhamos de puni-los novamente. O serviço prisional segue essa mesma filosofia, na qual o alvo declarado do encarceramento é a reabilitação do criminoso. E alguns admitem uma função para a punição preventiva, empregando-a como um detentor que impede os outros de cometerem a mesma ofensa e, assim, sofrerem uma penalidade semelhante. Essa atitude serve como uma advertência para a comunidade, e a correção dos poucos culpados visa garantir a obediência contínua dos muitos que aderem à lei.
No entanto, a punição que o mundo de hoje não tolera é a retributiva – a punição infligida apenas como recompensa pelo mal, porque é isso que os malfeitores devem sofrer, a punição que caracteriza o ódio pelo que é errado e o compromisso com o que é certo. Esse tipo de punição é considerada bárbara e imoral. Isso acontece não porque as pessoas se tornaram mais humanas ou civilizadas, e sim porque elas são atemorizadas por um espectro sombrio. A sombra do inferno as persegue. Sussurros inquietantes de julgamento por vir ecoam em sua consciência. Essas intimações da ira de Deus deixa as pessoas tão apavoradas, que fazem tudo que podem para remover de nossa sociedade qualquer idéia de punição retributiva…
A punição do inferno é retributiva; não é corretiva. Ela não torna ninguém melhor. O purgatório, a idéia de que os seres humanos serão purificados e melhorados por meio de seu sofrimento após a morte, é um mito. Os sofrimentos no inferno não produzem nenhum benefício naqueles que estão sendo punidos ali. O inferno não é uma punição preventiva, exceto no caso de que ouvir sobre ele agora pode levar as pessoas a se converterem do pecado para Cristo. Quando Deus abrir os livros de julgamento e proclamar o destino final de todos, a punição anunciada será o que muitas pessoas odeiam e temem acima de tudo: punição retributiva, imposta porque o errado é errado, e Deus se opõe ao que é errado…
A punição será justa porque é imposta pelo santo Senhor Deus, cujos juízos são totalmente verdadeiros e justos. A Escritura nos diz que todos os ímpios serão punidos, mas não no mesmo grau. Alguns sofrerão mais do que outros: quanto maior a culpa, maior a penalidade. Deus lidará com os pecados cometidos na ignorância menos severamente do que lidará com atos de desobediência consciente. “Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade será punido com muitos açoites. Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignas de reprovação levará poucos açoites. Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão” (Lc 12.47-48).
Privilégios negligenciados aumentarão a penalidade recebida, pois Cristo deu uma advertência solene às cidades da Galiléia em que ele pregara e realizara milagres: “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida!… no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom… [e] para com a terra de Sodoma do que para contigo” (Mt 11.21-24). Isso deve ter sido uma afirmação chocante para aqueles que a ouviram em primeira mão. As respeitáveis cidades pesqueiras da Galiléia, aos olhos de Deus mais culpadas do que Tiro, cidade pagã, ou do que a pervertida Sodoma! Mas essa é a severidade de ouvir e rejeitar o Filho de Deus.
Escribas, que desfrutavam de incomparável exposição às Escrituras, mas se comprovaram hipócritas, avarentos e desonestos, “sofrerão juízo muito mais severo” (Mc 12.38-40). Isso deve ser uma consideração solene para aqueles que foram criados em lares cristãos, mas ainda não se renderam ao Salvador. Os mais profundos abismos do inferno estão reservados não para os descaradamente ímpios, e sim para aqueles que desde a infância tinham familiaridade com a mensagem de salvação e, apesar disso, nunca a aceitaram para si mesmos.
A Bíblia não nos mostra como serão os graus do castigo. Talvez Deus infligirá mais dores a alguns. Talvez haverá uma conscientização mais aguda das oportunidades negligenciadas, um remorso mais profundo. O verme da memória – o ensino de um pai ou as orações de uma mãe – talvez sejam parte da tortura dos condenados no inferno. A Bíblia não nos diz… Mas sabemos que a punição será absolutamente justa. Ninguém jamais poderá queixar-se de que não foi justa ou de que não a mereceu. O inferno é justo.
Além disso, o inferno é terrível, pois é um lugar de “choro e ranger de dentes” (Mt 8.12), onde “não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga” (Mc 9.44). Aqueles que forem para o inferno beberão “do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira”; e serão atormentados “com fogo e enxofre… A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite” (Ap 14.10-11). Isso é… terrível.
O inferno é eterno. Apesar das ilusórias “dificuldades” modernas, o ensino das Escrituras é claríssimo. Elas nos falam sobre a “eterna destruição” (2 Ts 1.9), “o fogo eterno… o castigo eterno” (Mt 25.41, 46). Em cada um desses versículos, a palavra usada é a mesma palavra grega aplicada à vida “eterna”. Assim como as alegrias do céu são eternas, assim o são os sofrimentos do inferno. Judas se referiu ao “fogo eterno” (v. 7) e à “negridão das trevas, para sempre” (v. 13).
