Há no mundo não poucos lugares e regiões, países, povos, tribos, em que a própria inferência ao cristianismo não se faz presente. Literalmente: nunca se ouviu falar de Jesus Cristo e de sua história. Há não poucos outros lugares e povos em que a história conhecida sobre Jesus é uma história substituta e vaga, a de um profeta que fez milagres, que fugiu, se casou e morreu em determinada região longe da Palestina e de Israel. No Ocidente, da Europa para cá, temos deste um cristianismo outrora fervoroso e agora decadente até todo o tipo de acréscimo. Na África e em parte do Oriente, temos um sub-produto do cristianismo protestante-evangélico, como o fenômeno reverendo Moon e sua igreja. Na América do Sul não faltam malucos e no Brasil inclusive, com indivíduos se autodenominando o próprio Cristo e idiotices como patriarca "x" e "y".
Aos crentes verdadeiros causa tristeza, indignação e ações confusas, onde todos desconfiam de todos e criticam os resultados, no caso o crescimento de não-católicos, não-espíritas e de novos não-ateus. Alguns, na verdade, parcela considerável, chega a abominar os milhões de evangélicos surgidos de décadas para cá, número ainda crescendo. Artistas, jogadores de futebol, celebridades e suas conversões, são ora levadas pouco a sério, ou ora exaltadas além da conta, como acontecimentos de exceção. Ex-bandidos, ex-assassinos, ex-travestis, ex-gays, ex-tudo, ex-qualquer coisa são vistos ora com alegria eora como bizarrices. Há ainda excrescências como igreja evangélica ( que se use outro nome, pela liberdade de crença, reunião e culto, mas sem causar confusão ) como igreja evangélica destinada a opções sexuais diversas.
Não são na verdade poucas as inconsistências que chocam com aquilo que se projeta de uma igreja cristã evangélica modelar. E isso não tem e não terá solução. Alguns berra, esbracejam, outros esperneiam, outros se entristecem e lamentam e há os que desistem infelizmente, embora essa seja a pior e a mais injustificada alternativa. A cada exemplo citado lembro-me, enquanto escrevo de um fato concreto, documentando, público, ou pelo menos constatável na sua materialidade.
Não são na verdade poucas as inconsistências que chocam com aquilo que se projeta de uma igreja cristã evangélica modelar. E isso não tem e não terá solução. Alguns berra, esbracejam, outros esperneiam, outros se entristecem e lamentam e há os que desistem infelizmente, embora essa seja a pior e a mais injustificada alternativa. A cada exemplo citado lembro-me, enquanto escrevo de um fato concreto, documentando, público, ou pelo menos constatável na sua materialidade.
Um pastor meu colega como professor, e amigo, me contou que, acompanhando determinada igreja batista aqui na região de Belo Horizonte, em uma das convenções batista ( esse é o seu trabalho na igreja ) nessa tal igreja, o filho do pastor presidente pediu a demissão de seu pai do ministério, por esse ser gay, e não apenas enrustido ( se me entendem ) o que terminou sumariamente na exclusão e demissão do pai. O filho também pastor, tentou substituí-lo na liderança da igreja e essa o resistiu e negando finalmente o seu pedido. Isso tudo diante da igreja em um culto pela manhã de domingo. Nos Estados Unidos, uma igreja patrocina uma hora de programa ao vivo em rede de televisão, para esclarecer o fato de o seu pastor ter feito sexo a três no interior da igreja ( sua esposa, ele, e uma funcionária da igreja ). Outro fundador de uma mega-igreja com filhos grandes e mais de vinte anos de casamento revela diante da igreja que tem duas certezas na vida: ser gay e ter sido chamado para ser pastor (???) .
Com o desenvolvimento da mídia, redes sociais, internet, tv a cabo e celulares, até as celebridades evangélicas mais respeitáveis, vez ou outra, deixam escapar pérolas de incoerência e inconsistência indefensáveis. O que deveria ser opinião privada com compreensível revisão de pensamento e de opinião é tornada pública causando não poucas dúvidas e confusões. Gostaria de dizer que Deus não tomará partido nem pelos que estão aparentemente mais corretos, nem pelos destemperados, não para que tenhamos uma igreja pela qual possamos humanamente nos gloriar.
