O ponto inicial da crença na "teologia da predestinação", já que ela é um esquema para justificação da eleição cujo ponrto de partida foi a pergunta feita por Calvino, até sem uma razão de ser: "Por que algumas pessoas aceitam a mensagem do evangelho e creem nela e outras não?"
Para respondê-la foi construido todo um modelo que implica uma descrição específica da preciência divina, soberania de Deus, liberdade de escolha humana, etc, etc. A meu ver um erro levou a outros, e até hoje se torna o cerne de uma discussão despropositada que divide, sectariza e impede a propagação efetiva do evangelho em muitas situações.
Para respondê-la foi construido todo um modelo que implica uma descrição específica da preciência divina, soberania de Deus, liberdade de escolha humana, etc, etc. A meu ver um erro levou a outros, e até hoje se torna o cerne de uma discussão despropositada que divide, sectariza e impede a propagação efetiva do evangelho em muitas situações.
Lemos em Isaias 48:10, entre outros textos a seguinte declaração:
"Eis que já te purifiquei, mas não como a prata; escolhi-te na fornalha da aflição."
O verbo escolher nesse verso tem o siginificado de distinguir, e é sempre importante notar que o termo implica em uma escolha cuidadosa e bem pensada. Já em I samuel 17:40 lemos o seguinte:
"E tomou o seu cajado na mão, e escolheu para si cinco seixos do ribeiro, e pô-los no alforje de pastor, que trazia, a saber, no surrão, e lançou mão da sua funda; e foi aproximando-se do filisteu."
"E tomou o seu cajado na mão, e escolheu para si cinco seixos do ribeiro, e pô-los no alforje de pastor, que trazia, a saber, no surrão, e lançou mão da sua funda; e foi aproximando-se do filisteu."
O verbo é bãhír. A escolha mencionada não é uma simples arbitrariedade, mas em um propósito da escolha que reside na mente de Deus. Logo pressupões-se que Deus escolhe alguém cuidadosamente para uma tarefa específica e também o rejeita caso o seu propósito não seja realizado pela pessoa por Ele escolhido.
Em I samuel 2: 28-31 vemos como Deus mostra a sua rejeição a quem, mesmo escolhido não cumpre o seu propósito, propósito para o qual foi escolhido.
28 | E eu o escolhi dentre todas as tribos de Israel por sacerdote, para oferecer sobre o meu altar, para acender o incenso, e para trazer o éfode perante mim; e dei à casa de teu pai todas as ofertas queimadas dos filhos de Israel. |
29 | Por que pisastes o meu sacrifício e a minha oferta de alimentos, que ordenei na minha morada, e honras a teus filhos mais do que a mim, para vos engordardes do principal de todas as ofertas do meu povo de Israel? |
30 | Portanto, diz o Senhor Deus de Israel: Na verdade tinha falado eu que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém agora diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram honrarei, porém os que me desprezam serão desprezados. |
31 | Eis que vêm dias em que cortarei o teu braço e o braço da casa de teu pai, para que não haja mais ancião algum em tua casa. |
Nos textos citados, é clara a natureza da escolha divina e como ela se processa, Também como Deus pode rejeitar alguém desde que essa pessoa, homem ou mulher, escolhidos para tal propósito, não cumpra esse propósito.
Muitas outras passagens poderiam ser cuidadosamente citadas, mas o espaço dessa postagem não comportaria uma análise mais demorada. A escolha não se aplica portanto à salvação, mas a um propósito na grande obra de Deus. Judas foi escolhido por Cristo, como todos os demais discípulos e foi finalmente rejeitado e posteriormente, ainda substituido por Saulo que após o encontro com o Senhor se tornou o grande apóstolo Paulo. Saul, o primeiro rei de Israel foi escohido por Deus, rejeitado, foi substitído por Davi, outro escolhido de Deus. A igreja primitiva tinha uma missão e tinha consciência dessa missão. Sentiam-se eleitos para uma obra e para o cumprimento de um propósito no grande plano de Deus.
