Eu até pensei em omitir-me de algum comentário relacionado a discussão, mas decidi não fazê-lo em nome do esclarecimento a quem possa interessar as informações para construção de um julgamento. Boa parte dos cristãos, infelizmente não todos, sabem o quanto o conceito de livre arbítrio é combatido pelos irmãos calvinistas. de fato é o calcanhar de Aquiles da doutrina calvinista e como tal fica impossível sustentá-la em todos os seus pontos, se ele, o livre-arbítrio, existir. Até aí é algo bastante compreensível, mas jogar com as palavras para convencer-nos de algo dito não seja exatamente o que é dito enfática e repetidas vezes já é demais.
Encontrei em um blog de um irmão calvinista a abordagem do assunto feito da forma descrita a seguir. primeiramente foi colocada uma frase me destaque com a seguinte informação:
"Eu creio que o homem seja livre para fazer tudo o que desejar o seu coração."
Assim posto, o autor do blog nos faz a seguinte afirmação: "nenhum calvinsta vai dizer que essa frase é falsa, todos cremos que essa frase é verdadeira." e conclui: " o que não podemos dizer, baseados nela, é que o homem tenha livre-arbítrio."
Tratou-se de fato numa articulação elaborada para trazer qualquer interlocutor para dentro de seu raciocínio e aí conduzir o seu pensamento cativo para finalmente, esse é o único objetivo, descredenciar a temida idéia do livre-arbítrio, que se for verdadeira, ou até algo próximo disso, se traduz num duro golpe a toda estrutura da eleição e da rejeição antecipada do homem por parte de Deus.
Mas não pára aí. a título de uma abertura ao diálogo convida um desavisado e descoupado de um arminiano ( para os calvnistas infelizmente os crentes se dividem em calvinistas com algumas matizes e arminianos ) para derrubá-lo em nome de todos os demais. E o bobo, por se auto denominar armeniano, por se engajar em um baralha insonça como essa cai como patinho.
A coisa prossegue, com o adoram definições de dicionários e citações em latim, tudo antes da Bíblia ( essa prevalência dos conceitos, das afirmações teológicas históricas, o culto a certos teólogos, oculto a erudição, as vezes é detestável ) e aí aoser perguntado gentilmente, depois de uma falsa e solene "paz em Cristo", faz-lhe a seguinte pergunta isca:
O irmão poderia por favor definir o que significa livre-arbítrio?
a que o outro irmão ( o arminiano ) responde:
( ...) disse...
Caro irmão ( ... ), primeiramente obrigado pela sua participação no meu blog. Sinta-se sempre bem para poder interagir conosco.
O amado foi curto e objetivo, como também o serei.
Dividindo as palavras temos:
LIVRE = liberdade, sem estar preso a algo (seja vontade, pessoa, lugar, instituição, etc.).
ARBÍTRIO = é capacidade de arbitrar, tomar decisões, escolher, fazer julgamentos.
Logo livre-arbítrio seria a capacidade de se tomar decisões livremente, sem a interferência de ninguém e de nada.
É claro que essas escolhas muitas vezes podem vim a ser manipuladas por más informações recebidas, seja a fonte que for. Mas a escolha em si sempre recairá na liberdade que cada um individualmente detém.
É evidente também que cada escolha tem as suas conseqüências, dependendo se forem boas ou más, é o que se percebe claramente em Dt 30:15:19.
Desse modo o "arminiano" caiu que nem um patinho chegando com seu raciocínio exatamente no ponto em que o irmão "calvinista" queria que chegasse.
QUERO DESTACAR QUE AMBOS ( E ELES E QUALQUER UM DE NÓS ) CONCORDAMOS QUE DEUS SUSTENTA E DIRIGE TODAS AS COISAS, QUE SALVA, CONDENA E JULGA TODAS AS SUAS CRIATURAS. DE FATO BRIGAM POR NADA. MAS QUE NADA É ESSE? A DIFERENÇA TEOLÓGICA DESENVOLVIDA BASEA-SE UNICAMENTE A RESPOSTA FORMULADA A PERGUNTA TAMBÉM FORMULADA; POR QUE O HOMEM DIA NÃO A DEUS REJEITANDO A SUA SALVAÇÃO? CALVINISTAS AFIRMAM: PORQUE DEUS DECIDIU QUE NÃO CRESSEM. ARMINIANOS DIZEM: O HOMEM É LIVRE PARA CRER E NÃO CRER, ACEITAR OU NÃO ACEITAR, POR ISSO É RESPONSÁVEL TANTO PELA SUA SALVAÇÃO, CRENDO, OU PERDIÇÃO REJEITANDO A OFERTA GRACIOSA DE DEUS. É SÓ ISSO. TUDO O MAIS SÃO FIRULAS TEOLÓGICAS.
