Normalmente, intuído por um tema, passo a escrever uma introdução que tem a função de prender a atenção do leitor ( me incluo e me imagino como um deles lendo um texto que ainda não conheço ) e se claro a introdução me cativar leio o resto, não importando se terei que contradizê-lo, refutá-lo em parte, desprezá-lo ou acatar o que é exposto. Dessa vez, embora tenha tido a intuição de falar sobre o que estarei dizendo linhas abaixo ( na verdade alguns pequenos fatos reais ) e por razões logísticas ( parte do testo está em outro computador, minhas USBs estão todas ocupadas neste, estou com preguiça de desmontar as ocupadas neste, etc, etc, etc, enfim detalhes tão transcendentais e tão importantes frete aos demais problemas e desafios do mundo, que quase desisto. além do que as três lâmpadas do meu quarto queimara a pouco e ficam tão altas, tenho uma escada pequena e elas estão bem ao centro do quarto sobre a beirada da cama...tantos problemas e detalhes...e não tenho uma lâmpada para trocar, na verdade duas, fluorecentes tão grandes que não precisava tanto, e nem sei onde encontrá-las amanhã a tarde, e certo que não será em qualquer loja ou supermercado...ufa...!
Bem espero não ter perdido os leitores que casualmente ou esperançosamente deram com essa postagem, ou pela boa cabeça de texto ( chamada no jargão jornalístico ) mas tem a ver com a introdução a minha abordagem do livro de Jó, uma dos que mais gosto na Bíblia, e não é pela vida e simpatia por Jó, que muitos naturalmente têm, mas pela discussão em trinta e cinco ou trinta e seis capítulos desse importante livro. De fato perdem muito, os teólogos liberais e outros assemelhados que buscam todo o custo e bastante objetivamente ( nove em cada dez professores de teologia em seminários tradicionais ) desqualificar negando a sua veracidade, a existência do homem Jó e portanto os fatos a sua vida relacionados e registrados. Azar deles!!!
Nesse quesito, os pentecostais ( de fato não os godins da vida ) e os neopentecostais levam vantagem sobre todos os demais ( reformados, tradicionais, etc, etc ) pois acreditam em Jó, Sodoma e Gomorra, Adão e Eva, o Diabo, inferno, céu, anjos, demônios, Jonas...ah! o Jonas e a o grande peixe ( que para eles pode ser baleia mesmo ) e como diz a minha esposa, se fosse Jonas engolindo a Baleia ( Cachalote a maior delas ), estando na Bíblia, sem problemas, cremos do mesmo jeito. Nem o centurião com tanta fé!!!
Os livros poéticos ( e Jó se inclui pelo estilo de registro claramente literário neles mesmo sendo biográfico ) são livros profundamente reflexivos, as palavras neles encontradas são diálogos do homem com a sua própria alma, e diálogos de sabedoria, aqueles diálogos sonhados pelo filósofo em busca da verdade. Portanto não são decididamente de fácil compreensão, não são para pessoas ( são para todos os que deles tomarem conhecimento ) mas não para aqueles que mesmo lendo-os não se quedam calmamente a uma reflexão a sós consigo mesmos. Mas não é só isso são igualmente proféticos, testemunhais, eternos como toda a Palavra de Deus, reveladora da exaltada Sabedoria, justiça e amor de Deus. Igualmente reveladora da real situação humana, como indivíduo ou grupo maior como família, nação e povo.
Para usufruir do livro de Jó, sua revelação sábia e divina, esse homem, esse ser humano tem que ter obrigatoriamente perguntas, sede e busca pela verdade, tem que ser alguém que se indague a cerca da vida, do mundo, da humanidade e de Deus, acerca do bem e do mal. Só assim sedento, curioso, desejoso de uma resposta, humilde, começará e poderá finalmente ser abençoado com a sabedoria dos céus, reveladas nessa porção da santa e verdadeira Palavra de Deus.
Não repisarei o texto do livro de Jó, demandaria tempo, vá a uma Bíblia e leia-o lá. O palco é o mundo e os atores são os homens, mas não são os únicos. Nele e fora dele estão Deus, os filhos de Deus ( seres nos céus quase certamente, mas isso é uma outra consideração particular ) e dentre eles um palpiteiro, mas infelizmente não um palpiteiro qualquer, de fato um velho conhecido, mal visto e mal vindo, pelo menos para nós: Satanás. Satanás põe em dúvida algo provável, uma meia verdade, a de que Jó bendiz a Deus ( de fato Jó não são cria e era portanto um crente no melhor modelo, mas Jó produzia frutos condizentes com a sua fé em Deus, temia a Deus inclusive pelos seus filhos, péssimos exemplos de filhos e filhas de um homem temente e exemplar diante de Deus. Satanás não mentiu, disse uma verdade válida para centenas e milhares de crentes antes de Jó e milhares de nos depois verdade para mais um monte de cristãos hoje: bendizem a Deus enquanto tão somente Deus lhes favoreça, embora hoje também não seja a única verdade para todos.
