Eu pessoalmente cri na obra do Calvário e demorei mais algum tempo para "engolir" a narrativa do Gênesis. "Assimilar" soa politicamente correto demais para o meu gosto. Tive que "engolir" mesmo por que não crer? Porque eu simplesmente sabia que uma coisa implicava outra. Negar o Gênesis equivaleria a negar o Calvário. E daí sempre parti da idéia de que Deus está sempre certo! Eu deveria, ao contrário de Tomé, crer primeiro e entender depois. Cri primeiro mesmo sentindo as entranhas revirarem dentro de mim e o orgulho e satisfação intelectual e acadêmica. Deus não é estúpido para deixar um erro passar. Nenhum erro na verdade. Deus não precisa de uma defesa e um ajeitamento para as suas declarações. Nós é que somos aqueles que maldosamente procuramos torná-lo mentiroso desde o princípio. Deus tem razão em ter dito as coisas exatamente como as disse. Mas observe que há, como já houve, e isso não é absolutamente novidade, uma tentativa de ajeitar as coisas.
Observe o texto de outra autoria, transcrito abaixo :
Observe o texto de outra autoria, transcrito abaixo :
De acordo com este método, Deus, na busca de se revelar a criaturas com limitação intelectual, enfrentou praticamente os mesmos problemas que um pai enfrenta ao tentar se comunicar com seus filhos pequenos (MCGRATH, 2005, 308). Certamente, se Deus – ao se revelar a Moisés – tivesse ditado todos os pormenores da teoria do Big Bang e os mínimos detalhes que envolvem a teoria da Evolução das Espécies, Moisés e seu povo não entenderiam absolutamente nada. De acordo com o método acomodação, portanto, ao interpretarmos a Bíblia, devemos levar em consideração a possibilidade de que o que foi escrito não corresponde em 100% com a realidade, uma vez que as narrativas foram escritas por pessoas que possuíam grande limitação intelectual.
Moisés (acredita-se, o escritor dos relatos de Gênesis) não era cosmólogo, muito menos biólogo, Moisés era um profeta. O intuito de Moisés não era dizer como Deus criou todas as coisas, apenas dizer quem foi o criador. Se isto não for levado em consideração ao se interpretar o relato de Gênesis, não vamos lograr êxito algum em nossa interpretação bíblica.
Um dos mais importantes teólogos da história da Igreja, João Calvino, defendeu a acomodação como método mais eficaz de se interpretar a Bíblia. Para Calvino,
Deus acomoda-se à capacidade da mente e do coração do ser humano. Deus manifesta uma imagem que somos capazes de entender. A analogia que ilustra o pensamento de Calvino nessa questão é a de um orador. Os bons oradores conhecem as limitações de sua audiência e adaptam sua maneira de comunicar de acordo com essas limitações. A distância que existe entre o orador e o ouvinte deve ser superada, para que haja comunicação.
Se Deus de fato acomodou a verdade para que a entendêssemos enquanto ainda não tínhamos capacidade intelectual para entendê-la (o que provavelmente aconteceu, uma vez que o método literal de se interpretar o Gênesis se mostra falho*[ quem disse ou provou? ] em vários pontos), segue-se, à medida que passamos a ter mais conhecimento sobre o Cosmos, devemos acomodar nosso conhecimento com a realidade. Devemos, de acordo com este ponto de vista, levar em consideração tudo o que a ciência tem descoberto e assim relacionarmos nossa fé com a realidade de forma cada vez mais eficaz.
O autor desse texto é biólogo e tece uma linha justificando a sua posição de cristão e evolucionista. Busca corroborar as suas opiniões com opiniões de outras pessoas com semelhante currículo e posição e registra alguns pontos superados pelas mais recentes publicações cintíficas de outroa tantos cientistas cristãos com igual recomendação acadêmica. Por exemplo a Bíblia relata a criação da Luz antes das estrelas. Recentes pesquisas apontam que a luz como fenômeno existe independente de uma fonte definida de luz, seja o sol ou uma fósforo. A luz já existia antes do surgimento de uma estrela. A sua simplória afirmativa de que a narrativa afirmando que a lua fora criada para governar a noite e que ela apenas aparece no céu metade delas e a outra metade durante o dia parece igualmente insuficiente. Sem a lua o equilíbrio nat terra seria fortemente afetado. Se sabe algumas razões prováveis, mas certametne não todas. É o articulista frontalmente contra o literalismo na leitura de Gênesis e adepto do Método teórico da Acomodação. Um meio termo entre a aceitação literal e a negação completa. Tal posição alinha-se a de João Calvino em sua época. Estranhamente João Calvino dá valor literal a ourtos textos, igualmente Bíblicos para costurar a sua teologia da predestinação.
Na mesma postagem há um comentário de um leitor o qual reproduzo a seguir, para mostrar que presunção como que certas coisas são afirmadas não constituem de forma alguma uma unânimidade.
"sou um grande admirador das coisas que você escreve, mas fiquei meio triste com esse texto. sou biólogo formado pela universidade federal do rio de janeiro UFRJ. Sou cristão. já tentei acreditar na teoria da evolução. Mas quanto mais leio sobre ela, menos eu acredito. Você leu a ''Caixa Preta de Darwin'' de Michael behe. Você deve concordar comigo que a complexidade irredutível trás um grande problema para a teoria da evolução.Quando fiz bioquímica, eu percebi que era muito improvável algo de tão complexidade evoluir a passos lentos."
Li em algum lugar, e tenho que achar onde li, ou vi em uma entrvista em vídeo, não me lembro ao certo, que do ponto de vista da ciência a vida não deveria jamais existir. É uma improbidade e só existe milagrosamente. Mas a biologia como ciência? Só explica o que vemos, percebemos e já existe.
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