Espero não ter passado a idéia de que eu seja indiferente a coisas que são ditas ou praticadas no chamado "mundo gospel" e que partilho de uma posição, apenas em gratuita oposição a posição de outro grupo de crentes. Esclarecendo: que eu seja simplóriamente contra os calvinistas e favorável aos arminianos, contra os reformados e tradicionais ( ou parte deles ) e inteiramente favorável aos pentecostais e neopentecostais. Não é essa a minha posição. A minha posição é a seguinte, dois pontos, um em cima outro embaixo:
Ambos comentem erros e ambos contribuem em muitas circunstâncias para a proclamação do evangelho às demais pessoas. Os reformados, ou parte, ou muitos deles, se sentam em seus sofás confortáveis, na segurança de suas casas, nos momentos de folga ministeriais ( falo de pastores e ministros evangélicos ) e assistem todos os programas dos demais pastores e denominações evangélicas e como críticos e comentaristas de futebol, fazem longas análises dos erros e mancadas dos outros ( muitas delas reais ). Qual o problema então, se isso é legítimo até para eles? Direito garantido de expressão, assim como o meu, ou o de qualquer um? Simples, de algum modo, esses mesmos não cumprem satisfatoriamente a sua tarefa de alcançar as pessoas, com o seu evangelho melhor e mais correto. Trocando em miúdos: para muitos deles a sua mensagem não passa de blá-blá-blá e a sua fé é sujeita, tanto quanto a do outro grupo, a uma chamada ética de grupo.
Se você não sabe o que é isso, é o seguinte: todos nós construimos a nossa prática de vida baseada em uma ética pessoal e uma outra dos nossos pares. A segunda, a ética de grupo, sujeita a nossa prática e vivências ao crivo da ética de nossos pares. Isso explica duas coisas, pelo menos. Quando Deus quer usar alguém para algo específico, retira essa pessoa do grupo. Abrão ( Abraão ), Moisés, Daniel, Saulo ( não só esses e nem históricamente rigorosamente nessa ordem ). O grupo é necessário a nossa formação (" assim como uma faca afia outra faca assim um homem a outro homem"- Provérbios ). O contrário, uma étiva forjada solitariamente vira delírio e surgem coisas absurdas e estapafúrdias. O normal é que a ética construinda no grupo possa ser melhorada individualmente ou a construida individualmente piorar no grupo, graças ao respeito e conscessões mútuas dadas acriticamente aos pares.
Isso explica o fato de calvinistas e outros reformados serem tão endurecidos em certos aspéctos claramente incoerentes. Não vão se deixar convencer dos pontos em que estão errados. Não só eles, qualquer um de nós em qualquer grupo e associação humana. O grupo, a sua ética fortalece o erro. Os parabéns, tapinhas nas costas os favores mútuos, a repetição das mesmas falas, enrigessem e aparentemente consolidam as mesmas crenças. Esse fenômento é o mesmo fenômeno antropológico nos paraprotestantes, espíritas e católicos e em qualquer religião ou movimento ideológico. Os pentecostais e neopetencostais não estão fora disso, nem os ateus, os políticos, os fanáticos ideológicos, os guerrilheiros, etc. Nós somos assim e assim funcionamos internamente.
O resultado é que alguém nessas condições passa a não ver criticamente as suas atitudes e falas, e não há nenhuma virtude intríssica nisso. Não se trata de fé...da fé que agrada a Deus, que se origina em um coração semelhante a de uma criança, aberta para o novo, sem preconceitos ( no sentido lato da palavra ). Por essas e por outras, todos somos passíveis de erros, em maior ou menor proporção.
Por que estou falando isso? Líderes importantes ( pela atividade e repercussão pelo que fazem, por suas iniciativas ) frequentemente cometem erros, que qualquer um de nós cometeria na mesma posição - não exatamente os mesmos mas de mesma natureza - e todos ficam a se perguntar, e críticas voam de todos os lados, muitas com boa dose de razão, e que deveriam ser seriamente observadas, outras divergentes apenas pelo jeito diferente de como determinadas coisas são realizadas.
Todos os erros, sejam falas ou práticas, poderiam ser igualmente evitados, observado o equilíbrio entre a ética individual e ética de grupo, ambas igualmente falhas, e que podem nos induzir a erros. Solução? comunhão efetiva com Deus, e nunca trocar o que Deus pensa e acha, pelo que Eu acho ou o Grupo ache. Por isso homens de Deus, no sentido de estarem ativos na Obra de Deus em nossos dias, fazerem concessões a outros pregadores e abrirem espaço para que digam bobagens em nome de Deus. Outros simplesmente discordam até com razão, mas a sua comunhão com o mesmo Deus não os possibilita fazer o trabalho que outros estejam fazendo, até de modo mais correto e mais efetivo. Todos nós erramos. E o inferno só não prevalece contra a Igreja de Jesus, pois o próprio Senhor Jesus nos garantiu que tal fato não aconteceria. Pois não poucas vezes contribuimos inadivertidamente para que, se possível, tal acontecesse.
Vale dizer que alguém que queira sinceramente ser usado por Deus terá que ser forjado na comunhão e no caminhar santo com Deus. Parece de fato, que boa parte da nossa vida cristã, gostamos de caminhar meio "soltinhos", com nossas próprias pernas, construindo as nossas próprias alianças. Oxalá aprendamos alguma coisa com os erros dos outros, sem julgá-los simplesmente, mas tirando lições para as nossas próprias vidas e para o melhor serviço ao Senhor.
por Helvecio S. Pereira
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