Deus acatara a sugestão de Satanás, não porque Satanás seja ou fosse grande coisa, mas por justiça: Deus não pode favorecer alguém em situação injusta, jamais. De fato, os filhos e filhas d Jó, sua mulher, como pode ser visto mais a frente, não eram grandes coisas. Não expor Jó seria proteger injustamente uma corja de incrédulos e sobre os quais Satanás, se a eles se referissem teria toda a razão. Uma importante observação: Satanás é maior do que um simples homem, um ex-querubim, com vida eterna, indestrutível e incansável, obstinadamente mau, mas não é burro. O pai da mentira e mentiroso desde o princípio, não diz uma mentira totalmente imprópria, foi assim do Éden e assim com o Senhor Jesus:ela a distorce e confunde, de forma que o ônus do erro fique sempre apara a sua vítima. O comportamento de Jó era bastante provável, razoável e humano, tanto que a sua esposa, teve exatamente a atitude prevista por Satanás( não profetizada, imaginada, Satanás não vê o futuro, apenas o imagina, joga com as probabilidades exatamente como nós ).
O livro de Jó traz uma resposta direta e reveladora: Deus não é a causa do mal ao homem! Pois Deus é amor revelada peremptoriamente em todas a Escritura. Quando alguém diante do Senhor Jesus, disse-lhe se quiseres podes limpar-me ( o leproso ), o Senhor Jesus prontamente respondera: Quero!Sê limpo. Infelizmente setores do cristianismo evangélico erram e erram feio, sob pretexto de dar maior glória e reconhecimento a soberania de Deus, afirmar que Deus criou e exerce o mal na vida do homem. Dessa forma e por consequência, o estupro, o assassinato, o mais vil dos crimes é o pelo braço de Deus. Confundem "permissão", "conhecimento" ( pré, em tempo real, e histórico/ memorístico/ registrativo ), com "vontade" ( decreto, lei, ação ). Segundo a compreensão destes, corremos o risco de não odiarmos a Satanás e não tomá-lo como inimigo odioso e não festejarmos a suas condenação certa e irreversível. Pra estes errôneamente só a Deus e mais nada. Uma igreja assim , com pastores a sua frete com essa mentalidade é inofensiva nesse mundo e o Diabo, Satanás, ri-se dela e da maneira como compreende a realidade espiritual, essa igreja não lhe é perigosa, em nenhum sentido.
Vemos no livro de Jó que infelizmente Satanás tem sim grande poder, fez desabar a casa em que os filhos de Jó estavam. Matou-lhes o rebanho e numa segunda investida autorizada pelo próprio Deus tocou-lhe o corpo produzindo desordem física, quem saber em termos científicos, uma bactéria nocivas um vírus, uma doença auto imune, não sabemos, mas as consequências foram terríveis. Somente a alma, a mente foram, sob ordem de Deus foram impedidas de serem tocadas por ele, Satanás, mas até elas poderia tocá-las se lhe fosse permitido por Deus. Satanás escraviza, faz sofrer, produz desordem física , emocional, na vida de muitas pessoas hoje diariamente, todos os dias, em todos os lugares do mundo e das mais diversas formas, de acordo com as diversas vulnerabilidades de cada pessoa. Essa é a terrível realidade.
Dos mais de trinta e quatro capítulos restantes, temos diálogos preciosos e indagadores acerca das relações entre os homens, incluídas justiça, soberba, humildade, crime, cobiça, ignorância, rebeldia, obediência, sabedoria, etc. Acho que convém relacionar essas coisas e abordá-las com mais calma e profundidade em uma segunda postagem sobre o assunto. Que tal? Segue-se agora dois esboços de estudos bíblicos a serem feitos pessoalmente ou com a sua igreja. Portanto abençoe-se a si mesmo ou a outros irmãos e família. Mãos a obra!
Por Helvécio S.Pereira
Jó
Chave: Provação
Comentário:
A apresentação claramente visível do livro - prólogo, discurso e epílogo, além dos ciclos dentro dos próprios discursos - demonstra-nos que se trata de uma interpretação teológica de certos acontecimentos da vida de um homem chamado Jó. Do começo até ao fim o autor procura com diligência responder a uma pergunta básica. Qual é o significado da fé?
Chefe tribal de extraordinária piedade e integridade, Jó é abençoado por Deus com prosperidade terrena que o converte no homem "maior do que todos os do oriente" (1:3). De repente, Jó sofre vários reveses de fortuna. Vítima de uma série de grandes calamidades, vê-se privado primeiro de seus bens e de seus filhos (1:13-19). Seu corpo se cobre de uma enfermidade repulsiva (2:7). Três amigos, que se apresentam com a intenção evidente de consolar Jó, insistem em que seu sofrimento é castigo pelo pecado , e por isso mesmo, seu único recurso é o arrependimento. Mas Jó repudia com veemência esta solução, afirmando sua integridade, e admitindo ao mesmo tempo sua incapacidade de entender sua própria condição.
