O pecado contra a autoridade ( segunda parte )
Na primeira parte da nossa reflexão colocamos o mais claro que nos foi possível em que consiste a autoridade outorgada humanamente, não só no seio religioso, mas também secular exemplificando também nas religiões não cristãs. Títulos, nomes ou expressões pomposas, tem significado interno a cada instituição e repercussão na sociedade conforme a época, o contexto, e a receptividade históricas.
Enfatizamos o fenômeno ou o fato de que nem sempre e obrigatoriamente há uma convergência entre o título e autoridade humanamente delegada ( no seio religioso, qualquer que seja , e a presumida autoridade dada por Deus. Isso significa claramente que o “reverendo tal”, o “bispo fulano”, o “cardeal sicrano”, o “pastor X”, o “missionário Y”, o “presbítero Z”, a “mãe de santo A”, o “pai de santo Q”, o “Sheike W”, o “rabino M”e qualquer que seja o título que tente representar alguma autoridade e poder religioso em religiões cristãs, católicas ou protestantes, históricas, reformadas, pentecostais, neopentecostais, de matriz africana, muçulmana, judaica, oriental, etc, nada significam diante de Deus. Obviamente falamos do nosso arraial, o evangélico, mas a compreensão desse fato se estende a toda situação que alguém diga de si mesmo “eu sou algo no plano sobrenatural, sou algo no que se relaciona com o divino”. Segundo a compreensão Bíblica correta, o que não corresponde a revelação escriturística já é nada e nada significa. Engana-se quem ache que tenha algum poder e alguma autoridade sem conhecê-Lo e sem compreender a Sua vontade, a vontade e o plano perfeitos de Deus, com relação a si mesmo e ao mundo perdido a quem quer salvar através da proclamação do evangelho do Senhor Jesus Cristo. Porém a nossa reflexão é destinada ao meio dos irmãos, a família de Deus, aos crentes, aos evangélicos, que tantas vezes ( e isso é natural ) tem compreensões diferentes, pontos divergentes sobre algum ou outro ponto e que gastam tanta gasolina, tanta energia e tempo, com tantos embates inúteis.
Antes de prosseguirmos, separemos duas ideias importantes:
A primeira se refere a salvação individual. Se você crê no Senhor, se o aceitou em um dia no passado distante ou presente, e permanece crendo nEle como seu único Senhor e Salvador, com Aquele que o redimiu através da morte na cruz e que ressuscitou, você é um salvo. Se não, você ainda é um perdido e nem adianta pensar que tem alguma autoridade divina para fazer coisa alguma.
A segunda se refere ao fato de sendo salvo, conhecendo a vontade de Deus e atendo experimentado, Deus tenha colocado algo em suas mãos para ser feito para Ele dentro do plano dEle para a igreja e para o mundo perdido. Se você não tem consciência, não tem nenhuma percepção, do ponto de vista divino, sobre o que Deus esteja fazendo,desista. Você não tem autoridade para nada. Seus títulos, seus diplomas, seus cursos e suas especializações no campo cultural evangélico, sua posição hierárquica religiosa nada significam diante de Deus.
Você pode continuar vivendo uma vida secular e religiosa, fazendo as coisas obvias e tão familiares para você e assim continuará por toda a vida sem nunca perceber ou estar alinhado com a obra de Deus no mundo. Isso é terrível, é catastrófico, frustrante. Judas, um dos doze era assim. Saulo antes do chamado era assim. Hoje tantos são assim em igrejas históricas, reformadas, que não enfatizam a experiência mas a tradição, o pertencer a uma religião, ao fato de ser membro histórico de uma comunidade religiosa.
Você pode continuar vivendo uma vida secular e religiosa, fazendo as coisas obvias e tão familiares para você e assim continuará por toda a vida sem nunca perceber ou estar alinhado com a obra de Deus no mundo. Isso é terrível, é catastrófico, frustrante. Judas, um dos doze era assim. Saulo antes do chamado era assim. Hoje tantos são assim em igrejas históricas, reformadas, que não enfatizam a experiência mas a tradição, o pertencer a uma religião, ao fato de ser membro histórico de uma comunidade religiosa.
