Mesmo que, a princípio, você não concorde com a minha reflexão sobre esse assunto, espero que a leia até o fim, pois não se trata de defender um ponto de vista ou de ganhar uma discussão pura e simplesmente. Lendo blogs de irmãos que admiro e amo, mas que em certos pontos nem eles concordam comigo e nem eu com eles, embora pense que haja temas mais importantes a serem abordados do ponto de vista prático e mais relacionados a vida e prática cristãs, abordo-os para que não haja apenas uma voz se levantando acerca dessas questões. Visto que, também, há consequências diferentes quando tais idéias chegam na nossa prática e opções de fé no dia a dia, no nosso cotidiano enfim.
Há algo a esclarecer que julgo importante: a salvação, a razão primeira de toda a revelação Escriturística que aponta para um único Salvador, que é Ele mesmo o princípio e o fim de todas as coisas, não é um concurso classificatório, um vestibular em que os que sabem mais, estejam por isso a frente dos demais; que fique claro que os critérios divinos para recompensa e galardão são outros e que este é um ótimo assunto para outra hora. Somos salvos pela graça e únciamente. A obra confiada por Deus aos reformadores foi a de exatamente trazer a tona essa verdade escriturística. Lutero, Calvino e outros fizeram muito o bem o seu trabalho as custas de muita determinação e lutas. Graças a eles, em pleno século vinte e um, temos a manutenção dessa revelação Bíblica diante de nós, e se não a rejeitarmos e se continuarmos a proclamá-la, é essa graça que alcança as pessoas e lhes proprociona a certeza de uma tão grande salvação, conforme as mesmas Escrituras.
Não importa portanto, se somos calvinistas, arminianos, paraprotestantes e até católicos. Como reza a confissão de fé batista, o homem tem acesso a Deus independente da igreja, sendo nenhuma delas , nem mesmo a protestante ou evangélica, de alguma forma, intermediária entre o ser humano e o seu criador. De fato, quando a igreja como institução humana e sua consequente teologia, quando não ajuda e não proporciona condições ideais para que esse homem cresça no conhecimento de Deus, só atrapalha. Muitas vezes terrívelmente, comprometendo em boa parte ou totalmente, o seu perfeito ou melhor conhecimento da vontade divina.
Um dilema entre calvinistas e arminianos ( mais para os calvinistas ) é a questão básica se o homem escolhe ir a Deus ou se Deus como único agente promotor de todas as coisas faz com que determinadas pessoas venha a Ele ou não. É aparentemente inútil relacionar todos os versículos Bíblicos intriscicamente dependentes ao tema, todos amplamente conhecidos por ambos os contendedores. O erro, creio que de fato o há, consiste nas idéias por trás do que a Bíblia declara, oriundo de debates filosóficos ao longo da história e que contaminam de fato, as discussões. Quando convém à defesa da idéia em questão, recorre-se ora a Bíblia, as Escrituras e ora a dados históricos e seculares e até a outras informações julgadas relevantes.
Não se trata em escolher ou eleger o livre arbítrio filosófico em oposição à revelação escriturística. Não é necessário nem mencioná-lo, pois não é confiado no que se declara sobre ele que advém a minha compreensão do processo divino de escolha ou não escolha, de predestinação ou não predestinação, de eleição ou não eleição. A Bíblia, as Escituras se esclarecem por Si mesmas, justificado ainda mais, pelo simples fato de, o que a Bíblia revela, não encontra paralelo na dicotomia recorrente, tanto na filosofia como na religiosidade construída culturalmente ao longo da história humana. Um bom exemplo disso é que o Criador apresentado nas Escrituras não é uma entidade que emerge de uma grande conflito entre ela e uma entidade igual e oposta como em todas as religiões não abrâmicas, seja orientais, pagãs, animistas, etc. O Deus Bíblico e Escriturístico não tem começo e nem fim, origem e mutação, está além da Sua criação e criaturas, decorre daí o conceito de "Santo", ou seja "separado" , absolutamente de tudo.
A revelação Escriturística independe também das opiniões de "A" ou "B", seja personagens importantes e claramente cristãos, ou crentes como Calvino, Lutero, Arminus ou seja lá quem for. A Bíblia se basta como Escritura de Deus e como revelação de Deus, se cremos que o que nela permaneceu registrado passou pelo Seu divino crivo, para que lá estivesse do jeito como está exatamente, nem para menos e nem para mais. Caso o leitor não saiba ou não se lembre, o apóstolo Paulo escreveu muito mais do que temos de seus escritos no Novo Testamento, mas Deus só permitiu o que lá encontramos. Em bom português, Paulo, o grande Paulo, pode ter dito alguma "abobrinha" em muitas de suas cartas, que Deus permitiu, deixou, fez que simplesmente se perdessem definitivamente. Paulo era um apóstolo instituído pelo próprio Senhor Jesus em cisrcustâncias inigualáveis, mas se o próprio Senhor deixou que apenas parte do que era divinamente revelador permanecesse, imagine Calvino, Lutero e outros. Embora a serviço de Deus, mas com um "apostolado menor", são reverenciados e seus escritos tidos como base de interpretações iguais ou circustancialmente acima da Bíblia, quando se recorre às colocações feitas por eles para explicar aquilo que deveria se entender diretamente das Escrituras.
