Se perguntássemos a cada cristão qual a sua aspiração como tal, certamente a resposta mais óbvia seria, ter comunhão com o Senhor, proceder e viver o mais parecido com o Salvador. Curiosamente, descontados o mau caráter de alguns líderes religiosos ocasionais, os quais nem crentes eram, a maioria, a imensa maioria de cristãos e crentes, criaram e fomentaram idéias mais ou menos errôneas durante todo o período da história da igreja cristã, por aspirarem serem melhores e desejarem uma igreja cristã melhor para o seu tempo, geração e futuro..
Não convém, e o espaço seria gasto de modo não tão confortável, em registrar os inúmeros exemplos das mais diversas ações e invencionices teológicas ao longo do tempo até os dias de hoje. Debates menos amistosos, ódios, assassinatos e maledicências são algumas das consequências de tudo isso. Curiosamente, em muitos dos casos, o aparente zêlo pelas coisas de Deus, o pelo menos do que se vislumbrava como relação ideal com Deus e o que realizar em Seu nome e para Ele, foram as causas precípoas de tudo que se fez.
Andar com Deus, próximo a Ele, ter autoridade a partir da confissão de fé no Seu nome, ter conhecimento advindo dessa proximidade e intimidade, reagir e agir como Ele. Ter compreensão das coisas de Deus, ensiná-las as outras pessoas, ter as respostas para perguntas e dúvidas comuns e que inquietam tanto os da fé, como os que se opõem a ela.
Portanto se analisar qualquer movimento, denominação, liderança, dentro do cristianismo histórico ou contemporâneo, a motivação é a mesma, considerando-se a sinceridade das pessoas, tanto no que diz respeito ao que as inquieta como ao que as motiva. Há exceções grotescas e claramente espúrias, mas não são com base nessas exceções, as minhas reflexões no momento. Pensemos, no quanto, nós cristãos e crentes, normais e comuns, sinceros e críticos de nossas próprias atitudes, podemos ainda incorrer facilmente em algum erro ou distorção, que por não atingir pícaros de insanidade, podem muito bem passar desapercebidas.
É fácil testar a nós mesmos, citando algumas figuras bíblicas, e tentar identificar a simpatia por cada uma delas devido a sua pressuposta intimidade com Deus. Começando com Abel e Caim, passando por Enoque, Noé, Abraão e Ló, José, Isaque, Jacó, Davi, Salomão, Elias, Eliseu, Isaias, Jonas, Jeremias, Habacuque, Pedro, Paulo, João, e tantos outros que , aleatóriamente não citei. Sem esquecer as mulheres: Haábe, Rute, Esther, Maria, etc. Não se trata de um estudo ou defesa de um tema bíblico, mas apenas de uma reflexão passageira, e nem por isso menos válida.
Todos queremos estar próximos do Senhor, plenos no conhecimento de Sua vontade, tanto quanto possível. Um dilema aparentemente fácil e ao mesmo tempo impossível de ser alcançado. Embora sejamos, quanto possível e circunstâncialmente polidos, em afirmar que somos todos iguais e assim permanecemos diante do Senhor, internamente julgamos, ou pelo menos analisamos uns aos outros todo o tempo, e temos uma consciência de que ao nosso olhos, somos melhores que os nossos interlocutores, sejam cristãos, crentes ou não.
Mas o que é de fato estar próximo de Deus? Não foram poucas as maracutaias bem ou mal intencionadas ao longo da história cristã, que foram e vão desde o isolamento absurdo, a alienação estúpida e inútil, até a autojustificação sob as mais diversas formas. Tudo para como desejo daquela mãe diante de Jesus, que como uma mãe que era, pediu a Jesus que um de seus filhos se assentasse a direita de Cristo e outro a esquerda, algo que nem para si mesma ela havia pedido. Ser preferido de Deus, é um velho desejo. Ser visto com distinção entre muitos. Essa pretensa proximidade pode ser vislumbrada e delineada idealmente sob diversas formas. Vai desde um enérgico defensor das coisas de Deus, como os fariseus e Saulo, que também era fariseu, até qualquer um defensor das coisas desse mesmo Deus hoje, com uma opinião legítima particular.
Outra possibilidade é ser um especialista, um mestre, um tem resposta para tudo que se relacione ao Deus cristão e a Sua Palavra, as Sagradas Escrituras. Isso sem contar os longos anos de serviço religioso, ministério, história para ser contada, posição na hierarquia-religiosa-denominacional-protestante-evangélica.
Digo o que eu digo, nesse momento, sinceramente, em nada direcionado a um grupo ou outro, denominação ou outra, movimento ou outro, pessoa ou outra. Trata-se, de fato, em um reflexão, na qual os parâmetros pensados, servem para mim também, ou seja, sinto me incluído e balizado, em minhas prováveis atitudes, igual aos demais irmãos, sejam de que igreja forem, denominação, status religioso e ministerial, etc.