Outro amigo, Eliú, sugere que Jó está passando por um período de disciplina de amor ordenada por Deus, para impedi-lo de continuar pecando. Jó rejeita também esta interpretação. Finalmente, Deus responde às contínuas solicitações de Jó, de uma explicação direta de seus sofrimentos. Deus responde, não mediante uma justificação de sua conduta, nem mediante uma solução imediata, mas em virtude de sua apresentação de si mesmo com sabedoria e poder. Esta apresentação é suficiente para Jó; observa ele que, por ser Deus quem é, deve haver uma solução, e nela apoia sua fé.
Conquanto o tema do sofrimento e suas causas seja predominante no livro, este preenche um fim mais amplo na mente do autor: o de demonstrar que a certeza da fé não depende das circustâncias externas nem das explicações conjeturais, mas do encontro da fé com um Deus onipotente e onisciente.
Autor:
O livro não nos dá indicações certas do autor nem do tempo em que foi escrito. Embora muitos, atualmente, afirmem que foi escrito no exílio ou em época pós-exílio (sexto a terceiro século a. C), tradicionalmente tem-se fixado a data na época dos patriarcas (século XVI a.c.), ou nos dias de Salomão (século X a.C.).
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Robert B. Laurin
Doutor em Filosofia e Letras
ESTUDO SOBRE O LIVRO DE JÓ
Jó
Autor: Incerto (Moises ou Salomão)
Data: Não especificada ( do séc. V ao II aC)
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Para melhor estudar o Livro de Jó
devemos considerar alguns aspectos importantes...
Épocas referentes ao Livro
(1)Escrito por Esdras ... Satanás era pouco conhecido
(2)Vivido quando Abraão e Israel não existia
Explicações dadas nos relatos
(3)Que Deus não faz o mal... 1Sm.19:9, 2Sm.24:1
(4)Que o mal vem do Diabo... 1Cr.21:1
(5)Que Deus permite, mas sob Seu controle
(6)Que mesmo os justos sofrem aflições
(7)Que não devemos reclamar, mas descansar
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Esboço de Jó
Introdução 1.1-2.13
Jó é consagrado e rico 1.1-5
Satanás desafia o caráter de Jó 1.6-12
Satanás destrói as propriedades e os filhos de Jó 1.13-22
Satanás ataca a saúde de Jó 2.1-8
Reação da esposa de Jó 2.9,10
A visita dos amigos de Jó 2.11-13
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I. Diálogo entre Jó e os seus três amigos 3.1-26.1
Clamor de desespero de Jó 3.1-26
Primeiro diálogo 4.1-14.22
... Elifaz repreende a Jó e afirma a Justiça de Deus 4:1-21
... Elifaz exorta a Jó a que busque a Deus 5:1-27
... Jó justifica as suas queixas 6:1-7:21
... Bildade refuta as palavras de Jó e justifica a Deus 8:1-22
... Jó confessa a justiça de Deus e pede alívio para a sua miséria 9:1-35
... Jó protesta contra a severidade de Deus 10:1-22
... Zofar repreende a Jó, mostra a sabedoria de Deus e exorta ao arrependimento 11:1-20
... Jó defende-se das acusações de seus amigos 12:1-25
... Jó acusa seus amigos de defenderem falsamente a Deus 13:1-28
...Jó roga ofavor de Deus por causa da brevidade e miséria da vida humana 14:1-22
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Segundo diálogo 15.1-21.34
... Elifaz acusa Jó de presunção 15:1-35
... Jó acusa seus amigos de falta de compaixão e misericórdia 16:1-17:16
... Bildade acusa Jó de presunção e impaciência 18:1-21
... Jó queixa-se da obstinação e dureza dos seus amigos 19:1-29
... Zofar descreve as calamidades que os ímpios sofrem 20:1-29
... Jó mostra que os ímpios muitas vezes gozam prosperidade nesta vida 21:1-34
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Terceiro diálogo 22.1-26.14
... Elifaz acusa Jó de diversos pecados e o exorta a não resistir ao Todo-Poderoso 22:1-30
... Jó deseja apresentar-se a Deus e confia na sua misericórdia 23:1-17
... Jó contesta que os ímpios, muitas vezes, ficam sem castigo nesta vida 24:1-25
... Bildade sustenta que o homem não pode, sem presunção,justificar-se diante de Deus 25:1-6
... Jó repreende Bildade e exorta o poder de Deus 26:1-14
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II.Discurso final de Jó aos seus amigos 27.1-31.40
... Jó sustenta sua integridade e sinceridade 27:1-23
... O homem tem ciência das coisas da terra, mas a sabedoria é dom de Deus 28:1-28
... Lamentação de Jó, ao lembrar-se do seu primeiro estado 29:1-25
... Jó descreve o estado miserável em que caiu 30:1-31
... Jó declara sua integridade nos seus deveres 31:1-40
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III. Eliú desafia Jó 32.1-37.24
