Povo Pararrã, habitante da Amazônia, povo da língua mais estranha do mundo, sete anos sendo evangelizado por um missionário, eles não creram e ele hoje é ateu |
Pesquisando coisas, e é o que eu mais gosto de fazer com o meu tempo ocioso, já que estou de férias, entre piadas, reflexões mais e menos importantes, conversa fora, etc, deparei-me com dois assuntos dispares, aparentemente sem relação alguma. Um deles fala de um grupo de mulheres jovens e na sua imensa maioria belas ( a juventude nos proporciona a coragem e uma certa dose de criatividade aparente ) que basicamente se reúne no Central Park em Nova York, fazendo algo legitimamente dentro da lei que é de ficarem com os seus torsos desnudos e portanto com os seios aparentes enquanto sentadas ou deitadas, lêem determinado tipo de literatura de agrado do grupo, um certo tipo de ficção.
Outro, é de uma odisseia feita por um missionário norte-americano no Brasil, o que redundou em um importante registro de uma tribo amazônica, com características linguísticas primitivas, e tão particulares, que são encarados como um dos povos de língua mais simples, limitada e primitiva do mundo. ( fotos dos dois grupos acima e no início da postagem )
Pois bem, segundo a nossa percepção do que a Bíblia diz, ambos esses grupos de seres humanos, dos quais posto algumas fotos, logo acima no inicio da postagem, têm almas!
Com todas as bobagens teológicas ditas ao longo da história do cristianismo, em diversas épocas e em diversas congregações e denominações cristãs, facilmente refutáveis como a católica romana de que os negros e índios não tinham almas, ou do Mórmons que dizia que os negros eram descendentes de Caim, além do que em ambas houve esforços evangelizantes feitos em ambas as religiões, o consenso é que cada ser humano tem uma alma que precisa ser SALVA!
Jesus segundo declara a fé cristã em todas as suas matizes é o SALVADOR! Essa verdade mesmo como obscurecida no catolicismo romano, ligada ao sábado como no Adventismo, relativizada como nas Testemunhas de Jeová, acrescidas de ritos estranhos novamente entre os Mórmons ou ainda declarada como exclusiva como no Catolicismo Romano, é a única verdade preservada e inegável!
Só há uma das duas possibilidades, e uma exclui a outra, para eu , você, a pessoa que você ama, a pessoa que você odeia, a celebridade, o anônimo, Fidel Castro, o papa, Billy Gram, ou quem quer que seja, homem, mulher, jovem, preto, branco, oriental, índio, com patologia grave ou em perfeita saúde.
Muitas vezes confundimos essa prioridade com os ritos religiosos, com a frequência a alguma igreja ou congregação, co, o eventual conhecimento teológico, membresia denominacional, relação afetiva com os membros de uma igreja e tudo o mais que possa refletir uma relação com o exercício efetivo de uma religiosidade mesmo cristã, e até mesmo evangélica.
Modernamente temos um aparato de coisas que mantém, exteriorizam e facilmente nos liga à nossa fé, mas elas não são a nossa fé.
Vejamos algumas delas:
Termos uma Bíblia e a levarmos aos cultos ( infelizmente caiu em muito essa prática embora a Bíblia em todas as suas formas e mídias continue a ser o livro mais vendido, traduzido e difundido em todos os tempos )
Cantarmos, ouvirmos, termos um gosto, uma preferência por hinos e canções que reflitam e registrem o que cremos, geralmente de modo atualizado e moderno e aceito por nossas referidas denominações e igrejas locais.
Repetirmos eventualmente o que cremos e dizermos ás demais pessoas o que acreditamos em contraposição ao que elas crêem ou não.
Termos ações que não só confirmem o que é dito e feito em igrejas que temos afinidade como as que promovam o seu crescimento e convencimento de mais pessoas, e que essas pessoas de preferência possam ir para a nossa igreja, que possam pensar e crer como nós mesmos cremos.
Adesivos nos automóveis ( as vezes há mais carros convertidos do que donos convertidos ), CDs gospels, o último livro evangélico mais vendido, roupas da grife DT, ou mesmos bordões e forma de cumprimento das diversas tribos de igreja, embora indique de onde somos, isso não é a vida cristã, apenas pode dar um pálido color de quem somos.
Adesivos nos automóveis ( as vezes há mais carros convertidos do que donos convertidos ), CDs gospels, o último livro evangélico mais vendido, roupas da grife DT, ou mesmos bordões e forma de cumprimento das diversas tribos de igreja, embora indique de onde somos, isso não é a vida cristã, apenas pode dar um pálido color de quem somos.
