Tenho adotado o princípio de que as Escrituras são suficientes pra dar a compreensão devida a qualquer pessoa interessada nas Suas revelações, sejam essa pessoa simples ou de cultura e educação refinadas, A Teologia embora indubitavelmente importante e tendo por isso o seu lugar e utilidade como ferramenta e ciência, por si só pode lançar não poucas dúvidas, mais do que certezas e conduzir a descrença, se a sua relação com as Escrituras, a Bíblia forem, de fato invertidas em ordem de importância. Daí o fato de ser até bastante comum, após se adotar o hábito de ler atentamente inúmeros compêndios teológicos, relacionar-se não poucas objeções legítmas sobre uns ou outros pontos. Já com a Bíblia diretamente, quando confrontado com seus textos, tenho que confessar radicalmente: creio ou não creio e assumir as devidas consequências.
O crente autêntico não gosta de todas as passagens e textos das Escrituras, de fato alguns pode ter até certa aversão, mas não se pode deixar de crer nele óbviamente, poi toda a Escritura é inspirada por Deus e apta para instruir. Uma das postagens mais acessadas nesse blog é que pergunta: Livro de Gênesis, literal ou não?
Uma pessoa simples, um crente simples, de cultura e educação humildes, não se sente constrangido de na sua congregação de pessoas tão simples quanto ele ou mais, de ler a narrativa do Gênesis tal qual lá está e explicá-la, como está lá, aos seus ouvintes simples e crentes.
Já um outro pastor com longo curriculo acadêmico e cercado de membros de classe social favorecida, cultura e educação igualmente desejáveis, ficará cheio de toques, ao ler e explanar algo sobre o mesmo livro das Escrituras. Certamente recorrerá as últimas notícias científicas e recorrerá a algum cientista, pelo menos partidário do Desing Inteligente, para respaudar a sua fé na Bíblia como verdade, no caso aparentemente, nem tão absoluta assim. Duas situações, duas reações diferentes e de consequências diferente em termo de fé e testemunho da Palavra de Deus. Nós preferecialmente gostamos mais da segunda e Deus, não preferirá certamente a primeira?
A presente postagem está sendo feita e as reflexões constantes aqui tem uma explicação. A cerca de um tempo teci um comentário em um blog de um irmão calvinista após a sua exposição sobre o tema "depravação total ". Acusei, a época, sem ser indelicado de ser incoerente em suas colocações ( não no geral mas no particular, em alguns aspectos ). Só hoje li a sua resposta no meio dos demais comentários, todos faroráveis a sua exposição, muito bem escrita e lógica, é verdade. Dizia o irmão que não tinha que me responder pois não havia eu apontado em meu texto observativo de quatro linhas em que sua exposição havia sido conflituosa.
Ainda como justificativa, dizia que eram resultado de nove anos de estudos da Bíblia, em oração e comunhão com Deus acompanhados, claro de respectivos estudos teológicos, acerca da referida questão. Claro a minha crítica não é com relação a seus métodos e nem a sua, certamente, sinceridade. Trata-se de uma reflexão cerca de uma doutrina e não dogma ( reveja se puder a minha postagem referente a Dogma, doutrina e opinião ).
A teologia nos coloca em camisa de força. Começamos a caminhar com ela em pontos com pouca dúvida e medida que avançamos o gosto pela especulação pode nos levar a nos perder nos detalhes e inclusive afastando-nos do foco principal e até da realidade. A teologia é útil e importante, mas passível de ter a sua importância colocada a frente e acima da própria Escritura, razão pela qual a teologia cristã se sustente e não ao contrário.
O termo teológico em questão foi a " Depravação total" que nada mais é do que a posterior e atual situação de qualquer ser humano hoje: uma natural inclinação ou tendência ao pecado, ainda em maior ou menor dose, variando de indivíduo para indivíduo. Após a queda somos pecadores pór sermos naturalmente prontos a pecar coisa que segundo as colocações desse irmão, diferente de outros calvinistas, Adão não tinha. Inclivelmente as suas colocações são favoráveis a uma posição que sempre vi nas Escrituras: segundo ele Adão tinha "livre-arbítrio" e escolheu pecar. Então para ele Adão escolheu pecar e nós não escolhemos pecar, somos feitos para pecar,máquinas de pecar, e por nós mesmos não conseguimos fazer o bem.
Só que dentre todos os demais descendentes, seres humanos depois de Adão, Deus escolheu, predestinou alguns para a salvação ( e outros naturalmente não ) e que Jesus morreu somente por esses predestinados ( embora máquinas de pecar, sem nenhuma outra opção, tanto quanto os outros não predestinados ) que finalmente são os salvos.
Esses salvos nada fizeram, nada sabiam e talvez ainda não entendam bem por que são salvos, "eleitos". Já os perdidos, nem que por frações de tempo percebam e vislumbre uma nova possibilidade, nada poderão fazer para trilharem o caminho da verdade. Uma vez não predestinados, não eleitos, uma vez perdidos, perdidos pra sempre.
Bem vale dizer que outros calvinistas nem ao menos acreditam a possibilidade de Adão ter escolhido pecar, em nome claro da "absoluta soberania de Deus". Para esse Deus é a origem de todo o bem e também de todo o mal. A gota d'água, na ocasião, foi quando esse irmão disse que no caso de um estupro, o estuprador é um ímpio ( claro ), não eleito e predestinado, era vítima ( no caso uma mulher crente ) era predestinada e como tal o estupro "seria apenas uma forma de Deus transformar o tal mal é bem " e beneficiar, abençoar (??? ) a vítima.
Aí está o mal da teologia. Você fica refém do modelo penosamente construído e cujas idéias detalhadas se interrelacionam e você se torna incapaz de ver a mais clara e craça realidade. começa-se a justificar coisas que relmente a luz da razão são insjustificáveis e cujas explicações reais são realmente outras e que na maioria das vezes, tão claras qaue todos vêem a sua incoerência. Contudo os elogios foram do tipo: "excelente texto", "brilhante texto", "perfeitas as suas colocações", etc.
No que essa doutrina difere do declarado francamente nas Escrituras e sem necesidade nove anos para compreendê-la?
Depravação total: ok! Todos somos pecadores e nos inclinamos ao pecado com toda a certeza, mas somos capazes de fazer o bem, pois se não não justificaria o fato de Jesus no instar a fazê-lo. Temos então uma natureza pecaminosa e da qual seremos finalmente livres após a nossa morte, se crermos em Cristo hoje.
Livre arbítrio: ok! no que se referia a Adão e a Eva, mas também aplicável a nós, embora a tendência pecaminosa desiquilibre sobremodo a balança a favor do pecado, do engano, do erro, etc.
Morte de Jesus somente pelos eleitos : errado! Cristo morreu por todos, homes e mulheres em todos os tempos, mas somente os que aceitarem a Sua obra redentora e crerem em Sua pessoa serão salvos.
Na situação de etupro usada pelo irmão como exemplo: é da vontade de Deus" Errado!! Não é da vontade de Deus, no máximo permissão de Deus por uma série de outras razões. A vontade de Deus não é feita na terra como e feita no céus. Logo nem tudo o que acontece na terra é da vontade absoluta de Deus. O nosso desafio como crentes no Senhor é orar todos os momentos para que ela, a vontade de Deus prevaleça sobre a ordem caótica desse mundo.
Por Helvécio S. Pereira
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