... Eliú repreende Jó e a seus três amigos 32:1-22
... Eliú acusa Jó de se opor a Deus e de entender mal os seus caminhos 33:1-33
... Eliú acusa Jó de falar injustamente de Deus 34:1-37
... O bem e o mal não afetam a Deus, mas algumas vezes, por faltar fé aos aflitos, ele não os ouve 35:1-16
... Eliú justifica a Deus e diz a Jó que o seu pecado estorva a bênção divina 36:1-33
... O homem, por conhecer as obras de Deus e a sua sabedoria, deve temê-lo 37:1-24
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IV. Deus responde de um redemoinho 38.1-41.34
... Deus responde a Jó e mostra-lhe sua grandeza e sabedoria 38:1-41:34
...... O primeiro discurso... Seu conhecimento 38:1-40:2
...... O sábio silêncio de Jó 40:3-5
...... O segundo discurso... Seu poder 40:6-41:34
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V. A resposta de Jó 42.1-6
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VI. Parte histórica final 42.7-17
... Deus manda os amigos de Jó ir ter com ele e oferecer sacrifícios 42:7-9
... Deus confere a Jó o dobro da prosperidade que tinha antes 42:10-17
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Outro Esboço
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Autor
A autoria de Jó é incerta. Alguns eruditos atribuem o livro a Moisés. Outros atribuem a um dos antigos sábios, cujos escrito podem se encontrados em Provérbios ou Eclesiastes. Talvez o próprio Salomão tenha sido seu autor.
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Data
Os procedimentos, os costumes e o estilo de vida geral do livro de Jó são do período patriarcal (cerca de 2000-1800 aC). Apesar dos estudiosos não concordarem quanto à época em que foi compilado, este texto é obviamente o registro de uma tradição oral muito antiga. Aqueles que atribuem o livro a Moisés, acham que a história surgiu lá pelo séc. XV aC. Ouros acham que surgiu lá pelo séc. II aC. A maior parte dos conservadores atribuem Jó ao período salomônico, pela metade do séc. X aC.
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Conteúdo
A própria Escritura atesta que Jó foi uma pessoa real. Ele é citado em Ez 14.14 e Tg 5.11. Jó era um gentil. Acredita-se que era descendente de Naor, irmão de Abraão. Conhecia Deus pelo nome de “Shaddai” - o Todo Poderoso. (Há 30 referências a Shaddai no Livro de Jó). Ele era um homem rico e levava um estilo de vida siminômade.
O Livro de Jó tem sido chamado de “poema dramático de uma história épica”. Os caps 1-2 são um prólogo que descreve o cenário da história. Satanás apresenta-se ao Senhor, junto com os filhos de Deus, e desafia a piedade de Jó, dizendo: “Porventura, teme Jó a Deus debalde?” (1.9). Vai mais longe e sugere que se Jó perdesse tudo o que possuía, amaldiçoaria a Deus. Deus dá licença a satanás para provar a fé que tinha Jó, privando-o de sua riqueza, da sua família e, finalmente, da sua saúde. Mesmo assim, “em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios” (2.10). Jó, então, é visitado por três amigos—Elifaz, o temanita; Bildade, o suíta e Zofar, o naamatita; que ficam impressionados pela deplorável condição de Jó que permanecem sentados com Jó durante sete dias sem dizer uma só palavra.
A maior parte do livro é composta por três diálogos entre Jó e Zofar, seguidos pelo desafio de Eliú a Jó. Os quatro homens tentam responder a pergunta: “ Por que sofre Jó?” Elifaz, argumentando a partir da sua experiência, declara que Jó sofre porque pecou. Argumenta que aqueles que pecam são punidos. Como Jó está sofrendo, obviamente pecou. Bildade, sustentando sua autoridade na tradição, sugere que jó é um hipócrita. Também ele faz a inferência de que se os problemas vieram, então Jó deve ter pecado. “Se fores puro e reto, certamente, logo despertará por ti” (8.6). Zofar condena Jó por verbosidade, presunção, e pecaminosidade, concluindo que Jó está recebendo menos do que merece: “Pelo que sabe Deus exige de ti menos do que merece a tua iniqüidade” (11.6)
Os três homens chegam basicamente à mesma conclusão: o sofrimento é conseqüência direta do pecado, e a iniqüidade é sempre punida. Argumentam que é possível avaliar o favor ou desfavor de Deus a alguém pela prosperidade ou adversidade material. Assumem erroneamente que o povo pode compreender os caminhos de Deus sem levar em conta o fato de que as bênçãos e a retribuição divina podem ir além da vida presente.
