Todas as religiões e todos os religiosos atribuem a sua fé a base da sua experiência religiosa. Em um debate inter-religioso cada uma expõe a suas crenças justificando detalhes de sua fé. Crentes e cristãos conhecedores do que diz Hebreus 11, defendem a natureza de sua fé como superiora a todas as demais, desde a fé religiosa, passando pela fé ideológica, até a fé anti-fé, a fé atéia.
Porém até a fé religiosa, aparentemente legitimamente cristã, não passa de reposicionamento de opiniões e simpatia por uma determinada corrente teológica ou confissão denominacional. Muitas vezes, cristãos e crentes evangélicos, atribuem a fé um "status" que ela não tem. A fé se parece então, convenientemente, com algo material, toma ares de uma entidade ou personalidade.
A fé inerente a todos os seres humanos, como atributo e como a possibilidade real de ser direcionada de forma correta, passa a ser esperada como algo a ser dado, e uma senha para que algo aconteça. Aí temos dois erros classos: espera-se que a fé surja e que após surgida, a mágica aconteça, enquanto se olha e espera-se, que a partir de uma fé passiva tudo o mais se materialize de forma mágica ou as vezes opostamente explicável, o que parece ser muito pior, quando aparentemente, obrigatoriamente deva ser passivel de ser explicada.
A fé inerente a todos os seres humanos, como atributo e como a possibilidade real de ser direcionada de forma correta, passa a ser esperada como algo a ser dado, e uma senha para que algo aconteça. Aí temos dois erros classos: espera-se que a fé surja e que após surgida, a mágica aconteça, enquanto se olha e espera-se, que a partir de uma fé passiva tudo o mais se materialize de forma mágica ou as vezes opostamente explicável, o que parece ser muito pior, quando aparentemente, obrigatoriamente deva ser passivel de ser explicada.
A fé bíblica não é uma entidade, uma coisa, mas a manifestação, o resultado de um processo que deva ser entendido. Não basta dizer "eu creio" quando nada acontece no íntimo da pessoa, enquanto ela mesma se pergunta por que nada aconteceu? A fé bíblica é expressão e o resultado de uma ação, algo que se faz em resposta ao ouvir a Palavra de Deus. Não pode e não deve ser confundida com simples assentimento, concordância com um arcabouço teológico ou doutrinário. Os fariseus tinha a doutrina correta pois Jesus disse ao povo que fizessem os que eles diziam mas não os imitassem nas suas ações. Se alguém lhes perguntasse sobre o Deus de Israel, eles teriam e poderiam, dar as informações corretas e o ensino doutrinário escriturístico corretos. Porém Jesus disse-lhes enfaticamente que publicanos e meretrizes entrariam adiante deles no reino de Deus, por crerem e eles ( os fariseus ) não.
Não criam os fariseus nas Escrituras e no que elas, as Escrituras declaravam? Certamente sim. Tanto que não compreendendo o caráter da missão messiânica de Jesus Cristo em contraposição aparente à compreensão que tinha do Antigo Testamento o perseguiam e conspiravam contra Ele. Do mesmo modo cristãos sinceros e crentes evangélicos confundem compreensão doutrinária com genuína fé. Naturalmente várias vezes, durante a caminhada cristã, manifestamos fé autêntica conforme exemplificada na Bíblia e fé genérica que se iguala a fé de qualquer religioso não cristão.
Numa abordagem anterior sobre fé e sinais procurei provocar uma reflexão que verifica a relação entre a conversão e os sinais e a legitimidade dos mesmos, tanto no ministério do Senhor Jesus como a sua necessidade de manifestação pública nos dias de hoje. Muitos asseveram aparentemente de forma apropriada nesse caso que Tomé queria ver para crer e por isso foi advertido, pelo Senhor, mas a realidade é que Tomé manifestou em palavras a sua fé ao contrário, reafirmando a não ressureição do Senhor Jesus. Misericordiosamente o Senhor Jesus o confronta dizendo para tocar nas suas feridas nas mãos e nos pés e ver que era mesmo o Senhor. Muitos não creram mas esperaram passivelmente uma prova, outros mais bem aventurados creram sem vê-las mas a própria atitude de se manterem quietos sem manifestação contrária expressava fé, como a de Gamalieu :"se essa obra é de Deus prosperará se não morrerá".