Quão apavorante será essa punição – justa, terrível e eterna! João Calvino disse: “Por meio dessas expressões, o Espírito Santo tencionava, certamente, consternar todos os nossos sensos com pavor”.
3. Para o Diabo, seus anjos e os não-salvos. “Todas as pessoas interessantes estarão no inferno”, escreveu George Bernard Shaw, o dramaturgo irlandês, em uma peça de blasfêmia insolente. Mas isso não é o que a Bíblia nos diz.
O Diabo estará no inferno, “lançado… dentro do lago de fogo e enxofre” (Ap 20.10). Acompanhando-o, estarão os “seus anjos” (Mt 25.41), que no presente estão guardados, “em algemas eternas, para o juízo do grande Dia” (Jd 6). Esses demônios, já cientes de seu destino final, quando Jesus esteve na terra, curvaram-se diante do poder do Salvador, clamando: “Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos?… Rogavam-lhe que não os mandasse sair para o abismo” (Mc 1.24; Lc 8.31).
O inferno é também para os notoriamente ímpios. “Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre” (Ap 21.8). Que galeria de embusteiros repulsiva! Essas são as “pessoas interessantes” de Bernard Shaw.
Entretanto, não são apenas os ousadamente maus que estarão no inferno. O apóstolo Paulo identifica para nós aqueles contra os quais Deus tomará vingança “em chama de fogo”. Quem são eles? Quem são esses monstros de depravação? Os Hittlers? Os Stalins? Sim. Mas, também, todos “os que não conhecem a Deus e… os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus” (2 Ts 1.8). Muitos deles são pessoas decentes, exteriormente corretas. São bons cidadãos, pais cuidadosos, empregados confiáveis, vizinhos amáveis – porém nunca creram em Cristo como seu Salvador. Recusaram obedecer “ao evangelho”.
Você está nessa condição? Talvez pense em si mesmo como uma pessoa razoavelmente boa. Talvez pense que não é culpado de nenhum grande pecado e nunca fez alguma coisa de que se envergonha. Mas o evangelho diz: “Crê no Senhor Jesus”; e você não tem obedecido a esse mandamento. Ainda que você não tenha cometido outro pecado, Deus tomará vingança de você, em chama de fogo, se não obedecer ao evangelho. Somente aqueles que creram em Cristo escaparão do inferno. “Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3.36). E “quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24).
4. O irrevogável destino do incrédulo na morte. No Dia do Juízo, os corpos dos incrédulos ressuscitarão dos sepulcros, serão unidos novamente à sua alma e lançados no inferno. Contudo, precisamos lembrar que a alma do incrédulo já está no inferno. Não existe nenhuma “terra de ninguém” no universo, nenhuma sala de espera entre o céu e o inferno, nenhum sono da alma ou período de inconsciência até à segunda vinda de Cristo. As almas que não habitam seus corpos estão no céu ou no inferno.
Quando os crentes morrem, as suas almas seguem imediatamente para estar com Cristo. Paulo queria “partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” (Fp 1.23). O próprio Salvador disse ao ladrão que estava para morrer: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43). Isso é exatamente o que acontece com todo crente quando morre. Por contrário, quando um incrédulo morre, ele parte para estar com Satanás, o que é infinitamente pior. E, quando passa deste mundo, o Diabo lhe sussurra, com triunfo: “Hoje você estará comigo no inferno”. Não existem outras possibilidades. Ou nossa alma estará com Cristo, ou estará com Satanás.
As palavras sheol, no Antigo Testamento, e hades, no Novo Testamento, têm sido entendidas por alguns como que se referindo a um estado neutro, intermediário, vivido por todos os seres humanos até ao retorno de Cristo. Mas isso se deve a um entendimento errado, pois essas palavras são usadas nas Escrituras em, pelo menos, dois sentidos. Às vezes, referem-se ao sepulcro, aonde todos vamos, e, às vezes, ao lugar de punição, ao qual o crente não vai. Alguns versões da Bíblia traduzem corretamente sheol, de acordo com o contexto, variando-a entre “sepulcro”, “abismo” e “inferno”.
Ainda que as Escrituras nos falem mais sobre o destino dos crentes do que sobre o dos perdidos, seu ensino é bem claro no que diz respeito àqueles que morrem sem Cristo. A parábola de nosso Senhor sobre o rico e Lázaro refere-se evidentemente ao período de tempo anterior à ressurreição geral. O rico havia morrido e sido sepultado, e seus cinco irmãos ainda viviam na terra. O fim do mundo ainda não chegara. Contudo, embora morto, ele estava consciente, porque “no inferno, estando em tormentos, levantou os olhos”. Seu corpo estava em decomposição no sepulcro, mas sua alma experimentava agonia no inferno. “Estou atormentado nesta chama”, ele clamou (Lc 16.23-24).
