O ser humano inconscientemente busca nada menos que uma acomodação embora essa seja diferente em vários aspectos, é na sua gênesis sempre a mesma. O assaltante o milionário a buscam no dinheiro, o político no poder, o acadêmico na informação e o religioso na sua teologia particular. É evidente que a título de uma necessária simplificação, os argumentos aqui apresentados estão também simplificados e resumidos.
Toda religião oferece na sua teologia, completa ou parcial ( algumas "religiões" não teriam tecnicamente esse "status" por faltarem alguns elementos que são emprestados de outras religiões até de crenças claramente contrárias ) um certo nível de segurança que se divide em resignação ou alternativa. Tanto uma como outra se traduz em uma pressuposta melhor compreensão e cosmovisão, uma explicação dada a sua própria consciência e solidificada na sua comunicação aos outros ( cada vez que proclamo o que creio e outro aceita e se põe a repetir o que eu acredito a minha fé, portanto a minha posição aparentemente se fortalece.
Por resignação se compreende toda forma de acomodação proclamada direta ou subjetivamente por uma crença religiosa, que traz certo nível de aceitação da realidade por parte do ser humano frente a grandes traumas. No cristianismo temos o exemplo real da reação de católicos frente a morte de um ente querido, seja parente ou conhecido com declarações do tipo: " fulano ou cicrano irá tocar ou cantar suas canções lá no céu..." ou " está com Deus agora fazendo o que sempre gostou"... ou ainda "...está sabendo agora nos céus pois amava o samba e amava o carnaval..." Declarações que não encontram o mínimo respaudo na doutrina e nos valores cristãos, até mesmo católicos romanos. No espiritismo há a acomodação por uma "eterna" volta e reencarnações e sucessivas, sendo que nos dois casos, do catolicismo e do kadercismo, a morte como acontecimento é sublimada, diminuída a sua conotação de perda e de absoluto desastre, variando do ruim até o pior conforme a circunstãncias individuais.
É evidente que no cristianismo a morte é bem aceita até do ponto de vista divino, quando a vida é confrontada com a negação da fé e da relação com Deus, que no caso tem a solução para o absurdo, a injustiça e o desastre que é a morte em si. Porém dentro do cristianismos há não poucos subterfúgios travestidos de sã doutrina. Poderia citar vários, entretanto relacionarei apenas alguns. A Bíblia revela aquele que tem relacionamento cm Deus a segurança da fidelidade e da amizade de Deus e só. Alguém pode questionar dizendo: mas só isso. Esse "só isso" é em análise profunda TUDO o que se necessita crer e esperar. Não há o que se colocar em cima disso para conferir "maior segurança" do que a colocada pelas Sagradas Escrituras
As doutrinas criadas no seio do cristianismo para conferir maior segurança escriturística passam pela elitização de um grupo de cristãos. Um dos exemplos mais antigos é da própria igreja Católica Apostólica Romana na sua afirmação de que "fora da igreja católica não há salvação", passando por paraprotestantes como as Testemunhas de Jeová, como elite conhecedora "do verdadeiro nome de Deus", ou dos Adventistas do 7º dia, os únicos a cumprir o "mandamento da guarda do sábado bíblico".
A lista é grande mas não poderia deixar de citar a predestinação e a eleição calvinista e a afirmação por parte dos calvinistas de que o calvinismo é o evangelho e o evangelho é o calvinismo, como a única compreensão inequívoca das Escrituras. Para todos, incluindo católicos e testemunhas de Jeová, Jesus é o Salvador, com explicações paralelas e secundárias, isso também dito simplificadamente.
Parece insuficiente descansar no encontro, na relação pessoal, na salvação pela graça ( a única e decididamente definitiva redescoberta da reforma protestante, pelos reformadores e o mais forte vínculo na fé evangélica hoje ) únicamente através da pessoa de Jesus, Deus e Filho de Deus. Uma vez salvo, salvo para sempre; salvos desde a eternidade e por aí vai. A Bíblia, por parte de Deus, nos revela dois caminhos, um que é o próprio Senhor Jesus, conduzindo a salvação e outro pela rejeição, a perdição fatal e definitiva. Segurança? a fé no Senhor Jesus traduzida numa relação pessoal e em ser aceito como amigo de Deus ( ver declarações de Jesus nos evangelhos ).
Desconfortavelmente, o crente, o cristão pode tornar atrás, afastar-se do caminho e perder parte do que lhe é destinado como galardão, recompensa e até a salvação. Deus falharia no caso? Não. Definitivamente não. A Sua promessa é estar conosco enquanto estivermos com Ele. Alguém questiona: mas a nossa força é pouca, é natural falharmos, como alguém poderá ser salvo então? a resposta vem das Escrituras, ponto de vista de Deus: "para Deus todas as coisas são possíveis" e "ninguém pode arrebatar da minha mão".
Parece contraditório e ao apresentar-se fatos, teólogos e crentes se inflamam e se esforçam em "dar explicações". Um conhecido secretário das Assembléias de Deus, pastor, figura representativa dentro da igreja se torna muçulmano depois de décadas de vida cristã, pregando a Bíblia, segundo a melhor teologia evangélica contemporânea. Uma filha de pastores pentecostais americanos, de histórico evangélico em igreja batista negra americana ( essa informação é relevante dentros da cultura religiosa americana por isso a registro ), decide ser rabina judáica e negar todo o NovoTestamento. Uma pastora anglicana decide ser ao mesmo tempo cristã e muçulmana na Inglaterra.
Alguém pode dizer com muita propriedade, guardadas os relativismos culturais, nunca foram crentes, nunca foram cirstãos de fato, nunca nasceram de novo. Não há isso de desviados, apóstatas, do ponto de vista bíblico. Seria ótimo se não houvesse essa possibilidade. Seria muito bom para azar deles e sorte nossa mas definitivamente não é, de modo nenhum, o que a Bíblia, como Palavra de Deus nos revela.
Qual a resposta mais próxima da realidade? Se você conhece a Palavra de Deus e crê nela, guarde a sua fé, a sua relação e comunhão como Senhor, ande com Ele toda a sua vida, não o troque por nada, não lhê dê um falso primeiro lugar, um segundo lugar, etc. Pois "onde estiver o seu tesouro estará o seu coração". Da parte dEle, temos a segurança que não falhará com o menor de nós e não nos abandonará. Ainda que uma mãe possa esquecer do seu filho, Eu ( Ele ) contudo não me esquecerei dele" ( cada um de nós ). Portanto, vale para todos nós cristãos, a nossa segurança é nEle unicamente, e nunca em uma teologia ou cosmovisão construída históricamente, ainda que aceita como a legítima, por mais acomodadora que aparentemente seja. Somos de Cristo acima de tudo!
Por Helvécio S. Pereira
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