A título de análise somente, compartilhando a opinião que informações básicas não deva ser ignoradas com o risco de se incorrer na construção de discursos e teses, embora aparentemente complexas, constitirem-se em monumentos concretos a erros classos, registro o esquema simples abaixo:
· século II - a igreja lidava especialmente com a Apologética e os fundamentos do Cristianismo;
· séculos III e IV - com a Doutrina de Deus;
· século V (início) - o homem e o pecado;
· séculos V até o VII - com a pessoa de Cristo;
· séculos XI até XVI - com a Expiação;
· século XVI - aplicação da redenção (fé, justificação, etc);
· século XIX - na metade deste século a Escatologia foi estudada precáriamente.
Considerando-se o esquema acima, bem aventuradamente se tivéssemos vivido as nossas vidas em alguns desses períodos seriam mais ou menos essas as melhores preocupações da igreja em cada período.
Muito se poderia falar e deve ser cuidadosamente analizadas as características e os fatos que comprovam as características de cada época da igreja cristã e portanto dos crentes no mundo. Entretanto atentemos para a nossa época, em cada uma das questões podem ser retornadas movidas por interesses denominacionais, locais e pessoais. Em pleno século XXI, com variações de lugar e de cultura para cultura, a igreja se ocupa em "provar" com evidências visíveis a sua mensagem. Mais uma vez uma valorização do Antigo Testamento, não como parte alegórica das Escrituras, o criacionismo frente a teoria da evolução, o combate a mesma,e com muito mais "armas" que no passado; a intervenção pessoal de Deus na vida das pessoas, manifestadamente na capacidade de gerenciamento de sua nova vida envolvendo aspectos práticos como finanças e posses, curas e outros milagres, entre outras afirmações.
Muitos, na verdade boa parte dos cristãos e crentes tem uma pálida idéia que a igreja primitiva é o grande modelo a ser seguido e buscado, embora essa igreja não possa ser recriada, a igreja autênticamente bíblica terá que obrigatoriamente ter o mesmo tipo de impacto visível. De uma forma ou de outra é introjetada a idéia que teoria por teoria , retórica por retórica, a igreja não impõe-se ao mundo e nem se afirma diante de si mesma. esse pragmatismo é rejeitado e ressarçado por muitos mas que tem enormes dificuldades em não apresentarem outras provas como sinais, os quais também são exigências visíveis e também bíblicas sempre que a circunstâncias em última análise deixarem essa possibilidade em aberto.
É mais ou menos o seguinte: ao crente não lhe cabe ter o coração nesse mundo, desse modo se for para escolher entre um e outro, entrega-se a vida, perde-se a família e todos os bens e fica-se com Cristo. Mas a semelhança do povo judeu e da recomendação aos crentes do primeiro século, for possível ter uma vida piedosa, de testemunho diante dos homens, ter uma boa vida legítima e prosperar com Cristo, assim o faremos. O Reino de Deus é buscado e as demais coisas acrescentadas a essa busca são todas legitimamente bem vindas. Dessa forma, a semelhança do que aconteceu com o povo judeu em toda a sua história, sempre que possível toda a vida do crente, com tudo que lha envolva será para a mesma glória de Deus.
Essa igreja é visível, mas não é denominacional, constituem-se de todos os crentes espalhados pelo mundo e na maioria das vezes com profundas pequenas diferenças de opinião e doutrinárias, mas que contudo amam o seu Senhor e Salvador acima de todas as coisas. São e deles pode ser dito, com toda a propriedade, o novo" povo de Deus", os novos israelitas que amam em proclamam o Messias rejeitado e ignorado pelo povo judeu originalmente. é dessa igreja certamente, que o Senhor Jesus disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra ela. Nós, como crentes e cristãos, ligados a uma igreja local, a uma denominação e com tendência a ter preferência por uma e outra prática, na maioria dos casos não lidamos muito bem com essa visão macro da igreja do Senhor. Para muitos de nós é realmente desconfortável o reconhecimento dessa igreja que para muitos não está definitivamente bem. Mas temos que reconhecer contudo que, não vemos como o Senhor vê e não julgamos como Ele julga, e finalmente não saberíamos o que fazer para melhorar, consertar, realizar realmente o melhor que a obra de Deus exigiria. Deveríamos e devemos nos esforçar para dar conta, pelo menos, do que concerne a nossa responsabilidade individual, naquilo que nos é mais próximo. A tendência entretanto é sempre tentarmos tirar o cisco do olho do do outro e esquecer-nos da trave ( algo infinitamente maior ) dos nossos próprios olhos.
Por Helvécio S. Pereira
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