Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
Mateus 7:22
Quando, por várias e diferentes maneiras, vimos a conhecer a Bíblia, crer nela como a Palavra de Deus, experimentarmos o Novo-nascimento, e pretendermos viver todos os dias de nossa vida segundo essa esperança, não conseguiríamos, no início descrever como isso se dá de forma mais articulada e pedagógica ( no sentido de fazer os outros entenderem e a nós mesmos de identificarmos o processo pelo qual isso se dá de fato esse processo).
A preocupação primeira, imposta ou aprendida, é a da natural satisfação aos que não são da mesma fé ( como se disséssemos aos outros como estamos certos e eles errados e a nossa conduta fosse a prova da verdade do que cremos ). Embora de certo modo e em certo grau, isso seja absolutamente irrelevante, pois Deus é tudo que Ele é, independente do que eu diga e seja, mesmo ligando a minha história ao Seu Santo nome ( coisa que todas as religiões e religiosos se esforçam em fazê-lo ). A exigência das demais pessoas, parece ser natural e direcionada no mesmo sentido, ou seja, como prova de que o que eu eventualmente diga, seja verdade, cobra-se determinadas atitudes mais ou menos coerentes, com o que eu digo e afirmo , ainda que não sejam exatamente sobre mim, mas sobre uma terceira pessoa, no caso Deus.
Dessa forma, explica-se o exagero e até a forma patética, de alguns religiosos e religiões desenvolverem maneirismos complexos e elaborados, como se esses, pudessem comprovar alguma santidade, legitimar sua religiosidade e fé, e estabelecer alguma possível relação real com a divindade aventada em seus discursos religiosos e proselitista. Aliás O Senhor Jesus não se precupára nunca com isso, pois era tido por alguns como "bebedor e comilão". De uma forma ou de outra, é consenso que um certo grau de compatibilidade e razoabilidade deva existir entre o que eu prego, falo e testifico, afinal escândalos devem ser evitados e serão certamente punidos dolorosamente, declarações do próprio Senhor Jesus.
O que eu quero aventar nessa reflexão é aquilo que popularmente se atribui no meio cristão a outro que a priori, crê no mesmo Senhor, ama o mesmo Deus e se esforça para fazer a mesma vontade agradável daquEle que de algum modo alcançou a todos nós com a sua verdade e inigualável amor. Em termos práticos, no momento em que estamos do cristianismo, particularmente no Brasil, cada nação tem o seu estágio até mesmo no que concerne ao evangelismo e a divulgação da Palavra de Deus entre os seus habitantes, onde temos tradicionais e neopentecostais em um ouro extremo, é fácil relacionar certas declarações com um julgamento precoce do outro.
Não curamos em teu nome e em teu nome não expulsamos demônios? Nunca vos conheci, apartai-vos de mim, vós todos o s que praticais a iniquidade". Esse texto tão bem conhecido cai como uma bomba no cenário atual. Tradicionais não expulsam demônios, aliás nem reconhecem que demônios possam entrar nas pessoas. Curas, só se mediada pelo caríssimo e eficiente plano de saúde. Sobra para os ignorantes e pragmáticos dos pentecostais ( agora não tanto, se adaptaram aos novos tempos ) e neopentecostais com seus não poucos escândalos públicos, quase sempre valorizados pelos seus inimigos ( neopentecostais têm inimigos pelo dinheiro que manipulam, pelo poder que confrontam, tradicionais são recolhidos ao seu próprio cantinho e na maioria das vezes não fedem e nem cheiram, claro isso é uma simplificação para comparação radical, não entendam como ofensa ).
Vale para teólogos profissionais não crentes de fato na teologia que pretensamente estudaram e defenderam, muitas vezes por toda uma vida, pastores e ministros profissionais, trabalhadores de uma particular instituição e igreja cristã, muitos hoje ateus e quem nem crêem mais no que pregam e ensinam às demais pessoas. Finalmente as declarações de Jesus não deixam margem à dúvidas: a vida cristã autêntica se baseia unicamente numa relação pessoal com o próprio Senhor "nunca vos conheci" ( aos reclamantes no dia do juízo ). Esses jamais tiveram uma relação íntima com Deus, compartilhando Seu amor pelos outros, Sua intenção em salvar as pessoas de sua perdição, em curar, restaurar e mudar seus destinos. Nunca ouviram em seus corações o "sim" e também o "não " de Deus em suas próprias vidas. Nunca provaram o livramento, o quebrantamento promovido em seus corações pela ação direta do Senhor, perdão e ensino.
Quem já teve e tem eventualmente essa experiência em algum momento da vida, sabe o que estou falando e aí a diferença nem é quem é tradicional, reformado, carismático, renovado, pentecostal ou neopentecostal, mas quem se relaciona intima e pessoalmente com Deus no dia a dia. Ora e sente que Lhe fala e por Ele ( Deus ) é ouvido. Lê a Sua Palavra e ouve a Sua inconfundível voz. Se sente guiado e aconchegado a cada minuto da sua existência. A esses o convite de entrar e participar das bodas do Pai, é indubtávelmente certo naquele dia.
Trata-se portanto de um outro nível de abordagem e de uma marca, uma realidade inconfundívelmente acima de considerações rasteiras e aparentemente mais óbvias. É essa experiência que une a todos nós na igreja verdadeira, invisível, a igreja de todos os eleitos, estejam onde estejam e sejam que forem. Salvos de uma perdição terrível, provadores da mais nobre e prazeirosa experiência da vida humana, a de conhecer verdadeiramente ao verdadeiro Deus e tê-Lo como única e maior razão da nossa breve existência e o sentido que deva ser encontrado, tenhamos a vida que tivermos, com carências ou abastança, de sorte que vivamos ou morramos somos do Senhor.
Amém.
Por Helvécio S. Pereira
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