Na sua resposta aos seu amigos, Jó reafirma a sua inocência, dizendo que a experiência prova que tanto o justo como o injusto sofrem, e ambos desfrutam momentos de prosperidade. Lamenta o seu estado deplorável e as sua tremendas perdas, expressando a sua tristeza em relação a eles por acusarem-no em lugar de trazer-lhe consolo.
Depois que os três amigos terminam, um jovem, chamado Eliú, confronta-se com Jó, que prefere não responder suas acusações. O argumento de Eliú pode ser resumido desta maneira: Deus é maior do que qualquer ser humano, isso significa que nenhuma pessoa tenha o direito ou autoridade de exigir uma explicação dele. Argumenta que o ser humano não consegue entender algumas coisas que Deus faz. Ao mesmo tempo, Eliú sugere que Deus irá falar se ouvirmos. A sua ênfase está na atitude do sofredor, ou seja, uma atitude de humildade levará Deus a intervir. Essa é a essência da sua mensagem: em vez de aprender com o seu sofrimento, Jó demonstra a mesma atitude dos ímpios para com Deus, e esta é a razão pela qual ainda está sofrendo aflição. O apelo de Eliú a Jó é:
1) ter fé verdadeira em Deus, em vez de ficar pedindo explicação.
2) Mudar a sua atitude para uma atitude de humildade.
Não se deve concluir que todas as objeções dos amigos de Jó representem tudo o que se pensava de Deus durante aquela época. Na medida em que a revelação da natureza de Deus foi se fazendo conhecida através da história e das Escrituras, descobrimos que algumas dessas opiniões eram incompletas. Evidentemente, isso não faz com que o texto seja menos inspirado, antes nos dá um relato inspirado pelo ES dos incidentes como realmente aconteceram.
Quando os quatro concluíram, Deus respondeu a Jó de dentro de um remoinho. A resposta de deus não é uma explicação dos sofrimentos de Jó, mas, através de uma série de perguntas, Deus procura tornar Jó mais humilde. Quando relemos a fala de Deus através do remoinho, tiramos três conclusões a respeito do sofrimento de Jó:
1) não aparece a intenção de se revelar a Jó a causa dos seus sofrimentos. Deus não podia, provavelmente, explicar alguns aspectos do sofrimento humano, no momento em que acontece, sem o risco de destruir o próprio objetivo que esse sofrimento é destinado a cumprir.
2) Deus se envolve com a realidade do ser humano: Jó e o seu sofrimento são suficientes que Deus fale com ele.
3) o propósito de Deus também era o de levar Jó a abrir mão da sua justiça própria, da sua defesa própria e sabedoria auto-suficiente, de forma que pudesse buscar esses valores em Deus.
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O Espírito Santo em Ação
Eliú, em seu debate com Jó , faz três declarações significativas sobre o papel do ES no relacionamento do povo com Deus. Em 32.8, declara que o nível de compreensão de uma pessoa não está relacionada à sua idade ou etapa de vida, mas é antes o resultado da operação do Espírito de Deus. O Espírito é o autor da sabedoria dando a cada um a capacidade de conhecer e tirar lições pessoais das coisas que acontecem na vida. Assim, conhecimento e sabedoria são bênçãos do Espírito aos homens.
O Espírito de Deus é também a fonte da própria vida (33.4). Se não fosse pela influência direta do Espírito, o homem como nós o conhecemos não teria chegado a existir. Assim foi na criação original do homem, e assim continua sendo. Eliú declara que a sua própria existência dá testemunho do poder criador do Espírito. O Espírito de Deus é o Espírito da vida.
Como o Espírito de Deus dá vida e sabedoria ao homem, ele também é essencial à própria continuidade da raça humana. Se Deus tivesse que desviar a sua atenção para outro lugar, se tivesse que retirar o seu Espírito-que-dá-vida deste mundo, certamente a história humana chegaria ao seu fim (34.14,15). A intenção de Eliú é deixar claro que Deus não é caprichoso nem egoísta, pois cuida do ser humano, sustenta-o de forma constante pela abundante presença do seu Espírito. Dessa forma, o Espírito Santo no livro de Jó é o criador e mantenedor da vida, conferindo –lhe significado e racionalidade.
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Jó
Chave: Provação
Comentário:
A apresentação claramente visível do livro - prólogo, discurso e epílogo, além dos ciclos dentro dos próprios discursos - demonstra-nos que se trata de uma interpretação teológica de certos acontecimentos da vida de um homem chamado Jó. Do começo até ao fim o autor procura com diligência responder a uma pergunta básica. Qual é o significado da fé?
