Durante os incidentes e barulho feito em cima das declarações do pastor e deputado federal Marco Feliciano eleito como presidente da famigerada e desconhecida e insípta CDHM ( Comissão de Direitos Humanos e Minorias, leia-se "gays" e todos os comportamentos sexuais alternativos ) ficou de fora a única realidade que de fato pesava no que o Pastor Marcos Feliciano, se referira como citação e opinião, relacionada à Africa ( e não exclusivamente aos negros africanos ou de qualquer outro lugar do mundo ).
A BENÇÃO EXISTE OU NÃO EXISTE, É ALGO REAL OU UMA FALÁCIA RELIGIOSA APENAS?
Para o mundo e para as pessoas sem informações mais concretas sobre o assunto, foi um choque pensar em maldição sobre uma região, um povo ou uma etnia. Mas há base teológica para tal tipo de afirmação?
Existe de fato, uma benção, real, concreta, possível, que guia os fatos e molda as circunstâncias?
Sim! Essa realidade, factual, concreta, palpável e menos teórica que prática, é justamente a tão incompreendida e desconhecida BENÇÃO!
Essa postagem, a primeira depois de algumas semanas, já estava sendo pensada por mim há algum tempo, mas deixei-a a ser amadurecida, pensada, repensada, crida, aprendida, apreendida por mim, para então só depois disso compartilhá-la com você e que por meio dela essa reflexão alcance outras pessoas igualmente, sendo até melhorada, revisada, ampliada, etc.
Há de se definir primeiramente a ideia mais correta, biblicamente, do que seja "benção", um conceito e uma ideia relativizada pela diferença cultural do mundo moderno, pela descrença, pela falsa crença, por distorções teológicas e práticas e etc.
Primeiramente no Hebraico, a palavra "Benção" é BARAK. Mas há mais duas palavras relacionadas que são:
Abençoar no hebraico é Levarech que significa: dotar de um poder benéfico, conceder poder à alguém para ser bem sucedido e ... Uma outra palavra hebraica para designar bênção é Chesed. Entretanto não são as únicas, vejamos mais alguns casos:
No grego a principal é EULOGEO. Em hebraico, pelo menos seis palavras são utilizadas para especificar tipos ou formas de maldição: ALAH, QALAL, ‘ARAR, QABAB, NAQAB e ZA’AM. Mas no próprio grego, aparecem mais quatro: ANATHEMA, KATARAOMAI, KAKOLOGEO e RHAKA.
Outra consideração importante:
Duas coisas importantes precisam ser ressaltadas no sentido da palavra bênção. Primeiramente, ela provém do hebraico BARAK, que tem na sua raiz os seguintes significados: ajoelhar-se, submeter-se, honrar um superior. Assim sendo, quem quer a bênção precisa manter uma relação de obediência com aquele de onde ela provém: Deus! É impossível ter a bênção e ao mesmo tempo viver uma vida fora dos padrões divinos.
Um versículo importante relacionada à realidade da "benção", encontrado nas Escrituras, de fato uma declaração do próprio Deus:
Veja o que diz a Palavra de Deus em Deuteronômio 28, “Se ouvirdes a voz do Senhor teu Deus, então virão sobre ti e te ALCANÇARÃO todas estas bênçãos…” (v.2).
Ou ainda em:
Há então uma ligação íntima das palavras ‘bênção’ e ‘multiplicação’. Quando o Senhor diz, “Bendito serás tu na cidade e bendito serás no campo. Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o fruto dos teus animais, e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas (…)’ (Dt 28:3,4), quer dizer que teremos êxito, sucesso e prosperidade em todas estas áreas. Bênção então, é um princípio espiritual multiplicador.
Sob essa colocação inicial fica entendidas corretamente duas coisas pertinentes e atuais:
É irrelevante a crítica feita por reformados, tradicionais, ou quem quer que seja às práticas estranhas de algumas igrejas neopentecostais como Universal e outras. Não é que a prática deles determinam as bençãos, mas a crença deles na benção e o fato de animarem os seus fiéis a buscá-las mostrando que para tal tem que se comprometer em fidelidade a Deus é que proporciona a muitos a concretização da benção em suas vidas. Os que se opõem olham para as "campanhas", "amuletos", "rosas" e lembrancinhas mas Deus olha o coração e a fé de quem se comprometeu com Deus em fazer algo e para contragosto de muitos, muitas e muitas pessoas são abençoadas concretamente.
