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terça-feira, 31 de maio de 2011

O QUE AS ESCRITURAS TÊM A NOS DIZER


Tenho meditado nessa última semana em alguns temas relacionados à revelação Escriturística que talvez consiga relacioná-los em algumas das próximas postagens. Aparentemente não é tão fácil retomá-las após tê-las feito e ter que relembrá-las sem tê-las anotado. De fato, a validade da meditação bíblica e nas coisas de Deus ( algo recomendado nas próprias Escrituras, na Bíblia Sagrada, em não poucos textos da mesma ) só se consolida após a prática. Ou seja: não basta organizar o que se crê, mas conseguir por em prática ( obedecer ) o que se passa a saber . Daí a recomendação, talvez um pouco mais além a exortação: “para sermos praticantes e não meros ouvintes”.c
Então vamos ao desafio:


Se formos sintetizar algumas das revelações claras das Escrituras, muitas vezes a margem da organização teológica, e por isso mesmo, pela teologia tornado um tema secundario e até esquecido, é justametne o fato de a existência do homem, como indivíduo e como espécie, não ser a margem de qualquer influência, de uma influência alheia a si mesmo. Basta, para se perceber essa verdade, ler as Escrituras de modo linear, do Gênesis ao Apocalipse. Antes tenho comigo que o que nas Escrituras é revelado, o foi como lá se encontra e insento dos “acidentais” erros apontados pelos inimigos da verdade bíblica. De fato, tenho para mim o seguinte: se o que contem as Escrituras é a verdade e se o Deus das Escrituras é verdadeiro como ela, as Escrituras, nos revelam, o mínimo seria que esse Deus plena e seguramente verdadeiro, pudesse cuidar para que nada, nenhum erro de fato, passasse descuidada e despercebidamente. Logo o que eu e você encontramos nas Escrituras é a verdade. Se eu e você ou outros nos desentendemos e nos confundimos nas explicações é outra coisa, fato inteira e decididamente a parte de nossas limitações e erros.


Então temos que, pelas Escrituras, a Bíblia, o homem pende perpetua e dependentemente de algo externo a si mesmo para que viva. O homem, segundo as crenças do homem religioso ou do homem que se diz cético, incrédulo para a divindade judaico-cristã ou outra, o ateu confesso, coincidentemente não se encontra no ápice da existência. Para o materialista esse homem depende de uma melhoria, de uma evolução, de uma purificação, baseada, idealizada em algo que não é  decididamente ele mesmo. Para o crente na divindade absoluta, o Deus criador é decididamente esse ideal, o seu espelho e modelo maior. No Édem após a criação, e antes do Édem em nenhum momento nos é dito que a criação dos “ceús e da terra” tenham sido por causa do homem, mas na criação, no caso um certo tempo depois, na criação da terra, no último dia, no dia sexto, o homem é então criado e colocado em uma micro região da terra, em “um jardim”, como numa estufa em que uma nova espécie deveria ser desenvolvida, a humanidade.


Mas ao contrário dos demais seres e criaturas, o primeiro casal humano, foi assistido por alguém diferente dele, superior a ele, em um relacionamento inteligente e pessoal. O próprio Deus os fizeram, primeiramente o homem e depois a partir do homem a mulher. Outro dado só a esse casal de seres originais, os humanos, sem rivais em toda a criação, foi lhes apresentado um programa de desenvolvimento, com objetivos a serem alcançados e possibilidades. Em contra partida foi lhes dado, não um impedimento ( impedimento houve depois da queda, como por exemplo a impossibilidade de retornarem ao Édem, guardado por querubins com espadas flamejantes ), mas um aviso, um solene advertência de que não deveriam participar, almejar algo que não lhes tinha sido dado: o conhecimento do bem e do mal. Conhecimento que depois, revelado pelas mesmas Escrituras, trata-se de um dos atributos de Deus, e por apreensão, podemos inferir que seja um característica dos demais seres que habitam os céus, anjos, querubins, serafins, etc. Somente o homem, por alguma razão, estaria fora do número dos que poderiam conviver com esse conhecimento ( vale a pena, em um estudo posterior, constatar biblicamente se os anjos não rebelados, serafins, querubins, etc, conhecem ou não o bem e o mal ). Ao homem, ou melhor ao primeiro casal de humanos, não lhes for a permitido isso, de fato lhes for a proibido, mas notemos, não impedido.


Entretanto, obedecer ou desobedecer, necessitaria uma motivação, e para as duas ações, aquele recém-criado, recém-existentes homem e mulher, faltava-lhes motivação. Em nenhum lugar nos é dito ou regristrado que o casal humano amasse a Deus. De fato penso que não O amava de fato. Não haviam aprendido isso. De fato nem se amavam um ao outro, fato que fica claro quando Adão peremptoriamente atribui a queda, a desobediência, o comer do fruto, “ à mulher que me deste ” ou seja a Deus. A contragosto de muitos, uma outra personagem, Satanás tem a sua existência revelada e se insere nos acontecimentos como insinuador de outra “verdade”, motivando no seu diálogo com Eva, que o casal de humanos pense em outras possibilidades, no caso, serem iguais a Deus, pondo em dúvida duas coisas: o que Deus havia dito, ou o que os dois humanos haviam entendido e “a verdadeira” motivação da proibição, dando a entender erroneamente que “serem como Deus” representasse um valor e não um dissabor, um problema com todas as indesejáveis e invislumbraveis consequências.


