Normalmente a compreensão mais fácil se dá em relação ao dinheiro, compreendendo-se, concluindo-se que o dinheiro não seja uma boa coisa e o grande impencilho a salvação. Dessa forma somente os pobres seriam salvos e que os ricos deveriam se livrar ( todos os ricos ) do peso do dinheiro. Esquece-se contudo de um detalhe: os diálogos de Jesus com as pessoas eram bastante pessoais pois o Senhor conhecia ( e conhece ) cada coração humano, as intenções mais íntimas, sou seja como somos, o que pensamos de fato, o que queremos e o que não queremos. A cada pessoa o Senhor submetia a uma prova, não para que a pessoa fosse reprovada, mas para que a pessoa descobrisse realmente o que queria e o que não queria.
Não são poucas as vezes que parecemos querer uma coisa, pedimos e confessamos aos outros a nossa intenção, incluindo a Deus, mas as palavras não correspondem de fato ao que há realmente no coração. É como se existissem duas pessoas, uma dizendo o que convém e outra lá no íntimo sendo o que realmente é. A um cego Jesus perguntou algo que pareceria fora de propósito: "o que queres que eu te faça?". O sujeito era cego,poderia parecer óbvio que ele desejasse ver, mas poderia ser que desejasse outra coisa, e talvez manter a vida em que já estaria plenamente adaptado e mais conveniente na estrutura social de sua época. Entretanto o cego confirmou dizendo: "que eu veja".
O Jovem Rico queria ser salvo, mas a sua pergunta não era sincera, queria uma confirmação de que o seu jeito de pensar, a sua prática religiosa era suficiente. Queria um "parabéns você está indo muito bem". Jesus não lhe disse que estaria condenado, mediante a sua resposta que cumpria e guardava os mandamentos ( de Deus ) desde a sua infância, apenas colocou-lhe um desafio, o de vender tudo o que tinha dar aos pobres e seguí-lo.
Como já dissera a ênfase é na desvalorização das riquezas mas não é de fato a lição mais importante e nem a lição universal. Se o Steve Jobs, da Apple der os 300 bilhões aos pobres, pessoalmente, isso é para você, para você e para você, etc. criar-se-á uma população de menos pobres, talvez uma classe D ou C que se relacionará e que em breve terá alguns mais ricos e outros mais pobres e o processo continuará, não resolvendo de fato o problema de ninguém. Jesus é Deus, não é um homem e nem um super-homem, Ele sabia e sabe todas as coisas, incluídas aí economia, política, estrutura de poder, etc. O problema do dinheiro do Jovem Rico era do Jovem Rico e a lição desse episódio é muito maior e é amplamente esquecida pois se situa na última frase de Jesus ao Jovem: "Vem e segue-me."
As religiões normalmente por sua teologia oficial, doutrina, organização, etc, se propõem a dar respostas sobre todas as coisas e uma guia de como fazer as coisas. Exemplos: se quero quiser um católico-apostólico-romano e manifestar essa vontade e empenho, ainda mais se for uma celebridade, algum religioso será destacado a orientar-me em todas as cosias relacionadas a fé oficial da igreja e suas práticas. E se tiver muitas perguntas haverá uma resposta oficial no que concerne à doutrina da minha nova religião, como me batizar, os sacramentos, casamento, batizados dos meus filhos, etc, etc. Se decidir ser Presbiteriano tradicional, Metodista tradicional, Batista Reformado, Budista, Muçulmano, etc.
Enfim toda igreja e religião tem a prática e certa estrutura para orientar seus fiéis em todas as questões da vida relacionadas à sua fé específica. Não digo que tala coisa seja ilegítima, mas digo que Deu age em relação a nós de forma diferente, de fato radicalmente diferente, por isso a religião e a religiosidade não substituem, nem na igreja cristã evangélica, a ação de Deus em nossas vidas.
Qualquer um pode ser, se o desejar, ser evangélico, batista, pentecostal, neopentecostal, calvinista, arminiano, Mórmon, Adventista, Menonita, Muçulmano,Kadercista, Judeu, etc, etc, As religiões mesmo as menos proselististas, recebem de bom grado novos membros e fiéis. A pessoa será bem tratada, recebida, ganhará novos amigos, se imporá um novo programa de vida, construirá pra si novos valores, pode até sob certo aspecto vir a ser uma pessoa melhor do que era. Mas repito não é essa a maneira e o toque de Deus.