Todos os que morreram na incredulidade estão sofrendo neste momento. “O Senhor sabe livrar da provação os piedosos e reservar, sob castigo, os injustos para o Dia de Juízo” (2 Pe 2.9). Não há uma segunda chance, nenhuma esperança futura, nenhuma utilidade em orar pelos mortos. Estão além do alcance de nossas orações, que não mais os ajuda. Nem mesmo o Deus todo-poderoso os ajudará.
Essa é a razão por que o evangelho é tão urgente. É o motivo por que Deus nos chama a crer agora, porque, depois de mortos, será tarde demais. Naquele momento, a alma está irrevogavelmente perdida, aguardando somente a sua reunião com o corpo condenado no Último Dia.
5. O inferno é governado por Deus e existe para a sua glória. Precisamos enfatizar que o inferno é governado por Deus, pois existe uma idéia popular de que o inferno está, de algum modo, fora do alcance e da presença de Deus. Muitos acham que o inferno é como um repositório de lixo atômico no qual Deus confinará os ímpios. Ele será lacrado, enterrado e esquecido. E as almas que estão naquele lugar pavoroso serão deixadas à mercê de seus próprios artifícios. Talvez John Milton, embora tenha sido um grande poeta puritano, foi em parte responsável por essa idéia errônea. Em sua obra Paraíso Perdido, ele dedica grande quantidade de atenção a Satanás, o anjo-chefe. Quando o Diabo está entrando no inferno, Milton o faz dizer: “Pelo menos aqui seremos livres… Aqui poderemos reinar tranqüilos. E, em minha escolha, reinar é uma ambição digna, embora no inferno. É melhor reinar no inferno do que servir no céu”.
O poeta está dando ao Diabo uma pálida esperança. “Aqui seremos livres… Aqui poderemos reinar seguros.” Talvez isso seja realmente o que o Diabo pensa e anseia. “Eu posso ser ímpio, mas serei meu próprio senhor. Este pode ser um lugar de miséria, mas, pelo menos, conseguirei ficar longe de Deus.” Muitos concordam com ele e pensam no inferno como o lugar em que Satanás reina.
Isso não é verdade. O inferno é um lugar em que somente Deus governa. Não é um reino demoníaco independente e absoluto. Deus, que “tem poder para lançar no inferno” (Lc 12.5), governa-o e preparou as suas chamas (Mt 25.41). Ele está presente no inferno, pois os condenados são atormentados “diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro” (Ap 14.10). Que afirmação terrível e misteriosa!
Não, os demônios não reinam no inferno. Não devemos retratar o Diabo como um herói trágico e rebelde que vive sozinho e ergue seu punho para Deus. Milton cometeu esse erro quando colocou estas palavras nos lábios de Satanás: “E se o campo for perdido? Nem tudo está perdido; a vontade inconquistável… e a coragem de nunca submeter-se ou render-se: essa glória a ira ou o poder de Deus nunca me tirará… Curvar-me e implorar por graça, com prostração humilde, e exaltar o poder dele… isso seria ignomínia e vergonha aqui em embaixo, nesta desgraça”.
Isso nos causa profunda compaixão, não? Embora terrível, há algo magnificente no que concerne à vontade inconquistável, a criatura maldita e obstinada, o espírito que não pode ser quebrantado. Esse desafio apela à nossa natureza arrogante e caída; mas é um desafio espúrio. “Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.10-11). Satanás não será “livre”, sua vontade não é “inconquistável”, sua “coragem” será inexistente, sua “ignomínia e vergonha”, total. “Tudo” já “está perdido”. Ele não será um príncipe negro, apavorante em sua dignidade ímpia, e sim uma criatura desprezível, prostrada diante do Rei e Senhor de tudo. Deus reina no inferno, como reina no céu.
Temos de lembrar também que o inferno existe para a glória de Deus… No inferno, e só podemos dizer isso com temor reverente, a glória de Deus será revelada de maneiras novas e admiráveis. Sua autoridade como Rei será vista mais claramente do que já foi possível antes. Novos aspectos de sua santidade e justiça serão revelados ao seu povo extasiado.
Ousemos crer nisso porque as Escrituras o ensinam. O último livro da Bíblia nos mostra os habitantes santos do céu louvando e agradecendo a Deus pelo inferno. Os vinte e quatro anciãos prostram-se sobre o seu rosto, diante de Deus, afirmando: “Graças te damos, Senhor Deus, Todo-Poderoso… porque assumiste o teu grande poder e passaste a reinar. Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos” (Ap 11.17-18).
O anjo das águas louva o Senhor por seus juízos: “Tu és justo… pois julgaste estas coisas… também sangue lhes tens dado a beber; são dignos disso” (Ap 16.5-6). Assim como toda a criação, o inferno existe para a glória de Deus. ]
Entretanto, apesar dos acertos nas lembranças dos textos certos e exposição corretas, o leitor comentarista defende a idéia que o Senhor estará no inferno também ( ??!! ) ao que os outros leitores afirmaram, por exemplo: 