Que lições o texto e relato de Gênesis, podem significar para qualquer um de nós, todos nós, milhares de anos, talvez incontáveis anos depois? O homem não pede incólume e independente de forças e seres superiores a si mesmo. Um ateu, materialista, um que negue toda cosmologia não material, do cosmos físico-químico que percebemos por sua materialidade, não pode subsistir independente de uma manifestação, influência, externa de si mesmo, qmesmo que queira e teime em professar uma crença nisso. O homem, segundo as Escrituras, é objeto de uma criação direta de Deus, criação objetiva e planejada, com fins a serem atingidos. O homem, a raça humana, não consiste em um acidente, um acaso, uma evolução de si mesmo ou de algo, alguém anterior a ele. Por não poder viver sem Deus, uma horrenda e terrível impossibilidade, e por sentir isso, o homem substitui Deus por outras coisas: idéias que arquitetadas lhe supram esse vazio, essa superioridade e ideal em que se possa espelhar, ainda que incoscientemente. O outro personagem, Satanás, sabe disso, e se introduz em toda a história humana, de diversas e variadas formas, e é aceito,muitas vezes, tanto quanto foi aceito no Édem, e a sua recompensa é ter no coração do homem um altar para si mesmo, ainda que não seja revelado como ele mesmo é, mas secretamente usufrui esse prazer, cada vez que o Deus verdadeiro não está, no coração do homem, no lugar que de direito de Deus lhe é devido.


Mas a queda ( do primeiro casal, de Adão e Eva ) foi programada e todo o mal dela consequente? Se o foi, Deus é o autor da primeira dúvida, da desobediência, do medo e da negação do erro, do primeiro assassinato e de tudo o mais. Se por outro lado, se a queda foi um acidente, algo que escapasse ao controle de Deus, como continuar a defesa de um dos atributos do Deus bíblico: a soberania. Esse tem sido um dilema teológico e um palco de confrontos intermináveis, particularmente entre os que crentes que se autodenominam calvinistas e aos demais atribuidos pelos calvinistas como arminianos. A teologia calvinista que deveria satisfazer uma cosmovisão ( compreensão além da compreensão fornecida pela teologia ) de fato, não o consegue, por mais sinceros que sejam de fato os esforços e a profusão de livros, artigos, ensaios, estudos produzidos nesse sentido. Quando confrontados com situações reais, valem-se como todo religioso, do dogma, das confissões, da ortodoxia, da igreja, etc, etc. Se por outro lado, arminianos estejam mais próximos da compreensão Escriturística, como um Deus soberano, possa ter seus planos alterados e a mercê dos acontecimentos, diga-se a bem da verdade, bem anteriores à queda do homem?


Esse é um debate que pode ser avançado em outro momento, por ora o que é necessário ser colocado é o fato e a verdade revelada em toda a Bíblia, que fato após fato, o homem não está só, alheio de qualquer influência e isento de ser exposto a uma escolha. Após o episódio do Édem , embora não sejamos informados acerca das próximas insinuações satânicas, certamente agora essa insólita personagem não deixará de espezinhar o casal de humanos e cada um de seus descendentes. Chame do que quiser, livre-arbítrio ( conceito posterior as Escrituras ), livre-agência, não importa o conceito filosófico ou teológico, que se concorde ou se combata, a Bíblia revela que constantemente somos, a exemplo de Adão e Eva e seus descendentes, expostos a escolhas e por ela colhemos bençãos ou nos afastamos inexoravelmente de Deus e de Sua vontade.


A negação de Deus, Sua existência, pessoalidade, vontade, soberania e perfeição, que geram a devida gratidão e reconhecimento bem como a mais próxima, se não exata, parcela das demais personagens envolvidas no drama humano, geram uma má compreensão da responsabilidade, culpa, e da necessidade de redenção. Há entretanto uma outra consequência: o mau dimensionamento da real situação e das possibilidades humanas: a história toda já está definida ou é conjuntamente escrita a cada dia? A história de todos os seres humanos são escritas sobre as mesmas bases ou há exceções de fato, e se há quais são essas exceções e porque elas existem? A Bíblia responde essas questões ou se omite terminantemente?


Se tudo está determinado há um elemento que se sobrepõe a pessoa de Deus: o tempo. O tempo nesse caso, como base a todas as formas de determinismo ( cristão ou filosófico ) persiste e impede que algo se modifique dentro de sua existência fenomológica. Entretanto, a eternidade descrita na Bíblia pode ser definida como o não tempo, uma realidade que mesmo não passando, os fatos nela aconteçam dinamicamente. Deus está na esfera e na realidade da eternidade, algo inconcebível para nós, mesmo que um dia nos seja contado e explicitado. Uma realidade em que nada tem começo e fim ( como Deus mesmo ) mas num dilema insolúvel, coisas se fazem e são desfeitas igualmente.

Nessa compreensão, que mesmo sendo um dilema, se nem tudo está determinado, coisas são determinadas, outras são deixadas para que se produzam outras coisas por si mesmo, e outras sofrem interferências decisivas, segundo a vontade dAquele que é sobre todas as coisas, tudo se explica, e é exatamente nessa última categoria, que o que já está revelado nas Escrituras, na Bíblia Sagrada, a infalível e perfeita Palavra de Deus, nos é desvendado numa provisão que não se esgota, por cada dia de nossas vidas, em todas as situações, por toda uma vida. Mas esse é apenas um próximo assunto.

Deus nos abençoe a todos.

Por Helvécio S. Pereira



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