A ESCATOLOGIA, o estudo das últimas coisas, fascina a não poucas pessoas. Alguns se aproximam da Bíblia e dos Nostradamus da vida, para curiosamente dissecarem o futuro global e universal. Aliás, curiosamente há dois tipos de futuro, que acende a curiosidade de muita gente: o destino individual e o destino universal. Separados ou intricicamente ligados e dependentes, fala-se muito neles e e discute-se pouco, dando margem a inúmeras crendices ou postulados não críticos.
Ou estamos todos indo como manada para um rio inexorável de fatos, e aparentemente estamos, sem nenhuma margem de criatividade individual, ou o universal é apenas consequência de tendências individuais menos originais, e portanto fatalmente previsíveis. O Senhor Jesus sabia do destino de Jerusalém e não sabia do dia de sua volta fato registrado nas Escrituras. Como coadunar essas duas verdades?
Nesse caso duas possibilidades se colocam, e para refletír sobre cada uma delas, devemos lembrar do que as Escrituras trazem em seus registros. Nada de ficar cruzando versículos com versículos simplesmente, já que também a divisão em versículos na Bílblia, é factualmente útil mas sabida artificial. Deve-se em um estudo sério, se ver os fatos narrados, seu contexto e desfecho, e o que eles pretendem nos revelar e transmitir levando-se em conta o ponto de vista de Deus. O que Deus gostaria que entendêssemos?
Então vamos lá: Jesus não sabia tudo, como humano que era também, pela simples razão que o seu cérebro desenvolveu como o cérebro de qualquer um de nós, multiplicação de neurônios, aprendizado, treinamento, e observação, além da linguagem. Ao alcançar a idade adulta, homem feito e diferentemente de nós perfeitamente desenvolvido, sem doenças psíquicas, sem pecado, e sempre na graça da comunhão com o Pai, Jesus aprendera com o Espírito de Deus ( O Espírito do Senhor está sobre mim, texto cumprido literalmente na vida de Jesus na terra ), tendo sido por Ele guiado e ensinado.
Dessa forma, um dos meios pelos quais Jesus conhecia o futuro, sabia o que iria acontecer, era pela revelação do Pai e não por visões onicientes. Provavelmente Satanás não sabia, com toda a certeza, sinceramente, se Jesus era o Messias ou não, daí a tentação ser mais que uma tentação, uma tentativa de confirmação. Principalmente por ser na moda, por razões várias, aparecerem no contexto religioso judáico, muitos se autointitulando "messias". Quando Satanás mostrou a Jesus, os reinos do mundo, não foi a cidade de Jerusalém, mas toda a glória e os reinos do mundo da época ( que não era pouca coisa ), dizendo que tudo era dele e a ele foi dado, como o próprio Senhor Jesus confirmaria chamando de " o príncipe desse mundo". Satanás não mostrou-lhe o futuro, pois não o conhece, mas o presente sobre sua influência, o mesmo que distribui a artistas usados para seus propósitos, industriais e empresários do entretenimento, cientistas que usam a ciência para o mal, religiosos que criam e prosperam religiões anti-Deus nesse mundo.
Bem então, o que Jesus sabia a cada momento, a cada dia era pela única revelação do Pai, mas algo de sua própria experiência é nos revelado também nas Escrituras. Alguns imaginam que temos um pré-existênca a nossa vida na terra, espíritas, e religioso orientais, africanos, etc, o que definitivamente não é Bíblico. Mas Jesus tinha, era o verbo, o Anjo do Senhor no Velho Testamento. E algo de sua vida na eternidade vinha a sua mente humana como o que afirmara certa feita: " Vi a Satanás cair do céu como relâmpago na terra " ou antes de Abraão existir Eu Sou", por exemplo. Curioso que vi alguns irmãos reformados diminuirem a importância desse texto referente a Satanás, como apenas traço e retórica linguística.
Temos aí duas formas de conhecimento do futuro e do passado, na vida de Jesus, por revelação do Pai e pelo fato do Espírito do Senhor estar sobre Si, e também da sua própria lembrança, do Seu estado anterior a encarnação.
Outro dilema é se toda a história está fechada, sem nenhuma possibilidade de mudança, cada ato, fato, pensamento ou mínima escolha, ou não. Evidentemente é facilmente comprovável pela observação da própria criação, que as realidade não se sustentaria se estivesse aberta. Um simples desvio de um cometa ou meteoro maior poria toda a vida na terra, e consequentemente, todas as milhões de histórias individuais a perder. Há limites e leis em todo o universo observável, e todas as coisas existem relacionadas a um propósito, e possuem uma interligação lógica. A existência portanto não é acidental, como poderiam ser a história e a própria existência?
Entretanto é inconcebível e altamente ilógico que tudo seja fechado, e que o próprio Deus incorpore tudo e a todos como delineiam as religiões orientais, em que tudo , todas as coisas sejam manifestações do que Deus é, incluindo o próprio mal. A Bíblia tácitamente nos revela que Deus é conhecedor do mal e capaz de fazê-lo, mas deixa claro que Deus não é o mal, é antes de tudo a perfeição absoluta e inimaginável, é separado, três vezes Santo, como grau linguístico de extrema exaltação de sua natureza incontaminável . Dessa forma tudo o que é contra Si mesmo, que não é de Seu prazer, tem origem, fora dEle e não nEle. Quanto a Satanás, revelam as Escrituras," foi achada iniquidade nele". Embora o mal existisse como conceito não se materializou sem um agente, embora exista como possibilidade só se potencia através de um agente, como Satanás o é o homem se tornou com a queda e hoje pode ser ocasionalmente, na maioria das vezes.
Dessa forma o futuro é colocado como um conjunto de possibilidades, ora aberta, ora fechada, conforme os agentes se interrelacionem. No cenário Bíblico os atores são:
Satanás, os anjos caídos, o homem, anjos a serviço de Deus e o próprio Senhor. Outras criaturas de Deus que existam fora desse cenário, não fazem parte dessa história e drama universal. Pender entre um lado e outro e ser responsabilizado por essa escolha e comprometimento, é que redundará no Juízo final, muito além de ser "mauzinho" ou "bonzinho". Todas as criaturas, e no caso todos os seres humanos, já estão de um lado ou de outro, na sua maioria do lado errado da balança.
Embora, eventualmente apresentemos lampejos do que seríamos, com nossos farrapos de justiça, dizem as Escrituras não somos dígnos e aptos a participarmos das coisas de Deus. Porém não é exatamente o que fazemos de bom ou ruim, predominantemente mais bem do que mal ou vice versa. O ser humano não nascido de novo, não-regenerado, se colocado no céu, no paraíso, fará nova rebelião e não se submeterá naturalmente as coisas de Deus nem apreenderá o sentido dos atos de Deus e não O louvará e não O honrará. Por duas vezes o homem, mesmo na condição de pecador poderia alçar-se a uma vida e poder inimagináveis e foi por Deus, pelo próprio Senhor impedido sumáriamente: na expulsão do Édem e na Torre de Babel.
Quando se, voluntariamente, manifesta-se a fé em Jesus, como o Messias, único e suficiente Salvador, essa confissão se torna uma prova agradável a Deus, que opera aí o principio da regeneração ou novo nascimento. A aquiessência religiosa, o assentimento doutrinário, a cultura religiosa não podem fazê-lo. Se assim o fosse bastaria o bom catecismo, o bom discipulado, a boa formação teológica, a titulação acadêmica religiosa cristã, o alinhamento ministerial, o exercício profissional religioso cristão e pronto. Nada disso salva. Milhões de religiosos protestantes de igrejas históricas não são salvos em todo o mundo, pois jamais nasceram de novo, o Deus bíblico, embora mais próximo de sua cultura e educação, é apenas uma idéia e seu ministério religioso apenas uma profissão, um trabalho como outro qualquer.
Desastroso é o fato de irmãos que um dia humildemente passaram por essa experiência simples, intransferível, individual e única, agora se manifestem públicamente contra ela, descaracerizando-a, como se fossem feitores e fiscais de uma pressuposta qualidade religiosa evangélica. Essa é a razão pela qual não discrimino e nem ponho impecilho as mais diversas igrejas, num leque tão aberto de tendências e práticas ainda que nem tudo esteja tão bem no cenário religioso evangélico brasileiro, mais próximo do nosso olhar e realidade. Ainda na sua maioria, as igrejas evangélicas fazem apelos públicos e convidam as pessoas a "aceitarem a Jesus", e com base nisso únicamente, Deus vem ao pecador, e opera nele todo o Seu propósito. Essa é a verdadeira obra de Deus, e a forma como ele alcança e salva as almas. Substituir isso por outros critérios mais "elaborados", e religiosamente reconhecidos denominacionalmente, além de não ser novo, é de fato, na prática, contra em absoluto ao que Deus tem feito através de vinte séculos, alcançando mulheres e homens através de experiências válidas individuais..
Finalmente, voltando a escatologia, em que período da história você gostaria de se encontrar? Na época de Jesus, vê-Lo ao vivo e a cores, ouví-Lo, acompanhá-Lo nas suas andanças e viagens? Ver "in loco" os milagres por Ele operados? Talvez eu e você,guardadas as circinstâncias, poderíamos nos alinhar com aqueles que se opuseram a Sua pregação e não seria boa coisa. à época dos reformadores e o ressurgimento da mensagem plenamente Escriturística, para os séculos depois deles mesmos? Ou seria a inigualável volta de Cristo a terra, nas nuvens, arrebatamento, seus pés fendendo o monte das Oliveiras e Seu reinado visível? Ou participar dos mil anos de paz na terra, onde todo o desenvolvimento e ordem se tornará então patente e real, e onde tudo o que foi descoberto, compreendido a duras penas durante milênios, será finalmente usufruído e aproveitado? Ou ainda testemunhar pessoalmente o vilipêndio de tudo isso mais uma vez, quando Satanás, em pessoa, for solto e pessoalmente enganar as nações, bilhões de pessoas herdeiras de progresso e paz impensáveis nos dias de hoje, e então finalmente, após a sua derrota e condenação definitivas, novos céus e nova terra surgirem finalmente? Sinto dizê-lo que não estaremos aqui por ocasião desses últimos fatos,os quais serão muito tempo depois dos mais próximos e aguardados eventos pelos crentes vivos hoje.
Creio que já deu para saber em que altura dessa longa história nós nos encontramos...um momento peculiar, único, interessante, mas no âmbito da humanidade, apenas um momento histórico como outro qualquer fazendo parte de um todo. Talvez outros nos agradassem mais se pudéssemos escolher. No que diz respeito ao indivíduo, à historia individual, cada um de nós tem um tempo exíguo para mudar de lado, da condição de perdido, para a de salvo e só, uma só vez e definitivamente. O único meio é a aceitação de Jesus Cristo como o Salvador e o Senhor, sendo Ele mesmo, Deus e Filho de Deus. Se não gosta desse modelo e dessa única possibilidade, saiba que não há outra, ainda que pareça mais pomposa, mais agradável humanamente, seja por alguma aparente riqueza filosófica ou ainda aparente científico-religiosa.
Aceitar a|Jesus é que salva únicamente, em uma oração breve, sincera e pessoal. Nenhuma igreja ainda que cristã, nenhuma prática cristã consolidada e históricamente legítima, pode salvar de fato, algum ser humano, nenhum alinhamento ou simpatia teológica, absolutamente nada. Talvez, certamente por isso, o Senhor Jesus afirmara: " Prostitutas e Publicanos entrarão no reino dos céus diante de vós, pois eles creram e vós não".
O juízo Final é uma crença compartilhada por todos os cristãos, de todas as igrejas cristãs, sem exceção, também por judeus e muçulmanos igualmente. Dessa forma ateus e religiões orientais e africanas não crêem em um juízo universal, no tempo e muito menos na história. Só o cristianismo tem suas revelações proféticas calcadas na história como referendo e prova de sua veracidade.
Contudo, o Juízo Final, trata-se, de fato, de uma necessidade lógica e moral quando se olha para a história humana, seja como sociedade ou individual, nas atitudes mais ocultas e nos atos e ações mais secretos. Até mesmo religiões orientais, não exatamente deistas, de matrizes africanas, propõem em sua cosmovisão um julgamento individualizado da pessoa, com base em seus atos e vida, com explicações mais ou menos míticas que maus atos não ficam jamais impunes. As religiões pagãs no passado, todas sem exceção, asseveravam igualmente com critérios mais ou menos próprios, um julgamento, não poucas vezes materializados em ações humanas em nome das supostas divindades.
Quase sempre a ética religiosa pressupõe um julgamento e uma justiça mais próxima de sua época e cultura, privilegiando o julgamento do outro em detrimento de seu próprio. Aplicação e destino bem como o meio como esse ser humano escapará da condenação ou com base em que critérios será julgado é que se torna particular. Desse modo, igualmente a salvação cristã é única, pois "salva" o imerecido com critérios novos e absolutamente justos relacionados a um cenário complexo e maior e perfeitamente lógico. Jesus como Salvador é, dessa forma , uma absoluta e grata novidade, verdadeiramente uma "Boa Nova" ou "Evangelho".
O juízo Final é uma crença compartilhada por todos os cristãos, de todas as igrejas cristãs, sem exceção, também por judeus e muçulmanos igualmente. Dessa forma ateus e religiões orientais e africanas não crêem em um juízo universal, no tempo e muito menos na história. Só o cristianismo tem suas revelações proféticas calcadas na história como referendo e prova de sua veracidade.
Contudo, o Juízo Final, trata-se, de fato, de uma necessidade lógica e moral quando se olha para a história humana, seja como sociedade ou individual, nas atitudes mais ocultas e nos atos e ações mais secretos. Até mesmo religiões orientais, não exatamente deistas, de matrizes africanas, propõem em sua cosmovisão um julgamento individualizado da pessoa, com base em seus atos e vida, com explicações mais ou menos míticas que maus atos não ficam jamais impunes. As religiões pagãs no passado, todas sem exceção, asseveravam igualmente com critérios mais ou menos próprios, um julgamento, não poucas vezes materializados em ações humanas em nome das supostas divindades.
Quase sempre a ética religiosa pressupõe um julgamento e uma justiça mais próxima de sua época e cultura, privilegiando o julgamento do outro em detrimento de seu próprio. Aplicação e destino bem como o meio como esse ser humano escapará da condenação ou com base em que critérios será julgado é que se torna particular. Desse modo, igualmente a salvação cristã é única, pois "salva" o imerecido com critérios novos e absolutamente justos relacionados a um cenário complexo e maior e perfeitamente lógico. Jesus como Salvador é, dessa forma , uma absoluta e grata novidade, verdadeiramente uma "Boa Nova" ou "Evangelho".
Jesus não morreu pelos salvos somente como asseveram loucamente alguns, morreu por todos ( João 3:16 ) mas uma minoria será finalmente salva ( parábola do caminho estreito ) pois Deus deixa a cargo de cada um essa decisão livre, e plenamente espontânea, para o bem ou azar do sujeito, embora círculos evangélicos, estranhamente descaracterizam justamente essa liberdade de escolha. Deus espera que cada um de nós haja como o homem sábio da parábola contada pelo Senhor Jesus, que ao encontrar um grande tesouro em um terreno, vendeu tudo o que tinha e comprou esse terreno, ou como o filho pródigo ( que significa rico ) que aceitou a única alternativa a sua sobrevivência, arrependimento e aceitação as condições de reintegração do seu pai, ainda que não lhe fossem previsivelmente tão agradáveis, mas tomou a decisão e fez o caminho de volta, se humilhando reconhecendo o seu erro, fazendo a única coisa necessária a sua restauração como filho.
Você pode não gostar da idéia de "aceitar a Jesus" dizendo ou que simples demais, sem o brilho e pompa que a religiosidade geralmente impõe, às varias experiências religiosas com seus signos claramente visíveis, ostentação e ritos, mas é a única experiência que Deus não abre mão que você tenha. A única e definitiva atitude que salvará a sua alma.
O futuro individual está de fato em aberto, e você é o único responsável pela sua condição na eternidade. "Quem quiser venha e beba de graça da água da vida", hoje e na eternidade, através de Jesus somente, e de ninguém ou de nada mais.
Por Helvécio S. Pereira
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