Carlos disse:
Meu caro Nascimento apartir do momento que Deus, der o seu veredicto final, enviando Satanás, seus anjos e todos aqueles que seguem satanás, para o sofrimento eterno, o que Deus vai fazer lá? se não existe mais salvação após a morte física!
Fonte: GOSPEL+

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inferno 247x300 Pergunte ao Pastor   Gostaria de saber, se no inferno as pessoas vão se reconhecer?Pergunta
Paz do Senhor!; Gostaria de saber, se no inferno as pessoas vão se reconhecer?
grato
Ailton
Resposta
Vão. Elas vão ter a noção exata do que fizeram.
Quando se morre, a alma não deixa de existir, ela não morre junto com o corpo!
Após a morte a alma que além de ser detentora dos sentimentosé também da consciência. Quem for para o inferno  saberá extamente que está lá, num lugar “onde queima o fogo e o enxofre”, sem ter absolutamente nenhuma esperança mais de livramento ou de alívio.
Jesus ensinou que o inferno é um lugar de tormento e sofrimento. Vemos em Lc 16:19-28 a história de um homem que, Jesus revelou, estar lá: “…gritou: “Pai Abraão, tenha pena de mim! Mande que Lázaro molhe o dedo na água e venha refrescar a minha língua porque estou sofrendo muito neste fogo!” (Lc 16.24). O pedido foi negado!
A pessoa entra em lamentação, choro, dor, sofrimento, tormento, há ranger dos dentes (Mt 13.42) de total desespero.
As pessoas no inferno estão o tempo todo conscientes.

