Há pessoas ( e não são poucas , de fato a maioria ) que passam pela vida sem nem atinarem com as questões da vida. São como os animais, mas esses os animais devem saber mais do que nós, acerca da vida e da morte, pois já vi animais prestes a morrer com mais consciência, gratidão e reconhecimento do fato, melhor que muitos humanos e pacientes em hospitais. Nesse quesito perdemos de longe para uma reles formiga, supondo-se muito apropriadamente que ela, a formiga, sabe tudo o que precisa sobre a sua vida de formiga. Já o homem são sabe, não quer saber e reluta em aceitar crer nAquele que por amor revela o perigo de tal responsabilidade. Ao que nega a existência de Deus, Deus o chama de néscio, louco, irresponsável, por nem ao menos considerar as implicações do que teima em afirmar.
Já que já perceberam que os que nem pensam por que estão nesse mundo não recebem o meu louvor, esse vai para os que se ocupam com essas questões e buscam entendê-las apropriadamente. Entre elas está o que explicam, ou buscam uma explicação, pelo determinismo ou por outro modelo que contemple uma lógica na existência humana.
Bem analisemos os diversos tipos de determinismo e o que é exatamente esse pensamento e a razão de sê-lo, e em que setores do pensamento humano sua importância é contemplada. Primeiramente, vejamos o que é o determinismo:
Determinismo (do verbo determinar, do latim determinare: de - prefixo de negação - e terminare - terminar, limitar, finalizar - assim determinare significa literalmente "não-terminar", "não-limitar") é a teoria filosófica de que todo acontecimento (inclusive o mental) é explicado pela determinação, ou seja, por relações de causalidade.
Há vários tipos de determinismo, cada um definido pelo modo como determinação e causalidade são conceitualizados.
Tipos básicos de determinismo
- Pré-determinismo: Se, como Laplace, o deísmo e o behaviorismo, supuséssemos que todo efeito já está completamente presente na causa, temos um determinismo mecanicista onde a determinação é colocada no passado, numa cadeia causal totalmente explicada pelas condições iniciais do universo.
- Pós-determinismo: Se, como na teleologia, supuséssemos que toda causalidade do universo é determinada por alguma finalidade, temos um determinismo mecanicista onde a determinação é posta no futuro pela imaginação de alguma entidade exterior ao universo causal (Deus).
- Co-determinismo: Se, como na teoria do caos, na teoria da emergência ou no conceito de rizoma, supuséssemos que nem todo efeito está totalmente contido na causa, isto é, que o próprio efeito pode simultaneamente interagir (causalmente) com outros efeitos, podendo inclusive acarretar um nível de realidade diferente do nível das causas anteriores (por exemplo, a interação no nível molecular formando um outro nível de realidade, a vida, ou a interação entre indivíduos formando um outro nível de realidade, a sociedade), temos um determinismo onde a determinação é colocada no presente ou na simultaneidade dos processos.
Determinismo e liberdade
Os críticos do determinismo reivindicam a não-causalidade para justificar o livre-arbítrio e a livre escolha, geralmente atribuindo aos deterministas um mecanicismo ou fatalismo tal como no pré-determinismo e no pós-determinismo citados acima. O que acima de tudo diferencia os deterministas, quaisquer que sejam, de seus críticos é a afirmação destes últimos de que a alma, a vontade, o desejo e a escolha existem num universo à parte, separado do universo causal.
Para os críticos do determinismo, só essa posição dominante e exterior da alma pode explicar a liberdade. No entanto, há quem considere que essa crítica não leva em conta o terceiro exemplo de determinismo (co-determinismo), que reconhece modos de causalidade que engendram vários níveis de realidade (por exemplo, molecular, biológico, psíquico, social, planetário...), cada qual com uma consistência que lhe dá autonomia, jamais cessando, porém, de interagir com os outros níveis.
Filósofos tais como Deleuze, Espinoza e Nietzsche não veem contradição alguma entre determinismo radical e liberdade. Para Deleuze, liberdade não é livre escolha nem livre-arbítrio, mas sim criação. Somos livres porque somos imanentes ao mundo determinista, mundo onde não existe nada que seja singularmente determinado que não seja ao mesmo tempo singularmente determinante. Se supuséssemos que somos exteriores ao mundo determinista, cai-se num determinismo inerte passadista (pré-determinismo), onde, segundo ele, só nos resta a liberdade empobrecida chamada livre-arbítrio e livre escolha, que é pré-determinismo porque toda escolha e arbítrio se dá entre duas ou mais entidades dadas, isto é, já determinadas, já criadas.
Já calvinistas deterministas radicais ( e os menos radicais ) atribuem aos arminianos a culpa de tirarem Deus do seu trono e constroem um discurso determinista que não difere substancialmente do discurso ateu ou místico, senão vejamos:
"O arminianismo parece estar apegado à idéia de que as predições de Deus são
simplesmente meras adivinhações que, de algum modo, sempre tornam-se
certas na Bíblia. Mas isso é ou puro acaso ou predeterminação sem a palavra
determinismo. Ninguém escapa de alguma espécie de determinismo, e postular
o livre-arbítrio não ajuda em nada."
Acontece que a discussão acontece entre dois grupos que na prática não negam o que Deus seja. Os calvinistas acusam a quem supõem sejam arminianos ( sse se não é calvinista é arminiano para eles ) de diminuirem a soberania de Deus fazendo, segundo afirmam um outro "deus" e não o Deus bíblico. Esquecem que a concepção de soberania e do absoluto de Deus iguala-se ao do deus islâmico e do do "deus" impessoal de todas as religiões orientais, distanciando da real revelação bíblica, trazendo resultados desastrosos ao evangelismo e a compreençao de coisas simples expressas nas Escrituras.
Embora afirmem na prática que o homem tenha liberdade, ao explicá-la sob o pretexto do real reconhecimento da soberania de Deus tudo fica muito complicado. Basicamente tudo está determinado, cada fato, cada ato e pensamento humano, cada ato de bondade e cada assassinato, e Deus por trás de tudo isso , especialmente de toda e qualquer maldade possível e imaginada. Não é isso que a Bíblia ensina, em toda ela. Alguns textos se mostram aparentemente favoráveis a tais posições, especialmente a s profecias cumpridas e especialmente ainda aquelas que detalham pequenos atos humanos ou acontecimentos, como por exemplo, o galo cantar três vezes após a negação de Pedro. Acontece que a explicação, no caso das profecias e nesse caso especialmente é outra. A profecia é uma prova dada por Deus ao homem, para que ele o homem, reconheça o caminhar e os atos divinos, e não um fato já escrito que esse cumpre pelo fato de já ter sido determinado. Não entendeu? Bom você precisa entender primeiro o caráter da profecia bíblica, um assunto do qual já falei e espero voltar particularmente em outro momento.
Por ora, fica a reflexão que, o determinismo, como se coloca, nem é sequer originalmente bíblico, mas filosófico e não necessariamente ligado a existência de um deus pessoal como o Deus bíblico.
Por Helvécio S. Pereira
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