Muitas igrejas, denominações e ministros têm em suas fileiras homens e mulheres cuja fé é apenas de arquibancada, de torcedor em que ítens de fé são escolhidos com base em critérios teológico-denomiancionais como livros em uma estante e são assim alimentados e realimentados. Tenho um querido irmão de fé que em tempo de grande descrença e incredulidade ( duas coisas aparentemente iguais: o descrente aparentemente não consegue crer em nada, o incrédulo é decididamente um crente não crença ou na contra-crença) , bem como eu dizia, a sua esposa lhe deu uma bíblia de edição católica e isso mudou-lhe o rumo de toda a sua vida e de toda a sua família. de certa forma ação de comprar e dar-lhe a Bíblia, a genuína Palavra de Deus a seu esposo foi uma manifestação de fé.
A fé não é uma coisa ( pelo menos material, concreta ), uma personalidade, uma entidade imaterial, é ao mesmo tempo resultado e promotora de nova ação, é portanto dialética e não estática. Portanto ajo e demonstro fé. Não basta dizer: "eu creio", "eu creio", "eu creio", na maioria das vezes pelo desconforto de confessar a sua patente falta de fé, diante dos outros, de si mesmo e de Deus. Afinal se quer crer, ainda mais quando racionalmente é a única saída, não há outra.
A fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus. Informados da possibilidade de perdão, de salvação,de cura, de restauração, agora esse ser humano pode tomar uma atitude semelhante a do filho pródigo ( rico ) que disse a si mesmo: "levantar-me-ei e irei ter com o meu pai, para que porventura me aceite como um de seus empregados", ou como Abrão ( depois Abraão) que após ouvir a voz de Deus deixou a sua terra e sua parentela e saiu sem destino certo rumo a terra que Deus lhe mostraria. Ou ainda Abraão muito tempo depois levando Isaque para ser sacrificado. Abraão poderia dizer muito apropriadamente: eu O conheço Senhor e tenho a compreensão exata, teologicamente de quem Tu és. Já tenho portanto fé em Ti, nada mais é necessário.
A igreja cristã hoje, boa parte dela, tem claramente uma compreensão teológica, baseada em uma arquitetura racional e pode segundo a sua particular cosmovisão teológica expor a sua crença, portanto a sua fé. Entretanto,mais uma vez, a fé não é um caminho de mão única. Algo que eu tenha, produza, consiga e os resultados funcionem como uma lei natural, da gravidade, etc. A fé bílblica só é superior a outras fés não por que ela e exposta de modo mais coerente. Sob certo aspecto estritamente objetivo, tanto é possível a fé cristã, a fé islâmica, a fé kadercista, etc. A diferença é que a pessoa em que depositamos a nossa fé é justamente a pessoa que fez todas as coisas conforme dito sobre Ela. O nosso Deus não é o Deus que supomos ser como Ele é. Ele o é de fato, trino, Pai, Filho e Espírito Santo e tudo o que se diz desse Deus acontece,a Sua operação e intervenção na vida dos seres humanos acontece hoje conforme já expostos em Sua Palavra.
Temos de uma lado a fé como manifestação de uma atitude em relação a Palavra autêntica de Deus, mas na outra ponta está o próprio Deus, o único galardoador da fé, essa certeza das coisas que não se vêem e convicção das coisas que se esperam, que diga-se de passagem é uma definição de fé genérica, descritiva de todas as crenças e fés religiosas e até não religiosas. A diferença está na realidade da pessoa que produz a Palavra ( Palavra de Deus ) causadora dessa fé e materializadora da recompensa, do galardão dado em resposta a essa fé.
Por isso que os sinais não constituem uma opção do crente cristão ou da sua igreja ou denominação. Sinais e milagres estão integrados nessa correlação dinâmica entre fé, Deus verdadeiro, e vida cristã. Daí a declaração escriturística que a fé sem obras é morta, inútil, prestando-se somente a uma vaidade pessoal.
