...pois elas têm factíveis implicações como relacionarei ao final dessa postagem.
Leitor de blogs cristãos ( não tantos como anteriormente, limitando-me aos que considero propositivos, sérios, sinceramente posicionados com relação a fé confessada, etc.) captei um resumo do que seria as ponderações acerca do livre-arbítrio. No caso o blogueiro ponderou uma possível posição contrária a sua, argumentando de modo lógico e conciso, o que considera como argumentos favoráveis e incontestáveis à sua sincera posição. O que faço aqui, não contra a sua pessoa, nem tão pouco contra a sua posição doutrinária, mas comparadamente ao que fez, considerar reflexivamente os mesmos pontos. Assim posto não cito o seu nome e blog para não se tornar uma altercação pessoal, mas uma reflexão honesta de idéias apenas, útil a quem desse tema polêmico se interessar e necessitar de argumentos tanto numa como na outra posição.
Arbítrio Livre? (de volta)
arbítrio1. Sentença de árbitro.
2. Parecer, juízo, opinião, vontade, determinação (que não dependem de regra, praxe ou lei, mas da prudência ou retidão da pessoa).
ao arbítrio: à mercê, à discrição.
Segundo o dicionário, essa é a definição do termo "arbítrio".
A maioria das pessoas (cristãs ou não), acredita que todo ser humano tem a capacidade de discernir entre o bem e o mal, e tomar decisões baseados em seu conceito de "certo ou errado".
Chamam isso de "livre-arbítrio"..
Chamam isso de "livre-arbítrio"..
Bom.., eu não acredito..
Usando ainda a definição do dicionário e adicionando um pouco de lógica, quero tentar mostrar como essa idéia não faz sentido.
1) Se tenho livre arbítrio, significa que minha vontade é livre...
Isso implica em afirmar que meus desejos não sofrem qualquer tendência ou influência, ou seja, minhas decisões são sempre imparciais.
2) Se minha vontade é livre, então somente peco quando quero...
Claro.., como minha vontade não está atrelada a quaisquer circunstâncias, pecar se torna um ato voluntário. Isso mesmo, se tenho uma vontade livre, então sempre que peco é porque quero, e posso deixar de pecar a hora que quiser.
3) Se somente peco quando quero, posso viver uma vida sem pecados..
Realmente.., se tenho uma vontade livre, então posso viver uma vida inteira sem pecar, caso queira.. Pecar é um desejo voluntário, que pode ser controlado livremente..
4) Se posso viver uma vida sem pecados, não preciso de salvação..
Obviamente.., se posso viver sem pecar, então não preciso ser salvo, mas apenas devo decidir de forma correta todos os meus passos na vida. Não tenho porquê ser salvo, basta tomar as decisões certas e então merecer o "prêmio final".
5) Se não preciso de salvação, Jesus não morreu por mim..
Sim, sim... Por ter uma vontade livre, sem qualquer tendência para o bem ou mal, sou sempre justo, e quem precisa de Jesus não são os sãos, mas sim os doentes... Se eu posso viver sem pecar, Jesus não precisaria morrer por mim...
Resumindo, a idéia de livre arbítrio dá ao homem um poder que ele não tem, que é de julgar imparcialmente as situações e de tomar sempre decisões justas.
Crer no livre arbítrio tal qual sua definição, é o mesmo que afirmar que temos o mesmo "senso de justiça" de Deus, sem qualquer influência e sempre perfeito.
Bom, com certeza não é o meu caso..
Minhas considerações:
1 )A definição de arbítrio usada como argumento é pobre não só em relação à nossa língua portuguesa como principalmente às línguas originais usadas para expressar toda a revelação de Deus ao homem nas Escrituras. Poderíamos aprofundar da definição mais traduzível para a nossas línguas modernas e não seria só o que o um dose mais pobres dicionários da língua portuguesa se contenta em rezar uma definição. Não arbítrio nas Escrituras, mas vontades, vontade de Deus, vontades do homem, vontade de Satanás e vontade dos Anjos ( tudo claramente expresso em toda a Escritura , não estou inventando nada disso e nem redescobrindo a redondeza da terra- cabe até um estudo completo sobre o assunto )
2) Não se trata da maioria ou minoria dos cristãos, todos os seres humanos ( dos mais "civilizados" aos mais "primitivos" ) sabem por experiência que podem escolher entre fazer o certo e fazer o errado e se culpam justamente por serem "fracos" e fazerem justamente a escolha errada em alguma situação. Se um homem abusa de uma mulher não pode dizer em sã consciência, "fiz porque não tive escolha", ele sabe que poderia ter agido diferentemente.