Um irmão afirmou categoricamente, concernente à essa questão- e não foi o único, que o que Calvino declarou é a própria Escritura. A minha posição é decididamente a seguinte: todo crente deveria conhecer e aprender com esses grandes homens de Deus tão próximos de nossa época, e avaliar a sua fé e as lutas que esses grandes homens de Deus empreenderam, por amor ao Senhor, em seu tempo e época ,e só. No que disseram e estavam certos, pode ser absolutamente compreendido através da mesma Bíblia, a que temos em mãos hoje e agora, e ponto final.
Um irmão afirmou categoricamente, concernente à essa questão- e não foi o único, que o que Calvino declarou é a própria Escritura. A minha posição é decididamente a seguinte: todo crente deveria conhecer e aprender com esses grandes homens de Deus tão próximos de nossa época, e avaliar a sua fé e as lutas que esses grandes homens de Deus empreenderam, por amor ao Senhor, em seu tempo e época ,e só. No que disseram e estavam certos, pode ser absolutamente compreendido através da mesma Bíblia, a que temos em mãos hoje e agora, e ponto final.
Vamos portanto a reflexão acerca da ELEIÇÃO e da ESCOLHA.
Comecemos pelo conceito Bíblico de Escolha. Lembrando que a teologia tem para mim uma importância de instrumentalização, como ferramenta. Não entronizo a teologia e o seu conhecimento. Não está acima da comunhão com Deus e da experiência pessoal com Ele. A experiência sensorial entretanto não se dissocia da teologia escriturística. Siginifica em última instância que manifestações porventura aprensíveis pelo sentidos não tem valor se forem contra a revelação Bíblica ( discos voadores, abduções, entidades mortas, visões em bola de cristal, arrepios, calor, desmaios, arrebatamentos, visão de anjos, etc. ), isso porquê a revelação escriturística na Bíblia, como Palavra de Deus é inteiramente coerente do Gênesis ao Apocalípse.
A palavra hebraica para escolha é bãhar , que siginfica escolher, eleger, decidir por. Alguns termos derivados são ( bãhir ) escolhido, ( mibhrã ) escolhido, o melhor e ( mibhôr ) escolha. Evidentemente não conheço o hebraico e o aramáico originais para eu mesmo fazer essa abordagem. A fonte são bons dicionários Bíblicos e o esclarecimento que eles proprorcionam acerca de cada assunto ou idéia. A minha colocação e lembrança, as quais julgo pertinentes são a de que não basta a tradução, mas a idéia por trás de cada vocábulo em cada língua, se faz importante para a nossa compreensão atual do termo empregado e traduzido em nossa respectiva língua materna. Só a título de ilustração, a língua japonesa não tem plural, a língua russa não tem artigos, a vietnamita tem nada menos que 32 vogais, o hebraico original não tinha nenhuma, sem contar tempos verbais ausentes ou presentes em uma ou outra língua, como o aurista grego, etc. A observância da construção das idéias em cada língua se faz essencial portanto para um areal compreensão do sentido do que é declarado finalmente.
Ocorrendo 198 vezes no Antigo Testamento, a idéia da raiz do vocábulo ( escolha ) é a de " uma olhada penetrante em algo " . Portanto visto como os calvinistas vêm ou como os armenianos, a Bíblia, as Escrituras não estão aí para nos agradar, o sentido é o mesmo. Tem a conotação de " testar" ou "examinar" encontrado em Isaias 48:10 e provérbios 10:20. Isso é importante simplesmente pelo fato de a língua estar historicamente distante, não é como uma tradução moderna que se recorre a falas presenciais ou a um dicionário e pronto. Inúmeras e por que não dizer exaustivas comparações linguísticas tem que ser feitas incluindo textos não religiosos e profanos para devidas comparações. Afinal a língua usada para Deus se comunicar nas escrituras é a língua e linguagem do tempo em que viveu o escritor humano do texto e seus contemporâneos, a quem primariamente se destinou a referida mensagem. O termo escolha tem até o sentido de "cultivar", "dividir o solo para cultura " e relacionado ao conhecimento, à ciência, o de "penetrar". Porém, o sentido mais preponderante é o de "escolher" e "testar". O termo sempre implica em uma escolha cuidadosa e bem pensada. A capacidade e não a simples arbitrariedade é o ponto principal. Mais a frente citarei os versículos Bíblicos a essa questão relacionados.