O que prova quem somos e de quem somos é quando coisas reais acontecem: conversões reais, curas, problemas solucionados, novidade real de vida, não mais uma versão religiosa (algo hoje tão disponível e passageiro quando ouvimos alguém dizer "eu já fui daquela igreja" ).
Em síntese é isso que constitui a nossa vida, digamos religiosa, mesmo sendo cristã. São coisas legítimas e boas, as quais apenas alinhei-as aqui para a nossa reflexão. Então qual é o erro? As igrejas crescem, umas mais outras bem menos, mas de algum modo raríssimas exceções, novas pessoas são agregadas ao rol de membros, passam a crer como a igreja lhes ensinara e portanto crendo no Senhor Jesus, são SALVAS!
O erro é que sabendo da urgência que é a salvação, muitos de nós, muitos mesmos ( e não são poucos ) dispendem energias uns contra os outros, descaracterizando a mensagem pregada, anunciada por outros, ou seja pela forma, pela prioridade, pela estratégia, pelo pressuposta qualidade de conversões, etc.
Reformados com décadas de vida cristã e pastoral se arvoram em discursos do tipo: "o pentecostalismo foi a grande praga para a igreja evangélica". Outros se levantam contra a que se denomina "teologia da prosperidade". Há ainda o debate sobre questões teológicas importantes e reais ente calvinistas e arminianos, mas de efeito inócuo tanto para ambos os lados como para os não salvos. Debate que interessa mais aos calvinistas que precisam ganhar espaço nos arrais arminianos. do que os estes nos arraias calvinistas. Há os cessacionistas que negam os sinais e afirmam que o homem deve buscar a Deus nem mesmo pelos milagres, não pelo pão, mas pelo céu, "espiritualizando" ciumenta e interesseira mente essa questão. As questões levantadas são tantas que seria inconveniente relacioná-las todos nesse espeço tão mais limitado.
O outro lado da questão é a realidade, muitas vezes desprezada pela maioria dos crentes, de pregadores escravos da confissão de sua denominação, e relativizada ainda pelos mais eficientes e esforçados pregadores e teólogos:
Há um rol imenso de doenças, comportamentos, patrologias psíquicas, comportamentais, e por que não espirituais, que escravizam milhões de pessoas no mundo, em nosso país, em nossas cidades, que desafiam e comprovam em muitos casos a impotência da medicina e da ciência como um todo.
Que embora o Evangelho tenha sido pregado diuturnamente através dos diversos meios, incluídas as mais novas e tecnológicas mídias, e pessoas tenham e são acrescidas às mais diversas igrejas diariamente, outras mantidas desejavelmente na vida cristã, uma menor parte dado para trás, as necessidades e efetividade dessas ações são ainda muito menores à demanda de almas para ouvirem e crerem no Evangelho, entendidamente como crer em Cristo, se relacionando a Ele como único e suficiente Salvador.
Que tudo o que é feito com tanta energia, por boa e considerável parcela de crentes, uns contra os outros, não pode colaborar positivamente para que mais e mais pessoas sejam salvas crendo ainda no Evangelho.
É nessa perspectiva, que ainda como simples opinião, desaprovo insistentemente tudo o que não edifica, tudo o que destrói, tudo o que fecha as portas e diminui ou põe em dúvida a possibilidade de alguém ouvir de Jesus Cristo, o único, aquele que só Ele salva!
E em que consiste a verdadeira obra de Deus? consiste em fazer o que Jesus fez e fazia quando andou entre nós confrontando a desgraça da herança do pecado, ou seja; destruir as obras do Diabo! Sob todas as formas e sob todos os aspectos feitos pelo próprio Senhor, com a promessa fiel e real de que obras MAIORES seriam feitas e realizadas.
Uma igreja e pregadores sem AUTORIDADE, sem PODER, sem SABEDORIA ( algo bem diferente biblicamente do que conhecimento teológico! ) são - presas e laços frente o horror e a complexidade espiritual que é o próprio mundo, com sua cosmovisão espúria, filosofia, ideologia e práticas justificadamente errôneas.
Nenhum de nós tem a visão real da malignidade desse mundo. Uns veem mais, outros menos, mas sem o Senhor nos guiando a cada dia, tateamos no escuro, a avançamos por suposições. Uns com percepção real maior conseguem fazer mais, outros com compreensão mais restrita fazem menos. Outros mais discreta e anonimamente fazem coisas grandes e extremamente necessárias para o Reino de Deus. Muitos de nós construímos e derrubamos coisas ao longo de nossa jornada e esforço. Avançamos e ficamos presos, temos enormes ganhos e depois a vaidade ou a boca grande joga senão tudo, boa parte do que ganhamos por terra.