Todos igualmente, gostaríamos de estarmos mais próximos, mais íntimos e claro, mais úteis e agradáveis ao Senhor. Coitado de quem, ainda que insconscientemente, se julgue alguma coisa a mais na sua condição de cristão e crente. Quando olhamos para as personalidades bíblicas, com suas falhas e limitações, diante de desafios imensos, encruzilhadas em que tiveram que tomar uma decisão, cujas repercussões futuras, trou xeram consequências importantes do ponto de vista de Deus, tanto que ficaram registradas para nosso exemplo e consolo, ficamos pasmos, pois certamente não alcançamos o seu nível de intimidade com o Deus absoluto e criador de todas as coisas.
Com essa consciência que parece unânime, mesmo assim culpamos as lideranças, os modelos ministeriais, a má teologia ou a falta da teologia legítima, as tendências contemporâneas, o secularismo, o conforto, o tipo de oração, enfim "n" coisas, todas fora de nós e esquecemos que andar perto ou longe do Senhor é, pelo menos uma possibilidade individual, pessoal e intransferível.
Se o véu do templo se rasgou em decorrência do sacrifício de Jesus por nós, dando livre acesso ao homem arrependido, por intermédio dEle mesmo ( Jesus Cristo ) a Deus, o Pai, o que mais nos tolhe no nosso amor ao Senhor? Não somos mais os gentios, mas do número daqueles que se quisermos, podemos beber da água da vida.
Perdemos a humildade do dia da aceitação, do primeiro arrependimento, quando não éramos nada na hierarquia religiosa-denominacional-evangélica e não sabíamos praticamente nada da teologia que hoje confortávelmente abraçamos? Nos tornamos melhores no decorrer dos anos ou ficamos, de fato mais patéticos, cheios de nós mesmos, ainda que por motivos e elementos aparentemente legítimos? Será por isso que nosso cristianismo e vida cristã, seja altamente previsível e impotente embora eloquente na sua organização lógica e discursiva? O erro do outro ainda que aparente, justifica a nossa impotência e inoperância pessoal?
Será que por causa disso que o Senhor, observa a todos nós, esperando que todos nós, cada um de nós, examine-se a si mesmo e conserte-se, cada um a si mesmo, diante dEle? Chamamo-Lo de Senhor e a toda a hora dizemos com as nossas atitudes, e as vezes com palavras e discurso contundente, que Ele, o Senhor não está dando conta de pôr ordem no curral, e nas Suas ovelhas? Por acaso o Senhor não soube sempre, e sabe hoje, onde quer chegar e a que ponto estão a Sua obra e a Sua Igreja, da qual Ele afirmara que as portas do inferno não prevaleceriam contra ela?
Finalmente esquecemos que somos objeto de Sua obra salvívica, não para em princípio, termos uma qualidade religiosa externa e aparte de uma relação de amor a Sua pessoa, mas de ter intimidade com Ele, de andarmos junto dEle e termos com Ele um acordo ( como andarão dois juntos se não houver entre eles acordo, di a Bíblia )acima de tudo?
Andar com Ele, como Enoque andou com Deus e Deus para si o tomou, ou ser fiel como Abraão, ao qual chamou do meio de sua parentela e tirou de sua terra, ou como Isaias que viu o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, ou como Elias que fez prodígios em nome do Senhor, como Moisés que abriu o Mar Vermelho, como José guardado e favorecido em terra estrangeira em meio a descrentes. Que dizer de Daniel, ou de Maria e José, pais terrenos de Jesus, sobre os quais sabemos praticamente nada? E os milhões de anônimos, no passado e no presente, cujas experiências com Deus não só não são registradas e muito menos organizadas literáriamente e assim conhecidas?
A sua distância ou proximidade do Senhor te satisfaz ou angustia? Conhecendo-O o que mais se pode fazer para torná-la mais ideal, sem se apoiar em falsas premissas ainda que aparentemente legítimas?
Que Ele nos ajude. Essa reflexão é para todos nós. Amém.
Por Helvécio S. Pereira
De vez em quando, um ou outro anúncio completamente divergente da fé cristã evangélica é veiculado oportunamente em nosso blog. Trata-se puramente de um mecanismo do Google de incluir anúncios que se interrelacionem com o tema e assuntos abordados no blog. Trata-se algo normal, desde que aceitamos a possibilidade de adição de anúncios em troca, da gratuita possibilidade desse serviço na web que leva as nossas reflexões a milhares de pessoas. Se você é um crente saberá desconsiderá-lo.
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