Mas o que eu gostaria de lembrar é que o evangelho permanece o mesmo e a sua proclamação tão eficiente como sempre fora. Também os seus efeitos na vida de quem o acolhe no coração, os mesmos e maravilhosos efeitos, mesmo que pela nossa avaliação algo tenha falhado e tudo pareça tão caótico. Jesus é o Salvador todoeficiente e onipotente. O Senhor é todo capaz de guiar e usar o ser humano renascido de Deus para a Sua obra ( obra de Deus ). Isso nunca mudou em nenhuma época posterior a primeira vinda do Senhor a esse mundo.
Gostaria de ressaltar, e esse é o propósito original dessa postagem e reflexão, que há dois evangelhos basicamente a serem pregados ao mundo: o que Jesus veio e deu a vida por todos e o que Jesus veio e deu a vida só por alguns, e isso não tem nada a ver com a reconciliação universal que reza que no final todos se darão muito bem com Deus de alguma forma. Nada disso.
No meio evangélico protestante há dois evangelhos ou pregação dos mesmos: há os que dizem que Jesus veio para salvar a todos os que nEle crêem e os que dizem que Jesus não veio para salvar qualquer um, ainda que esse um deseje ser salvo sentindo que o destino na eternidade sem a salvação será terrível e insuportável ( pois o será psicologicamente, se assim o podemos dizer ). As justificativas dos primeiros são de fato inconsistente e pouco ou nada razoáveis, mas isso não é perceptível facilmente dentro do enorme blá-blá-blá teológico. Não se trata de facilitar as coisas e deixar a revelação bíblica mais palatável. Também não é isso. Falo de um posicionamento que na prática tem diferenças pragmáticas concretas. Ou se assume uma ou outra posição. Ou se diz clara e inequívocamente que se trata de uma mensagem ou de outra.
Pois bem, tentarei colocar de modo mais claro e inteligivelmente possível: para esses, em nome de uma defesa da Soberania Divina, Deus escolheu sem base nenhuma alguns para serem salvos e os demais para serem perdidos, façam o que façam e que com base nesse raciocínio, Jesus Cristo morreu só por esses, por uma minoria e ponto final. Contra objeções dizem nesciamente: se Jesus tivesse morrido por todos ( como assevera João 3:16) ninguém poderia ser condenado ao inferno. De fato o número de salvos é indubitavelmente uma minoria, mas não por que Deus o desejasse, mas por consequência, mas esse é um outro assunto.
Na prática os desdobramentos são de fato terríveis e passam desapercebidos de nós todos, independentemente da posição assumida, no calor de cada debate teológico. Aparentemente alguns de nós se importam muito com cada uma de nossas opiniões particulares e posicionamentos e não com o mundo perdido diante de nós. Se você crê em Cristo e na Sua obra redentora, você é salvo, isso é bíblico e está correto. Se o outro não entende, não crê, ele é um perdido, isso também é bíblico e correto. Mas você crê porque, segundo esses, Deus o escolheu para crer nEle e ao outro não, não importa o que ele faça, ou pelo menos o quanto se sinta desesperado e perdido. Isso na sua família, esposa, pais, filhos, marido , sogra, colegas de serviço, um benfeitor seu, alguém que lhe tenha salvado a vida, médico, bombeiro, policial, etc. Há outro problema, se você e eu somos salvos, e cremos que somos, e pela graça, não vem de nós, por que fomos então escolhidos em detrimento de outros? Se fomos por algum motivo, e claro esse motivo é especial, já não é por graça mas por algum tipo de mérito, de meritocracia.
Finalmente não há de fato uma igreja em que possamos nos gloriar, e não digo isso por ser negativo e pessimista, ao contrario, ainda bem que não há. Posso e devo apenas me gloriar na pessoa bendita do Senhor Jesus Cristo, reconhecendo que como homens e mulheres, mesmo nos esforçando para acertarmos, não conseguimos sermos perfeitos em todo o tempo e em todas as situações. Do mesmo modo que a nossa história e biografia são, a exemplo das personagens bíblicas, com altos e baixos, acertos e erros. Não há uma posição doutrinária cem por cento irreprensível, e quem se apoia em uma ou outra por simpatia, está perdendo o seu tempo. Não há então uma teologia estritamente bíblica a ser apreendida? Sim há e curiosamente essa teologia e doutrina estritamente bíblica é dada a compreensão de cada um conforme possa suportar. O básico para alguns, mais para outros, mas nunca além do que possa ser colocada em prática e obedecida.
