Tenho que escrever uma postagem acerca da minha posição com relação a Teologia, que pode parecer, num primeiro momento, totalmente e radicalmente a ela resiste. Não se trata disso na verdade. Não sou teólogo, mas poderia sê-lo a hora que arranjasse tempo para dedicar-me aos estudos correlatos de forma acadêmicamente reconhecida, o que por ora não é minha prioridade.
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A minha, digamos implicância, dizendo de forma mais direta e simples, é que um teólogo pode defender uma bobagem durante décadas, toda a sua vida, até a morte e nada nem ninguém tem o poder de calar-lhe a boca, nem mesmos outros teólogos. Esse calar-lhe a boca não seria pela censura e nem tão pouco extermínio, mas pela efetiva argumentação lógica e racional. Entre um leigo com razão e um teólogo bobão, a quem dar-se-á ouvidos? Afinal além dos conteúdos pouco ou nada disseminados e conhecidos pelo grande público, muitos dominam línguas bíblicas e modernas, conhecem culturas, e nesse caldo de informações hábilmente selecionam a que lhes convém como defesa de seus mais estapafúrdios argumentos.
Se colocarmos dez teólogos cristãos de diversas correntes cristãs, se não sairem na briga, no corpo a corpo, por respeito aos seus longos currículos se alternarão entre demonstração de eloquência e tapinhas nas costas
por causa de seus comparáveis e longos currículos acadêmicos. Sem se levar em conta, que por mais que alguém tenha o privilégio de ter acesso a qualquer área do conhecimento, excetuando-se as pesquisas, boa parte do que afirmamos são reles e descaradas repetições de afirmações feitas infinitas vezes no passado.
Podem esses, aparentemente trazerem alguma luz, sobre uma série interessante de aspectos, mas nunca, ou pelo menos quase nunca, excetuando-se uma circustância que mecionarei a seguir, realizar nada de concreto do que a Bíblia sugere como fazer a genuína obra de Deus. Iguais a eles ficam os que se colocam como satélites de sua pretensão e soberba.
Aliás vale dizer que, você pode ter um cristianismo se Cristo, um cristianismo tão bom, tão aceitável, tão palatável, que a sociedade o aplaudirá e receberá benvindamente em seu ceio, como foi no Império Romano, para o bem ou para o mal. Uma denominação cem por cento bem quista pela sociedade certamente começa a esconder algo em detrimento de seu "cristianismo". Deus não precisa de igrejas bem vistas, nem pastores bem vistos socialmente, pelo menos não é essa a prioridade. Que sejam homens e mulheres justos, inrreprensíveis, do ponto de vista de uma justiça universal em todas as culturas. Esse detalhe fica muitas vezes esquecidos quando o senso crítico é enfraquecido pela soberba, pela autoridade hierárquica, pelo poder econômico, pela liderança exercida sobre milhares de pessoas,algo humanamente normal mas com consequências nefastas. Porém corra do que prazeirosamente vive as custas de tapinhas nas costas, bajulação, interna dos que com ele se alinham e um chuchu para os de fora, sem sabor, sal insípido.
Teólogos são úteis como contadores, advogados, médicos, engenheiros, políticos, etc. Seu trabalho é impresindível para a religião pois se ocupam em fazer aquilo que as demais pessoas não poderiam fazer,por falta de conhecimento, argumentação, autoridade profissional. Mas não são profetas, não são pregadores, não são evangelistas e alguns nem crentes são, não nascidos de novo, não convertidos e sem nenhum relacionamento pessoal com o Senhor Jesus. Alguns não se enquadram em nenhuma dessas classificações e devem estar sentindo-se legitimamente ofendidos, pois não são a maioria, e sim uma minoria restrita a algum nicho da igreja cristã e até mesmo cristã evangélica.
Uma das razões é por que as pessoas, nós somos, diferentes entre nós, diferentes nos temperamentos e na maneira de construirmos a nossa cosmovisão. Alguns prazeirosamente são indagadores pacientes, pesquisadores abnegados, outros afirmadores apressados, vaidosos conhecedores, professorais, complicados, pouco práticos, etc. Predominantemente são racionais e não há nada errado nisso se a consequência não for a rigidez de compreensão das coisas, rigidez centrada em si mesmo,embora não o confessem.
Devem então ser erradicados do arraial religioso cristão? não. Essa postagem é um advertência prática, na qual eu me incluo como extremamente racional: você pode perder, ou já estar perdendo outro aspecto da vida cristã, a do sobrenatural, hoje e agora. Do passado, matéria prima de toda a ciência, matéria comparada com o presente e arriscada em um futuro, através da experimentação quando se é possível fazê-la, ou da relação lógica, pode-se legitimamente saber-se muito ou pouco mas do presente deve-se ter uma marca real, pessoal, legítima, prova semelhante a que Maria tinha e "guardava em seu coração". Não basta saber sobre a Bíblia, como Palavra de Deus e suas grandes e importantes questões, nem tão pouco sobre Jesus de quem elas, as Escrituras testificam, mas ser conhecido por Ele. Ter algum tipo de comunhão com Ele. a comunhão, a relação com o Senhor que autentica a vida cristã. Não é a igreja, a denominação, o nível cultural, econômico, seu longo currículo acadêmico, etc.