Deus escolheu Noé, tempos depois escolheu Abraão, ainda depois entre Esaú e jacó, escolheu Jacó, que viria ser Israel. Por quais razões Deus escolheu essas pessoas? Ainda viria a escolher José e também a Moisés, Josué e tantos outros homens e mulheres em toda a Bíblia. Todos eram pecadores como todos os decendentes de Adão e Eva como nós mesmos somos. Por que então seriam escolhidos? Escolheu Maria para ser a mãe do Senhor Jesus e a José para ser o seu padastro. Maria era pecadora tanto quanto qualquer um de nós. Não por viver em pecado mas por compartilhar a natureza que todos nós possuímos. Mas algo distinguia todos eles, cada um em seu tempo, lugar e encruzilhada histórica no grande plano de Deus. Mais recentemente Lutero, Calvino e tantos outros reformadores. E a história prossegue com inúmeros pregadores que não só levaram a mensagem do evangelho, foram grandes mestres e alcançaram povos e nações distantes de sua terra natal, tudo por amor a Cristo. Foram escolhidos, creio, pois tinham talento e determinação para fazer o que Deus espervada deles. Outros copo Saul e Judas também o tinham, mas em dado momento de suas vidas, a exemplo de Satanás, perderam o foco que seria glorificar a Deus, se rebelaram e tentaram alcançar seus próprios propósitos. Dizem alguns estudiosos que Judas pensava em lucrar duas vezes: financeiramente e ainda. de alguma forma, ter a prova definitiva de que Jesus poderia ser o libertador político de Israel, já ue Judas tinha, possivelmente uma ligação com um grupo político que tinha como objetivo uma revolução que libertasse Israel do domínio e julgo econômico que os judeus como nação eram submetidos ao império de Roma. Conhecedor , como Deus, dos desígnos humanos, e do rumo que um ser pecador pode tomar a cada momento Jesus dissera a Judas: " O que tens de fazer, faze-o depressa" e o comentário "melhor que não tivesse nascido".
Concluindo vemos claramente que alguns são eleitos para uma obra específica, a partir de uma escolha cuidadosa, dentro do grande plano de Deus. "Muitos são chamados mas poucos escolhidos". Não para a salvação mas para uma obra. No que concerne a salvação todos são chamados. Há a classe dos eleitos para o serviço e a classe dos salvos que são todos que os que creem no evangelho que aponta a Jesus, e só Ele, como salvador de cada homem, mulher, criança, velho, rico, pobre, branco, negro, amarelo, etc.
E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.
Finalmente parece ser conveniente cada um se auto proclamar um "escolhido", "eleito", mas dura coisa é ser escolhido ou eleito, pois o tal terá uma obra a fazer e não poderá falhar. E se o fizer a sua situação não será nada boa diante de Deus. Ao invés de presunçosamente declarar isso aos quatro ventos, deveria se perguntar: o que de especial fui certamente chamado a fazer para o Senhor, se de fato o fui ? Você pode responder, que é um pastor, missionário, evangelista, cantor, músico, etc. Há porém inúmeros pastores espalhados pelo mundo, também músicos, evangelistas, etc. Todos sem serem "especiais", "eleitos", a comissão dadas eles é a mesma dada igualmente a todos. O que a eles competem fazer é o mesmo que compete a mim e a você. Continue pois a fazer o que é justo, o que lhe vem a mão para ser feito. Se Deus o separar para algo maior e específico Ele o fará saber. Nessa segunda situação não é de bom tom sair apregoando a sua eleição, sua escolha para determinada obra dentro do grande plano de Deus, pois a regra básica dentro do reino de Deus relacionada ao serviço e a sua obra é bem simples.
Observe:
Em Mateus 23 11
"Entre vós , o mais importante é aquele que serve os outros " 23:12 "Quem se engradece será humilhado, mas quem humilha será engrandecido."
Ao invés de sair correndo por aí proclamando a sua própria eleição para a salvação, seja agradecido por conhecer ao Senhor e se uma obra específica lhe veio a mão para ser feita para a glória do Senhor, faça sob a graça do próprio Senhor e lembre-se que a sua salvação se deve unicamente a fé depositada no Salvador e no reconhecimento dele como Filho unigênito de Deus.
por Helvecio S. Pereira
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