SATANÁS NÃO É DEUS -PARTE DOIS -

Vimos em nossa primeira reflexão sobre a pessoa de Satanás que a primeira coisa que a Bíblia revela e afirma é que ele, Satanás, existe. Infelizmente, pelos mais variados motivos, cristãos católicos, cristãos protestantes, negam a sua existência. Evidentemente não todos, mas hoje, modernamente, boa parte dos cristãos incluindo os que tiverem o privilégio de ter acesso a uma mais excelente formação acadêmica, por vários motivos, entre eles orgulho intelectual e disfarçado desejo de negar a Bíblia, ou parte de suas revelações tidas como simplórias demais para o homem culto moderno. Outros o negam por confusão ou implicações denominacionais, teológicas das quais não querem abrir mão.

Como por exemplo aceitar exorcismo em uma comunidade protestante de gente influente culta e educada? Como manter esses membros , atender as suas expectativas sociais, seu gosto refinado pela oratória e cultura do pregador, pela música e pela bela organização material do templo, e do clima agradável das reuniões e celebrações? Se esses acusam outros de fazerem a declaração de fé na existência do diabo um negócio, para esses mesmos, darem espaço a considerações a existência satânica pode significar a perda do emprego, digo, ministério, posto hierárquico religioso. Herético, taxado de ignorante. Afinal na religião, de modo geral, quando se discorda, se é execrado, perde-se amigos, laços, relações.

Afinal endemoniados são gente pobre, analfabeta, povinho. Imagine dezenas de pessoas em nossas reuniões gritando, babando rolando pelo chão, dando espetáculos, interrompendo a boa música religiosa. Imagine o ministro,pastor ou padre, batendo papo com demônios, exortando-os a deixarem corpos de homens e mulheres gritando, antes tão comportados em seus bancos na nave da igreja e agora  gritando, expostos ao vexâme, endemoniados anônimos também gritando...e a nossa identidade denominacional? A nossa histórica confissão de fé?O que diriam Lutero, Calvino e para os católicos, o Papa X, o santo Y?

Enfim satanás, infelizmente existe, é real, e aceitar a sua real existência sem torná-lo nobre ou um mito menor, é um desafio que só pode ser superado pelo que a Bíblia diz e afirma sobre ele, nem mais e nem menos. A primeira afirmação de sua existência é encontrada no Jardim do Édem, culturalmente chamado errôneamente de Paraíso, embora certamente o fosse. Se você não crê na Bíblia e tem mais dificuldade em crer na existência do Édem e tudo o mais, é um problema , mas calma, todo cristão tem que vir a superá-lo. 

Ocupemo-nos com a postagem de hoje em que de forma reflexiva diz que "Satanás não é Deus". O querido irmão Jorge, "puxou" em seu blog um assunto, na verdade um tema, em que pregadores e ministros pouco se ocupam em dissecar: Deus tem inimigo?  O prezado irmão defendeu a idéia de que Deus não tem inimigo não só como impossibilidade de alguém, coisa ou ser, se equipararem ao Criador sob qualquer aspecto ponderável. Deus nesse aspecto não tem oponentes. Não tem e não terá nunca. O que é uma verdade Bíblica ou seja revelada nas Escrituras. Concordo plenamente, não só porque me agrada pessoalmente, mas porque a Bíblia assim ensina a todos nós. É fato revelado nas Escrituras Sagradas.

Dessa forma Satanás não é Deus com "D" maiúsculo e nem deus com "d" minúsculo. Não tem ele nem o réles "status" dos falsos deuses citados no Velho ou Antigo Testamento, dos deuses inesistentes, construídos pela imaginação humana ao longo de sua vasta história, bem no conceito marxista e de tantos outros filósofos colaboradores determinados  para a construção da idéia ateísta moderna. Repetindo Satanás não é nem DEUS e nem deus. De fato nunca conseguiu o que tanto almejou: ser adorado pelo que é, uma criatura sobrenatural com atributos e poder sobrenaturais bem além da condição humana mas inteiramente impossibilitada de se rivalizar com a divindade absoluta do único Deus criador, Santo e eterno, perfeito e imutável.

Aliás, bem a propósito, a Bíblia fala do criador como um Ser supremo em que não há nenhuma  variação. Sobre Satanás, a mesma Escritura revela-nos que quanto a ele, um dia foi "achado nele ( Satanás ) iniquidade" . Satanás sofreu variação, mudança, mancha... algum tipo de degeneração semelhante à mudança que o homem sofreu após o pecado. Portanto ele, Satanás não é Deus e nem a Ele ( ao único Deus ) se rivaliza de modo algum!