Deus não vê a igreja e a cada pessoa como nós vemos e tem gente que não atina seriamente nisso. Trazendo para o contexto atual, alguns combatem aspectos externos legitimante colocados em dúvida e que constragem muito, como por exemplo, nomes de campanhas, de reuniões, chamadas para os cultos, etc. Boa parte foge descaradamente a "cultura tradicional cristã evangélica". E quem pode afirmar que Deus olha para os nossos aspectos culturais? Não são igualmente ridículos os títulos de nossas denominações mais tradicionais, grupos por faixas etárias, movimentos e reuniões por gênero? O que Deus deseja é que pessoas o conheçam e sejam alcançadas, ajudadas e salvas, o que a bem da verdade todas as denominações se propoêm a fazê-lo em menor ou maior aspecto.
Conheço boa parte, de forma prática, as denominações evangélicas brasileiras, e todas tem em algum aspecto conseguido proporcionar as pessoas, um conhecimento e uma experiência com o verdadeiro Deus as quais elas não tinham nenhuma noção. O batalhão de convertidos, embora heterogêneo, e com múltiplas histórias de vitórias e fracassos, nomináveis e réprobas, tem a seu favor uma avaliação extremamente positiva, e só não é melhor, por número ainda inferior de pessoas com uma qualidade que o teólogo na sua maioria não tem: uma comunhão real com Deus, desvecilhada de ataduras sociais e cultural-religiosas, e que possam ser efetivamente guiadas pelo Espírito de Deus em todos os momentos. Aqueles dos quais possa se dizer que o Espírito sopra e os leva a fazer o que Lhe apráz.
Um teólogo convencional não fará uma oração efetiva nem por um resfriado, ele tem vergonha disso. Não orará com a certeza que aquela situação que acomete uma família de loucos varridos será mudada, que um empresário falido, perseguido pela receita federal, como risco de ser preso poderá ter a sua vida financeira e empresarial reerguida. Em suma é um chato de galocha embora use toda a verbosidade bíblica se precisar dele estará perdido. Ele certamente cita milagres mas não crê em nenhuma possibilidade autêntica deles acontecerem. Sua oração é profissional e se de seus olhos descerem lágrimas, certamente é de conveniência, sãocircustânciais como lágrimas em um enterro de pessoa desconhecida, casamento de desconhecidos, etc.
Não se trata de uma defesa aos incultos, despreparados, sem senso crítico, dos neopentecostais e dos megaministérios do gênero? Nem todos são despreparados e nem todos são incultos, embora certamente a maioria, imensa maioria o sejam, mas eles fazem o que você teólogo de carteirinha não tem a coragem de fazer que o de afirmar que Deus fará algo em favor daquela pessoa desesperada, desamparada e muitas vezes ignorante do ponto de vista cultural e portanto impotente socialmente. Muitos de vocês nem reconhecem que demônios se apossem das pessoas e até perdem tempo argumentando se os demônios podem ou não podem ser "entrevistados" nos programas e cultos televisivos. Em alguma igreja reformada, de pastor reformada, alguém ficou endemoniado? Se a pessoa estava assistiu o culto, riu de sua presunção, e a carregou embora, só para ser duplamente culpada.
A nossa cultura não acrescenta nada ao caráter de Deus, nem a nossa desejável justiça humana, nem qualquer outra coisa, Ele quer e "precisa" de escolhidos para fazerem plenamente a Sua obra, que sejam, seus pés, suas mãos, sua mente, sua boca, para pregarem, ensinarem, curarem, profetizarem ( ordenarem que coisas aconteçam em seu nome ), no Seu lugar. Muitas vezes o teólogo é apenas o "cientista das coisas de Deus", o consultor para assuntos religiosos e divinos, não o vaso , o corpo que vai com o Senhor dentro dEle para fazer as mesmas e maiores obras que Ele faria naquele momento. E não é nada como, embora caritativa e de efetiva ajuda, sem repercussão espiritual como uma "madre tereza de calcutá", ou falsa e apenas visivel " humildade franciscana", ambas na versão protestante.
Há um Satanás ativo e "príncipe desse mundo", usando e abusando do limite de atuação dado a ele, para roubar, matar e destruir, e do outro lado um bando de almofadinhas religiosos, sem nexo do que, de fato, do ponto de vista de Deus acontece todos os dias, sem ação,impotentes, segregados a sua comodidade religiosa profissional.
Li em um site, de uma igreja reformada, o histórico da referida igreja. Cem membros em quarenta anos de existência no Brasil, sem perseguição religiosa declarada e legal. O que prega esse pastor? Que obras e testemunhos esses membros ( boa parte parentes, suponho média de pelo menos quatro por família ) tem para apresentar aos de fora?
