Eu me esforço para, com base nas Escrituras ( na Bíblia ) pensar como Deus pensa, isto é ver como Ele vê além da cultura, das circunstâncias e de todos os elementos que constituem a nossa base autoconstruída para elaborar a nossa visão complexa e na maioria das vezes errônea sobre tudo. Particularmente sobre o calvinismo, faço questão de ouvir e reler os argumentos daqueles que o postulam. Tenho por intuição e convicção, que Deus jamais entrará nessa briga, em favor de nenhum de nós, evangélicos, quando discutimos e assumimos nossas diferenças e repúdio ao outro irmão evangélico. Podemos brigar até desmaiar e Deus não se pronunciará, embora muitos digam que Ele se mostrou mais favorável a um de nós.
A postagem abaixo ou o resto dela, registra a posição de duas pessoas encontradas na web, e as coloco aqui não como uma afronta a qualquer calvinista mas por representar o outro lado de seu pensamento, o qual deve ser considerado, pelo menos para ser rebatido dentro da racionalidade e da lógica.
Há um cometário de um "ex-calvinista" o qual espero que tenha deixado, para o seu próprio bem, de ter deixado de ser calvinista e também arminiano ( no sentido de defesa de uma posição pela posição teológica, e ter profundas e reais experiências com Deus e com as verdades das Escrituras. Tenho comigo que ninguém serve a Deus melhor por ser calvinista ou outra coisa, mas pode perder muito por defender qualquer posição que se torne prepoderante diante da comunhão como próprio Deus.
"Uma fábula de La Fontaine conta que dois cachorros viram o cadáver de um burro boiando no rio. Tendo muita fome mas não sabendo nadar para alcançá-lo, eles tiveram uma idéia: beber toda a água do rio para que o cadáver ficasse em terra seca. Eles começaram a tarefa mas em pouco tempo já estavam quase estourando e o nível do rio continuava o mesmo. La Fontaine conclui que assim são os homens quando tentam fazer o impossível.
Me lembrei dessa fábula hoje quando passava pela minha cabeça o que eu chamo (internamente, para mim mesmo) de "teologia da crueldade".Essa é aquela teologia que resgata a concepção tribalista judaica de "povo escolhido" e que despeja o resto da humanidade no inferno.
Na verdade, essa fábula me vem à mente sempre que vejo algum "reformado", aqui ou ali, tentando justificar sua teologia da crueldade e enfeitá-la com a cobertura do "amor cristão".
Os "eleitos", vestindo seu manto da humildade "Made in Paraguay", parecem sentir grande satisfação interior em serem "Os Salvos". Enquanto observam o resto do mundo desabar, tem a forte convicção de que o que virá ao resto do mundo é ainda pior no inferno de fogo. "É triste, mas é assim mesmo", dizem. "Nós não podemos entender a mente de Deus, você tem apenas que acreditar. Quem sabe você também não é salvo e faz parte do nosso clubinho?".
Sim, porque os "eleitos" são pessoas que têm mais sorte do que qualquer ganhador da mega-sena. Eles foram "escolhidos" porque "Deus é soberano", porque "Deus poderia ter escolhido a qualquer um" ou mesmo não ter escolhido ninguém.
Eles nos lembram que Deus poderia ter criado o homem para mandar a raça inteira pro inferno, mesmo sabendo de antemão, pela sua onisciência, que o homem iria pecar. Da mesma forma que qualquer pessoa poderia tomar a decisão de ter um filho apenas para descartá-lo numa lata de lixo depois.
E uma coisa que não dá pra entender é quando eles ainda falam em "restauração da cultura". Restaurar a cultura pra que? Para criar uma nova cristandade? Mas qual o sentido disso para um mundo que não tem a mínima esperança de redenção?
Essas dicussões teológicas podem assumir uma grande complexidade, mas o que eu estou expressando aqui, e tenho consciência disso, é apenas a minha reação emocional a esse tipo de doutrina teológica.
Sei que há boas razões para defender tanto a predestinação (teologia da crueldade) quanto o livre-arbítrio, e sei que muita gente, em cada um desses lados, tem uma forte convicção de estar com a verdade. Uma convicção quase tão forte quanto a de um muçulmano de que todos dois estão errados. As convicções religiosas são assim.
Daí que quando estamos neste campo de discussão, tentar convencer alguém é quase sempre tentar fazer o mesmo que os dois cachorros da fábula de La Fontaine. Ainda mais quando os "reformados" tentam nos enfiar goela abaixo que existe algum tipo de "amor" em sua teologia da crueldade. Esse tipo de doutrina teológica parece expressar, pelo contrário, muito mais o "ressentimento cristão" de que Nietzsche tanto falava."
Um dos comentários feitos ao texto ( houve outros contra a postagem escrita, apenas escolhi um favorável, mas não exatamente por isso, mas porque complementa a análise feita no texto- também por que não sou calvinista- rs...rs...rs... Não não é isso. É porque ele vai além do que simplesmente dizer "gostei", "não gostei", tapinhas nas costas ou coisas piores tipo: %$£3&5/*... ):
Interessante texto.
De fato o que me fez deixar de ser calvinista é exatamente a incoerência de um Deus de amor sequer dar a alguém uma chance de escolher amá-Lo. É como um pai que, sabendo que o filho não tem condições de tirar nota azul no bimestre porque adoeceu e perdeu algumas aulas, diga a ele: se você tirar nota azul, te dou um video-game, se não tirar, eu te esmurro ate sangrar.
Se Deus é o ser mais misericordioso que existe, necessariamente nossos pensamentos não podem ser mais "bons" que os dEle e, se a predestinação choca a todos nós, como pode Deus ter assim agido?
Engraçado é o que o Ciro Zibordi disse sobre os calvinistas, "eles são calvinistas perante teólogos, mas perante a congregação são arminianos".
Imagine um calvinista evangelizando: "Oi irmão! Sabia que se você for predestinado por Deus você será salvo independente do que você fizer?".
O evangelizado responde: "É mesmo? Que legal! Mas e se eu não for"
O calvinista responde: "Vixe... se mata então cara... você pode cair de joelhos e chorar sangue que você vai mesmo é para o inferno queimar para sempre hahahahahahaha".
Fonte da postagem e do comentário, quem se sentir com outra opinião e quiser manifestá-la ( endereço do blog com o texto e demais comentários),
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