Reformados não arredam um palmo no que seja a Palavra de Deus, e nisso estão certos, frente a grupos e até cristãos que relativizam ou negam a Bíblia como a "Palavra de Deus",entretanto estão muito e gravemente errados em sua interpretação mais geral. Pentecostais trazem a nossa lembrança a realidade de que o Reino de Deus não pode ser e não é somente teórico. A operação e a manifestação sobrenatural de Deus fazem parte do que pregamos e somos testemunhas justamente desse fazer e operar de Deus. Neo pentecostais enfatizam que o espiritual não é só um conjunto de manifestações barulhentas e ruidosas e compreensivelmente prazerosas para os que já crêem. A operação de Deus perpassa pelo sobrenatural, pelo invisível, mas se vê nas relações humanas, naturais e que fazem parta da vida humana.
O mesmo Senhor Jesus que nos receberá no céu, concretizando a nossa salvação, é o mesmo Deus que guiou o povo de Israel em seu caminhar no mundo, com todas as implicações, ajudando-os em seus desafios materiais e relacionais em meio a povos que não conheciam o seu Deus. Nenhum crente, seja de qual linha teológica for ou denominação, em sã consciência nega essa realidade revelada nas páginas das Escrituras.
O primeiro, como adiantado acima, é de um grupo de mulheres em geral muito jovens que decidiram dentro da lei da cidade de Nova York ler livros com os seios de fora no Central Park, já que a atual lei permite que mulheres fiquem sem blusa em público nos locais que aos homens é permitida essa mesma regalia e conforto.
Pois bem essas mulheres tem almas, como eu e como você. Mas dentro da nossa cultura é ainda, e por razões compreensíveis e legítimas, que a exposição do colo feminino e a visão dele por um homem, seja um caso pavoroso. Ainda que elas não estejam interessadas em sexo e prostituição ( o que aparentemente não ocorre, pelo menos por enquanto ) quantos homens da igreja, por várias razões, podem pregar a elas? Sendo que nas igrejas, há não poucos casos de homens abusando da ingenuidade ( sim ela existe ainda hoje sob várias formas ) ou carência afetiva de tantas mulheres?
E mais há alguém que pode escrever, produzir, editar, distribuir um tipo de literatura que cirurgicamente possa falar aos corações dessas jovens ávidas por leitura? Pois saibam que há um time de escritores que caindo no gosto delas ( ficção ) de algum modo já as induza a valores, comportamentos,formas de amar, de serem amadas, de como ver o mundo, etc. É um desafio importante, embora muitos prefiram cantar canções gospel de sucessos em suas igrejas e maldizer o calor que os incomoda no carro ou em casa, e as vezes no próprio templo.
O primeiro caso é um desafio: um crente do sexo masculino se enturmar com essas jovens e pregar para elas olhando nos olhos sem pular em cima delas. Mulheres cristãs poderiam aceitar esse desafio, já que o grupo é basicamente de mulheres.
O segundo caso, entristeceu-me profundamente, embora dele tenha tirado duras lições importantes:
Pois é acho tudo isso.
Entretanto um missionário, que possivelmente se preparou, foi preparado, durante anos, permaneceu com esse objetivo de salvar lamas pregando o Evangelho do Senhor Jesus por sete anos junto a uma tribo das mais primitivas do mundo, não só tenha falhado como perdido totalmente a fé, sendo hoje um ateu.
Esse homem se chama Daniel Everett , linguista estadunidense ,em cerca de doze artigos.
Everett viveu entre os Pirarrã por sete anos, dos anos 1970 aos 1980.
Sobre a tribo e povo que Daniel Everett, enviado como missionário conviveu e tentou levar-lhes a salvação, foi descoberto, entre outras peculiaridades :
Uma das menores quantidades de fonemas entre os idiomas existentes. Identificam-se os sons de apenas
três vogais (A, I e O) e seis consoantes: G, H, S, T, P e B;
A pronúncia de muitos fonemas depende do sexo de quem fala;
Apresenta dois ou três tons, quantidade discutida entre estudiosos;
O falar pirarrã pode ser expresso por música, assobios ou zumbidos (como “M” com lábios fechados);
Apenas alguns dos homens, nunca mulheres, conseguem se expressar em nheengatu ou em português;
Sentenças muito limitadas, sendo o único idioma sem orações subordinadas;
Não tem numerais, apenas a noção do unitário (significando também “pequeno”) e de muito. Sua cultura e seu modo de vida, como caçadores e coletores, não exige conhecimento de numerais (um trabalho recente de Everett indica que a língua não trata nem mesmo de “um” e “dois”; não usam números, mas quantidades
relativas);
Não há palavras para definir cores, exceto “claro” e “escuro”, embora isso seja discutido entre diversos
autores;
Tudo é falado no presente, não há o tempo futuro, nem o passado. Trata-se de um povo, portanto, sem
mitos da criação;
Não tem termos que identifiquem parentesco, descendência. A palavra para Pai e Mãe é uma única;
Os pronomes pessoais parecem ter-se originado na língua nheengatu, uma língua franca de origem tupi.