Muitos podem achar que amo as reuniões da Igreja Universal do Reino de Deus, Internacional da Graça, Renascer em Cristo, Vitória em Cristo, Evangelho Quadrangular, Mundial do Reino de Deus, etc. Em algumas as reuniões são melhores e em outras deploráveis, em ternos de tudo, canto, organização, etc.
A igreja Batista em que me converti era, pela renovação, uma variação da igreja batista tradicional, em termos de hino, mensagem, ordem do culto, etc. a primeira vez que visitei a IEQ de um bairro próximo
achei a reunião uma "zona", um barulho ensurdecedor, uma pregação xumbrega, etc. Foi um choque cultural.
E daí? Em todas essas há testemunhos cujas mudanças não há nenhuma outra explicação: Deus tocou nessas pessoas e transformou as suas vidas radicalmente. Conheço as reuniões das igrejas históricas, precursoras legítimas da pregação da Palavra de Deus mas a igreja é o que o pregador crê, e Deus só operará nessa igreja com base no que esse líder local, tem de comunhão e disponibilidade espiritual diante dEle o Senhor.
Não tem outro jeito. Ler um texto Bíblico e explicar o que está lá, qualquer um leitor mediano o fará, por ou melhor, mas quem poderá pregar com autoridade, em o nome do Senhor para que as coisas aconteçam? Quem poderá orar diferente do que normalmente se faz, por um membro da igreja hospitalizado, diante dos irmãos na igreja, de modo quase profissional e logo a seguir gasta-se mais tempo com avisos relativos a acampamento, encontro de mulheres, jornalzinho e etc?
Pelo menos nas igrejas primeiramente citadas ninguém vai dizer como um pastor disse a minha esposa moribunda a vinte um anos atrás em uma visita: " irmã não fique triste você via para o céu". ao que ela moribunda respondeu: " ...mas eu tenho uma filha bebê para criar...eu não quero morrer..." E ele então não disse nada e foi embora minutos depois.
Um irmão de uma igreja pentecostal, de quem nem lembro o nome, nem dele, orou por ela no nome do Senhor Jesus, ordenando, como no velho testamento e nos evangelhos, que a doença fosse embora, e a doença foi! O irmaõ Jorge F. Isah do blog Kálamos e sua esposa Gorete, e sua mãe D. Terezinha e sua sogra D. Ana são algumas das muitas testemunhas do antes e do depois desse acontecimento. Um rapaz jovem, de origem humilde, profissão humilde, morador de um bairro distante do centro, pouco habitado e precáriamente estruturado a época, dedicava seus domingos de folga para ser o corpo, as mãos, a boca do Senhor Jesus, sem ser academicamente habilitado para isso, receber salário para isso , etc.
Quantas correções um teólogo faria a oração desse rapaz? a sua oração em línguas seria gravada se pudesse ser feito, e analisada febrilmente, para se comparada com um grego antigo, aramaico, hebraico, e se não constaria apenas de algumas repetições em nexo algum. diriam a ele: você deu ordens a Deus e não pediu humildemente para saber se era da vontade dEle curar essa mulher? Você a "ungiu" com óleo de soja barato ou com azeite o de oliva? Outros combateriam radicalmente a tal unção buzuntando a paciente no leito de hospital, e se tivesse contaminado por alguma outra bactéria perigosa a saúde?
Finamente, não gosto como gostava das reuniões das igrejas, é muito chato, muito previsível, mas não as combato e digo o porquê: a reunião, boa, ruim, chata, pequena, grande, é o momento da operação de Deus, pode ser o primeiro minuto de uma nova vida e a salvação de um desastre eminente. Igreja, contrariamente a prática de muitos cristãos, não é um lugar de convivência, um clube, uma associação, de encontrar os amigos, etc. É o lugar em que ( deveria ) o ouvinte ser estimulado livremente a tomar uma atitude de fé com relação a Deus e pronto. As pessoas não deveriam primariamente, escolher um igreja para viverem até o fim de seus dias, embora legítimanente isso possa acontecer.
Não há igreja perfeita, aquela que garanta uma vida cristã feliz por todos os seus anos. A nossa fé é firmada apenas na pessoa do Senhor Jesus. Por isso quando encontro alguém necessitando de um encontro com Deus, nas rua, em algum lugar, olho a minha volta e encorajo-o a ir a primeira igreja disponível, seja neopentecostal, pentecostal, tradicional, reformada, etc. A esperança é que, independente da igreja, haja lá naquele momento um servo, uma serva dEle, e que Deus possa continuar a Sua obra na vida dessa pessoa. E se não houver? O problema já não é meu, é de Deus, e para Ele não há impossíveis. como diz um velho hino americano: "He's able!", Ele é capaz!
Por Helvécio S. Pereira
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