A Bíblia, sob certo aspecto se assemelha a um cubo, ainda que tentando derrubá-lo o vire, sempre estará de pé, o que se tem mostrado verdade desde a idade do bronze, período em que foi oficialmente escrita. Calvinistas e arminianos, mas não só eles e esses, crêem que ela indiscutivelmente é a Palavra de Deus e só por sê-la provoca na humanidade um real impacto, que se torna inegável mesmo a despeito da pretensa intenção de negá-la.
“Se um autor, vindo de uma província perdida no meio de um continente desconhecido, chegasse a um editor com um manuscrito escrito em uma língua misteriosa e anunciasse que sua obra seria traduzida em 1.435 línguas e dialetos; que seria lida durante dois milênios por centenas de milhões de leitores de todos os continentes, entre todas as nações da terra; que ela inspiraria a fundação de três religiões universais, de milhares de confissões e seitas; que provocaria revoluções e guerras, e ao mesmo tempo suscitaria com semelhante intensidade entregas místicas e heroísmos nunca vistos; que, dois ou três milênios após ter sido escrita, ela continuaria a ser vendida em todo o mercado editorial do mundo, com edições de milhões de exemplares por ano; e que, enfim uma enorme parte da humanidade veria nela um último recurso e sua única esperança de salvação, é preciso dizer como ele seria recebido?
É, no entanto, esta impossível aposta que a Bíblia realiza no campo do pensamento e de sua transmissão que, de fato, superou todos os limites de espaço e venceu o tempo. Este livro de Israel, escrito em hebraico e em aramaico, e em grego, o Novo Testamento, não surpreende apenas pela universalidade e pela longevidade de sua carreira: o que faz mais ainda, talvez , ao falar ao homem de todas as idades, em todas as línguas, em todos os níveis de consciência e de cultura. Se um milagre é o que torna real o impossível, estamos diante de um “milagre” no campo da comunicação universal. Ora, em plena era atômica é possível ler sob uma nova luz este documento único, escrito nas idades do bronze e do ferro”.
Andre Chouraqui (um dos mais respeitados tradutores)
Fonte: “Ed René Kivitz”
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