Entre as coisas que separam os homens dos outros animais, estão as sutilezas da linguagem. Os animais até são capazes de transmitir mensagens simples – em geral relacionadas a comida, sexo ou disputa de território.
Por exemplo, um golfinho treinado pode transmitir a mensagem “A bola está na piscina” ou “Pegue a bola”, mas não é capaz de juntar as duas expressões dizendo “pegue a bola que está na piscina”. Esse é um atributo exclusivamente humano que os linguistas chamam de recursividade – que, salvo casos de deficiência mental, é considerado um denominador comum a todos os indivíduos da nossa espécie.
O pesquisador americano Daniel Everett chegou à tribo na década de 1970 como um missionário cristão com a missão de converter os índios. Nunca conseguiu. Everett fazia parte de uma organização internacional que espalha a palavra de Deus por meio da tradução da Bíblia para línguas sem escrita. Mas foi a falta da tal recursividade que ele identificou nos indígenas que o pôs em conflito com seus colegas linguistas.
Ele diz que os índios não são recursivos pelo que chamou de “Princípio da Experiência Imediata”. O nome é mais complicado do que a coisa em si: os pirarrãs só vivem e falam do aqui-agora. Fazem apenas sentenças relacionadas ao momento em que estão falando, aos fatos vistos por eles. “As sentenças dos pirarrãs contêm somente situações vividas pelo falante ou testemunhadas por alguém vivo durante a vida do falante”, define Everett em um de seus artigos. Por isso eles têm problema com as abstrações e tudo o que resulta delas:
Cores, números, mitos, ficção e a bendita recursividade. Também é isso que faz com que os pirarrãs, ao
contrário de todas as outras comunidades linguísticas já estudadas, não aprendam a contar em outro idioma.
“Eles não querem saber de nada que esteja fora do seu mundo”, afirma Everett.
Ainda sobre a sua experiencia tão lona junto a esse povo:
Os pirarrãs concebem o tempo como uma alternância entre duas estações bem marcadas, definidas pela
quantidade de água que cada uma possui: piaiisi (época da seca) e piaisai (época da chuva). O modo de vida é simples, baseado em caça, coleta e pesca, sem traços de prática agrícola.
Outra questão curiosa dos Pirarrãs é a ausência de uma ideia criacionista, algo literalmente único entre povos de cultura primitiva. Eles não acreditam em nada que não possa ser provado, visto ou sentido. Logo, não possuem quaisquer deidades ou mitos de criação, e para eles o céu e a terra sempre existiram. No entanto, acreditam em espíritos menores na forma de coisas no ambiente, segundo experiência pessoal de alguns, e tem uma ideia de cosmologia baseada em camadas existenciais, sendo eles corpos em uma delas (hiaitsiihi).
Concluindo para não alongar por demais essa postagem:
Tanto as jovens belas e de belos seios no Central Park com cultura, emprego, comunicação linguística e compreensão plena do que possa ser lhes dito e explicado, tanto os indígenas presos na obscuridade do tempo e das circunstancias naturais a que se impuseram ao longo de tantas gerações para sobreviverem.
Já crentes, o que pregamos aos outros, a parentes, a amigos, a colegas, em que a urgência da salvação impulsiona a nossa pregação ou testemunho?
Queremos ainda e hoje, salvar almas, almas de pessoas, pessoas e suas almas ou conseguir adeptos e pessoas que tenham estilo de vida como o nosso, para fortalecer o nosso ego e a nossa denominação?
Pensemos seriamente nisso.
Que o nosso Senhor nos ajude a tomarmos a melhor e a mais acertada atitude. Amem.
Por Helvécio S. Pereira
EXTRAS:
1) Quem é Daneil Everett?