Só a título de exemplo: determinado pastor de igreja "A', "B" ou "C" com toda a sua capacidade e preparo para trazer boas mensagens dominicais calcadas na Bíblia, mensagens consoladoras e edificantes, não crê que pessoas sejam possessas por demônios e que portanto essa coisa de expulsar demônios é um embuste moderno de outras denominações apenas. Sinto muito... você não pode ser meu pastor e eu me recuso a ser sua ovelha, pois a minha Bíblia diz que demônios invadem os corpos e atormentam as mentes das pessoas e que alguns só saem com jejum e oração. Bem pelo seu peso, jejum para você é apenas uma prática oriental e depois medieval. Outro pastor pode dizer muito coerentemente que "crentes" não podem ser acometidos de possessão demoníaca...mas os fatos, e a minha Bíblia me dizem que os que crêem e conhecem a Deus podem se desviar tanto da vontade de Deus e serem usados pelos demônios sim. Você também não pode ser meu pastor. Me recuso em perder tempo em ser sua ovelha. Outro diz que o óleo citado na Bíblia para unção dos enfermos era apenas um tipo de medicação usada naqueles tempos primitivos ( sem a ciência contemporânea claro ) e portanto "ungir" e lambrecar doentes hoje é uma prática inoportuna e ignorante nos dias de hoje. Desculpe, você também não serve para ser meu pastor, e não recomendo que seja de alguém.
Há tantos exemplos concretos e reais que poderia ficar citando um a um, e se não expusesse não poucas pessoas, poderia citar nomes e igrejas. Me aterei finalmente a seguinte: Não importa os hinos tradicionais, os corinhos e canções escolhidas a dedo pela coerência bíblica, a criatividade na pregação das mensagens nos cultos e a correlação com os acontecimentos contemporâneos ( isso parece sempre agradar a plateia ), a mostra de clara erudição ( o tal fala bem, escreve bem, tem cultura, isso também agrada e nos sentimos bem em levar a igreja um parente, patrão, colega ou amigo, eles saem bem impressionados )...se o tal crê que Jesus morreu por alguns e não por todos, não concordo com o tal. Se há tantas posições e tantas reparações com relação a isso ou aquilo, o que fazer, ou que posição tomar, a mais dentro da vontade perfeita de Deus? Trata-se de uma angústia sincera dos que são crentes sinceros, legitimamente sincera.
Numa pregação, em qualquer lugar, para qualquer pessoa eu diria: Jesus morreu por todo homem, mulher, ser humano, enfim nascido nesse mundo. Se crer nisso todo o benefício de Sua obra virá sobre você. Não sei como, mas Ele fará uma obra na sua vida, que começa agora e será aperfeiçoada durante todos os dias e anos de em que você puder viver nesse mundo. Não há a menor restrição ou desculpa, pois Ele mesmo já dissera: "Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e Eu ( Jesus ) os aliviarei".
Quanto a você que já crê, se vive encasquetado com posições doutrinárias de homens, e tem dúvidas em trocar algo "mais sofisticado" teologicamente por algo tão simples, ore a respeito, embora eu ache que em certos casos Deus não dirá nada, mas os resultados e frutos, mostrarão qual deva ser a escolha certa. Deus tem feito a Sua obra, a despeito de nossa confusão. Pessoas estão sendo salvas, milagres da parte de Deus estão sendo realizados todos os dias, para desconforto religioso até mesmo de crentes evangélicos. O crescimento numérico é real embora não nos termos aos quais nos referimos visivelmente. As portas do inferno, conforme palavras do próprio Senhor Jesus, nem resvalam em prevalecer contra a Sua Igreja.
Sobretudo, cada um de nós, só temos um Senhor, e só sob a esfera de Seu poder e direção, deveríamos nos submeter unicamente, para o serviço e para o louvor de Sua glória.
Por Helvécio S. Pereira
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