Bem essa abordagem foi a mais de três anos atrás, portanto em 2007. Eu pergunto: por que esses dois não vão diretamente às Escrituras e obtém lá a resposta autorizada e definitiva da pelo próprio Deus sem se aterem a um ou a outro digníssimo defunto cristão? ao que eu saiba, tanto João Calvino, quanto Jacó Armenius, liam , estudavam e fundamentaram suas opiniões divergentes nas Escrituras e a bem da verdade, ora além do que fazemos pessoalmente hoje e ora aquém do cremos e colocamos em prática hoje, por razões históricas e culturais.
Isso não é defesa do evangelho, isso não é nem sequer evangelização e o pior tem implcaões diretas no que você prega e como prega a outras pessoas, as quais pouco ou nada conhecem do que dizem as Esccrituras para serem salvas. As vezes sou comedido, considerando as pessoas sinceras as quais não quero ferir o coração e nem ser tropeço para elas, mas quando vejo os meios favoráveis, as oportunidades para a proclamação do evangelho serem usadas para o que não é efetivamente levar a alguém a conhecer a Deus, eu fico literalmente fulo, e aí dá vontade de bater realmente em quem pode apanhar.
Um dia desses vi um pastor ( vejo vários, de neopetecostais a tradicionais ) em um vídeo pregando na sua igreja. A voz era semelhante a do rev Caio Fábio no passado, quase vinte anos, a impostação de voz a construção das frases e a pontuação ao expor cada idéia. Um pregador culto, educado, bem aparelhado para pregar o evangelho de forma a conduzir a salvação os simples e os mais empedernidos graças ao status social ou a cultura acadêmica. além de previsível, o que não é exatamente um defeito, o texto escolhido foi submetido a algo secundário na sua mensagem que consistiu em uma autêntica aula acerca do que crêem os calvinistas, tudo embutido na pretensa mensagem do texto escolhido como tema de sua pregação.
É mais ou menos assim: uma testemunha de Jeová quer convecê-lo que o seu Deus nãotem nome ou está com o nome errado. Venha para a Torre de Vigia, e venha logo,pois só lá chamamos Deus pelo seu verdadeiro nome. Os adventistas querem convencer-nos que o domingo é do diabo e da igreja católica, tudo o mais é acessório. Venha para cá e como bom conhecedor da Bíblia guarde o sábado conosco.
O Calvinista radical enfatiza a eleição, tufo o mais é acessório, e tudo o mais é simplesmente para explicar e justificar uma posição desnecessária e inlógica; que o tal foi escolhido com base em nada para ser salvo e o outro com base em nada para ser perdido. Não é isso que a Bíblia revela. A graça resgatada a partir das Escrituras a 493 anos por Martinho Lutero, é graça por ser imerecida mas não inlógica.
O deus do Islã é imprevisível e suas ações injustificadamente improváveis, mas o Deus bíblico não. O Deus bíblico se baseia em Sua divina natureza que é perfeita justiça e perfeita bondade. Algo que torna as suas ações perfeitamente justas sob qualquer argumentação e consideração. Temos como consequência um enorme contingente de crentes, de cristãos, devidamente aparelhados cultural e acadêmicamente, incapazes de pregar o evangelho como deveria ser pregado e do outro lado, na outra ponta um contigente maior de despreparados por não terem tido acesso as mesmas ferramentas e meios seculares e teológicos, se esforçando para contar aos outros, de alguma forma, a verdadeira boa nova do evangelho (que é a grande boa nova ).
No meio disso tudo, milhões vão para o inferno diariamente, todos os minutos e segundos de um único dia. E o pior alguns ganham para isso: para serem exatamente pregadores do evangelho e para tal separaram toda a sua vida como religiosos, como pastores, professores em seminários, etc.
No aniversário, quase esquecido da Reforma, tiremos a lição, do que deva ser feito, em que devemos concentrar as nossas energias e conhecimento, nossa voz e meios. Detalhes há na nossa fé , na explicitação da mesma, mas alguns deveriam ser ignorados, pois não são nem verdadeiros e nem essenciais. Deveríamos dizer as pessoas somente o que elas deveriam fazer para serem salvas e só, o resto é com Deus. E isso as vezes, não poucas, para a ser um tema satélite e não central.
Por Helvécio S. Pereira
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