Daniel L. Everett (Holtville, 1951) é um linguista estadunidense notório por seus estudos realizados sobre a língua pirahã no estado brasileiro do Amazonas desde 1977. Everett afirma que tal língua teria elementos que contradizem a gramática universal defendida e reformulada ao longo dos anos por Noam Chomsky e seu grupo de estudos. Apesar de ter vindo ao Brasil através do Summer Institute of Linguistics, um grupo dedicado ao estudo linguístico e à tradução da Bíblia, Everett se diz ateu após conviver anos com culturas tão distintas.
2) Vídeo com o próprio Daneil Everettt falando sobre o povo Pararrã
Reformados com décadas de vida cristã e pastoral se arvoram em discursos do tipo: "o pentecostalismo foi a grande praga para a igreja evangélica". Outros se levantam contra a que se denomina "teologia da prosperidade". Há ainda o debate sobre questões teológicas importantes e reais ente calvinistas e arminianos, mas de efeito inócuo tanto para ambos os lados como para os não salvos. Debate que interessa mais aos calvinistas que precisam ganhar espaço nos arrais arminianos. do que os estes nos arraias calvinistas. Há os cessacionistas que negam os sinais e afirmam que o homem deve buscar a Deus nem mesmo pelos milagres, não pelo pão, mas pelo céu, "espiritualizando" ciumenta e interesseira mente essa questão. As questões levantadas são tantas que seria inconveniente relacioná-las todos nesse espeço tão mais limitado.
O outro lado da questão é a realidade, muitas vezes desprezada pela maioria dos crentes, de pregadores escravos da confissão de sua denominação, e relativizada ainda pelos mais eficientes e esforçados pregadores e teólogos:
Há um rol imenso de doenças, comportamentos, patrologias psíquicas, comportamentais, e por que não espirituais, que escravizam milhões de pessoas no mundo, em nosso país, em nossas cidades, que desafiam e comprovam em muitos casos a impotência da medicina e da ciência como um todo.
HÁ DE SE IMPOR PELA PREGAÇÃO QUE O EVANGELHO É A SOLUÇÃO REAL E SOBRENATURAL E NÃO SOMENTE UMA ALEGORIA, UMA HISTÓRIA EXEMPLAR.
Que embora o Evangelho tenha sido pregado diuturnamente através dos diversos meios, incluídas as mais novas e tecnológicas mídias, e pessoas tenham e são acrescidas às mais diversas igrejas diariamente, outras mantidas desejavelmente na vida cristã, uma menor parte dado para trás, as necessidades e efetividade dessas ações são ainda muito menores à demanda de almas para ouvirem e crerem no Evangelho, entendidamente como crer em Cristo, se relacionando a Ele como único e suficiente Salvador.
Que tudo o que é feito com tanta energia, por boa e considerável parcela de crentes, uns contra os outros, não pode colaborar positivamente para que mais e mais pessoas sejam salvas crendo ainda no Evangelho.
É nessa perspectiva, que ainda como simples opinião, desaprovo insistentemente tudo o que não edifica, tudo o que destrói, tudo o que fecha as portas e diminui ou põe em dúvida a possibilidade de alguém ouvir de Jesus Cristo, o único, aquele que só Ele salva!
Não ignoro nem desprezo a realidade, mas não posso dar importância ao que é menos importante! Pessoas precisam ouvir, ter interesse e sede de Deus, e precisam provar por si mesmas que tudo o que se encontra revelado nas Escrituras pode ser alcançadas por elas graças ao conhecimento e ao relacionamento com o único Deus vivo que as ama.
E em que consiste a verdadeira obra de Deus? consiste em fazer o que Jesus fez e fazia quando andou entre nós confrontando a desgraça da herança do pecado, ou seja; destruir as obras do Diabo! Sob todas as formas e sob todos os aspectos feitos pelo próprio Senhor, com a promessa fiel e real de que obras MAIORES seriam feitas e realizadas.
Uma igreja e pregadores sem AUTORIDADE, sem PODER, sem SABEDORIA ( algo bem diferente biblicamente do que conhecimento teológico! ) são - presas e laços frente o horror e a complexidade espiritual que é o próprio mundo, com sua cosmovisão espúria, filosofia, ideologia e práticas justificadamente errôneas.
Mas afinal quem é a Igreja, alguns de nós excluindo-se os outros aos quais sob alguma justificativa menosprezamos e julgamos? A igreja a nosso contragosto somos todos os que cremos em Cristo, com uma fé sadia ou claudicante, forte ou limitada exteriormente pela identidade denominacional.
Não são os fortes somente os meus irmãos. Não sou eu que me julgo forte sem relação maior com aquele que menosprezo. Só o Senhor conhece a todos nós. Mas recorrentemente nos vemos como alguma coisa bem a mais do que algo que o Senhor disse que somos e como nos devemos nos ver: como servos inúteis.