Chefe tribal de extraordinária piedade e integridade, Jó é abençoado por Deus com prosperidade terrena que o converte no homem "maior do que todos os do oriente" (1:3). De repente, Jó sofre vários reveses de fortuna. Vítima de uma série de grandes calamidades, vê-se privado primeiro de seus bens e de seus filhos (1:13-19). Seu corpo se cobre de uma enfermidade repulsiva (2:7). Três amigos, que se apresentam com a intenção evidente de consolar Jó, insistem em que seu sofrimento é castigo pelo pecado , e por isso mesmo, seu único recurso é o arrependimento. Mas Jó repudia com veemência esta solução, afirmando sua integridade, e admitindo ao mesmo tempo sua incapacidade de entender sua própria condição.
Outro amigo, Eliú, sugere que Jó está passando por um período de disciplina de amor ordenada por Deus, para impedi-lo de continuar pecando. Jó rejeita também esta interpretação. Finalmente, Deus responde às contínuas solicitações de Jó, de uma explicação direta de seus sofrimentos. Deus responde, não mediante uma justificação de sua conduta, nem mediante uma solução imediata, mas em virtude de sua apresentação de si mesmo com sabedoria e poder. Esta apresentação é suficiente para Jó; observa ele que, por ser Deus quem é, deve haver uma solução, e nela apoia sua fé.
Conquanto o tema do sofrimento e suas causas seja predominante no livro, este preenche um fim mais amplo na mente do autor: o de demonstrar que a certeza da fé não depende das circustâncias externas nem das explicações conjeturais, mas do encontro da fé com um Deus onipotente e onisciente.
Autor:
O livro não nos dá indicações certas do autor nem do tempo em que foi escrito. Embora muitos, atualmente, afirmem que foi escrito no exílio ou em época pós-exílio (sexto a terceiro século a. C), tradicionalmente tem-se fixado a data na época dos patriarcas (século XVI a.c.), ou nos dias de Salomão (século X a.C.).
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Robert B. Laurin
Doutor em Filosofia e Letras
ESTUDO SOBRE O LIVRO DE JÓ
Jó
Autor: Incerto (Moises ou Salomão)
Data: Não especificada ( do séc. V ao II aC)
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Para melhor estudar o Livro de Jó
devemos considerar alguns aspectos importantes...
Épocas referentes ao Livro
(1)Escrito por Esdras ... Satanás era pouco conhecido
(2)Vivido quando Abraão e Israel não existia
Explicações dadas nos relatos
(3)Que Deus não faz o mal... 1Sm.19:9, 2Sm.24:1
(4)Que o mal vem do Diabo... 1Cr.21:1
(5)Que Deus permite, mas sob Seu controle
(6)Que mesmo os justos sofrem aflições
(7)Que não devemos reclamar, mas descansar
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Esboço de Jó
Introdução 1.1-2.13
Jó é consagrado e rico 1.1-5
Satanás desafia o caráter de Jó 1.6-12
Satanás destrói as propriedades e os filhos de Jó 1.13-22
Satanás ataca a saúde de Jó 2.1-8
Reação da esposa de Jó 2.9,10
A visita dos amigos de Jó 2.11-13
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I. Diálogo entre Jó e os seus três amigos 3.1-26.1
Clamor de desespero de Jó 3.1-26
Primeiro diálogo 4.1-14.22
... Elifaz repreende a Jó e afirma a Justiça de Deus 4:1-21
... Elifaz exorta a Jó a que busque a Deus 5:1-27
... Jó justifica as suas queixas 6:1-7:21
... Bildade refuta as palavras de Jó e justifica a Deus 8:1-22
... Jó confessa a justiça de Deus e pede alívio para a sua miséria 9:1-35
... Jó protesta contra a severidade de Deus 10:1-22
... Zofar repreende a Jó, mostra a sabedoria de Deus e exorta ao arrependimento 11:1-20
... Jó defende-se das acusações de seus amigos 12:1-25
... Jó acusa seus amigos de defenderem falsamente a Deus 13:1-28
...Jó roga ofavor de Deus por causa da brevidade e miséria da vida humana 14:1-22
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Segundo diálogo 15.1-21.34
... Elifaz acusa Jó de presunção 15:1-35
... Jó acusa seus amigos de falta de compaixão e misericórdia 16:1-17:16
... Bildade acusa Jó de presunção e impaciência 18:1-21
... Jó queixa-se da obstinação e dureza dos seus amigos 19:1-29
... Zofar descreve as calamidades que os ímpios sofrem 20:1-29
... Jó mostra que os ímpios muitas vezes gozam prosperidade nesta vida 21:1-34
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Terceiro diálogo 22.1-26.14
... Elifaz acusa Jó de diversos pecados e o exorta a não resistir ao Todo-Poderoso 22:1-30
... Jó deseja apresentar-se a Deus e confia na sua misericórdia 23:1-17
... Jó contesta que os ímpios, muitas vezes, ficam sem castigo nesta vida 24:1-25
... Bildade sustenta que o homem não pode, sem presunção,justificar-se diante de Deus 25:1-6
... Jó repreende Bildade e exorta o poder de Deus 26:1-14
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II.Discurso final de Jó aos seus amigos 27.1-31.40