3) Sou livre, peco quando quero, essa é uma verdade. Quando alguém fuma quer de fato fumar o seu cigarro, quando bebe, o deseja fazê-lo, quando adultera também o quer fazê-lo, fornicar, roubar, mentir, etc. Se há uma luta interna pelo fato de saber que o seu ato não é aceito, é outra coisa. Um assassino não mata todas as pessoas a sua volta e um estuprador não estupra todas as mulheres ao seu redor,e um ladrão não rouba todos os objetos que vê, ambos escolhem quando e quem serão as suas vítimas ou objetos e valores surrupiados.
4) Se peco quando quero somente, poderia viver uma vida sem pecados? Algumas pessoas pecam mais do que outras, quantitativamente de fato, mas não existe ser humano que nunca tenha pecado ou que nunca venha a pecar. Trata-se de outra situação e outra circunstância. Pecamos ativamente ( Caim matando o seu irmão ) e/ou passivamente ( Pilatos se omitindo do que poderia fazer como real justiça ) A Eva e a Adão bastou-lhes um pecado somente. Quem não tem um pecado, ainda que somente, que atire a primeira pedra, disse claramente o Senhor Jesus.
5) A salvação não é um escape referente a nosso pecado individual, mas ao fato de pertencermos a uma raça, uma espécie condenada, decaída. Após a queda de nossos ancestrais ( sua efetiva escolha ), de nossos pais no Édem, ficamos destinados a perdição eterna. Portanto o nosso quinhão seria apenas essa vida na terra e pronto, algo dado a todo ser humano, ao que alguns chamam de "graça comum" para usar um termo teológico: uma única vida e pronto. Salvação não é prêmio pela sobrevivência, e nem recompensa por um "bom trabalho" primáriamente. Biblicamente portanto há uma clara e inequívoca distinção entre "salvação" e "galardão".
6) Logo a salvação é necessária com ou sem o pecado individual, logo Jesus Cristo como Redentor e Salvador é uma necessidade à absoluta e perfeita justiça de Deus o Pai." Porque todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus" rezam peremptoriamente as Escrituras.
mais considerações:
mais considerações:
O que certos cristãos não entendem pois foi lhes ensinado erradamente,esse é o fato, é que ao conhecermos o "Bem e o Mal" e sermos, conforme dizem as Escrituras, como Deus é, Ele conhecedor do bem e do mal, ao invés de sermos inocentes como Adão e Eva eram antes da desobediência, é que "não sabemos a diferença entre a mão esquerda e a direita" como o povo de Nínive no tempo do profeta Jonas. Não julgamos retamente e não temos forças muitas vezes para agirmos como sabemos que deveríamos agir. Como somos seres compostos por alma e espírito, distantes de Deus, a carne fala mais alto e fica difícil, quase impossível agirmos como lá no fundo sabemos que deveríamos agir. Difícil mas não impossível. Deus falou a Caim, lhe disse que se desse lugar ao mal algo pior aconteceria, mas poderia não acontecer se ele Caim ponderasse a sua real condição. Ele não o fez e sabemos o que aconteceu a seguir.
Do mesmo modo um ateu não é ateu por ignorar a possibilidade de Deus existir, um ateu odeia a Deus e se recusa a reconhecê-Lo como pessoa a quem ele, ateu, lhe deveria alguma coisa. O ateu sabe no íntimo que Deus existe e se esforça ao máximo em negá-Lo, em matá-Lo. Ele, o ateu escolhe isso, se engaja nessa batalha e tenta se convencer e aos outros que esta é a única verdade. Um leão não se preocuparia em negar a existência de um urso polar, mas o ateu se incomoda com o Deus que de certo modo sabe que existe. Ele o ateu tem que se convencer disso a cada dia e precisa de outros possíveis ateus e crentes que decaiam da sua fé, para dar base as suas convicções artificiais e assim calar a sua consciência. É assim o homem e a consciência do pecado. Embora escolha pecar, sabe sem ninguém dizê-lo que está escolhendo o lado errado de toda a história.