Nenhum de nós tem a visão real da malignidade desse mundo. Uns veem mais, outros menos, mas sem o Senhor nos guiando a cada dia, tateamos no escuro, a avançamos por suposições. Uns com percepção real maior conseguem fazer mais, outros com compreensão mais restrita fazem menos. Outros mais discreta e anonimamente fazem coisas grandes e extremamente necessárias para o Reino de Deus. Muitos de nós construímos e derrubamos coisas ao longo de nossa jornada e esforço. Avançamos e ficamos presos, temos enormes ganhos e depois a vaidade ou a boca grande joga senão tudo, boa parte do que ganhamos por terra.
Reformados não arredam um palmo no que seja a Palavra de Deus, e nisso estão certos, frente a grupos e até cristãos que relativizam ou negam a Bíblia como a "Palavra de Deus",entretanto estão muito e gravemente errados em sua interpretação mais geral. Pentecostais trazem a nossa lembrança a realidade de que o Reino de Deus não pode ser e não é somente teórico. A operação e a manifestação sobrenatural de Deus fazem parte do que pregamos e somos testemunhas justamente desse fazer e operar de Deus. Neo pentecostais enfatizam que o espiritual não é só um conjunto de manifestações barulhentas e ruidosas e compreensivelmente prazerosas para os que já crêem. A operação de Deus perpassa pelo sobrenatural, pelo invisível, mas se vê nas relações humanas, naturais e que fazem parta da vida humana.
O mesmo Senhor Jesus que nos receberá no céu, concretizando a nossa salvação, é o mesmo Deus que guiou o povo de Israel em seu caminhar no mundo, com todas as implicações, ajudando-os em seus desafios materiais e relacionais em meio a povos que não conheciam o seu Deus. Nenhum crente, seja de qual linha teológica for ou denominação, em sã consciência nega essa realidade revelada nas páginas das Escrituras.
Vamos porém aos dois casos por mim referidos no início dessa postagem
DUAS TRIBOS, DOIS DESAFIOS!
DUAS TRIBOS, DOIS DESAFIOS!
O primeiro, como adiantado acima, é de um grupo de mulheres em geral muito jovens que decidiram dentro da lei da cidade de Nova York ler livros com os seios de fora no Central Park, já que a atual lei permite que mulheres fiquem sem blusa em público nos locais que aos homens é permitida essa mesma regalia e conforto.
Pois bem essas mulheres tem almas, como eu e como você. Mas dentro da nossa cultura é ainda, e por razões compreensíveis e legítimas, que a exposição do colo feminino e a visão dele por um homem, seja um caso pavoroso. Ainda que elas não estejam interessadas em sexo e prostituição ( o que aparentemente não ocorre, pelo menos por enquanto ) quantos homens da igreja, por várias razões, podem pregar a elas? Sendo que nas igrejas, há não poucos casos de homens abusando da ingenuidade ( sim ela existe ainda hoje sob várias formas ) ou carência afetiva de tantas mulheres?
E mais há alguém que pode escrever, produzir, editar, distribuir um tipo de literatura que cirurgicamente possa falar aos corações dessas jovens ávidas por leitura? Pois saibam que há um time de escritores que caindo no gosto delas ( ficção ) de algum modo já as induza a valores, comportamentos,formas de amar, de serem amadas, de como ver o mundo, etc. É um desafio importante, embora muitos prefiram cantar canções gospel de sucessos em suas igrejas e maldizer o calor que os incomoda no carro ou em casa, e as vezes no próprio templo.
O primeiro caso é um desafio: um crente do sexo masculino se enturmar com essas jovens e pregar para elas olhando nos olhos sem pular em cima delas. Mulheres cristãs poderiam aceitar esse desafio, já que o grupo é basicamente de mulheres.
O segundo caso, entristeceu-me profundamente, embora dele tenha tirado duras lições importantes:
Como eu e você imaginamos um missionário? Na maioria dos casos alguém com fé e depreendimento necessários em muito superior ao que eu e você temos como recursos de fé e coragem cristãs. E eu acho siso mesmo, além de amor, desprendimento e exposição de sua vida a um risco maior: o de perder a vida!
Pois é acho tudo isso.
Entretanto um missionário, que possivelmente se preparou, foi preparado, durante anos, permaneceu com esse objetivo de salvar lamas pregando o Evangelho do Senhor Jesus por sete anos junto a uma tribo das mais primitivas do mundo, não só tenha falhado como perdido totalmente a fé, sendo hoje um ateu.
Esse homem se chama Daniel Everett , linguista estadunidense ,em cerca de doze artigos.