Para calvinistas e armenianos, e isso é concorde, somos salvos pela graça, única e exclusivamente e sobre isso ( grande trabalho dos reformadores ) não há nenhuma discórdia. Vale recorrer sim a história e lembrar que João Calvino se perguntou certa feita, por que os homens não se convertiam e criam na declaração escriturística acerca da salvação escriturística, formulando a resposta de que uns eram predestinados para a salvação( escolhidos, eleitos ) e os demais ( os que não criam evidentemente ) não. Pergunta errada, formulada erradamente, resposta formulada errôneamente também.
Levadas em conta os sentidos relativos à palavra escolha no Antigo Testamento ( por enquanto ) fica desqualificada a teologia calvinista nesse ponto. Senão vejamos:
Deus se basearia numa escolha bem pensada, testada, examinada e nunca numa simples arbitrariedade. Daí só se poderia concluir que Deus, na sua onisciência, examinaria cada um de nós, testaria cada um de nós e nos provaria e por algum motivo positivo nos escolheria. Onde pois estaria a salvação pela graça e não pelas obras, por algum merecimento?
Deus olharia pra o João, no futuro, no presente, no passado, não importa Ele conhece tanto um como os outros ( todos o tempo está diante de Si mesmo ), e depois de pesar acuradamente, diria: "Salvaremos o João!" Ou olharia para o Judas e após a mesma análise diria: "- Não o salvaremos !"
O que a Bíblia revela e claramente é que Deus "examina os corações", "olha o interior e não o exterior" e faz isso, procede dessa maneira com relação a uma obra específica, para a qual determinadas potencialidades parecem ser necessárias. Um dia desses li em um blog de um pastor que sempre acompanho, a opinião do mesmo sobre uma frase na camiseta de um dos jovens crentes vistos por ele em algum lugar que rezava o seguinte: " Deus não chama os capacitados mas capacita os escolhidos ". O referido pastor se inflamou contra o que afirmava a frase e relacionou quase uma dezena de personagens cristãs evangélicas desde a Reforma até os nossos dias enfatizando a idéia de que Deus só usa pessoas devidamente capacitadas usando o fato como argumento contra os despreparo dos neopentecostais ( algo que ele faz recorrentemente ). Na minha opinião essa discussão da perspectiva de Deus é absolutamente inútil. Nem o autor da frase está inteiramente correto ou errado e nem o pastor revoltado com tão pouco. Deus faz as duas coisas, pois Ele vê todo o tempo. Pode capacitar antes de chamar, o caso do grande Moisés ou do grande Isaías o qual purificou a língua e lábios para profetizar em seu nome. Ele é o Senhor... e ponto final.
"Eleitos" e "escolhidos" não são para a salvação, evidentemente. Somos salvos pela graça e únicamente, através da obra redentora de nosso salvador e Senhor Jesus Cristo, ponto pacífico entre calvinistas e arminianos e quem mais aparecer, se crer realmente na salvação únciamente pela graça. A doutrina da capacidade de escolha divina demonstra inexoravelmente que, não um mecanismo cego, mas uma personalidade estão no centro do universo reconhecido por nós, como no centro de tudo o que possa existir.
Outro ponto que corrobora para o sentido da escolha não ser para a salvação é que o termo é usado muitas e muitas vezes com conotação militar ( Jz 20: 15 e 16 ) e de escolha pessoal ( Is 42:1). ( Sl 89: 3 e 4) examinado e achado melhor ( Gn 23:6).
Outros versículos que podem e devem ser lidos, obervando o emprego do termo na língua original:
Is 48:10, Pv 10:20, Ex 18:25, Dt 23:16 e 17, I Sm 17:40, I Rs 18:25, Is 1:29; 40: 20, I Rs 8:16, I Cr 28:5,
I Sm 10:24, 2 Sm 6:21, Dt 12:5, Dt 14; 6, Dt 7:7, Is 41: 8, 43:10, e 48: 10, I Sm 2:27 e ss, Sl 78:31, Jz 20:15 e 16,Is 42:1, Sl 89:3 e 4, e Gn 23: 6.
Finalmente, já que a salvação não é pela chamada predestinação, como que se dá , conforme claramente demonstrado nas Escrituras, já que é concorde entre os evangélicos, que a mesma se dá única e exclusivamente pela graça?
Falarei sobre esse segundo ponto em uma próxima postagem.
Por Helvecio S. Pereira
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