Satanás também não é "filho de Deus" como afirmam as Testemunhas de Jeová, grupo paraprotestante na sua compreensão deturpada da Bíblia. Fato interessante é que na  mitologia Nórdica, Thor, o deus do trovão, é o filho  único de Deus. Odim é o seu pai e o Deus supremo e Loki, um filho adotivo, tirado do meio das hostes moribundas em uma batalha, é o inimigo de Thor e o que permanentemente semeia dissidência em Vahala ( o céu, a morada eterna dos deuses ) e tenta constantemente  destruir Thor. Antes, deixe-me dizer que a mitologia  não explica as Escrituras, constituem no máximo resultado de reminicências da verdade revelada que porventura esses povos, na antiguidade, guardaram acerca do Deus Bíblico. Não faço essa rápida citação para corroborar com a revelação Bíblica, na verdade no que concerne o que as Escrituras declaram e revelam é absolutamente irrelevante.

A Bíblia não precisa de defesa histórica, arqueológica ( embora cada uma dessas ciências tenha a sua importância no contexto humano da construção do conhecimento ), filosófica e nem mesmo teológica ( que nos serve como uma organização lógica do que apreendemos de Seus Santos registros). "No princípio criou Deus os céus e a terra", fato dito e declarado, pronto. Aceita-se, crê-se ou não. Não há meio termo, caminhos alternativos, considerações que nivelem a compreensão ao que o mundo diz e declara que seja. Por mais que se levantem vozes dissidentes permanece a verdade Bíblica sem nenhum resvalão ou ainda a menor da menor  reparação. Se alguém já não crê não lhe devo explicações, ainda mais porque não as  tenho e jamais terei as todas. Nem tão pouco as declarações Bíblicas são minhas declarações mas únicamente de Deus, o autor de cada uma das mesmas. Não se trata de ganhar a discussão, trata-se de fato em crer naquilo que é declarado do ponto de vista de Deus e pronto.

Prosseguindo então, para os Nórdicos, Loki é um "deus" que rivaliza em força e astúcia ao filho de Deus, Thor. Não é o mesmo no cristianismo. Satanás não rivaliza com Jesus Cristo, pois Jesus é Deus. Não como Satanás medir forças com Cristo. Um crente, um cristão não pode manter essa idéia rivalizadora entre Deus e  Satanás, entre Satanás e Cristo. A batalha, a luta, se dá em outro nível, coisa que veremos a seguir no momento oportuno.

Daí não há porque temê-lo se não estivermos sozinhos contra ele: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?". Ele não é "Deus", nem tão pouco "deus". Como prova disso não sabia que Moisés havia sido preservado, não sabia qual era o bebê Jesus, e nem tinha certeza se o Jesus adulto era o Messias. Ele não sabe o que você pensa a não ser que o diga, que deixe escapar essa informação. Podemos esconder dele o que quisermos, ele não lê pensamentos a não ser que alguém lhe deixe entrar em sua mente, como é feito no espiritismo sob suas mais variadas formas atendendo as mais diferentes classes sociais e intelectuais. Mas cuidado ele, Satanás é um bom jogador, mente engana, blefa, e tem por experiência inúmeras cartas na manga. Lembre-se também, ele não é Deus, não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Daí ele estabelece prioridades, alvos importantes no seu jogo, tem ele indivíduos que o servem organizadamente. O príncipe desse mundo irá pessoalmente se ocupar das investidas mais importantes nesse mundo ou de determinado momento histórico, devido as suas próprias limitações.

Desastradamente tem conseguido êxitos permitidos durante toda a história da humanidade, e quando a sua existência é  negada e quando o seu verdadeiro caráter permanece obscuro entre crentes e cristãos isso lhe é computado como ponto mais  favorável. Uma pressuposta teologia que o varre para debaixo do tapete, se ocupando de temas ainda que "divinos" sejam mais palatáveis e convenientes a platéia e a comunidade alimentam o seu poder de ação e nos fazer carentes e separados do que Deus quer que tenhamos e façamos. Uma teologia que não o desaloja e o expõe é tão conveniente a ele e a seus propósitos como a mais espúria das filosofias e ideologias. De fato Satanás não se importa se o homem fala ou não de Deus, pensa ou não em Deus. Para Sartanás se o homem nega a existência de Deus ou muda-lhe a verdade dá no mesmo desde que não o desaloje, exponha publicamente quem ele é, e nem desfaça as suas obras satânicas.

Lucas4:8

Mas Jesus lhe respondeu ( ao Diabo - a Satanás) : Está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto.