A diferença entre o homem e os animais, todos nós criados por Ele, o ( único ) Deus criador e sustentador de todas as coisas, entre outras que podem ser aventadas e razoavelmente sustentadas, é a de que o homem tem lembrança do seu passado, que verbalizado se traduz em informação que somadas podem ampliar a sua cosmovisão que somada a de outros seres humanos semelhantes a ele constroem uma cosmovisão de humanidade. Trocando em miúdos: somos os únicos fazer crescer o bolo do nosso conhecimento com a contribuição do passado e do presente e de todos nós.Se os animais pudessem fazer o mesmo construíram uma civilização de macacos em constante desenvolvimento, como da ficção "O Planeta dos Macacos" e outras passíveis de serem imaginadas.
Posto isso, como cristãos, como crentes, a nossa fé só existe, pois o passado registrado e de certa forma nos contado, possibilita a nossa fé no presente e no futuro ( esperança ). Todos somos assim. Daí a importância dos livros e escritos sagrados em todas as religiões do mundo, lugares, relíquias mal intencionadas, relatos fictícios e fabulosos, tradições impingidas por embusteiros e oportunitas, impostas autoritáriamente, mantidas pelo terror e todas as formas de memória sem as quais não há fé alguma no tempo presente, válida para o cristianismo, islamismo, judaísmo, budismo, espiritismo, catolicismo romano, testemunhas de Jeová, Mormons, etc.
Particularmente dentro da fé cristã evangélica não há como ser diferente. Se o passado é o único ponto de partida não pode ser a única referência e a estagnação. Há de se fazer uma distinção, o passado não é movediço ou mutável. Para toda fé religiosa e até ideológica, é importantíssimo que o que se tenha se mantenha até prova em contrário ou total negação e desmoralização. A natureza da crença exige lógica e racionalmente isso. Ainda no que se refere a fé cristã e a genuína fé cristã-evangélica, o presente tem sua relevante importância: o passado sem provas deixa o cristianismo em pé de igualdade e nivelamento por baixo, com as demais crenças. Se Cristo não ressuscitou é inútil a nossa fé, segundo Paulo, e mais, se tudo que foi dito por Ele, nada ou em parte não acontecer hoje, há margem sim para toda a sorte de dúvida legítima, a não ser que o crente tenha uma fé teimosa e obstinada como a do ideólogo fanático, do agnóstico ( fé ao contrário ) do ateu que defende a sua anti-fé, ou seja uma "fé" que não admite interrogações a sua legitimidade, e que portanto, não se arrisca nem por hipótese, a provar a si mesmo e aos outros a sua veracidade.
Essa fé não tem virtude apresentável legitimamente em si, pois basta ser teimoso e se mostrar obstinado o suficiente em repetí-la indefindidamente até a morte. Todo os fanáticos ( no sentido correto ) de todos os tipos agem assim. Matam quando podem e morrem quando não há outro jeito. Nesse caso todos se mostram batatas do mesmo cesto. Que diferença houve entre o ditador Sadan Russem, que foi tremendo compulsivamente para a forca, praguejando em nome de Alá o inferno para seus inimigos, e seus executores, também muçulmanos, que também o faziam? Católicos queimando "pagãos" e "protestantes" na fogueira em nome de sua teologia, do papado e de sua visão do cristianismo? Calvinistas matando uns aos outros na forca, como no caso da ocupação no Brasil a cerca de quinhentos anos. Todos olharam para o passado, para o que aprenderam em toda a uma vida, por não terem opção dentro de sua cultura, sem uma prova contundente de que o que criam era a completa verdade e o que defendiam fosse a realidade.
Tenho lido textos de teólogos de todos os tipos, debatendo as mais variadas firulas do cristianismo, e quase me inclino a caçar teólogos como os agentes do filme "Caça Fantasmas". Há naturalmente exceções, mas sou inclinado a combatê-los, graças a inutilidade, o pedantismo, e a boçalidade de suas declarações, teóricas e alienadas, distorcidas pela sua visão particular, todas custeadas, uma vida inteira por cristãos contribuintes para suas respectivas e respeitáveis congregações,boa parte com visão distorcida do cristianismo. Imagino a incapacidade de ter uma fé alimentada por uma comunhão genuína e pessoal com Deus, sem a qual o cristianismo e a vida cristã não se sustenta como tal e não diferencia-se em nada das demais práticas e vidas religiosas com seus mais refinados valores humanitários e humanistas. Se certa forma já dou algumas alfinetadas como exercício de um autêntico "caça teólogos" pelo dano que causam recomendando, indicando, querendo guiar a igreja para o lugar que só eles vêem, e cá entre nós não é lá grande coisa (!!!).
Defendem um tido de cristianismo que é rico em idéias e em correlações mas se pararmos e vermos em suas vidas, em suas congregações e instituições a que eles se vinculam, NADA de especial acontece que se relacione inequivocamente com aquilo que se pode apreender do verdadeiro evangelho, da veradadeira mensagem ao homem perdido, miserável e sobrecarregado de pecados que estão presentes em todos os lugares, desde as mais latas classes sociais até as favelas mais fétidas e a condição mais miserável em que o ser humano possa ser humilhado e escravizado, seja individualmente, seja culturalmente ( dentro de uma cultura nacional particular ) ou como gênero e etnia.
Para que passado olhar? Penso que o passado descrito nas Escrituras Judaico-cristãs seja a única base para a fé cristã genuína. Embora aos embates históricos fossem necessários e são portanto legítimos para a definição mais correta da base teológica ( no sentido correto ) do verdadeiro cristianismo, não é esse passado pós escriturístico a referência a que devamos nos fiar. A razão é absolutamente simples: a Palavra de Deus tem autoridade para se cumprir quando crida nela. Isso é facilmente compreendido quando alguém ( e são inúmeros os testemunhos a esse respeito ) lendo um único versículo se converte pela crença nele como palavra de Deus. Deus honra a Sua Palavra e por Ele somente opera em nossas vidas. O contrário também é verdade: podemos nos sentir inspirados e termos a visão de algum assunto ampliado por uma palavra humana, uma reflexão como essa, um estudo teológico, um estudo específico dentro da área teológica, mas a sensação, ainda que positiva é absolutamente outra, diversa do que se sente ao constatar-se uma verdade em um texto ou verso da própria Escritura. Creio que há leitores que sabem por experiência própria o que estou falando exatamente.
Essa experiência a que me refiro é a manifestação presente da nossa fé e sustentáculo para a fé cristã genuína. Cristianismo sem sinais não é cristianismo autêntico. Esse tipo de igreja não é mais a igreja viva de Cristo mas um pálido museu apenas. Daí também o catolicismo criado inúmeros e nada originais embustes para manter o povo ligada ao clero romano. Uma teologia leiga e popular nem sempre reconhecida oficialmente pela teologia oficial mas que prende o povo dando o que uma igreja morta e distante da comunhão com o Deus que proclama não lhes poderia dar: o presente como elemento legítimo de prova de sua fé. Daí também o crescimento em]certa época do espiritismo kadercista, dando as pessoas experiências que não tinham dentro do morto cristianismo que conheciam.
O futuro também como descritor e apontador do resultado da fé é um elemento definidor da experiência cristã autêntica. Claro no catolicismo romano essa deficiência é classa, mas também no paraprotestantismo ( Mórmons, Testemunhas de Jeová, Adventistas do 7º dia. ) e fora do cristianismo nas diversas cosmovisões religiosas. Para o crente, o passado é a Bíblia,o presente é a Bíblia e o futuro é a Bíblia unicamente sem dela decair-se e nem sucumbir-se a tentação de passar uma imagem menos fanática na visão do mundo que nada tem para oferecer garantidamente em termos de esperança e fé autênticas. Mais do que isso, as Escrituras, a Bíblia, não contem a vida eterna mas testificam ( toda ela ) do único ( ser pessoal ) que tem Ele a verdadeira vida eterna: Jesus Cristo, Deus e Filho de Deus. Amém.
Por Helvécio S. Pereira
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