Gostaria de tocar em um assunto, o qual julgo de grande relevância, que é justamente o da informação. Ninguém chega a esse mundo, à vida, sabendo as coisas necessárias não só as interrelações humanas mas ao aparelhamento tecnológico, instrumental, tão necessário à sobrevivência, à vida. É importante ressaltar que embora o conhecimento da verdade, conforme revelada nas Escrituras judaico-cristãs, na Bíblia Sagrada, seja imprecidível á salvação, outros conhecimentos aparelham convenientemente o ser humano para o pleno exercício da vida. Desde a produção de alimentos, de moradia, do trabalho, passando pelo exercício do sexo quando legitimado e legítimamente, a reprodução, a formação e a manutenção de uma família, incluídas a direção, proteção e educação dos consequentes descendentes, são não só tudo isso desejáveis e imprecindíveis.
Portanto, estudar, conhecer, se profissionalizar, constituir patrimônio, quando circunstancialmente providos, devem ser aspirados, buscados e legitimamente apropriados. Segue-se a isso o conhecimento não escolar e profissional mas dos acontecimentos do dia a dia igualmente necessários para a construção de uma cosmovisão necessária, embora sob a autêntica ótica cristã-evangélica, estejam submetidos a ótica de Deus, conforme ex]pressa nas Escrituras, mas não desassociadas da comunhão real com o Senhor, autor de nossa fé.
É justamente sobre esse último elemento que pretendo discorrer, ainda que rapidamente pela natureza desse espaço, algo pouco abordado e menos ainda aprofundado. Muitos cristãos ( crentes )tomam pessoalmente uma das duas atitudes: se alienam do conhecimento e das informações plurais advindas naturalmente do mundo e por mão dos meios seculares ( jornalistas, escritores, cineastas, professores, especialistas, filósofos, sociólogos, imprensa, radio, tv, web, etc ), delas duvindando irrestritamente ou numa atitude universalista e unissista misturando irrestitamente todas as informações acriticamente.
Os primeiros deixam de ver jornais televisivos ( sob a desculpa de serem arbitrários e parciais e portanto suspeitos de autênticos ) ouvir rádio, lerem jornais, acompanharem informações na web, etc. Os outros, por medo e defesa de serem taxados de ignorantes, fundamentalistas e ortodoxos e até por questões de baixa autoestima real, se esforçam por estar entre as cabeças mais iluminadas do nosso tempo, apresentando opiniões tão "politicamente corretas" quanto as dos piores incrédulos. Um outro grupo é exatamente os que por meios paralelos legítimos edificam uma academia evangélica-cristã com títulos de doutor, mestres, pós isso, pós aquilo e uma hierarquia de títulos que dão aos que os venham detê-los de algum modo um "status" de sapiência e distinção intelectual que os separa dos demais crentes ignorantes, anônimos e isolados academicamente.
As idéias desse último grupo são alicerçadas sob uma lista de escritores e defensores de idéias e discursos variados. Mesmo sendo cristãos e no caso, crentes evangélicos, na prática, cada idéia é respaldada, não na Bíblia primeira e diretamente, mas em pessoa "x", sujeito "y", escritor "tal", teólogo "z". Não que isso em si seja errado e ilegítmo, mas apenas uma constatação que no âmbito pessoal, essa é a preocupação e a verdadeira relevância. Não lhes convenientemente pacífico dizerem simples e diretamente: assim dizem as Escrituras. Uma opinião reproduzida a partir do que escritor "x" tenha dito ( preferencialmente estrangeiro de modo que além de patética essa ênfase é decididamente constrangedora ) desprezando os diferentes contextos e situações de igrejas que embora, muitas vezes tenha o mesmo nome denominacional, estão ou estiveram em situações reais diversas de suas homônimas brasileiras, daí derivando reflexões e conclusões completamente opostas e diversas. Trata-se de um simplismo máximo pensar que crentes oriundos de uma cultura diferente, condições econômicas diversas, história e pratica eclesiásticas diferentes, experiências e ênfases diferentes tenham, se calcadas apenas nisso e não nas Escrituras, reflexões e conclusões diferentes.
Grupos de cristãos mais alinhados a esse grupo citado como exemplo por último não discriminam nenhuma informação e são acríticos a maior parte, senão a todas elas. Dessa forma o chamado jornalismo informal e via web, fala de tudo, sobre tudo, aponta para tudo, apenas para ser atual e sabedor de todas as coisas. Importa sabê-las e proclamá-las não importando se são ou não importantes, se têm elas importâncias diferentes, e que resultados causarão ao ouvinte, espectador ou leitor. Fica a eles, sejam que forem e onde estejam e em que condição estejam a última consequência: se digerirão convenientemente a informação dada, seja um fato incontestável, seja uma meia-verdade, uma mentira, algo edificativo ou um escândalo que destruirá a fé genuína de alguém.
A ignorância não é de fato desejável sob nenhuma justificativa, valendo isso para o crente e para qualquer indivíduo, independente do gênero ( homem ou mulher ), condição ética, condição social, condição circunstancial ( histórica, local, nacional, etc. ), por outro lado é razoável compreender que a cada um há uma possibilidade de informação que poderá ser compreendida e usada a favor do próprio indivíduo e das suas interrelações sociais. Não é possível e nem salutar que todos saibam as mesmas coisas e do mesmo modo em todos os lugares. Para o bem ou para o mal o conhecimento humano é plural, heterogêneo, singular, individual, pela própria natureza do fenômeno ensino-aprendizado, seja formal ou não, ocasional, localizado, especializado, dirigido, necessário ou apenas aferido simpaticamente.
Descartar o tendêncionalismo da informação, o que para mim é normal e até salutar, pois faz com que se saiba porque cada grupo, pessoa, etc, manifesta determinada opinião, e assim ajuda uma eventual, e as vezes necessária, comparação entre posições opostas entre si não é certamente a melhor atitude. Negar fatos incontestáveis a despeito de simplesmente defender um ponto de vista ou uma suposta fé não pelo menos honesto e coerente. O desafio é viver em um mundo contraditório onde escândalos, declarações ilógicas, pululam em todos os lugares e todos os dias.
A igreja local, a denominação, a religião já não podem ser legitimamente defendidos com base da negação de fatos ocorridos e da negação de declarações pessoais de religiosos, etc. O conhecimento dos fatos, sejam quais forem, onde ocorram e que interpretações possuam e a defesa irrestrita que todas as coisas estejam sujeitas a uma verdade superior a existência e a qualquer visão humana, ainda que verdadeiras, devam ser a nossa atitude como cristãos e crentes cuja fé e conhecimento encontram derradeira iluminação só e somente no pensamento e olhar de um Deus único e supremo como o que é revelado nas Escrituras.
Espero voltar a essa reflexão tão necessária ao meu ver em outro momento.
Deus nos abençoe.
Por Helvécio S. Pereira
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