"Vem e segue-me " dissera o Senhor Jesus ao Jovem Rico, significando que não são palavras que o fariam entender e provar as coisas de Deus, mas a comunhão, o estar com Deus como um processo contínuo. Essa é a questão e a grande lição. Há um momento de começo do processo, mas um um longo caminho e mil coisas que acontecerão dentro desse processo. Não há uma lista de coisas prontas e genéricas, mas um cem número de coisas que precisarão ser vivenciadas pessoalmente e não solitáriamente. O Cristianismo verdadeiro, a verdadeira experiência cristã, é pessoal, individual, mas não é autodidata ( aprendida solitáriamente ). Aprende-se com Cristo, anda-se com Cristo, tem-se ou não comunhão com Cristo e não há outra opção.
Começa-se conhecendo a Palavra de Deus, através de um convite a buscá-Lo. Qualquer igreja em tese pode ser útil nesse aspecto, de fato qualquer pessoa. Prossegue-se em tomar uma decisão de ser dEle, de Deus, há portanto uma entrega e uma dia, um momento em que a pessoa claramente separa todo o seu passado do seu futuro e inicia-se aí, justamente aí uma caminhada, que pode ter altos e baixos, atrasos e avanços mas que será inexoravelmente definido por um desejo de não tornar atrás. Haverá dois viés importantes: o espiritual no que se refere a comunhão com o seu Deus, comunhão não teórica mas real e o material, social, um vida produtiva relacionada a uma profissão, trabalho ou lugar social, que se traduzirá em justiça na relação com as pessoas, em amor as pessoas; e coisas concretas como casamento com um só cônjuge, fidelidade sexual, prole e criação desses filhos, que são herança do Senhor, nos caminhos de Deus até que esses o conheçam pessoalmente e o processo continue. Tudo isso sempre se traduzindo em testemunho e proclamação do Evangelho ao mundo.
O Jovem Rico não teve essa percepção, a sua idéia de salvação se resumia ao que já tinha efetivamente feito e não ao que poderia fazer, aprender vivenciar. Sabemos também que na Nova Aliança ou Testamento, não eram mais as obras que o salvariam, ainda como possibilidade apenas, mas a própria pessoa do Senhor Jesus Cristo. Nenhuma organização religiosa, mesmo cristã, pode salvar com os seus sacramentos, doutrina e teologia oficial, hierarquia, conhecimento, respostas, posições e explicações nenhum ser humano, só o Senhor Jesus Cristo, Ele mesmo dá a vida eterna que começa inexoravelmente com um encontro pessoal da homem com a pessoa do Senhor Jesus. Isso se dá oportunizado por um testemunho pessoal de um outro crente, uma palavra de exortação, um convite, um convívio em uma igreja evangélica, prosseguindo pela leitura imprescindível da Bíblia ou o aprendizado acerca da mesma, uma confissão pública da fé no Senhor e prosseguindo por toda uma vida, ligado a Ele e frutificando obras segundo a vontade de Deus.
Portanto não pense que a vida cristã, a comunhão com Deus possa ser dada por um sacramento ou via alguma instituição mesmo genuinamente cristã, mas lembre-se, Ele ( Jesus Cristo ) é a porta, você deve passar por Ele, sair do outro lado e só assim encontrar pastagens verdejantes. Trata-se de fato em uma obra a ser aperfeiçoada e Aquele que a começou em cada um de nós, conforme palavras do Apóstolo Paulo, há de aperfeiçoá-la em cada um de nós. Estamos prontos a isso? Que estejamos efetivamente inclinados a que isso aconteça efetivamente e de fato. Amém.
Feliz 2011 a todos, sabendo que só com O senhor, isso será possível.
Por Helvécio S. Pereira
entrar neste asunto sair fora do assunto,ficar fazendo malabarismo ,levar a convencer que é isso,que é esse,que é aquilo;;;;;todas religiões fica nesta teoria;Mas cristo disse ao jovem rico venda tudo e de aos pobres;;isso se voce fizer voce está desapegando do dinheiro,apegamento no dinheiro toma o lugar do amor,voce só consegue dinheiro amando-o;;;e se voce ama o dinheiro jamais ama o irmão;;;tenho esperança que a humanidade vai converter a isso numa boa;;;; ou não
ResponderExcluirO que Jesus disse àquele jovem é uma lição para todos nós cristão que afirmamos seguir a Jesus, ou seja: não basta termos somente a fé, mas também as obras.
ResponderExcluirCertamente que Jesus conhecia o coração daquele jovem, seu apego aos bens e uma religiosidade de aparência, por isso fez aquele teste com ele.
Tiago (um dos irmãos de Jesus) nos ensina que a verdadeira religião, consiste em cuidar dos pobres (Tg: 1.27). Lógico que não temos que nos desfazer do que temos, mas compartilhar o que temos com os menos favorecidos, assim como a igreja recém-inaugurada em Jerusalém fez, por entender qual era a verdadeira vontade de Deus.