... Jó sustenta sua integridade e sinceridade 27:1-23
... O homem tem ciência das coisas da terra, mas a sabedoria é dom de Deus 28:1-28
... Lamentação de Jó, ao lembrar-se do seu primeiro estado 29:1-25
... Jó descreve o estado miserável em que caiu 30:1-31
... Jó declara sua integridade nos seus deveres 31:1-40
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III. Eliú desafia Jó 32.1-37.24
... Eliú repreende Jó e a seus três amigos 32:1-22
... Eliú acusa Jó de se opor a Deus e de entender mal os seus caminhos 33:1-33
... Eliú acusa Jó de falar injustamente de Deus 34:1-37
... O bem e o mal não afetam a Deus, mas algumas vezes, por faltar fé aos aflitos, ele não os ouve 35:1-16
... Eliú justifica a Deus e diz a Jó que o seu pecado estorva a bênção divina 36:1-33
... O homem, por conhecer as obras de Deus e a sua sabedoria, deve temê-lo 37:1-24
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IV. Deus responde de um redemoinho 38.1-41.34
... Deus responde a Jó e mostra-lhe sua grandeza e sabedoria 38:1-41:34
...... O primeiro discurso... Seu conhecimento 38:1-40:2
...... O sábio silêncio de Jó 40:3-5
...... O segundo discurso... Seu poder 40:6-41:34
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V. A resposta de Jó 42.1-6
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VI. Parte histórica final 42.7-17
... Deus manda os amigos de Jó ir ter com ele e oferecer sacrifícios 42:7-9
... Deus confere a Jó o dobro da prosperidade que tinha antes 42:10-17
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Outro Esboço
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Autor
A autoria de Jó é incerta. Alguns eruditos atribuem o livro a Moisés. Outros atribuem a um dos antigos sábios, cujos escrito podem se encontrados em Provérbios ou Eclesiastes. Talvez o próprio Salomão tenha sido seu autor.
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Data
Os procedimentos, os costumes e o estilo de vida geral do livro de Jó são do período patriarcal (cerca de 2000-1800 aC). Apesar dos estudiosos não concordarem quanto à época em que foi compilado, este texto é obviamente o registro de uma tradição oral muito antiga. Aqueles que atribuem o livro a Moisés, acham que a história surgiu lá pelo séc. XV aC. Ouros acham que surgiu lá pelo séc. II aC. A maior parte dos conservadores atribuem Jó ao período salomônico, pela metade do séc. X aC.
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Conteúdo
A própria Escritura atesta que Jó foi uma pessoa real. Ele é citado em Ez 14.14 e Tg 5.11. Jó era um gentil. Acredita-se que era descendente de Naor, irmão de Abraão. Conhecia Deus pelo nome de “Shaddai” - o Todo Poderoso. (Há 30 referências a Shaddai no Livro de Jó). Ele era um homem rico e levava um estilo de vida siminômade.
O Livro de Jó tem sido chamado de “poema dramático de uma história épica”. Os caps 1-2 são um prólogo que descreve o cenário da história. Satanás apresenta-se ao Senhor, junto com os filhos de Deus, e desafia a piedade de Jó, dizendo: “Porventura, teme Jó a Deus debalde?” (1.9). Vai mais longe e sugere que se Jó perdesse tudo o que possuía, amaldiçoaria a Deus. Deus dá licença a satanás para provar a fé que tinha Jó, privando-o de sua riqueza, da sua família e, finalmente, da sua saúde. Mesmo assim, “em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios” (2.10). Jó, então, é visitado por três amigos—Elifaz, o temanita; Bildade, o suíta e Zofar, o naamatita; que ficam impressionados pela deplorável condição de Jó que permanecem sentados com Jó durante sete dias sem dizer uma só palavra.
A maior parte do livro é composta por três diálogos entre Jó e Zofar, seguidos pelo desafio de Eliú a Jó. Os quatro homens tentam responder a pergunta: “ Por que sofre Jó?” Elifaz, argumentando a partir da sua experiência, declara que Jó sofre porque pecou. Argumenta que aqueles que pecam são punidos. Como Jó está sofrendo, obviamente pecou. Bildade, sustentando sua autoridade na tradição, sugere que jó é um hipócrita. Também ele faz a inferência de que se os problemas vieram, então Jó deve ter pecado. “Se fores puro e reto, certamente, logo despertará por ti” (8.6). Zofar condena Jó por verbosidade, presunção, e pecaminosidade, concluindo que Jó está recebendo menos do que merece: “Pelo que sabe Deus exige de ti menos do que merece a tua iniqüidade” (11.6)
Os três homens chegam basicamente à mesma conclusão: o sofrimento é conseqüência direta do pecado, e a iniqüidade é sempre punida. Argumentam que é possível avaliar o favor ou desfavor de Deus a alguém pela prosperidade ou adversidade material. Assumem erroneamente que o povo pode compreender os caminhos de Deus sem levar em conta o fato de que as bênçãos e a retribuição divina podem ir além da vida presente.