Isso não é uma defesa das práticas dessas igrejas do ponto de vista litúrgico, mas uma compreensão dos fatos e da realidade. Contrariamente outros grupos de cristãos não incentivam seus crentes a desejarem, a buscarem e crerem na realidade da benção, esses se quedam a uma atitude passiva: se eu não tenho é porque Deus não quis ou não quer me dar!
Logo os neopentecostais para desgosto dos seus delatores, estão corretos e os demais estão errados.
A benção é real e isso é fartamente revelado e demonstrado nas Escrituras:Em Gênesis 1: 28, está escrito, “e Deus os abençoou, e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos…”. Ainda no capítulo 12 de Gênesis, Deus falou a Abraão, “…Sê tu uma bênção”, mas nos versos anteriores, declarou-lhe, “de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção” (v.2).
Ainda sobre a multiplicação dos pães e peixes nos Evangelhos:A Bíblia diz que Jesus “erguendo os olhos ao céu, os abençoou. Depois, tendo partido os pães, deu-os aos discípulos, e estes, às multidões. Todos comeram e se fartaram…” (Mateus 14:19).
Abençoar é visto como parte de uma liturgia, como ato apenas momentâneo e sem alcance real maior, como saldar alguém, aplaudir, acaba no ato sem maiores repercurções futuras. Só que a benção, segundo as Escrituras, produzem resultados definidos e futuros, resultados reais, factíveis e comprováveis. Quando alguém abençoa,algo deve, e de fato acontece, quando alguém é abençoado o é de fato, na realidade.
Mas há certamente, segundo as mesmas Escrituras o contrário de BENÇÃO que é a MALDIÇÃO, vejamos:
Existem cerca de seis palavras no hebraico para descrever tipos de maldições e quatro em grego. Mas aqui apenas nos deteremos a três palavras. A primeira delas é ALAH. Este vocábulo aparece cerca de 35 vezes no Antigo Testamento e sempre descreve uma maldição com origem na quebra da aliança com Deus. Veja algumas passagens. No momento histórico de Deuteronômio 27 e 28, quando Deus realizou um pacto com o seu povo, ele adverte: “ninguém que, ouvindo as palavras desta maldição [ALAH], se abençoe no íntimo, dizendo: Terei paz, ainda que ande na perversidade do meu coração”; e, ainda diz mais: “O SENHOR o separará de todas as tribos de Israel para calamidade, segundo todas as maldições [ALAH] da aliança escrita neste livro da lei.” Também no livro de Daniel, quando ele se refere aos castigos do descumprimento da lei: “Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se, para não obedecer à tua voz; por isso, a maldição [ALAH] e as imprecações que estão escritas na lei de Moisés, servo de Deus, se derramaram sobre nós; porque temos pecado contra ti.” Em outras passagens o termo também é sempre usado com este sentido (Isaías 24:6; Jeremias 23:10; 42:18; 44:12). Podemos dizer , então, mais uma vez que ALAH é a expressão bíblica usada para descrever a maldição advinda da quebra da nossa aliança com Deus.
Dessa forma, uma pessoa, um homem ou uma mulher, ou tem BENÇÃO ou tem uma MALDIÇÃO sobre a sua vida.A Segunda palavra é QALAL. Este termo aparece cerca de 130 vezes no Antigo Testamento. O sentido básico de sua raiz quer dizer “diminuir”, “lidar desdenhosamente”, “ridicularizar”, “zombar”. Significa desejar a alguém uma posição inferior ou rebaixá-la de seu estado. O veículo que canalizará este tipo de maldição é a língua. Na antiguidade atribuía-se grande poder à palavra falada, e cria-se que zombar ou proferir uma sentença verbal negativa a qualquer pessoa podia realmente levantar ou provocar poderes destrutivos que iriam diminuir sua felicidade.
