Essa postagem sucede e complementa a uma outra em que me propus a separar elementos desejáveis na experiência cristã como FRUTO e as OBRAS. Se desejar a leia antes desta ou depois ( CLIQUE AQUI ).
De fato essa postagem é resultado de duas observações: a primeira é a de que os crentes de degladiam não poucas vezes julgando e acusando uns aos outros; a segunda é que essas acusações específicas só ocorrem de crente para crente, de cristão para cristão. É verdade que ocasionalmente um incrédulo e especificamente ateus tentam e são objetivos em descredenciar o cristão mas o alvo não é exatamente o cristão mas a fé cristã, a religiosidade de uma maneira mais ampla, a negação da divindade finalmente.
Já um cristão, e agora especificamente entre cristãos evangélicos, protestantes, como queiram; o julgamento é objetivo no que tange a descredenciar não o cristianismo ou a fé cristã mas ao outro. O outro ( o pressupostamente irmão de fé ) é analisado e detalhes de seu comportamento, posição teológica, atitudes e a própria história de vida, a sua biografia são usadas para descredenciá-lo e obviamente em contrapartida credenciar o que faz o julgamento.
A Bíblia nos adverte, o próprio Senhor Jesus nos adverte para não julgarmos pois com a medida que julgarmos os outros seremos julgados. A questão é então, nunca julgar, julgar em alguns casos, ou não julgar mas analisar e apartar-se do tal como forma de não assentimento as suas atitudes. Fico com a terceira opção, a meu ver mais consonante com tudo o que a Bíblia declara. Portanto examinar sem ter a presunção que se pode eventualmente cair nos mesmos erros ou em outros porporcionalmente mais graves e orar pela pessoa em questão, já que de um modo ou de outro trata-se de alguém que se relaciona com o mesmo Deus e Senhor.
Assim posto gostaria de listar quais são os alvos desse julgamento que muitos de nós recorrentemente fazemos como se não houvesse nenhum mal na forma como o fazemos e sem sentirmos o mínimo de constrangimento em fazê-lo. O pior é que com a instrumentalização da web, o que corria a boca pequena numa verdadeira fofoca caseira isso toma uma proporção astronômica.Uma simples "twitada" ou uma manifestação em um blog de relativa repercussão bota a vítima e toda a sua atitude exposta publicamente de tal maneira que se essa não tiver o mesmo poder de fogo em rebater e responder a acusação, permanece o que foi dito sendo algo verídico ou não. Em caso de possibilidade de resposta a altura o mal não é menor pois além do escândalo interno ( ao arraial tido como evangélico ) oferece não pouca pólvora e munição para os inimigos de Deus e do Evangelho genuíno. De fato alguns fazem muito bem feito todo o trabalho que o diabo teria que fazer sozinho ou usando inimigos da Bíblia e de Deus.
O correto seria varrer para debaixo do tapete toda a sujeira que de fato e muitas vezes há? Deus e a Sua verdade irretocável podem de algum modo ser atingidos por nossas mazelas reais e inegáveis? Não para ambas as questões parece ser irretocavelmente a resposta verdadeira. Mas em que áreas, direcionados a que elementos as acusações reais ou não são de fato direcionadas de irmãos para irmãos?
O PENSAMENTO
Partindo-se do pressuposto que a vida cristã só existe quando é iniciada após uma conversão genuína, para análise e reflexão, toda a reflexão baseia-se no fato de que todos sejam crentes renascidos e que um de dia, independente da igreja em que tal conversão ocorreu isso de fato se deu. Portanto são para reflexão, crentes que um dia creram no Senhor Jesus a través de uma pregação da Palavra de Deus e que arrependidos e humilhados experimentaram uma transformação real e radical em suas vidas.
Entretanto após conversão, qualquer um de nós, legítima e naturalmente busca entender melhor o que aconteceu, que experiência magnífica e real foi essa ocorrida, e qual melhor maneira de transmiti-la aos outros e como demolir toda oposição lógica por parte dos incrédulos. Basicamente é essa a atitude e a história natural que se segue após qualquer conversão. Entretanto o tipo de elaboração a um nível doutrinário ou teológico ( seja oficial, leigo ou pessoal ) é objeto de julgamento até entre irmãos de posições muito próximas. Os exemplos são inúmeros, hoje encontráveis na web com fartura, em que irmãos descredenciam objetivamente um outro irmão, a sua igreja, ou a sua apreensão de parte do que é declarado nas Escrituras, as vezes algo mais relevante, as vezes algo menos relevante. Cada um muito objetivamente age como se dissesse: "Se não pensa como eu você não é um crente genuíno como eu sou."
