A ARTE E PERCEPÇÃO DA REALIDADE E O DESENVOLVIMENTO DE UMA COSMOVISÃO COERENTE E AVANÇADA
Algo
que mais se ouve atualmente mesmo entre professores dando aulas e
portanto influenciando forte e definitivamente crianças,
adolescentes e muitos jovens adultos é que " determinada música
( estilo de música ) deve ser aceito como tal outra música
considerada elitista e burguesa pois se feito isto, trata-se de um
crasso caso de 'preconceito'.
Nada mais raso,
descaradamente tendencioso e ideológico! Se tal fosse nos países
autodeclaradamente socialista e comunistas ou os que libertos
restaram uma tradição advinda de décadas de domínio ideológico
marxista o ensino, o aprendizado e a percepção apurada de música
erudita, clássica ou de concerto não seria ainda tão viva e
apurada, fazendo que povos, pessoas, autores e ouvintes oriundos de
nações inimigas e antagônicas se unissem em torno da mesma música.
O pior é que tais coisas ( não estas que afirmei como contra
argumento ) são repetidas a exaustão diante de ouvidos sem nenhuma
capacidade crítica e estes jovens passam a repetir a mesma
inverdade.
Mas vamos a tese desta postagem: uma observação
superficial embora uma pesquisa profunda deva ser feita é que povos
que desenvolveram algum tipo de tecnologia ( sim porque tudo oque
temos hoje é apenas desenvolvimento de ideias nascidas primariamente
em civilizações antigas importantes ) foram e são povos que
produzem algum tipo de arte bastante apurada. É como se abstração
advinda de determinado desenvolvimento artístico estendesse alguma
habilidade e possibilitasse um avanço abstracional
considerável.
Tomemos por exemplo, povos ágrafos ( sem a
habilidade da escrita ) e povos alfabéticos ( que possuem algum tipo
de escrita mesmo que não sejam exatamente alfabéticos mas
hierogríficos, ideográficos, etc. Sim porque há ainda povos cujo
sistema de escrita não fora ainda decifrado em pleno século XXI
).
Mesmo povos que antropofagicamente se apossaram de
conhecimentos e invenções advindas de outros povos e culturas muito
diversas das suas, implementando e usando como base esta arte e
manifestações culturais também avançam.
Logo o
desenvolvimento de alguma etnia ou povo não se dá primariamente em
algo como “inteligência” ou superioridade genética já que boa
parte do fazer humano é apropriado por simples imitação e
prática.
Tomemos por exemplo a música: desenvolvida por
2.500 anos praticamente sem interrupção, a invenção dos filósofos
e matemáticos gregos, avança por dezenove séculos dentro do
cristianismo e no século XX surge como produto da poderosa,
grandiosa e global indústria do entretenimento basicamente em duas
vertentes ( reconhecida e repetida por músicos que conhecem
profundamente a música ) a vertente erudita e a vertente popular,que
embora uma influencie a outra em um ciclo mais ou menos contínuo, a
primeira é a única detentora da perfeição sonora enquanto a
segunda mesmo bebendo da fonte da primeira não passa de algo
experimental e improvisada.
Muitos argumentarão ( e
argumentam ) argumentando somente pela resposta emotiva, repetindo a
exaustão e no vazio de argumentos melhores, que a música popular
emociona, contagia mais facilmente às pessoas enquanto a música
chamada erudita ( termo que ideológica e tendenciosamente combatem )
é mais chata,monótona, “elitista”. Entretanto ler, escrever e
falar mandarim pode ser desconfortável a princípio que o
aparentemente mais sonoro italiano e inglês ( dizem alguns
estrangeiros que até o nosso português brasileiro seja muito
agradável sonoramente ) mas que após o domínio do difícil
mandarim possa muito possivelmente,apreciá-lo mais até que o
próprio inglês ou italiano ou francês, etc.
Logo o
argumento de empatia com a tal música cai por terra pois o que
afasta alguém de algo é justamente a pueril ignorância e não
outra coisa. As pessoas, principalmente os estudantes,odeiam a
matemática porque simplesmente não a entendem ou não conseguem
aprendê-la e não o contrário: os que a começam entender
geralmente se apaixonam por ela.
Mas não é só a música:
os árabes, como todo o mundo, na sua música popular compõem com
base na chamada “música ocidental”, com as notas temperadas, a
sua música erudita não segue o desenvolvimento europeu entretanto a
arquitetura árabe com base essencialmente muçulmana é de enorme
complexidade e de grande contribuição estética e estrutural para o
mundo inclusive para a Europa, graças ao seu domínio por mais de
oitocentos anos sobre o continente.