Os pagãos achavam que podiam manipular os deuses através de suas palavras. É devido a isso que vemos Golias amaldiçoando a Davi (1Sm 17:43) e Balaão sendo chamado para amaldiçoar Israel (Nm 22:6). O salmista diz também que os inimigos estão constantemente proferindo maldições (Sl 62:4; 109:28). QALAL foi ainda usada para expressar o desprezo que Hagar tinha por Sara (Gn 16:4-5). No entanto, é bom que se frise o que está escrito em Provérbios: “Como o pássaro que foge, como a andorinha no seu vôo, assim, a maldição [QALAL] sem causa não cumpre.” Sendo assim, uma QALAL infundada não tem valor algum. Em síntese, esta palavra sempre aparece associado à idéia tradicional de “lançar uma praga”, “proferir uma maldição”, “verbalizar algo ruim contra uma pessoa ou objeto”. Seus efeitos podem ser trágicos e duradouros, do ponto de vista espiritual.
Em último lugar temos a palavra ‘ARAR. Neste exato momento, gostaria de chamar especialmente a sua atenção. Temos agora a palavra usada pelas Escrituras para descrever uma pessoa debaixo da maldição. Arar aparece cerca de 63 vezes no Antigo Testamento. Agora, preste atenção na análise da raiz deste termo, vista no Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, “Com base no acadiano ARÃRU, ‘capturar, prender’, e no substantivo IRRITU, ‘armadilha, funda’, Brichto, seguindo Speiser, apresenta a interpretação de que o hebraico Arar significa ‘prender (por encantamento), cercar com obstáculos, deixar sem forças para resistir’.” Eu fiquei impressionado quando descobri isto, pois é exatamente assim que a maldição atua sobre quem a possuiu: prende-a em uma área de sua vida.
Basta uma rápida olhada no significado de Arar e notaremos que é exatamente o contrário de Barak (ou seja, bênção). Enquanto barak libera o indivíduo para “prosperar”, uma Arar irá prendê-lo, cercá-lo, ou seja, nada irá de fato “andar”. Bênção e maldição são princípios ativos que, por intermédio de forças espirituais (divinas ou diabólicas), poderão arruinar ou edificar as diversas áreas da vida humana. A obediência aos princípios divinos atrai a bênção, mas a desobediência pode ser fatal, subjugando a pessoa a uma maldição que poderá neutralizar muito os seus potenciais.
Uma coisa é importante: as duas maldições anteriormente analisadas, Alah e Qalal, tão somente representam aspectos descritivos, ou seja, predizem o que poderá acontecer. Mas Arar é a maldição já acontecida, ou seja, concretizada. Arar é a condição a que se chegou depois que uma Qalal ou Alah foi movimentada contra alguém. Arar é o estado de amaldiçoado com todas as suas implicações. Por exemplo, vamos supor que no passado uma mãe, contrária ao casamento da filha, tenha dito que tal relacionamento não daria certo e que a filha iria chorar “lágrimas de sangue” com o esposo. O que essa mãe fez foi lançar uma Qalal. Quando, após algum tempo de casada, o marido de fato começar a dar um trabalho terrível e a filha padecer terrivelmente em suas mãos, ela estará sofrendo os reflexos de uma Arar, ou seja, a maldição cumprida.
O termo ‘ARAR aparece em diversas passagens bíblicas, sempre com esse mesmo sentido. Em Gênesis 3:14, Deus disse à serpente: “maldita és entre todos os animais domésticos”; e no versículo 17: “maldita é a terra por tua causa”. No capítulo 4 de Gênesis Deus também diz a Caim, “maldito por sobre a terra” (v. 11). No livro de Números, temos o relato de Balaão sendo convocado por Balaque, para que diga algumas palavras ou recite algum encantamento a fim de que Israel fique “imobilizado” [Arar], ou seja, impedido de prosperar em sua campanha de conquista da terra de Canaã (Nm 22:6). Mas talvez os textos que descrevam com mais exatidão a realidade terrível de uma Arar encontrem-se em Deuteronômio 27 e 28. “E estes para amaldiçoar [qalal], estarão sobre o monte Ebal” (v. 13), ou seja, estarão proferindo as maldições; e do versículo 15 em diante encontramos: “Maldito [‘ARAR] o homem…”. O que infringir as mandamentos da aliança divina deverá arcar com as conseqüências da maldição. No capítulo 28, dos versículos 15 até 68, estão expostos em detalhes os castigos da desobediência, ou seja, os reflexos de uma Arar. Talvez seja um dos textos mais terríveis da Bíblia, no que concerne à descrição da severidade do castigo divino. De fato, não compensa desobedecer.