Everett viveu entre os Pirarrã por sete anos, dos anos 1970 aos 1980.
Sobre a tribo e povo que Daniel Everett, enviado como missionário conviveu e tentou levar-lhes a salvação, foi descoberto, entre outras peculiaridades :
Uma das menores quantidades de fonemas entre os idiomas existentes. Identificam-se os sons de apenas
três vogais (A, I e O) e seis consoantes: G, H, S, T, P e B;
A pronúncia de muitos fonemas depende do sexo de quem fala;
Apresenta dois ou três tons, quantidade discutida entre estudiosos;
O falar pirarrã pode ser expresso por música, assobios ou zumbidos (como “M” com lábios fechados);
Apenas alguns dos homens, nunca mulheres, conseguem se expressar em nheengatu ou em português;
Sentenças muito limitadas, sendo o único idioma sem orações subordinadas;
Não tem numerais, apenas a noção do unitário (significando também “pequeno”) e de muito. Sua cultura e seu modo de vida, como caçadores e coletores, não exige conhecimento de numerais (um trabalho recente de Everett indica que a língua não trata nem mesmo de “um” e “dois”; não usam números, mas quantidades
relativas);
Não há palavras para definir cores, exceto “claro” e “escuro”, embora isso seja discutido entre diversos
autores;
Tudo é falado no presente, não há o tempo futuro, nem o passado. Trata-se de um povo, portanto, sem
mitos da criação;
Não tem termos que identifiquem parentesco, descendência. A palavra para Pai e Mãe é uma única;
Os pronomes pessoais parecem ter-se originado na língua nheengatu, uma língua franca de origem tupi.
Entre as coisas que separam os homens dos outros animais, estão as sutilezas da linguagem. Os animais até são capazes de transmitir mensagens simples – em geral relacionadas a comida, sexo ou disputa de território.
Por exemplo, um golfinho treinado pode transmitir a mensagem “A bola está na piscina” ou “Pegue a bola”, mas não é capaz de juntar as duas expressões dizendo “pegue a bola que está na piscina”. Esse é um atributo exclusivamente humano que os linguistas chamam de recursividade – que, salvo casos de deficiência mental, é considerado um denominador comum a todos os indivíduos da nossa espécie.
O que aconteceria se um grupo humano não dominasse isso? Essas pessoas seriam menos humanas que
outras?
O pesquisador americano Daniel Everett chegou à tribo na década de 1970 como um missionário cristão com a missão de converter os índios. Nunca conseguiu. Everett fazia parte de uma organização internacional que espalha a palavra de Deus por meio da tradução da Bíblia para línguas sem escrita. Mas foi a falta da tal recursividade que ele identificou nos indígenas que o pôs em conflito com seus colegas linguistas.
Ele diz que os índios não são recursivos pelo que chamou de “Princípio da Experiência Imediata”. O nome é mais complicado do que a coisa em si: os pirarrãs só vivem e falam do aqui-agora. Fazem apenas sentenças relacionadas ao momento em que estão falando, aos fatos vistos por eles. “As sentenças dos pirarrãs contêm somente situações vividas pelo falante ou testemunhadas por alguém vivo durante a vida do falante”, define Everett em um de seus artigos. Por isso eles têm problema com as abstrações e tudo o que resulta delas:
Cores, números, mitos, ficção e a bendita recursividade. Também é isso que faz com que os pirarrãs, ao
contrário de todas as outras comunidades linguísticas já estudadas, não aprendam a contar em outro idioma.
“Eles não querem saber de nada que esteja fora do seu mundo”, afirma Everett.
Ainda sobre a sua experiencia tão lona junto a esse povo:
Os pirarrãs concebem o tempo como uma alternância entre duas estações bem marcadas, definidas pela
quantidade de água que cada uma possui: piaiisi (época da seca) e piaisai (época da chuva). O modo de vida é simples, baseado em caça, coleta e pesca, sem traços de prática agrícola.
Outra questão curiosa dos Pirarrãs é a ausência de uma ideia criacionista, algo literalmente único entre povos de cultura primitiva. Eles não acreditam em nada que não possa ser provado, visto ou sentido. Logo, não possuem quaisquer deidades ou mitos de criação, e para eles o céu e a terra sempre existiram. No entanto, acreditam em espíritos menores na forma de coisas no ambiente, segundo experiência pessoal de alguns, e tem uma ideia de cosmologia baseada em camadas existenciais, sendo eles corpos em uma delas (hiaitsiihi).