Outro ponto importante é que, como seres sociais que somos, dependemos uns dos outros e de estruturas que nos possibilitem essas relações e aprendizado fazendo-nos dependentes delas mais que o necessário. Daí a necessidade de rompimento para que Deus nos alinhe com a Sua vontade. Abraão, Moisés, Elias, Saulo são alguns dos muito exemplos nas Escrituras. Fora dela temos Lutero como um grande exemplo, mas a história religiosa protestante é rica em exemplos semelhantes. Acomodados, submissos cegos, comodamente adaptados não percebem o agir de Deus e permanecem onde estão.
Como saber se devo sair ou ficar, lutar defendendo o “status quo” ou sair rompendo barreiras, já que normalmente os fundadores de movimentos heréticos também assim procedem? A resposta parece ser única: comunhão e intimidade com Deus alimentadas por um profundo amor a Ele e ao mundo perdido pelo qual de Ele, o Senhor Jesus, a sua vida como oferta na cruz. Moisés, mesmo predestinado, para libertar o povo de Israel teve que demonstrar um amor e uma paixão em defender aqueles os quais sabiam ser o seu povo e um desapego por tudo o que significaria ser filho da filha de faraó e o que , humanamente isso poderia significar em termos humanos. Quem sabe, como era práxis, até não tão longe em termos históricos, alguém chegar ao poder matando os prováveis herdeiros ao trono e conseguindo apoio do povo e de parte da nobreza? Havia certamente essa possibilidade humana para Moisés, mas ele não se importou e mesmo frustrada a sua tentativa humana de fazer o que acreditava, não se rendeu ao fascínio desse mundo.
Finalmente a autoridade de Deus só é outorgada por Deus e não segue os padrões de visibilidade humana. Pode até ser coincidente, ou seja: tal “pastor”, “reverendo”, presbítero”,”bispo”, “apóstolo” ser uma pessoa a quem Deus esteja usando para fazer a Sua vontade. O tal ou a tal, não é bispo ou bispa, porque se auto intitula ou porque simplesmente o povo da sua igreja e denominação o reconhecem. Um fruto o precede e dura enquanto o mesmo mantiver a visão e a comunhão com Deus. Teólogos, biblistas, comentaristass, professores de teologia em instituições acadêmicas, se confundem muitas vezes ao fazerem uma análise do ponto de vista cultural e humano somente. Não gostamos do que é diferente do que fazemos costumeiramente. Esperamos, nos arraial evangélico, que o pregador, tenha o perfil que nos agrada - impostação de voz, cultura, aparência, que seja visto como nós o vemos e que não nos cause muitos embaraços ou constrangimentos , que a nossa relação inferida com a sua personalidade só nos acrescente e não nos cobre explicações diante de terceiros - somos bem humanos não é? Mesmo sendo crentes e filhos de Deus, salvos e perdoados...não somos assim tão grande coisa e inteiramente acima da média e do comportamento das pessoas, não é mesmo?
A música, a forma de culto, o lugar e forma como a reunião são conduzidas, as ilustrações e exemplos durante a pregação, a postura brincalhona e amigável ou dura e sisuda definem bem o nosso grau de aprovação e desaprovação. Daí reconhecemos ou não a autoridade do indivíduo. Notem que nesses poucos itens nada ou muito pouco se relacionam e refletem a vontade de Deus ou a possível autoridade de Deus outorgada a alguém. Se a alguém foi outorgada por Deus uma autoridade divina, esse a tem, e deve ser acatada enquanto o mesmo mantiver esse nível de obediência a Deus e esse agora é um ponto importante, pois se não reconhecermos a autoridade verdadeiramente advinda de Deus em alguém usado por Deus, estaremos nos colocando contra Deus, façamos o que fizermos, tendo uma posição religiosa e culturalmente bíblica aparentemente alinhada com a vontade e planos de Deus, e o pior não notaremos isso.
Como ter essa certeza então? É o assunto da proxima postagem dentro da reflexão " O pecado contra a autoridade".
Como ter essa certeza então? É o assunto da proxima postagem dentro da reflexão " O pecado contra a autoridade".
Por Helvecio S. Pereira
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