O FRUTO
Os frutos apontados nas Escrituras como algo desejável na vida cristã, análogamente aos frutos biológicos, o surgimento dos mesmos independem do esforço do cristãos ou do crente, devem surgir espontâneamente a partir do fato do tal ser crente de fato e viver em comunhão real com O Senhor em que professam a Sua fé.
Porém antes de buscar frutos em si mesmo o alvo é sempre o outro, independente do temperamento, nível educacional, origem social, região do país, etc. Esquece-se que a Bíblia nos adverte não picas vezes para que examinemos a nós mesmo, e avaliemos se de fato estamos de pé ou caídos, além do que só Deus nos conhece, a cada um de nós totalmente.
AS OBRAS
Diferentemente do fruto a obra, ou as obras, dependem do que desejamos e nos propomos a realizar como cristãos e crentes. Os frutos eu os tenho ou não e se não os tenho não há como tê-los de fato. O que deve ser revisto é portanto é, se de fato, estamos ligados a Ele ( ao Senhor ) como as varas se ligam a videira. É claro que alguém pode teologicamente discordar disso, o que é uma pena. Entretanto é nesse ponto que os crentes mais se distinguem e se degladiam. O que cada um realiza individualmente, ou cada denominação como estratégia de evangelismo ou de outra coisa, são julgadas e apontadas geralmente como erro com base na suas próprias ações.
E isso não é de hoje. Ter ou não ter rádio no passado, ter ou não ter televisão, usar violões além de órgão nos cultos, como cantar nos cultos e que canções ou hinos catá-los ou não, usar ou não determinadas peças de roupas, tingir ou não cabelos, cortá-los ou deixar de cortá-los, assistir filmes, torcer para equipes de futebol, praticar ou não determinados esportes, ter ou não determinadas profissões. Pode parecer piada tais atitudes ou posições certamente patéticas mas elas existiram e não por pouco tempo mas por décadas.
Um adendo refere-se aos dons espirituais ou a manifestação dos mesmos. Vale lembrar algo esquecido, a nossa simples opinião, ainda que parcialmente ( normalmente a análise é parcial e não criteriosamente total ): a realidade ( qualquer que seja ) não é mudada a partir de nossos posicionamentos. Ou seja, os dons e suas eventuais manifestações são reais ou não, e isso não muda se os aceitamos ou não. Entretanto tem sido os dons ou a falta deles ( sua manifestação visível ) um elemento de afirmação ou de negação, ou seja de descredenciamento objetivo, de um verdadeiro cristianismo.
OS FATOS
Nesses dias o assunto vem novamente a baila com análises, críticas, defesas acerca de determinada forma de pentecostalismo ocorrido em certas igrejas. Algumas manifestações escapam as melhores expectativas de sobriedade e de razoabilidade. Tais fatos não são novos e remontam a décadas na América do Norte, especialmente nos EUA. De um lado há as críticas das chamadas igrejas protestantes tradicionais que negam qualquer contemporanidade dos eventos apostólicos. De outro lado dentre os pentecostais e neopentecostais há críticas sérias a inutilidade de certas manifestações cuja falta de clareza e ligação com os propósitos claramente divinos, se traduzem como espetáculos bizarros e patéticos tidos como elementos de promoção apenas denominacional.
Notem que a natureza e a propriedade da verdadeira vida cristã não inclui e nem exclui eventos sobrenaturais. A experiência cristã se baseia, em princípio, num encontro real com a pessoa viva e real de Jesus Cristo, cuja consequência mais imediata é uma guinada de 180° em toda a maneira de viver, pelo arrependimento genuíno e o real perdão dos pecados e a doação graciosa da salvação feita por Deus mediante a fé no Salvador jesus Cristo.
Essa pessoa seria então, até independente da influência do mundo e da qualidade espiritual de uma igreja local ou falta dela, guiada em todas as coisas conforme declarado nas Escrituras, na Bíblia Sagrada. Todos os demais fatos, elementos, o pensar, os frutos e os dons teriam uma única e indubitável consequencia: a verdadeira vida cristã.
Mas quem nos conhece de fato? Somente o Senhor. Os fatos têm demonstrado que até mesmo para fazer o correto os primeiros inimigos da verdadeira obra de Deus, não são os de fora, mas os dentro da igreja. E não sem lutas e oposições que esses têm conseguido realizar algo frutífero na vida e na história da igreja evangélica. O fogo provará, segundo as Escrituras, se a obra de tal pessoa é verdadeira ou não. Por ora o joio e o trigo se manifestarão juntos em todos os lugares e de todas as formas. Cabe a cada um permanecer o mais próximo do Senhor possível, só assim serão guardados do erro e saberão que de fato , é a verdadeira obra de Deus, naquele momento.
Por Helvécio S. Pereira
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