Contrariamente
ao que se propala a música não é exatamente algo de menor
complexidade e na sua essência algo tão facilmente acessível à
mentes menos propícias a se aprofundarem a ela. A música que se
espalha e é propalada pelos meios de comunicação de massa é
apenas algo superficial e imediatista que não reflete toda as suas
possibilidades. Podemos dizer mesmo que há certamente uma relação
de complexidade rival à complexidade tecnológica que atualmente
supre as nossas mais diversas necessidades que a bem da verdade é
consumida pelo enorme contingente de pessoas que é alienada a todo
processo de produção tecnológica.
Mas
voltemos à relação entre visao de mundo e arte e vice versa:
eventualmente a arte reflete ( em uma ou várias de suas linguagens )
a abstração alcançada como nos conhecidos livros e histórias de
Julio Verne ( entre milhares ), os filmes Martrix, ou ainda os mais
antigos Guerras nas Estrelas e Jornadas nas Estrelas ou ainda o mais
antigos de todos "Perdidos no Espaço" recriado no formato
de série pela Netiflix. É inegável nas menetes principalmente de
adolescentes e crianças da perceção de um univerfso
desconhecido e maior do que a simples ( e já enorme e complexa noção
) do nosso simples e próprio sistema solar. Acrescente-se a isso as
inúmeras e por que não também complexas formas de relações
confrituosoas de nós seres humanos estendidas a novos rincões do
desconhecido universo.
Ainda
há de se considerar que o atual desenvolviemento tecnolõgico além
de ser tão anterior às nossas próprias gerações, é sempre algo
desconhecido por parte de 99,99% das pessoas, apenas as usamos, como
macacos que repetem o que é feito diante deles, usamos em maior ou
menor escala sempre porque vemos semelhantes usando as mesmas
coisas.
Mas
afinal pode um indígena ou um habitante de uma cultura engessada e
paralisada no tempo como "primitiva" ter as mesmas
habilidades de um outro ser humano, cidadão de uma cidade e de uma
cultura de ponta em algum lugar do mundo?
A
resposta é sim embora isto não aconteça tão frequentemente. A
resposta pode estar na declaração de um aceito como grande
especialista em processos cerebrais humanos de que o cérebro humano
por simples
adaptação
para a sobrevivência, cria sempre uma realidade que não é
exatamente a realidade diante de cada um de nós. Ou seja: somos mais
de oito bilhões de pessoas vivas hoje e cada um de nós construindo
uma realidade própria resultado de sua perspectiva e do seu singular
e único ponto de vista. Abrir mão desta construção mental desta
realidade construída que gera no indivíduo, em cada um de nós um
conforto, uma sensação de segurança aparentemente absoluta, não é
algo exatamente fácil. Logo o tempo gasto individual e coletivamente
neste processo não pode ser facilmente substituído
ou zerado e reconstruído do nada.
É
exatamente por isso que a sensibilidade exigida e necessária à
música erudita é opcional e compulsoriamente imposta bem
precocemente e não ao contrário. Por várias razões não há como
criar um virtuose ou um gênio científico ou um escritor talentoso
tardiamente, embora
se possa educar para serem bons ouvintes de música, bons leitores e
boa literatura ou apreciadores de outras artes tidas como complexas
mais tardiamente, pela educação formal ou pela informação de
qualidade e consistente.
Mas
precisamos concluir, chegarmos a um ponto final, ainda que tratar
deste assunto renda muito mais argumentos, fatos e possa ser uma tese
muito maior. Uma arte complexa, expressa através de linguagens
diversas que contemplem mais e mais a realidade última que
certamente desconhecemos e pode ser sempre e cada vez mais ampliada é
fato, uma possibilidade real e verdadeira?
A
respostas aparenta e certamente é sim. Daí a preocupação
por parte de diversos países ideológica
e politicamente diferentes apontam para a mesma direção: a que se
se possibilitar aos seus cidadãos, à sua população, o
conhecimento e a desejável experiência que podem ter a sua
cosmovisão ( compreensão da realidade ) mais estendida,
ampliada contemplando sempre maiores possibilidades e não o
contrário tendo como consequência uma população mais simplória,
desprezadora do conhecimento e cada vez com menos possibilidades
de desenvolvimento e aspirações transcendentes.
O
Brasil que em pleno governo, este sim populista e danoso à
sociedade, gastou 12 bilhões com construção de estádios ( na
verdade muito mais ) e os EUA que gastaram mais ou menos o mesmo
montante em colocar um telescópio em órbita, o Huble, que
possibilitou à toda a humanidade como espécie ver o universo e
contemplar uma realidade nunca jamais vista provam esta abissal
diferença. Nós olhamos para baixo e muito raramente ou nunca para o
alto. Não se trata de inteligência, Q.I, de um povo ou de uma
população mas de perspectiva, de ponto de vista, que determinam
prioridades, anseios e ações.
A
percepção desta diferença, destes fatos e destes fenômenos e do
que e que a origina e alimenta são sob certo aspecto,
revolucionários e determinam toda a diferença.
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