Pr. André Lepre
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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

CHEGANDO-SE A DEUS DE FORMA INESPERADA MAS REAL
















Em que medida a cultura e a informação acadêmica de seu tempo e as oportunidades à maior informação, podem ser facilitadoras de uma experiência com Deus? Há certamente pessoas que o conhecimento singular e acima da média aparentemente as afasta de Deus. Não foi esse o caso. Veja.


César Vidal(*) esteve em Lisboa para falar sobre a polémica obra ‘Jesus, o Judeu’ [Esfera dos Livros], em que diz que muitos cristãos não seguem os Dez Mandamentos.


Correio da Manhã - Quando decidiu que queria ser cristão evangélico?

César Vidal - Já lá vão muitos anos. Foi em 1977. Não decidi que queria ser evangélico. Na verdade, o processo foi diferente. Converti-me lendo o Novo Testamento em grego. Eu tinha tinho aulas de grego durante o bacharelato e tinha muita pena de perder uma língua que aprendera. Então, todos os dias tentava alguns capítulos do Novo Testamento nesse idioma. Durante essa leitura, ao fim de uns anos, converti-me, mas não sabia onde ir, sabia sim onde não podia ir. Meses depois acabei numa igreja evangélica. Não decidi ser evangélico, sofri uma conversão e só depois terminei numa igreja evangélica.

- Antes de o ler em grego, já o tinha feito em outros idiomas?
- Sim. Tinha-o lido várias vezes em espanhol e também em inglês, um ano antes. Mas a leitura em grego teve várias consequências: permitia-me maior analisar com mais profundidade os textos e lia mais devagar. Às vezes lemos demasiado depressa.

- Notou alguma diferença nos mesmos textos em línguas diferentes?
- Diferenças não. Podia ter-me convertido a ler a Bíblia noutro idioma. Mas a leitura em grego marcou-me muito.

- Colabora com rádios, publicações e ainda escreve livros. Como consegue ainda ter tempo para consultar as dezenas de livros que refere na bibliografia de 'Jesus, o Judeu' [Esfera dos Livros]?
- Na verdade, esta obra é a consumação de mais de 20 anos de trabalho. A minha tese de doutoramento, que escrevi no final dos anos 80, era um documento que se centrava nos primeiros cristãos ou judeu-cristãos que, num momento determinante, no final do século I, são expulsos de Israel, dando origem à separação entre judaísmo e cristianismo. Essa tese, que obteve um prémio carreira da Universidade [Nacional de Educación a Distancia] e a máxima classificação académica, fez-me ler bastante durante quatro anos. Foi um início. A partir daí comecei a trabalhar com o cristianismo primitivo, com Jesus, e livros meus, alguns dos quais distinguidos com prémios, estão relacionados com esses temas. Por exemplo, a minha biografia de Paulo, que se intitula 'Pablo, el judío de Tarso', obteve um Prémio Biografia [Algaba] em 2006. E o meu mais recente livro, que será lançado nos Estados Unidos no final de Abril, é uma edição do Novo Testamento em grego com uma tradução interlinear, palavra por palavra, em espanhol. Portanto, é uma área em que trabalho há mais de 20 anos.

- Afirma que Jesus sempre foi judeu. Então o que mudava era apenas a sua interpretação da Torá?
- Eu tenho a certeza de que Jesus foi judeu desde o nascimento até à sua morte: foi circuncidado ao oitavo dia após o nascimento, a sua mãe passou pelo rito de purificação das mulheres judias quando dão à luz, foi levado ao Templo, ia à Sinagoga aos sábados, podia ler em hebraico do rolo da Torah e morreu a recitar o Salmo 22. Portanto, é muito claro que era judeu. A interpretação da Torah feita por Jesus não é nova. Mas é uma interpretação especial, no sentido em que ele afirma que o tempo chegou, ou seja, dizia que 'Vocês esperam o Messias, e eu sou o Messias. Vocês esperam que Deus entre na História e eu digo-vos que Deus está a entrar'. Esse é o elemento essencial e provoca um choque com as autoridades espirituais da época. Porque Jesus parte de uma mensagem que é muito simples, que ele expressa recorrendo a uma metodologia judaica, os ‘meshalim’, o que nós chamamos parábolas, e dessa forma conseguia explicar, por exemplo, que todos os seres humanos, como indivíduos ou mesmo em conjunto, são iguais a um doente que precisa de médico, a uma ovelha que se perdeu, a uma moeda que se extraviado, a um filho que gastou tudo o que tinha. Neste caso, a ovelha não pode voltar a casa, a moeda não regressa ao bolso e o filho apenas pode entrar se o pai o deixar. Mas a mensagem de Jesus é a boa notícia: o pastor vai procurar a ovelha, a mulher encontra a moeda e, claro, o pai abraça o seu filho. São símbolos das acções de Deus. Isto faz com que qualquer pessoa, ainda que seja má, perceba que pode ser recebida por Deus, coloca-se no caminho para a salvação. É o que Jesus conta na parábola do fariseu e do publicano: o primeiro é visto, desde o ponto de vista humano, como sendo bom enquanto que o segundo era um pecador, mas Jesus disse que o fariseu não foi para casa perdoado e o publicano sim. A razão disto acontecer é simples: o publicano reconhece que é pecador e o outro não. Isto faz com que Jesus possa afirmar que as prostitutas e os publicanos precedem os outros no Reino dos Céus. Esta é a primeira parte da sua mensagem. E isto tudo é legitimado pelo facto de Jesus ser o Messias. Logicamente que isso vai contra algumas autoridades, como por exemplo as do Templo. 

