Falamos na postagem anterior acerca das diferentes teologias. O objetivo era contribuir para um grupo específico de irmãos e para todos os crentes e cristãos estudiosos da Palavra de Deus lembrando-os que quando refletimos e debatemos com irmãos de diferentes formações, e que concebam ou usem como base de sua compreensão diferentes teologias, fatalmente podemos chegar a lugar nenhum durante os embates muitas vezes calorosos e pouco amistosos.
Nessa postagem quero deixar claro que dentre as diversas teologias usadas ( teologia popular, teologia leiga, teologia ministerial, teologia profissional e teologia acadêmica ) a que move a igreja e faz avançar o seu testemunho, são particularmente a teologia popular ( o seu lado bom ) aliada a teologia ministerial.
A teologia popular tem com algo que a fortalece e explicita a sua fé, a convicção pessoal do crente, o pouco aprendido na prática da teologia ministerial. Ela é deveras boa quando resultado da segunda. Os líderes, os pastores, praticam uma teologia ministerial que passada para os membros das igrejas, unida a experiência de cada um se torna na prática, uma teologia popular saudável. Convenientemente a teologia ministerial é sujeita ao tipo de prática e ênfase da sua denominação ou igreja. Dessa forma, mesmo que seus ministros sejam acadêmicamente mais preparados, com bagagem de uma teologia profissional e até acadêmica, a teologia que a igreja defende e professa será sempre a teologia ministerial sujeita a confissão da denominação ou igreja.
Tal fato explica que ainda que uma igreja tenha possibilidades de fomentar e propiciar estudos teológicos aprofundados a seus membros leigos e ministros, quase nunca se desviarão dos princípios originais do tempo das "vacas magras". Isso explica o fato de bons teológos católicos romanos, bons teólogos protestantes, e teólogos paraprotestantes ( também os há ), cujos estudos e formação teológicas, em grande parte passa por cadeiras e matérias comuns, não deixarem de professarem e defenderem seus antigos pontos de vistas com, inclusive, mais ardor.
Logo não é por ignorância absoluta mas por natural sujeição e sensibilidade as necessidades do homem. Praticaram teologias ministeriais Lutero, João Calvino e todos os líderes e fundadores de igrejas e denominações. As suas respectivas teologias refletiam a prática ministerial e sua pregação conforme percebiam as possibilidades de bençãos reveladas nas Escrituras e na carência das pessoas. Isso explica, guardadas as proporções, as pregações e ênfases dadas nas diversas igrejas, que refletem em maior ou menor grau, a cosmovisão de cada uma delas, a ênfase em diferentes bençãos passíveis de serem concedidas por Deus aos que nEle depositam toda a sua confiança. Explica também o afastamento, a alienação, e até a negação por parte de determinadas denominações em facetas do evangelho claramente expostas nas Escrituras.
De certa forma, se não tão boa, a teologia ministerial, restringe a atuação dos crentes que descansam em seus pressupostos, embora em parte seja também uma segurança, na organização e na compreensão e defesa de sua fé em particular. em um embate entre reformados e neopentecostais, por exemplo, nenhum proveito surgirá por mais acirradas que sejam as discussões. Ambos os lados, por motivos diferentes manterão a todo o custo os seus pontos de vistas. De fato, sem se darem conta, uns mais que outros, representam ambos facetas da mesma revelação escriturística e constituem o resultado visível de teologias ministeriais diferentes. No caso os neopentecostais bem como os pentecostais levam alguma vantagem, pois se um crente tradicional, obter um milagre contundente por exercitar na pratica uma faceta da revelaçao bíblica que a teologia ministerial de sua igreja induzia a negar, poderá ser um "novo" neopentecostal agora com uma teologia leiga ou ministerial mais refinada.
Mas nem tudo é tão fácil e se qualquer um de nós espera que Deus intervenha em nossas contendas domésticas pode desistir, pois ao que parece a despeito de nossas controvércias, Ele, o Senhor espera que em meio as nossas "pendengas", todos produzamos os frutos e os resultados, que segundo Ele são realmente mais importantes.
Cuidemos pois, que porventura, não estejamos perdendo algum precioso tempo, no exercicio de vãs discussões ( bons temas podem ser fonte de debates banais e inapropriados ) ao invés de fazermos a verdadeira obra de Deus. Podemos ser reféns da normal e legítima teologia ministerial ou sermos impelidos por ela a fazermos a boa obra de Deus. a escolha ou o discernimento é nosso, embora alguns possam supor, que seja legítimo não haver essa possibilidade.
Tenhamos pois um olhar maduro e não infantil e superficial mas nos esforçamos em ver as coisas como Deus as vê. Isso não significa não sermos críticos e nem tão pouco reflexivos examinando cada situação em particular mas principalmente a nós mesmos, algo naturalmente tão fácil de ser esquecido e tão difícil de ser exercitado no dia a dia .
Por Helvécio S. Pereira
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O QUE ACHOU DESSE ASSUNTO?