Pensei em escrever essa postagem há dois dias, talvez três... ou quatro? Bem, o fato, é que no dia, quando estou no ônibus, andando, ou em algum lugar, sempre observo as pessoas, as coisas e penso acerca de Deus e como Ele nos vê. Não significa de modo algum que eu esteja em algum nível de "espiritualidade", qualquer, é apenas o básico que cada um de nós,penso deveria fazer com suas parcas horas de sobriedade durante toda a vida, tirando as outras quando estamos trabalhando, comendo, ocupados com outras necessidades básicas e fisiológicas, etc. O fato é que, opinião minha novamente, apreendemos pelo menos mais alguma coisa acerca de nós e de Deus. Sempre observo as coisas e lembro de um texto Bíblico, geralmente uma passagem inteira e não apenas um versículo, na maioria das vezes.
Sentado, na cadeira da frente, logo a seguir, com o ônibus cheio, entra um senhor negro, humilde, magro, de cabelos grisalhos e aparentemente com cerca de cinquenta e poucos anos, senta-se no capô do ônibus ( onde fica o motor internamente ) e tira de uma sacola ou saco plástico uma miniatura de uma daquelas pick ups de duzentos e tantos mil e começa a observá-la e manipula-la enquanto conversa com um conhecido mais jovem.
Fiquei a pensar o quanto a realidade de ter um veículo daqueles estava distante dele. Não importa se era para um filho adolescente, uma criança, sobrinho ou neto...para eles estaria, normalmente distante...para mim está distante a não ser que passe a pensar só em dinheiro e tenha uma idéia tão original quanto a criação do Google nos próximos meses. E cá entre nós se de repente pudesse comprar uma hoje, provavelmente desistiria e gastaria em outra coisa que me desse maior prazer.
Ah! Essa é a palavra chave dessa postagem. Pensamentos vão, pensamentos vêm. Do brinquedo a brincadeira, ao ato de brincar, fantasiar, etc. Algo perfeitamente natural, tanto no desenvolvimento quando ainda somos crianças, quando mesmo depois de adultos. Há dentre os diversos temperamentos ( quatro na verdade - fiz uma palestra sobre o assunto em um dos meus serviços ) há um mais voltado ao prazer e outro aparentemente menos, o que seria mais sério, mais crítico,mais concentrado. Entretanto todos nós nos movemos nessa vida em torno do prazer, e somos até legitimamente levados a fazer coisas necessárias a nossa sobrevivência pelo instrumento do prazer. Alimentar-se algo essencial a vida, é o prazer que nos guia, senão nos esqueceríamos de nos alimentar.No que se refere à reprodução: só nos reproduzimos pois há uma série de elementos prazerosos legitimamente que nos encaminham e nos leva ao ato sexual final. Normalmente, ou melhor sempre, só fazemos , por nós mesmos coisas que nos dão prazer, das boas e salutares até as piores.
Daí a razão pelas quais, muitas vezes, fazemos coisas legítimas não serem tão legítimas assim em si mesmas. Incrivelmente um assassino mata por prazer, seja o prazer da raiva, o prazer no aniquilamento do outro, da suposta vitória sobre o oponente, etc. Da mesma maneira alguém que é crente canta um hino na igreja ( legitimamente eu repito ) pelo prazer que tal composição lhe causa e não pela verdade expressa na sua letra. e poderíaemos prosseguir em uma investigação tão longa quanto a eternidade, esmiuçando cada situação. Alguém é Papa por ter prazer em ser papa e por esse prazer, ainda que legítimo, se preparou , sonhou e aguardou a legítima oportunidade. assim pastor, músico, tradutor, etc.
Daí a razão pelas quais, muitas vezes, fazemos coisas legítimas não serem tão legítimas assim em si mesmas. Incrivelmente um assassino mata por prazer, seja o prazer da raiva, o prazer no aniquilamento do outro, da suposta vitória sobre o oponente, etc. Da mesma maneira alguém que é crente canta um hino na igreja ( legitimamente eu repito ) pelo prazer que tal composição lhe causa e não pela verdade expressa na sua letra. e poderíaemos prosseguir em uma investigação tão longa quanto a eternidade, esmiuçando cada situação. Alguém é Papa por ter prazer em ser papa e por esse prazer, ainda que legítimo, se preparou , sonhou e aguardou a legítima oportunidade. assim pastor, músico, tradutor, etc.
É verdade que algumas coisas não fazemos prazeirosamente mas forçados pelas circunstâncias, como um trabalho sem opção, algo dentro de um trabalho prazeroso e criativo que naquele momento não seja prazeroso, etc. de uma forma ou de outra, o prazer nos move. Até essas linhas escritas nesse "post", o próprio blog, cada abordagem, essas mesmas reflexões, etc, podem ser motivadas por um prazer pessoal e para desastre, não passar disso.
