Não tenho o hábito de responder pessoas e contrapor idéias diretamente usando uma postagem. A exceção dessa feita se faz por duas razões: uma o meu comentário excedeu o limite no blog em que uma reflexão sobre o assunto acima era feita pelo autor do blog; duas essa postagem será enviada diretamente a caixa de e-mail do autor da referida postagem, e cujo assunto tento argumentar, por outro ângulo aqui.
O blog a que me refiro e o que eu leio sempre, pois admiro e conheço o seu autor e mantenedor, do qual discordo ( eu dele e ele de mim ) em detalhes, embora concordemos em número e gênero e o que for mais possível, no amor ao mesmo Senhor e Salvador de nossas almas e razão última de nossas vidas. Nossas minúsculas divergências se explicam, pelo fato de pessoas que tem afinidade sobre algo tão importante para a suas vidas, falarem entre si sobre algum assunto. Torcedores falam sobre o seu time, políticos falam sobre seus partidos e suas ideologias, financistas e empresários falam sobre dinheiro, roqueiros sobre rock n'roll e nós, os que cremos nEle e O amamos, sobre o nosso Deus, as Escrituras, o Senhor Jesus ( o que é infinitamente melhor ).
Bem a reflexão iniciada pelo irmão Jorge Fernandes Isah, no seu blog Kálamos, foi sobre o fato de todas as orações do Senhor Jesus terem sido respondidas ou não ( ele demonstra que não ). O meu comentário em seu blog, excedeu o espaço permitido e eu perdi o que havia escrito ( isso nunca aconteceu com ninguém na web, foi um fato único- acho até marcação com as minhas colocações- brincadeira...) O irmão argumentou de forma muito bem escrita, como já disse,que não. Passando por questões de natureza teológica que incluem-se também, a humanidade-deidade de Cristo. Claro que na minha opinião - nada menos e nada mais que isso- embora razoável e logicamente, trata-se de uma material que pode vir a indicar uma posição bíblica sobre o assunto.
Porém antes disso, coloquei que as Escrituras, ou seja a Bíblia, nos exorta a pedir, e claro a forma de pedir coisas a Deus é a forma da oração, não da reza, mas oração, que consiste, como ensinou em duas ou mais vezes o próprio Senhor, em falar com Deus, o Pai, como se fala a uma pessoa confiável, plenamente confiável, como um pai mesmo. Essa confiança nos levaria a pedir sem medo, pedir com a certeza de sermos ouvidos, pedir com a certeza de que as nossas necessidades fossem levadas em conta, pedirmos com certeza que o fato de sermos ouvidos e considerados seria primáriamente o amor e que esse Deus, como nosso Pai, com "P" maiúsculo, mais que um pai terreno, que mesmo sendo mau, sabe dar boas coisas a seus filhos, seria justo para conosco.
Daí, argumentei que , embora teológicamente e racionalmente, ainda que correta a reflexão, seria de fato um contracenso e não prático e não sábio, gastar energia e raciocínio em direção contrária, até mesmo no que as Escrituras demonstram do Gênesis ao Apocalipse, em que, curiosamente alguma forma de oração sempre é registrada.
Se por outro lado, a intenção era combater os "excessos" dos pastores e pregadores pentecostais e neopentecostais que ensinam que Deus atende todos os pedidos o erro também é recorrente. Eles estão certos em ensinarem e a praticarem a oração insistente pois a Bíblia e o próprio Senhor nos exortam a fazê-lo. Tal fato não deveria incomodar nenhum crente de nenhuma posição teológica. As Escrituras, como já disse, nos exortam a fazê-lo, e um pregador, pastor, missionário, um crente deve não só ensinar isso as pessoas como a praticar isso em sua própria vida. Obviamente Deus responde com "sins" e com "nãos" e daí?
Devemos contudo, continuar a orar, a pedir, pedir pelo impossível, pelo aparentemente ilógico, pelo sem precedentes, pelo caso raro, pelo que nunca se ouviu um testemunho, pelo impossível mesmo.
Nessa semana, uma criança de seis anos foi sequestrada, e seus pais, crentes, não sei de que igreja eram ( a imprensa não divulgou - divulgaria se fosse escândalo, crime, etc ) oraram e a criança, dias depois foi achada sã e salva. Não importam o que as circunstâncias e a razão indiquem...devemos pedir, insistir, bater e crer, com base escriturísticas simples conforme expus um pouco antes nesse texto. O objetivo de Deus é sempre responder com o amoroso "sim", elogiando a nossa fé o ocasião do pedido feito, atendendo a necessidade urgente e livrando-nos do sofrimento e da condição em que somos oprimidos. O contrário disso é uma espécie de "anti-fé", desnecessária e portanto inútil e por mais razoável que pareça torna Deus mentiroso em tantas outras afirmações nas Escrituras e podem soar muito bem como uma palavra de intenção maligna: " não foi bem assim que Deus disse..."
Devo, portanto, devemos, pedir, pedir até sermos atendidos. O que separará a oração de sua resposta não é a não vontade de Deus, mas a adequação do pedido a Sua vontade. Se desistimos como Abraão, por ocasião de sua intercessão pelas viz Sodoma e Gomorra, não foi o "não" de Deus, mas a falta de perseverança de Abraão, na ocasião. Abraão temeu aborrecer o Senhor e cessou de pedir. Uma teologia "temerosa" pode ensinar e levar as pessoas a fazerem muitas coisas corretas mas a errarem justamente na fé que crê em milagres e na intervenção providente de Deus em nossas vidas.
Por Helvécio S. Pereira
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