– Como é que Jesus, sendo criado por um carpinteiro, numa família pobre, tinha os conhecimentos necessários para interpretar as escrituras? Onde foi instruído?
- Isso é algo que numa cultura, como por exemplo as de algumas sociedades católicas, se torna chocante, porque a aquisição da alfabetização e dos estudos escritos não está relacionada com os conhecimentos religiosos. Não se pode ser muito católico, muito religioso e ser analfabeto. Algo que é praticamente impossível numa sociedade como a judaica ou a protestante, onde a religião e a piedade estão ligadas com os estudos de um livro, o que faz com que no judaismo, em que sempre houve uma taxa de alfabetização superior à de outras sociedades, pois se não sabes ler e escrever não podes ler a Bíblia e, além disso, os ensinamentos da Bíblia dão-se na mesma Sinagoga e noutra língua. Assim sendo, uma pessoa muito humilde, e a história do tempo de Jesus tem muitos exemplos, pode ser muito instruída no que chamaríamos de teologia. A situação economicamente débil não significa que não se tenha educação.

– Refere na sua obra que existem várias teorias que negam a concepção virginal de Jesus: Maria pode ter sido violada, ter tido relações sexuais antes da menstruação ou mesmo relações extra-conjugais. Em que tese acredita mais?
- Acredito que todas essas teorias são novelas. Tentam explicar algo que só se pode explicar de uma forma milagrosa. Teorias muito sofisticadas mas que não têm fundamentação. Como historiador tenho que contar a existência dessas teorias mas acredito que, tendo em conta o que sabemos, não podemos ir mais além. Há uma referência clara no Evangelho de Mateus, que destaca que a concepção de Jesus foi virginal, referindo ainda uma profecia do Livro de Isaías. Uma pessoa que acredite na Bíblia tem de aceitar que a concepção foi virginal. Tentar explicar isso recorrendo a teses como a de um pai romano, as relações sexuais anteriores, a violação... Parece-me novela e não uma investigação histórica.

– Há uma outra teoria, defendida por alguns historiadores, em que é afirmado que Jesus terá casado com Maria Madalena...
- Isso é uma estupidez, um disparate. Não temos nenhuma referência histórica de que Jesus fosse um homem casado. Se ele tivesse casado sabe-lo-íamos pois, no caso do judaismo, não existia praticamente o celibato, era normal que as pessoas se casassem, até mesmo os rabinos. Não exista nada nesse sentido.

– Neste livro diz que, ao longo dos anos, foi feita uma má interpretação da Bíblia, que existiam duas Maria Madalena: a prostituta e irmã de Lázaro. Como ocorreu a deturpação das personagens de forma a que se acreditasse que se trata da mesma pessoa?
- Os evangelhos são muito claros relativamente a Maria: é uma personagem que está relacionada com Lázaro e que João, a certa altura, refere que esta tinha vários demónios e que Jesus a curou. É também uma das primeiras pessoas que o vê ressuscitar. Isto é o que sabemos de Maria. Historicamente quis-se identificar Maria com a prostituta que lava os pés de Jesus. Mas nos evangelhos não há nada disso. A identificação das duas personagens não parte da Bíblia, é uma interpretação posterior. Além de que é praticamente impossível que o seja. A família de Lázaro é uma família rica, não existindo referências de que Maria se comportasse dessa forma. É uma interpretação errónea.

