Li a pouco, em um dos blogs do querido irmão Jorge F. Isah, um texto de outro querido irmão acerca da postura mais recente de um expoente do neocalvinismo americano, acerca dos dons carismáticos para a igreja de Jesus hoje. Inicialmente não me agrada a especulação do caso ( teórica alheia à realidade ) e nem as cansativas discussões acerca do fato de a igreja de Cristo, a igreja de Jesus, hoje, de fato seus membros, profetizarem e falarem em línguas estranhas hoje, negando ou por outro lado tratando como fenômeno "científico". Vê-lo desse modo, trata-se apenas de uma ponta do iceberg, e não o iceberg em si.
Há centenas, senão milhares de livros, ou até muito mais em vários idiomas e de autores de diversas partes do mundo sobre o assunto. Você pode lê-los, tomá-los como exemplo, como instrumentos de efetiva posição em um debate, sem contudo, concordando-se ou não, em um assentimento mental, racional, de verniz teológico, viver essa experiência. Trocando em miúdos: um crente nascido de novo, que ama ao Senhor, pode endurecer numa posição de resistência a realidade, no caso do dom de línguas, da profecia, etc, ou pode animadamente confessar a sua concordância com a possibilidade, em tese, da manifestação desses dons, e eu pergunto: e daí?
Fatos são fatos, podem ser passíveis de negação teimosa e obstinada, testemunho por sua veracidade, confissão e proclamação dos mesmos. Os fatos, alinhados resumidamente, são que houve uma igreja primitiva, que não era perfeita ( tinha muitos problemas e tão complexos na sua compreensão tanto interna como externamente ) mas que contradiz francamente tudo o que a igreja atual é de fato. Uma pessoa com clareza ao ler o Novo Testamento, particularmente o livro de Atos dos Apóstolos, não pode dizer que seja a mesma coisa. A igreja evangélica histórica, trouxe a luz, a salvação pela fé unicamente e não pelas obras, a confissão na crença na autoridade plena da Palavra de Deus, mas parou aí. E graças a esse não prosseguimento no conhecimento do que era de fato a igreja primitiva, produz hoje, uma enorme safra de ateus, teólogos liberais, agnósticos, etc, etc. E essa igreja, em muitos lugares, até por detalhes de sua teologia, não consegue levar o Evangelho ( que segundo a Bíblia é o poder de Deus para todo aquele que crê ) aos parcos familiares dos membros de sua igreja local.
Trata-se de um evangelho mental, racional, no mesmo nível de crença de uma outra religião não cristã. De fato não se trata de concordar se se fala em línguas hoje, se não se fala, etc, etc. Eu particularmente creio que os dons sejam para hoje sim. Não falo em línguas, mas devo ter outros dons menos, digamos, ostensivos e de menor percepção pública. Sobre profecias, na vida de minha família sou testemunha de algumas muito importantes já cumpridas. Na vida de algumas pessoas que amo muito em Cristo também. De fato, a igreja evangélica nascida a cem anos ( A Assembléia de Deus ) fundada por batistas suecos vindos para o Brasil, levou o evangelho a milhões de incrédulos que desconheciam o poder e a verdade da Palavra de Deus. Nascia aí um tipo de igreja evangélica, nomeada como igreja pentecostal. Numa segunda leva, batistas, presbiterianos, metodistas, adventistas ( um pouco menos ) foram atingidas por essa experiência bíblica, incontestável presencial e biblicamente. O resultado foi que pessoas simples passaram a proclamar a Bíblia com tal autoridade seguida de sinais que milhões foram alcançados pelo poder do Evangelho.
As igrejas históricas, as precursoras da proclamação do Evangelho, já essas, minguaram na sua ação de testemunho ao mundo, encolheram e muito, bastando para simples constatação, examinar-se as estatísticas geradas e registradas em período anterior ao surgimento das igrejas pentecostais. Um exemplo real, encontrado por mim mesmo na web,testemunhal, depoimento de um pastor de uma igreja reformada no interior de São Paulo, se não me engano, em trinta anos, a igreja tem apenas quarenta membros! Nem se o pastor fosse hipercalvinista acomodado, ou um calvinista caçador de eleitos, justificaria tal estado de coisas. Pois independente da posição, compreensão teológica particular, calvinistas e arminianos crêem ( ou deveriam indesculpavelmente crer de todo o coração ) que o Evangelho com "E" maiúsculo é o poder sobrenatural de Deus que transforma a vida do pecador sobrenatural e radicalmente. O evangelho portanto, para ambos e para todos nós , não é um fenõmeno apenas teórico, retórico, mas miraculoso e sobrenatural.
O dilema que obrigatoriamente nos conduz uma posição é : ou é verdadeiro e bíblico ou não é verdadeiro, é farsa e não bíblico. Pelos frutos conhecemos se é de fato verdadeiro ou não: uma igreja que renega certa manifestação sobrenatural encolhe e de fato míngua espiritualmente; outra cresce contra toda a lógica e explicação humana. Na primeira, temos um enorme contingente de gente rica e apóstata da genuína fé cristã, sem um testemunho de cura ( que dependa da fé denominacional ), sem conversões que não sejam de gente socialmente desejável ( quantos bandidos, assassinos, gays, prostitutas, ladrões, adúlteros, miseráveis, etc, há nessas igrejas? ). Muitas dessas igrejas ( e eu as conheço parecem clubes étnicos, como os de portugueses, italianos, libaneses, judeus, etc ) só possuem em sua membresia pessoas muito parecidas, antes de depois, e não pessoas arrebatadas da terrível realidade fora da igreja.