Do mesmo modo um ateu não é ateu por ignorar a possibilidade de Deus existir, um ateu odeia a Deus e se recusa a reconhecê-Lo como pessoa a quem ele, ateu, lhe deveria alguma coisa. O ateu sabe no íntimo que Deus existe e se esforça ao máximo em negá-Lo, em matá-Lo. Ele, o ateu escolhe isso, se engaja nessa batalha e tenta se convencer e aos outros que esta é a única verdade. Um leão não se preocuparia em negar a existência de um urso polar, mas o ateu se incomoda com o Deus que de certo modo sabe que existe. Ele o ateu tem que se convencer disso a cada dia e precisa de outros possíveis ateus e crentes que decaiam da sua fé, para dar base as suas convicções artificiais e assim calar a sua consciência. É assim o homem e a consciência do pecado. Embora escolha pecar, sabe sem ninguém dizê-lo que está escolhendo o lado errado de toda a história.
Finalmente sem liberdade não há responsabilidade, culpabilidade, justa e inequívoca condenação. O ataque ao livre-arbítrio ( embora essa expressão seja posterior a boa parte do registro escriturístico da Bíblia e portanto não serve como argumento contrário a sua possibilidade de existência, é de fato imposto para desviar o verdadeiro foco da questão ) visa a proteger uma outra confusão entre conceitos bíblicos, entre a onisciência divina e a predestinação, duas realidades claramente expostas nas Escrituras Sagradas ( abordagem feita por mim em outras postagens e não cabível de ser retomada nessa postagem ).
A consequência é drástica:os defensores dessa sutil posição, são cristãos sinceros e salvos, que amam sobremodo ao Senhor de todos nós mas que afirmam lá no fim de todas as colocações uma terrível heresia: Jesus não morreu por todos, só por alguns. Para defesa dessa última posição torcem e ignoram não poucos textos e narrativas bíblicas, claras sobre a verdadeira relação entre Deus e o homem e sobre a interferência e interesses satânicos no destino da humanidade e de cada homem ou mulher em particular. Com essa posição negam e torcem, de modo terrível o que reza João 3:16 " Por que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito para que todo aquele que nEle crer, não pereça , mas tenha a vida eterna."
CONCLUSÃO:
Caro irmão, você não precisa dessa enrolação para amar e ser fiel ao Senhor e a Sua eterna Palavra. Não repise erros quincentenários, você não precisa disso. Claro outros tem outros erros, não há igrejas, líderes, teólogos, doutrina cem por cento perfeitas... mas defender esses pontos claramente capengas não o fazem, por se só, melhor filho de Deus e discípulo que ninguém, que nenhum outro cristão.
Provas de que estou certo? Normalmente quando nos apropriamos de uma idéia, mesmo como cristãos e crentes e as cultivamos junto com o Senhor, temos enorme dificuldade em abandoná-las. Esse é o perigo, preste atenção uma idéia tão grande quanto o Senhor e a Sua direção na sua vida.
Examine-se, espero que o faça. Se abandonar essa idéia em particular a sua fé parecerá ser menor?
Se sentirá de algum modo órfão e assustado? Talvez esse detalhe seja uma muleta. Só precisamos do Senhor Jesus e a Sua Palavra, teologia, doutrina,posição doutrinária, movimentos, tendências, podem ser muletas apenas, mas não constituem o cerne da nossa genuína fé.
Deus o abençoe na sua sinceridade. Amém.
Por Helvécio S.Pereira
P.S.: Esse blog se encontra a disposição de posições contrárias ao aqui afirmado, incluindo o autor das idéias usadas para reflexão, para a sua eventual e pessoal argumentação.
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