– Poderá ter sido porque ambas lavam os pés a Jesus e os secam com o seu cabelo?
- Sim, penso que é isso. Apesar de serem dois episódios diferentes. Uma quando Jesus se encontrava na casa de um fariseu e outro antes da Última Ceia. Pode ter sido esta origem do engano, apesar de, qualquer pessoa que leia com atenção os textos dos Evangelhos, veja que são dois episódios diferentes.

– Antes da traição de Judas, Jesus já sabia que este se desviara do caminho dos restantes apóstolos há um ano, que roubava e se sentia desiludido com as acções do seu Mestre. Sabendo isto, porque não o tentou trazer de volta para a harmonia do grupo?

- Penso que Jesus tentou até ao último momento que Judas volte atrás. Mesmo no último encontro entre ambos, em Getsémani, dirige-se a Judas como amigo, até ao último instante tenta dar-lhe a mão. O problema de Judas é o de uma pessoa magoada por estar desiludida. A prova está na quantia que recebe para atraiçoar Jesus, quase ridícula. É o salário de um mês de um jornaleiro, 30 moedas de prata. Aí se verifica o quão decepcionado estava, e mesmo assim Jesus dá-lhe a oportunidade de voltar.

– Judas apercebe-se do seu erro apenas quando Jesus é detido, devolve o dinheiro e enforca-se. Acredita que ele se arrependeu das suas acções?
- Não me parece que assim seja. Acredito que ele seja uma pessoa que vê que a sua mágoa o levou demasiado longe.

 – Na obra revela que o governo de Pôncio Pilatos era caracterizado por ser corrupto, violento e com execuções sem julgamento. No entanto, quando vê que Jesus está inocente tenta libertá-lo. Porque esta demonstração de algum sentido de Justiça?
- Não se trata de uma mudança por parte de Pilatos. É algo que encaixa muito bem nele. Ele não pode permitir que o Sinédrio lhe diga o que tem de fazer. Tenta manter a autonomia do seu poder, como se dissesse 'Não vou entrar nesses jogos de poder. Sou demasiado importante como governador romano para entrar nisto'. Tenta enviar Jesus a Herodes e evitar que o executem mas, no final, a forma de governação corrupta de Pilatos continua, porque quando se vê ameaçado decide que irá acabar com a vida de um inocente. No fundo, o que tentou mostrar foi que se tratava de um poder independente, e acima de tudo alguém que odeia as autoridades do templo, pois quando Herodes lhe devolve Jesus sem o julgar, ficou amigo do rei. Nesse momento, ambos perceberam que odiavam as autoridades do Templo.

- De acordo com as conclusões do seu livro, muitos cristãos não seguem os Dez Mandamentos, pois prestam culto às imagens de Jesus e de santos, quando devem louvar apenas um Deus...
- Esse é um mandamento muito claro. Se consultarmos a Bíblia, no capítulo 20 do Livro do Êxodo, podemos ver os Dez Mandamentos, sendo que nos versículos 4 e 5 está a proibição de prestar culto às imagens. Jesus defendia isso. Não se conhecem imagens cristãs durante o século I. E, mesmo no século II, os aparecem alguns desenhos nas catacumbas que não são imagens de culto mas sim símbolos, como o lírio, a âncora, etc..

- Como vê o poder que a Igreja Cristã detém actualmente no Mundo?
- Jesus é muito crítico quanto ao poder. Uma das tentações diabólicas que enfrenta é exactamente a do poder. Há um determinado momento em que ele faz ironia ao afirmar que 'os reis dominam sobre nações, e os que exercem autoridade sobre elas são chamados benfeitores, mas vós não sereis assim'. Penso que há uma incompatibilidade entre o domínio, o poder e o facto de se seguir Jesus.

- Conhece Fátima, em Portugal? Em torno da cidade existe um grande comércio religioso. Pode comparar-se aos comerciantes que estavam no Tempo na época de Jesus e que este expulsou, de forma a ‘limpar’ a casa de seu Pai?
- É algo totalmente contrário aos ensinamentos de Jesus. Na passagem do Templo ele afirma que é uma casa de oração e que o converteram num covil de ladrões. Provavelmente aquelas pessoas não roubavam e vendiam objectos religiosos, mas para ele era claro que tal não podia ser. Também porque a oração que Jesus ensina [Pai Nosso] é uma oração íntima, não é uma repetição contínua de orações. Não se trata da exibição da oração mas de entrares no quarto e, em segredo, dirigires-te ao Pai, que te escuta e ouve. Não visitei ainda Fátima mas conheço. Não é muito diferente de outras partes no resto do Mundo.