Os vícios, as anomalias comportamentais, quaisquer que sejam, são movidas pelo prazer. Interessante é que no Éden, antes da queda, o prazer deveria ser o propulsor das ações do casal humano e de todos os seus demais descendentes: as diretrizes, as ordenanças de Deus deveriam motivá-los a sujeitar a terra, comer de todas as ervas e frutos dadas a eles como mantimento e o prazer de ver, sentir e viver em um mundo perfeito e harmonioso ( aparentemente só o jardim, o resto do mundo se desenvolvia de forma natural ) e duas árvores prazerosas de se ver ( boas a vista ): a da vida e a do conhecimento do bem e do mal.
Os vícios, as anomalias comportamentais, quaisquer que sejam, são movidas pelo prazer. Interessante é que no Éden, antes da queda, o prazer deveria ser o propulsor das ações do casal humano e de todos os seus demais descendentes: as diretrizes, as ordenanças de Deus deveriam motivá-los a sujeitar a terra, comer de todas as ervas e frutos dadas a eles como mantimento e o prazer de ver, sentir e viver em um mundo perfeito e harmonioso ( aparentemente só o jardim, o resto do mundo se desenvolvia de forma natural ) e duas árvores prazerosas de se ver ( boas a vista ): a da vida e a do conhecimento do bem e do mal.
Duas fontes diferentes de prazer, só que somente uma delas traria resultados reais: a da vida! Notem que o homem não foi criado imortal mas viveria indefinidamente somente se comesse constantemente da árvore da vida, a qual estará presente no meio da nova cidade santa: a Jerusalém celestial. A outra árvore, igualmente boa de se ver, parecia e era fonte de prazer, o conhecimento do bem e do mal. Hoje todos nós provamos desse prazer. Sentimos prazer ao praguejar, na raiva, etc. Se nos julgarmos com razão sentiremos prazer em matar um inimigo o qual desperte ódio e que nos seja justa e claramente repulsivo. Podemos igualmente perdoar prazer. Pode parecer estranho mas se o prazer for causa e não consequência, a ação pode ser ilegítima.
Jesus nos ordenou amar os inimigos antes mesmo de termos as nossas mentes culturalmente treinadas para tal. Não é um ato a partir de um sentimento, mas uma ação em decorrência da obediência a Sua pessoa. devemos amar ao nosso Deus sobre todas as coisas, mesmo que não haja vinte e quatro horas por dia um sentimento desse tipo perceptível em nossos corações.
Voltando a pequena pickup...a capacidade de virtualizar, tomando por empréstimo um neologismo atual, uma determinada situação, faz com que muitas das vezes, na maioria mesmo nos encontramos fazendo coisas, não pelo que deveria ser a causa legítima de nossas ações, mas como analogia ao processo do brincar infantil, "brincamos" de muitas coisas transformando atos legítimos em ilegítimos.Por que defendemos tais ideias? por que gostamos de tal hino? por que gostamos de tal tipo reunião, de culto e não de outro? por que prefiro esses assuntos e não outros? por que preferiria que Deus fizesse as coisas desse jeito e não deste? por que ? por que?
Finalmente por que não sou perfeito e não fico de pé o tempo todo ( espiritualmente falando )? Por que sou suscetível - e sei que sou- a estímulos tão diversos- e muitas vezes legítimos? O que torna comum a quem já conhece a Deus, tanto o futuro de Israel e Batseba,falando do grande homem de Deus que foi Rei Davi? Para David, Israel no plano de Deus, o seu lugar nos propósitos divinos, conhecer esses propósitos e lutar por eles era tão realmente prazeroso como uma jovem e bela mulher como Batseba. Ambos para um homem, mesmo conhecedor de Deus e que amava o criador eram legítimos e igualmente reais. Daí não basta negar a legitimidade do prazer. O prazer da segurança financeira, do dinheiro, da saúde, do lazer, do conhecimento, do sexo, da companhia e intimidade do cônjuge, do ter filhos, do ter amigos, etc. É mais do que legitimidade é ter a consciência de que se não temos motivação verdadeira ( não confunda com sincera que tem a ver com sentimento ) é infelizmente fácil sermos "brincadores" inclusive de algo legítimo que é ser crente... É como aquele caminhãozinho que parece e até nos remete ao real, mas não é.
Daí a falta de milagres. Milagres desafiam a aparência, desafiam a sequência natural dos fatos, desafiam completamente a lógica. Milagres são. Milagres são opostamente "sérios", ilógicos. Já a brincadeira é lógica, parece a verdade, parece que está acontecendo, mas de fato nada está acontecendo, apenas na imaginação de quem brinca. E enquanto se brinca a realidade não se manifesta, não pode ser apreendida.
Que o Senhor nos ajude. Que eu ou algum de nós aprendamos de fato a diferença entre uma coisa e outra.
Por Helvécio S. Pereira*
graduando em teologia, historiador de arte e pedagogo
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