Mas as igrejas pentecostais e posteriormente, as neopentecostais, apresentam todo o tipo de deturpação ( não que as históricas não tivessem outro tipo de reparação a ser observada ). Muitas de fato constatáveis e passíveis de contundentes críticas, e o que fazer? O dilema para muitas pessoas, crentes sinceros, nascidos de novo, é exatamente, sair da igreja histórica, ( rompendo com todo um arcabouço que não se restringe a apenas esses dois detalhes dessa reflexão, línguas estranhas e profecias, ledo engando e simplificação do que de fato, está em jogo ), e filiar-se a uma nova igreja, pentecostal ou até neopentecostal?
Não de fato, penso que não. A resposta está na sua comunhão pessoal com Deus. Feliz ou infelizmente, há nas igrejas históricas crentes fiéis e também nas pentecostais e neopentecostais, há também, por outro lado, pessoas que não tem uma relação verdadeira com Deus em ambas as igrejas, sejam tradicionais e ou renovadas. O Batismo com Espírito Santo, o revestimento de poder, uma autoridade sobrenatural, que não se baseia na formação acadêmica, na hierarquia denominacional, na recomendação eclesiástica, ou em outra coisa imaginável, que manifesta a verdade dos céus perante olhares e ouvidos incrédulos tanto na igreja quanto fora dela, ou se tem, ou não se tem esse Batismo dos céus, não importando a posição pela qual você se simpatize ou antipatize com alguma, seja com alguma restrição ou não. É experiência e não apenas teoria!
Quem me lê agora, e discorda da minha clara posição a favor dos dons espirituais para os dias de hoje e para a vida da igreja, e se sente angustiado, essa é a palavra, quase sem chão, por ainda que por um momento, perceber que terá que romper com a velha teologia, fria e abstrata e que não há uma igreja, uma denominação pela qual se possa dizer, essa é irreprensível, essa posso trocar pela antiga...que não há essa igreja e denominação, mas que só uma experiência pessoal com Deus ( se a desejar de fato ), pode dar-lhe uma dimensão realmente neotestamentáriamente bíblica.
Crentes com uma experiência além com Deus, curam pessoas pelo poder de Jesus Cristo, profetizam coisas decisivas para pessoas que estejam ocupadas com coisas decisivas no Reino e na obra de Deus hoje, e biblicamente oram e falam em línguas edificando-se na sua comunhão pessoal com Deus, dando-lhes ousadia para proclamar o Evangelho a toda e qualquer pessoa. É óbvio que crentes, ainda que sinceros, se não desejam fazer algo além, para Deus e que ministros evangélicos confessadamente acomodados, e cuja confiança e sustento se encontram pateticamente apenas numa reles denominação, por mais respeitável e legítima que seja essa ligação eclesiástica, e que essa igreja denominacional possa ser históricamente, não vão desejar nada além do que aparentemente já tenha, ou ache que tenha.
O perigo para alguns, entretanto, não é a negação de que Deus dê ou faça nos seus filhos, na vida dos crentes hoje, negação teológica e denominacional, mas a zombaria. Alguns desses não desacreditam só dos dons espirituais, ou do batismo como segunda benção, mas de milagres hoje, de possessões demoníacas, portanto de libertação sobrenatural, desse e de tantos outros males, como das bençãos e manifestações malignas, todas incrivelmente bíblicas, embora a neguem por pretexto teológico acadêmico.
Olhemos para a igreja evangélica americana, ou antes dela a européia, sem a manifestação sobrenatural, as que não fecharam as suas portas, dos seus suntuosos e caríssimos templos, a maioria transformados em boates, danceterias, estúdios de gravação, quando não demolidas, defendem a legalização da maconha, ordenação de homossexuais, a relatividade das Escrituras, a impotência de Deus, o não julgamento e a não punição dos homens. Enfim um Deus não bíblico de uma Bíblia que não é nada para eles mesmos e nem para o mundo que necessita ser confrontado nos seus muitos erros que o faz sofrer todos os dias. Frente aos dilemas da vida consultam a si mesmos, aos seus conselhos hierárquicos, fazem acordos espúrios e negam a Bíblia e o Deus Criador e sustentador de todas a s cosias nela revelados. Ricos, cultos, sofisticados e impotentes diante do brilho do mundo e da sua artificialidade anti-Deus.
Olhemos para a igreja evangélica americana, ou antes dela a européia, sem a manifestação sobrenatural, as que não fecharam as suas portas, dos seus suntuosos e caríssimos templos, a maioria transformados em boates, danceterias, estúdios de gravação, quando não demolidas, defendem a legalização da maconha, ordenação de homossexuais, a relatividade das Escrituras, a impotência de Deus, o não julgamento e a não punição dos homens. Enfim um Deus não bíblico de uma Bíblia que não é nada para eles mesmos e nem para o mundo que necessita ser confrontado nos seus muitos erros que o faz sofrer todos os dias. Frente aos dilemas da vida consultam a si mesmos, aos seus conselhos hierárquicos, fazem acordos espúrios e negam a Bíblia e o Deus Criador e sustentador de todas a s cosias nela revelados. Ricos, cultos, sofisticados e impotentes diante do brilho do mundo e da sua artificialidade anti-Deus.
A escolha é sua. Não digo que seja fácil e simples. Não é. É fácil ter uma opinião, difícil é tomar uma posição diante de Deus, posição essa que encontrará fatalmente retaliação, sem argumentos suficientes e sem uma prova pessoal, insofismável e poderosamente pública. Mas se você tiver essa experiência ela o transformará numa testemunha fantástica capaz de, mais uma vez na história promover uma revolução espiritual ao ser redor. Mas não vá em busca de livros, de autores, sejam a favor ou contra, vá a Bíblia e ore em secreto ao seu Deus que te ouve em secreto. Ou não crê nisso?
Deus o abençoe! ( nos abençoe, a todos! )
Por Helvécio S. Pereira
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