- Defende que Jesus tinha quatro irmãos e, pelo menos, duas irmãs. Quando se referem esses irmãos no Novo Testamento não poderá ser no sentido de muito amigos, que o seguem por toda a parte?
- Não, porque as palavras não as diz Jesus. O texto que aparece em Mateus 13, 54-55 e em Marcos 6, 3-4, refere que são os vizinhos quem o diz. Os vizinhos conhecem os irmãos e as irmãs. E, realmente, existem palavras para parentes ou primos que são distintas das que indicam irmãos. Mas, além disso, há um ou facto importante: num apêndice do livro, juntei 52 profecias messiânicas que se cumprem em Jesus. Uma das profecias, que recolhi no Salmo 68, o mesmo onde diz que ele se irritaria com os que comerciavam na casa de Deus, é dito que os filhos da sua mãe não acreditarão nele. Penso que essa profecia também se cumpre.

– O livro apresenta muitas referências bíblicas e, certamente, requereu muita análise. Mas há quem afirme que alguns dos livros que constituiam a Bíblia foram retirados da mesma ao longo da História...
- Não penso que seja verdade. Há circunstâncias que comprovam o que digo. Por exemplo, a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, de Qumran, mostram a exactidão do texto bíblico que temos, relativamente ao Antigo Testamento. E o mesmo sucede com o Novo Testamento. No meu próximo livro apresento as variantes que aparecem em alguns manuscritos, que deixa isso bem claro.

- Jesus é condenado à morte porque os sacerdotes temiam que os romanos, ao ouvir falar de um Messias, destruíssem o Templo de Jerusalém. Esperavam o Filho de Deus, mas quando este aparece desprezam-no para se salvarem?
- Isso acontece muito nos Evangelhos. Por exemplo, quando Jesus chega a Gesara e cura um endemoniado que vivia no cemitério. Aqueles que tinham visto durante anos o homem possuído, a quem não conseguiam prender nem com correntes, disseram a Jesus que se fosse embora.

– Mesmo com todos os milagres que lhe são atribuídos, como não o reconheceram como sendo o Messias?
- O problema é que, em muitos casos, a própria sensação de auto-justificação e de bondade própria fazem com que fechemos a porta de vez. Esse é um grande problema. Se acreditas que tens a chave do Reino dos Céus, e que és tu quem abre e fecha a porta de Reino, é muito difícil que escutes o Messias. No capítulo 23 de Mateus, Jesus diz que eles têm a chave do Reino dos Céus e não entram nem deixam entrar outros, penso que é feita uma descrição muito triste mas também muito exacta dessa situação.

– Apesar dos receios da destruição do Templo, este chega mesmo a ser destruído, 40 anos após a morte de Jesus...
- Considero esse outro ponto importante. Primeiro há gente que considera que a sua estrutura religiosa é o mais importante do que Deus. Mas isso não significa que a mesma vá durar. E penso que este é um caso muito claro.

- Acredita que o Filho de Deus vai voltar?
- Sim. Mas não sei quando.

– Acha que o Mundo estará preparado para o receber?
- Essa é uma pergunta que Jesus faz também, no Evangelho: 'Quando o Filho do Homem voltar à Terra, encontrará fé?' Eu penso que haverá pessoas que estarão preparadas e outras que não.

– O seu próximo livro será publicado nos EUA. Apenas estará disponível nesse país?
- Não. Será publicado pela editora americana Thomas Nelson mas será distribuído por toda a hispano-américa e também estará disponível em Espanha.

(*)PERFIL
César Vidal nasceu em Madrid, em 1958. Licenciado em Direito e doutorado em História, Teologia e Filosofia, leccionou em várias universidades da Europa e dos EUA. Tem publicadas mais de cem obras.

Fonte: Notícias Cristãs com informações do Correio da Manhã




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