A vida não é justa e isso não é apenas uma opinião mas uma constatação. A confusão se estabelece quando por constatação, por experiência, ou por simples projeção, reconhecemos que Deus é justo e não só mais um justo, mas O perfeito e O totalmente justo. Deus é a própria justiça. Conciliar as duas idéias e compreensões aparentemente não parece possível, mas só quando se pensa que tudo o que acontece e como acontece, é da vontade de Deus e certamente não é, pois no caso da existência humana principalmente, o número de coisas que vão contra o que Deus deseja e tem prazer é imensamente maior que os atos de justiça, as boas ações e os feitos corretos.
Outrossim é que após a nossa compreensão do que Deus seja, de quem Ele é, e de qual é a sua natureza e vontade, não só desejamos um mundo diferente, mas nos esforçamos para sermos diferentes e aí não cabe nenhuma concepção teológica particular, nenhuma igreja cristã em particular, todo cristão sabe que não é aquilo que Deus gostaria que ele fosse e se esforça para alcançar um pressuposto padrão de qualidade espiritual, que no fundo não é tão espiritual, mas que constitui-se num modo único de vida e de reação e interação com um mundo real constituido de pessoas, de gente, de todas as situações possibilitadas pelo dom da vida nessa terra. É exatamente aí que nos deparamos com o dilema de sermos tudo ou pelo menos parte daquilo que cremos e professamos crer aos outros que não compartilham a nossa fé bem como àqueles que creem como nós, ambos exigindo de nós mesmos uma vida de fé qualitativa.
De fato todos os embates teológicos, todas as posições doutrinárias, todas as controvérsias, todas as possiveis dúvidas e certezas, advéem únicamente daquilo que nos possibilita, em tese, dizer que há uma validação do nosso cristianismo, da nossa vida cristã, da nossa e da dos outros.
Na esfera privada ou pessoal o dilema é o mesmo, mesmo dentro de uma cômoda cultura denominacional religiosa evangélica-cristã. Quantas vezes devo ir a minha igreja? Em quantas e em quais atividades dentro da sua organização particular devo me envolver? Deve ter um cargo, uma função, dentro dela? Tem a mesma validade se for voluntária ou com vínculo empregatício? Posso ficar sem igreja, sem cargo, sem ocupação? Quanto de dinheiro devo dar além do dízimo? Devo mesmo dar dinheiro a igreja? E se contribuir para um missionário, uma sociedade bíblica, uma creche, ou ter outro empreendimento legítimo e importante para o crecimento da obra de Deus como uma livraria, gravadora, produtora, televisão emissora de rádio, etc? As questões não se esgotam a esses parcos exemplos. E um blog, um site, um vlog, etc?
Na família como deve ser o meu agir? Se ninguem vai onde vou, (o caso a igreja ) e não faz o que eu acredito que deva ser feito para Deus, os abandono? Prego para os outros de fora e não prego para eles, esposa, filhos, pais, irmãos, primos? A prioridade é ensinar as pessoas a pensarem como eu penso, concordarem com as minhas opiniões, alcançarem o meu nível particular de compreensão das coisas, ainda que sejam as coisas de Deus?
É razoável que eu vá para o céu e que a minha esposa (ou esposo no caso das irmãs ) não vá? É razoável termos filhos para povoar o inferno e não os céus? A vida cristã deve se resumir em apenas um sutil exemplo, de como ir a igreja, como cantar tais hinos, como vestir-se o mais adequadamente em uma cultura absolutamente particular?
Trata-se de uma reflexão facinante e de modo nenhum inóqua para quem se disponha sinceramente a fazê-la. É, de fato, o nosso dilema diário, mas que pode sutilmente passar desapercebido. E as nossas prioridades, como a do jovem rico ( não eram as riquezas e nem a sua religiosidade exemplar o verdadeirto problema ). Jesus afirmou que " o que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma". Em qualquer situação, a salvação é a prioridade, para nós mesmos e para qualquer situação da vida, incluindo-se aí a legítima religião cristã-evangélica.
Pessoalmente não discuto, nem cogito, a qualidade secundária de uma pretensa vida cristã. Qualquer igreja, pregador, que ciscunstâncialmente estiver apontando para Deus como criador e Jesus Cristo como único Salvador e Redentor, não ouso discutir o resto. Trata-se do conhecimento, da experiência e do contato como único Deus e Senhor, a pessoa então fará o resto. Ela caminhará ou não com o Senhor, o seu amor por Ele será a medida e qualidade de sua vida cristã.
Muitas pessoas infelizmente irão para o inferno, pois a elas está sendo vendida uma vida cristã e regiliosidade denominacional mais ideal, e infelizmente inexistente. Não há, e se você a procura está enganado, uma igreja perfeita seja na sua organização, seja na sua teologia, na sua doutrina, seja na qualidade humana de seus membros. Há melhores e piores, claro, mas nunca a ideal e perfeita. Mas o Senhor está disponível e disposto a operar em nosso favor, seja curando, libertando, restaurando, salvando, capacitando, ensinando, abençoando, etc. Essa mensagem, essa boa notícia chega todos os dias, todos os momentos, através de homens e mulheres imperfeitos, organizações imperfeitas, métodos imperfeitos, e por que não dar ouvidos a ela?
Como obstar que alguém, despertado, sacudido, exortado, olhe para o Senhor e seja salvo por Ele? Quantos crentes, aparentemente vêem seus entes queridos irem para o inferno ( já que é só questão de tempo ) simplesmente porque segundo o seu conceito, não podem ouvir outras vozes a não ser a sua própria e exatamente como a mensagem é concebida e aceita pela sua própria mente? E olhe que não estou falando de uma pressuposta mensagem "ecumênica" que não seria o evangelho. Falo de aceitar a Cristo, de em uma simples e sincera oração, recebê-Lo em sua vida com a ajuda de um outro crente, na rua, na praça, em uma reunião numa igreja "X", "Y" ou "Z", mas na forma de uma experiência real, única, pessoal, insubstituível, e validamente única.
Não é passar os outros uma idéia religiosa-denominacional-teológica, mas a urgência da decisão e acentimento a pessoa do Senhor Jesus como único Salvador de nossas almas, da alma do meu interlocutor, do ser humano ao meu lado ou diante de mim. Dizem as Escrituras: "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo." Coloquemos no devido lugar aquiloque é prioritário e deixemos de gastar energias inutilmente com comportamentos e atitudes que não são prioritáriamente bem vistas pelo Senhor. Lembra-se da oferta da viúva, do perfume de Madalena sobre os pés de Jesus, lavando-lhes os pés empoeirados pelas muitas caminhadas? A Bíblia esta repleta de bons exemplos de prioridades bem vistas por Deus. Estude-as e reflita em cada uma delas, e olhe que são muitas.
Por Helvecio S.Pereira
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O QUE ACHOU DESSE ASSUNTO?