Enquanto viveu entre eles, o missionário Daniel Everett tentou evangelizar a tribo. Segundo ele, os indígenas perderam o interesse em Jesus quando descobriram que Everett nunca o viu de fato. Seu constante contacto com este tipo de pensamento acabou o transformando. “Os pirarrãs me modificaram profundamente. Eu era um missionário que evangelizava e hoje sou ateu”, disse.
Concluindo para não alongar por demais essa postagem:
TEMOS QUE PREGAR, E UMA ALMA É UMA ALMA, UM SER HUMANO ´É DESTINADO A PERDIÇÃO QUE PODE SER SALVO, SEJA ELE OU ELA UMA PESSOA EM NOVA YORK OU NA AMAZÔNIA. MAS ESSAS PESSOAS SÓ PODERÃO SER SALVAS SE CONVENCIDAS PELA PREGAÇÃO DA PALAVRA COM MANIFESTAÇÃO DE PODER!
Tanto as jovens belas e de belos seios no Central Park com cultura, emprego, comunicação linguística e compreensão plena do que possa ser lhes dito e explicado, tanto os indígenas presos na obscuridade do tempo e das circunstancias naturais a que se impuseram ao longo de tantas gerações para sobreviverem.
Pregadores teóricos obcecados pelo academicismo puro e simples, sem contato real e sobrenatural com Deus, estarão fadados ao fracasso em ambos os casos. No que intentariam fazer e até com respeito a guardar a sua própria fé.
Queremos ainda e hoje, salvar almas, almas de pessoas, pessoas e suas almas ou conseguir adeptos e pessoas que tenham estilo de vida como o nosso, para fortalecer o nosso ego e a nossa denominação?
Pensemos seriamente nisso.
Que o nosso Senhor nos ajude a tomarmos a melhor e a mais acertada atitude. Amem.
Por Helvécio S. Pereira
EXTRAS:
1) Quem é Daneil Everett?
Daniel L. Everett (Holtville, 1951) é um linguista estadunidense notório por seus estudos realizados sobre a língua pirahã no estado brasileiro do Amazonas desde 1977. Everett afirma que tal língua teria elementos que contradizem a gramática universal defendida e reformulada ao longo dos anos por Noam Chomsky e seu grupo de estudos. Apesar de ter vindo ao Brasil através do Summer Institute of Linguistics, um grupo dedicado ao estudo linguístico e à tradução da Bíblia, Everett se diz ateu após conviver anos com culturas tão distintas.
3) Como alguém tendo estudado em um dos seminários criados e inspirados por um grande evangelista como foi Dwight L. Moody ( Dwight Lyman Moody ( 5 de fevereiro de 1837 - 22 de dezembro de 1899), também conhecido como D.L. Moody, foi um evangelista e editor americano que fundou a Igreja Moody, a Escola Northfield, a Escola Mount Hermon em Massachusetts (agora chamada Escola Northfield Mount Hermon), o Instituto Bíblico Moody e a Moody Press. ) pode ter se tornado um ateu ao falhar após sete anos de trabalho junto a um povo considerado primitivo? A resposta talvez seja que cada um tem que ter a sua própria experiência e que o Evangelho deva ser pregado com manifestação de sinais e prodígios e não apenas teoricamente.
5) Por mais estranhas que sejam as tribos urbanas, ou tribos reais como a do povo Pararrã do Amazonas no Brasil, seres humanos em qualquer situação social, econômica ou cultural são seres com amas igualmente preciosas com valor próprio maior que todo o mundo, segundo palavras do próprio Senhor Jesus. Logo convidar apenas pessoas que tenham um perfil fácil para serem membros de uma igreja é uma ofensa ao próprio Evangelho, e contra a declaração registrada em João 3;16. Várias outras passagens do NT corroboram para que nos esforcemos, façamos de tudo, para que pessoas sejam salvas. A salvação é sintetizada no conhecimento do Pai e do filho Jesus a quem o Pai enviara, o que é muito mais e vai muito além do que ser membro de uma igreja ate por décadas e ter um comportamento religioso como os demais membros de uma congregação ou denominação.
6) Na Bíblia encontramos pelo menos duas declarações enfáticas: "Quem ganha almas é sábio" ( ) e "o que ganha almas cobrirá multidão de pecados" ( )
7) Um dia não haverá oportunidade para quem pregue e nem para quem creia.
-
6) Na Bíblia encontramos pelo menos duas declarações enfáticas: "Quem ganha almas é sábio" ( ) e "o que ganha almas cobrirá multidão de pecados" ( )
7) Um dia não haverá oportunidade para quem pregue e nem para quem creia.
-
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O QUE ACHOU DESSE ASSUNTO?