Na sua resposta aos seu amigos, Jó reafirma a sua inocência, dizendo que a experiência prova que tanto o justo como o injusto sofrem, e ambos desfrutam momentos de prosperidade. Lamenta o seu estado deplorável e as sua tremendas perdas, expressando a sua tristeza em relação a eles por acusarem-no em lugar de trazer-lhe consolo.
Depois que os três amigos terminam, um jovem, chamado Eliú, confronta-se com Jó, que prefere não responder suas acusações. O argumento de Eliú pode ser resumido desta maneira: Deus é maior do que qualquer ser humano, isso significa que nenhuma pessoa tenha o direito ou autoridade de exigir uma explicação dele. Argumenta que o ser humano não consegue entender algumas coisas que Deus faz. Ao mesmo tempo, Eliú sugere que Deus irá falar se ouvirmos. A sua ênfase está na atitude do sofredor, ou seja, uma atitude de humildade levará Deus a intervir. Essa é a essência da sua mensagem: em vez de aprender com o seu sofrimento, Jó demonstra a mesma atitude dos ímpios para com Deus, e esta é a razão pela qual ainda está sofrendo aflição. O apelo de Eliú a Jó é:
1) ter fé verdadeira em Deus, em vez de ficar pedindo explicação.
2) Mudar a sua atitude para uma atitude de humildade.
Não se deve concluir que todas as objeções dos amigos de Jó representem tudo o que se pensava de Deus durante aquela época. Na medida em que a revelação da natureza de Deus foi se fazendo conhecida através da história e das Escrituras, descobrimos que algumas dessas opiniões eram incompletas. Evidentemente, isso não faz com que o texto seja menos inspirado, antes nos dá um relato inspirado pelo ES dos incidentes como realmente aconteceram.
Quando os quatro concluíram, Deus respondeu a Jó de dentro de um remoinho. A resposta de deus não é uma explicação dos sofrimentos de Jó, mas, através de uma série de perguntas, Deus procura tornar Jó mais humilde. Quando relemos a fala de Deus através do remoinho, tiramos três conclusões a respeito do sofrimento de Jó:
1) não aparece a intenção de se revelar a Jó a causa dos seus sofrimentos. Deus não podia, provavelmente, explicar alguns aspectos do sofrimento humano, no momento em que acontece, sem o risco de destruir o próprio objetivo que esse sofrimento é destinado a cumprir.
2) Deus se envolve com a realidade do ser humano: Jó e o seu sofrimento são suficientes que Deus fale com ele.
3) o propósito de Deus também era o de levar Jó a abrir mão da sua justiça própria, da sua defesa própria e sabedoria auto-suficiente, de forma que pudesse buscar esses valores em Deus.
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O Espírito Santo em Ação
Eliú, em seu debate com Jó , faz três declarações significativas sobre o papel do ES no relacionamento do povo com Deus. Em 32.8, declara que o nível de compreensão de uma pessoa não está relacionada à sua idade ou etapa de vida, mas é antes o resultado da operação do Espírito de Deus. O Espírito é o autor da sabedoria dando a cada um a capacidade de conhecer e tirar lições pessoais das coisas que acontecem na vida. Assim, conhecimento e sabedoria são bênçãos do Espírito aos homens.
O Espírito de Deus é também a fonte da própria vida (33.4). Se não fosse pela influência direta do Espírito, o homem como nós o conhecemos não teria chegado a existir. Assim foi na criação original do homem, e assim continua sendo. Eliú declara que a sua própria existência dá testemunho do poder criador do Espírito. O Espírito de Deus é o Espírito da vida.
Como o Espírito de Deus dá vida e sabedoria ao homem, ele também é essencial à própria continuidade da raça humana. Se Deus tivesse que desviar a sua atenção para outro lugar, se tivesse que retirar o seu Espírito-que-dá-vida deste mundo, certamente a história humana chegaria ao seu fim (34.14,15). A intenção de Eliú é deixar claro que Deus não é caprichoso nem egoísta, pois cuida do ser humano, sustenta-o de forma constante pela abundante presença do seu Espírito. Dessa forma, o Espírito Santo no livro de Jó é o criador e mantenedor da vida, conferindo –lhe significado e racionalidade.
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