Muitas vezes, na verdade não poucas é exigido de igrejas, ministérios, pastores, bispos, apóstolos uma "qualidade" espiritual e doutrinária como se uma perfeição institucional e pedagógica fosse o que tivesse, de fato, maior importância.
Esquecemos que o que tem maior significado, do ponto de vista de Deus podem certamente ser as pequenas anônimas coisas. Grandes escândalos capazes de nos deixar estupefatos são sucetíveis a todos. Belas e sensuais mulheres, propina, facilidades devidas a influência e q.i ( quem indica ) e estamos falando de igrejas, não são partidos políticos. Incomoda o jatinho que tal missionário comprou com a doação dos membros de sua igreja mas não os milhões de dólares dos quais se banqueteiam clubes, empresários e jogadores que gastam a sua parte com automóveis, roupas, mansões e mulheres dispostas a usar o sexo com o passaporte para uma vida de luxo e conforto. Novos crentes torcem pro times de futebol, compram camisas de seus "ídolos" e financiam o sistema comprando produtos que patrocinam o seu time de paixão de mais dez adversários.
Está certo, pelo menos aparentemente que, certas igreja não se avexem em pedir dinheiro, muito dinheiro, mas em contrapartida vão aos lugares onde outros não vão e tocam, ouvem e atendem pessoas excluídas e indesejadas por outros ministros e igrejas. Mas deve se levar em conta que a igreja com ranço histórico, de séculos de flerte com o poder, recebe do estado e de todos os impostos não poucos benefícios incluídos aí transmissão gratuita em todas as televisões públicas do país. Já os neopentecostais e todos os demais evangélicos não. Aliás também dinheiro não falte quem não o tome ainda que com ares de legitimidade como a loteria, o campeonato brasileiro de mau exemplo e mau futebol.
Mas o que quero dizer nessa postagem é outra coisa mais específica. Estávamos eu, minha esposa e meu filho em um pequeno supermercado quando após ela pedir uma carne moída, um sujeito alto, de barba alá Lula e cabelos negros, paletó de couro, vendo o açougueiro embrulhar a carne por minha esposa pedida disse em alto e bom som, sem menos dissimular:
"_Uma carne moída para mim e limpe bem a máquina que eu não quero resto dessa carne misturada com a minha."
Minha esposa quem nem é boba e nem sonsa, percebeu a situação e já soltou uma:
"_Depois de mortos somos todos iguais!" ao que o sujeito com ar superior foi saindo ignorando tudo e a todos.
Eu que estava distante da área do açougue soube dos detalhes pouco depois. Sugeri que ela acalmasse enquanto meu filho, embora jovem mas muito inteligente, manifestava semelhante grau de repúdio. O pior que na saída vimos o indivíduo se aproximar do seu carro na esquina enquanto uma senhora dizia "pastor".
Aí minha esposa se lembrou, o banana e almofadinha, é um dos muitos pastores empregados na Igreja Batista de Lagoinha, a mesma da qual somos membros. O tal nem ao menos imagina que :
1 ) a minha esposa é pastora formada pela Fate, seminário que já funcionou na Igreja Batista da Lagoinha;
2) é pedagoga formada;
3) possui pós graudação em pedagogia empresarial;
4) conheço o pastor Márcio Valadão e ele me conhece a mais de trinta e cinco anos;
e
que ela ao contrário dele só não está mamando na teta do poder e a sombra da grande árvore que hoje é a igreja por que não lhe interessa.
Esse imbecil marcou negativamente não a nós, mas o açougueiro que não é crente ainda, o qual não dará crédito a esse sujeito, nem que ele pregue o melhor sermão da sua vida, e uma senhora que a tudo testemunhou.
Curiosamente não são as grandes ações ou os grandes escândalos que sejam difíceis de serem explicados ou compreendidos, mas ações do dia a dia como essa, que traduzem exatamente o que a pessoa é de fato, longe do espaço favorável detrás de um púlpito, com a delegação hierárquica e funcional de um pregador do culto "x" da hora "y".
A pequena oferta da viúva, um Zaqueu ansioso para ver o mestre de cima de uma árvore, ou a lavagem dos pés de Jesus enxugados com seu próprio cabelo por parte de Madalena, é que realmente importam para Deus.
Essa postagem não tem o objetivo de denegrir a igreja que pregou o evangelho a minha mãe e a mim e me recebeu com carinho por todos esses anos, nem para cobrar desse sujeito algo do qual ele não possa e não deva ser perdoado, mas para tirar desse episódio uma lição: almofadinhas, bonecos que empunham ternos e tenham conhecimento acadêmico legitimado por um diploma e uma função religiosa profissional não é o que realmente importa.
Prefiro os nós cegos dos neopentecostais com seus deslizes no português, na teologia, na postura, mas que sejam mais gente, que se misturam às pessoas e deixam uma boa impressão, que não se sintam por pouca coisa, acima das pessoas e que não tenham ( não são suficientemente cuidadosos ) para serem politicamente e religiosamente corretos. A frente da igreja são uma coisa, fora do ambiente religioso favorável são nojentos, chatos, contraditórios, estúpidos e dão péssimo testemunho.
Prefiro os nós cegos dos neopentecostais com seus deslizes no português, na teologia, na postura, mas que sejam mais gente, que se misturam às pessoas e deixam uma boa impressão, que não se sintam por pouca coisa, acima das pessoas e que não tenham ( não são suficientemente cuidadosos ) para serem politicamente e religiosamente corretos. A frente da igreja são uma coisa, fora do ambiente religioso favorável são nojentos, chatos, contraditórios, estúpidos e dão péssimo testemunho.
Coisas como essas, atitudes como essas não chegam aos jornais, não são fonte de críticas de grupos teologicamente contrários mas pululam a existência da igreja, a carreira de ministros e seus rastros permanecem afastando com eficácia muitas e muitas pessoas no dia a dia, no convívio diário com esse tipo de religiosos pedantes, orgulhos e bestas.
Por Helvécio S.Pereira
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