UM PÉSSIMO EXEMPLO

Se tivéssemos crentes inteiramente comprometidos com o testemunho, com a pregação do evangelho e principalmente com a comunhão com Deus faríamos juntos muito mais. A web proporciona que coisas boas e ruins sejam amplificadas e cheguem a pessoas que não teriam contato com muitas coisas, boas e ruins. De fato, como uma lente de aumento toda a pontecialidade do ser humano se torna patente.

Entretanto sem sabedoria, sem temor de Deus, falando de nós mesmos, os que nos autointitulamos crentes, a falta de um claro objetivo, de ter uma natureza moldada cada vez mais a natureza de Deus, faz com que alguém que se diga crente produza algo tão inútil, de tão mal gosto e que até entre os incrédulos encontrará críticas contundentes.

Será que o sujeito que produziu tal peça de péssimo gosto e efeito, não leu na Bíblia que Moisés, o grande Moisés era "vagar de lábios" e que qualquer que seja a limitação que algum ser humano possa desventuradamente ter não deve ser objeto de zombaria e de humilhação? É compreensível as razões da crítica feita e a quem se destina, mas não poderiam ser elas feitas no campo do debate teológico? O crente que produziu essa peça de mal gosto, repito, faria uma semelhante com relação a Maomé, aos costumes muçulmanos, sabendo que por direito se defenderiam com justa dureza? O  próprio Senhor Jesus poderia ser alvo de piadas por ter sido, segundo as Escrituras, um homem sem atributos estéticos atraentes?

O alvo claro são os pastores neopentecostais e seus programas televisivos ou radiofônicos e as orações feitas  em favor dos ouvintes e telespectadores, e o uso do copo de água sobre os receptores, mas ultrapassa o objetivo simplório de ridicularizar sem nenhuma contribuição, seja teológica ou escriturística, e atinge o poder da oração, e o sacerdócio universal em que cada crente fala ao seu Deus e clama pela misericórdia divina para que as suas necessidades ou a de terceiros  sejam supridas por um ato divino, um milagre que venha trazer cura, ânimo, provisão material, conversão, etc. Coisas desconhecidas pela maior parte da população brasileira que entre cultos e simples, ricos e pobres, recorriam até bem pouco tempo a terreiros de umbanda, centros de mesa, e novenas a todas as versões de "maria" e de "santos" medievais.

Até a muito pouco tempo prevalecia em nosso país a cultura do clamor aos "santos e padroeiras" mas hoje todo o povo sabe que pode falar com Deus na hora de desespero que pode fazê-lo únicamente no nome de Jesus Cristo. Expressões como "Nossa Senhora" foram trocadas por "Misericórdia Senhor", "No nome de Jesus", etc. Você pode argumentar que é de pouca monta, que é apenas da boca para fora, mas em termos antropológicos e sociológicos é de grande importância, abrindo a a porta para que alguém sinceramente disposto e investido de autoridade de Deus, chegue, pregue e ensine a Palavra de Deus às pessoas. Tem que ser muito obtuso, "burro" mesmo para não perceber essas questões.

Aliás nenhum zombador é sábio. Diz-se que para enganar um ser humano em qualquer situação basta levá-lo as gargalhadas.Lembram-se do famoso gás ilariante e seus efeitos na concentração e na tomada de decisões? Zomba-se de Deus, da Sua Palavra, do Diabo, do céu, do inferno e finalmente se vai para lá.

O relativo anonimato da web favorece a todo tipo de atitude muitas vezes reprovável como essa. Trata-se de um péssimo exemplo, de mau gosto mesmo, e tudo em um site cristão, do qual faço parte ( Comunidade Nacional dos Blogueiros Cristãos - não por culpa dos idealizadores mas do que postam coisas e dela livremente fazem parte), mas que vejo de pouca eficácia, como tantos outros espalhados por aí, que ao acessá-los, há uma mistura de informações, mensagens que, na maioria das vezes não se concentram em um único objetivo: a edificação de quem está chegando agora para andar com Cristo e aos demais que já estão a mais tempo nessa caminhada.

"Todo homem seja pronto para ouvir e tardio em falar" recomendam as Escrituras, "não se detenha no caminho dos pecadores e nem se assente na roda dos escarnecedores"( zombadores )". Ademais esse irmão que se deu ao trabalho de produzir, repito , essa peça de péssimo gosto, sabe orar como convém e tem comunhão necessária com o seu Deus para ter uma oração  eficazmente respondida? São questões bastante pertinentes a situação em questão.

Por Helvecio S. Pereira