A fé em Jesus Cristo como Senhor não pode ser traduzida em apenas palavras destituídas de uma prática em que Ele, seja ouvido e obedecido como Senhor, como dono de nossas vidas. Se eu próprio não for dEle e as minhas coisas não forem dEle e sujeitas a Ele igualmente, são vãs as minhas palavras.
Em postagem anterior refletimos que o sentido atribuído à fé , dados contemporâneamente e de forma apressada, distancia-se na maioria das vezes do conceito original escriturístico, que não consiste em um conjunto de crenças, ou de crença específica. Crer é entre outras coisas, "deixar-se ser carregado como criança amparada por braços fortes", conceito que pessoalmente gosto muito e tento incorporar nas diversas situações que tenho que manifestar uma fé genuína e agradável ao Senhor.
Finalmente por ser dinâmica, não espere manifestar uma fé sem tempo para isso. A fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus e isso demanda tempo, ainda que varie de pessoa para pessoa e de situação para situação. Do ponto de vista prático, alguém na hora da morte não poderá crer se não tiver ouvido a Palavra de Deus e tiver ainda a mínima capacidade de entendê-la e expressar uma resposta. Alguém que já a ouviu poderá recordá-la nessa situação extrema e assim crer finalmente.
Jesus, nosso Senhor, mensurou a fé das pessoas. Identificou e manifestou publicamente que pessoas, seus interlocutores e ouvintes, tinha as vezes, pouca fé, nenhuma fé, ou fé excepcional, como no caso do centurião romano uma fé não encontrada nem mesmo em todo o Israel. A nós deixou registrado que se tivermos a fé como um grão de mostarda diremos as coisas inanimadas, montanhas, montes, por exemplo, e eles se lançariam ao mar, que faríamos obras semelhantes as dEle e até maiores. Parece que a fé cultivada como declarações opinativas além de aparentemente prazeirosas, nos alijam da verdadeira manifestação de fé, a única que como recompensa real, fará com que coisas sejam operadas por Deus, em um mundo e em um cenário de conflitos reais, conflitos esses, materiais e espirituais.
Aos crentes cabem orar para que Deus adie a morte para que a tal pessoa tenha tempo para ouvir ainda sobre Deus e a Sua Palavra, e assim em oportunidade própria, possa ouvir e manifestar através de ações ainda que em pequenas e significativas, a sua fé e ser finalmente salva, ou curada, enfim. Por isso o crente, o cristão que manifestar, expressar um tipo de fé,que em essência seja muito mais que a "fé genérica" comum as demais religiões ou posicionamentos humanos.
Jesus, nosso Senhor, mensurou a fé das pessoas. Identificou e manifestou publicamente que pessoas, seus interlocutores e ouvintes, tinha as vezes, pouca fé, nenhuma fé, ou fé excepcional, como no caso do centurião romano uma fé não encontrada nem mesmo em todo o Israel. A nós deixou registrado que se tivermos a fé como um grão de mostarda diremos as coisas inanimadas, montanhas, montes, por exemplo, e eles se lançariam ao mar, que faríamos obras semelhantes as dEle e até maiores. Parece que a fé cultivada como declarações opinativas além de aparentemente prazeirosas, nos alijam da verdadeira manifestação de fé, a única que como recompensa real, fará com que coisas sejam operadas por Deus, em um mundo e em um cenário de conflitos reais, conflitos esses, materiais e espirituais.
Aos crentes cabem orar para que Deus adie a morte para que a tal pessoa tenha tempo para ouvir ainda sobre Deus e a Sua Palavra, e assim em oportunidade própria, possa ouvir e manifestar através de ações ainda que em pequenas e significativas, a sua fé e ser finalmente salva, ou curada, enfim. Por isso o crente, o cristão que manifestar, expressar um tipo de fé,que em essência seja muito mais que a "fé genérica" comum as demais religiões ou posicionamentos humanos.
Por Helvécio S. Pereira
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