A declaração acima é encontrada no capítulo dezessete verso 6 do Livro de Juízes, no Antigo Testamento, na Bíblia Sagrada. Hoje muitos cristãos se mostram pessimista, ou por cada acontecimento, por uma leitura dos fatos em geral, por uma leitura das ações por parte de irmãos de fé, chamados de crentes ou evangélicos, ou por consequência de alguma posição doutrinária particular ( como citação apenas e não como únicas, calvinistas ou arminianos ). Falo de posição doutrinária, pois a bem ou mal, ora ajudam a compreensão dos fatos, ora atrapalha antecipando uma compreensão passível de ser feita pela escrutinação individual das Escrituras e pela busca individual de que as Escrituras revelam a cada um de nós pessoalmente.
Devemos ser pessimistas ou otimistas? Razoavelmente um dos dois pode estar certo ou terrivelmente errado em sua reação à realidade. Em uma conversa agradável um querido irmão disse brincando que estaria quase a reconhecer-se como pessimista pela colocação em parte brincalhona do outro irmão num debate via comentário em uma postagem em seu blog. Não farei uma relato da referida conversa, e nem das razões particulares dependentes da escatologia particular de cada um dos envolvidos no debate a que me refiro, por serem complexas e demandarem tempo e espaço, só para considerações pertinentes e mais claras sobre a posição de cada um, doutrináriamente. Posto dessa forma não é algo simples para ser definido rapidamente quanto mais elementos sejam considerados, da realidade ou das Sagradas Escrituras.
Gostaria em colocar entretanto, no que se ganha e no que se perde me ser pessimista ou otimista. Pessimistas são em linhas gerais, rígidos, criteriosos, exigentes e defensores de uma posição mais bem definida, sem nenhuma conotação pejorativa. Otimistas são também em linhas gerais, não tão rígidos considerando as coisas e os fatos em primordiais e secundários, sendo que a posição mais definida se refere mais especialmente aos fatos primordiais. Por si só as diferenças colocadas acima simplificadamente não garantem a verdade e são igualmente risco para os que postulam qualquer das duas posições. Esse pessimismo ou otimismo pode não estar ligado a fé propriamente, mas independente da fé, estar ligado à personalidade, às individualidade, ao temperamento pessoal de cada pessoa. Há ainda o fato de uma pessoa poder ser otimista focado em uma situação e otimista em relação a outra situação.
Quando minha esposa esteve á morte, vinte e dois anos atrás, um pastor amigo e conhecido dela a mais tempo que eu, inclusive seu namorado antes de a conhecer, ao visitá-la e após orar com ela exatamente sobre a enfermidade, lhe disse, ou deixou escapar uma frase de extrema sinceridade mas mal colocada, embora de possibilidade verdadeira: "-Pelo menos irmã você irá para o céu". O problema é que ela iria deixar órfã uma menina de seis meses nesse mundo. Otimista demais? Pessimista? Realista?
Para muitos a igreja não vai bem, está muito mal, doente, e tudo que é feito hoje está errado ou terrívelmente corrompido, Da pregação aos cânticos, passando pelo testemunho cristão, pelas lideranças e pela presença do pecado...tudo muito ruim. Para outros nunca esteve tão bem e o crescimento numérico dos crentes ( vistos por outros como autêntica desgraça! ) como algo terrível, pela "qualidade" desses crentes e do que se apreende como "vida cristã".
De fato o resumo da ópera não é cômodo, simples, agradável, mas quem pode afirmar que já foi de algum modo melhor? O fato é que hoje se sabe mais sobre tudo pois a comunicação, via teconologia ( marca de nossa época ) permite que cada vez menos as coisas fiquem ocultas, o que obviamente não era tão verdade em passado mais recente ou distante. Sobre esse tempo o Senhor Jesus já dissera, que o que fosse dito no interior das casas seria visto de cima dos telhados ( uma alusão à telecomunicação dos dias atuais e crescente? )
Na minha última postagem, aproveitando o gancho da minissérie "Sansão e Dalila" produzida pela Rede Record, em janeiro de 2011, coloquei uma pequena análise do Livro de Juízes, no qual encontramos o registro da vida do Juiz Sansão e da situação de Israel naquele período, que se estendeu por cerca de cento e oitenta anos, aproximadamente. O verso acima ( Juizes 17:6) mostra conclusivamente como exatamente era a situação do povo de Israel àquela época: "Cada qual fazia o que achava mais reto".
O destaque tem o objetivo de lembrar ao leitor dessa reflexão de reler os relatos do Livro de Juízes, tira desses relatos as lições que certamente Deus deseja que apreendamos, pois na minha opinião pessoal, não estão lá apenas para sabermos que aconteceu ( isso seria o menos relevante ) e do impacto direto nas ações de um grupo que não tem quem reine sobre si. Trocando em miúdos: as nossas opiniões se mostram importantes para fazermos algo para Deus, quando sabendo o que Ele quer, Lei moral, não sabemos, como fazê-Lo. Queremos agradá-Lo mas não sabemos como exatamente. Nesses casos não esperamos, agimos. Isso é fato para todos nós e não se trata de uma reflexão para os incrédulos, para julgarmos as ações do que não conhecem nada sobre Deus, embora eles, como nós ajam também assim.
Em provérbios se diz que "há justos que procedem como injustos e injustos como justos" ( Pr : )
talvez, exatamente,pro tanto os "justos", como os "injustos", fazerem, o que mais acham mais retos. As celeumas doutrinárias se revelam por deficiência de análise de uma das partes, cada tentar construir o discurso, a argumentação, o raciocínio que acha mais reto. Isso não é errado e nem digo que não deva ser praticado, mas deveríamos admitir humildemente que não sabemos, que o Senhor não nos disse, que o Senhor não nos fez entender exatamente o que Ele quer que entendamos. A teologia profissional, a ensino ministerial, força o pregador, o pastor, o teólogo e até o leigo a ter "todas as respostas", e sobre minúcias não as temos todas de fato. Sobre outras questões as coisas se mostram claras e inequívocas nas Escrituras, e afirmar nesse caso o contrário é exatamente promover uma distorção da verdade escriturística.
E hoje temos um Rei? Nós o chamamos de Senhor ( dono ). Deus é Senhor, Jesus é Deus e Nosso Senhor. Há um Reino de Deus. Há um príncipe desse mundo ( Satanás ). Nos submetemos de fato a esse Rei ( Deus Pai, Jesus o Filho, O Consolador, o Parácto, O Espírito de Verdade ) ou distantes, conhecendo em parte, com muita boa vontade, nos submetermos em parte, parte de nós mas de fato, com o Israel do tempo dos Juízes, o resultado é que cada um faz o que acha mais reto, e como consequência natural julgamos com veemência as ações do outro por diferirem das nossas? Como no livro de Juízes, Deus levanta um e outro, para haver um relativo despertamento, trazendo o povo de algum modo aos pés do Senhor e expulsando o inimigo que reclama, a semelhança do apóstolo ( ainda discípulo Pedro ) a cirandar-nos como trigo? A exemplo de Sansão, esses líderes produzem ações importantes para o Reino mas sucumbem a desvios e tentações? Estarei eu sendo otimista, pessimista ou realista nessa compreensão? E você querido irmão, qual é exatametne a sua compreensão e quais as repercussões, as consequências práticas da sua posição, sejam no âmbito pessoal ou escatológico?
Pense nisso.
Por Helvécio S.Pereira
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