Outra questão ou detalhe importante é que uma "benção" do ponto de vista de Deus nunca é algo isolado. Por exemplo não há do ponto de vista de Deus a benção para comprar ou ganhar um carro e morrer de acidente devido a posse do mesmo carro. Um atleta crente marcar um gol para que seu time seja campeão e para que um bando de fanáticos, incrédulos e idólatras torcedores fiquem felizes, encham as suas caras e façam a maior baderna na cidade, senão vejamos:
Alguns sábios judeus diziam que a palavra hebraica "bracha" (benção), se origina da palavra "brecha", que significa "jorrar, brotar ou fluir".
Há certamente povos no mundo sim abençoados e ouros amaldiçoados sim. Há famílias e por consequência histórica, cidades, bairros, negócios, empreendimentos, abençoados e outros sem a benção. Há famílias, cidades e povos sob clara influência maligna e aí o "sucesso" que materialmente têm é de origem e interesse maligno nesse mundo como parte da guerra do mal contra o bem.
A benção pode ser comunicada, passada de uma pessoa para outra? Mutias vezes é visto com desdém ofato de um pastor pentecostal ou neopentecostal dizer na TV que abençoa seus telespectadores ou ouvintes no rádio, ou mesmo em CDs e DVDs que as pessoas compram com suas mensagens. Como as Escrituras nos respondem a essas questões, embora a tecnologia e as circunstâncias sejam tão diferentes e distantes do século I da era cristã?
Abençoai..., e não amaldiçoeis. Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens... tende paz com todos os homens..." (Rm 12:14,17,18).
Uma outra palavra hebraica para designar bênção é Chesed.
Chesed quer dizer o amor leal de Deus e a Sua bondade para conosco. Esta palavra cheia de amor podem ser encontradas no livro de Rute cap. 2:4, quando Boaz abençoa os seus funcionários com "O Senhor esteja convosco." ao que eles respondem "Que Deus lhe abençoe", e no mesmo cap. 2:19-20 e cap.3:10. Naomi abençoa Rute e Boaz, Boaz abençoa Rute.
Portanto devemos abençoar a todos, ministrando palavras abençoadas com o coração sincero (isso também se refere aos nossos inimigos, pois a nossa benção sobre eles, cancela o decreto do maligno sobre nossas vidas e na deles).
Há ainda de se reiterar que o tempo é dinâmico e depende de nossas atitudes mudar o futuro, não só nosso mas de outras pessoas e de modo mais amplo de uma localidade, região e até uma nação. Somos abençoados graciosamente mas isso não significa que não há por parte de Deus nenhum critério de justiça.
O Japão foi evangelizado por católicos franciscanos e essa "evangelização" ou "cristianilização" foi de fato mal sucedida pro vários fatores culturais e adversos, mas o Japão vencido e humilhado na segunda guerra se ergueu e apresenta hoje sob certo aspecto apresenta características e qualidade de vida e justiça social bem superiores a todos os países "cristãos" latino-americanos e de longe a quase cem por cento dos países africanos ( razão da polêmica mal engendrada contra o pastor-deputado Marcus Feliciano ) a razão? Certamente a benção advinda pelo acerto. Novamente as Escrituras são pródigas em dar exemplos de povos incrédulos ( por ignorância, falta de conhecimento ) sendo abençoados no que acertavam, O Egito foi um deles, no registro da vida de José, enquanto os próprios Israelitas eram punidos com a retenção das bençãos destinadas a eles e o advento de muitas maldições.
Finalmente como foi visto, embora rapidamente a benção inclui todas as áreas da vida de um ser humano. Logo o combate só pela prática ou ênfase diferente feita por grupos que combatem o chamado "evangelho da prosperidade" é infundada e fruto mais de ciume teológico do que de fato. É evidente que a "BENÇÃO" inclui tudo e não exclui nada, guardadas as circunstâncias em que a pessoa vive ( região, cultura, época, povo e nação ). Não é possível comer do bem e do melhor em uma região paupérrima da África ou do Nordeste brasileiro, ou ter paz em plena guerra. A benção nesses casos ( e isso faz parte de relatos e testemunhos ) seira Deus tirar a pessoa, o crente antes daquela circunstância instalada e colocá-la em outro lugar.
Bem espero que essa passada rápida sobre o assunto seja útil e abençoadora aos demais irmãos como inicialmente jé foi nessa manhã para mim. O Senhor Deus nos abençoa a todos em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
Por Helvécio S. Pereira
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