Há básicamente dois tipos de pregações em nossas igrejas. Claro que há outras que poderiam ser encaixadas em mais subdivisões mas por ora nos deteremos em duas:
Prédicas em que o pregador se esforça ao máximo, e se pudesse, traria a tona todos os textos, versículos e capítulos que, relacionados fortalecem e tornam incontestáveis sua mensagem e seu argumento. Outro tipo é a pregação rasteira, óbvia, repetitiva e permanentemente cíclica no mesmo argumento, que apresenta pouquíssimas provas daquilo que é proclamado. A turma de fora da igreja e até alguns de dentro chamam-na de "lavagem cerebral." Não estarei aqui a afirmar que tipo é melhor que outro. Pelo meu nível cultural ( que não é lá grande coisa! ) eu prefiro a primeira. Trata-se de um bom exercício mental de reflexão, faz bem e eu a recomendo com poucas restrições. Há problemas nesse tipo de pregação e de pregador como na do outro tipo, claro. O pregador pode ser autossuficiente, egocêntrico, orgulhoso, com menor dependência da oração e da direção de Deus, se concentrar mais no assunto a ser explanado do que a necessidade dos seus ouvintes. Engajado em posicionamentos teológicos e ideológicos, ser membro de um colégio de iguais que o bajulem o tempo todo, etc. E se o que ele diz for heresia vai ser lavagem cerebral do mesmo jeito, ou até pior. Não citarei o nome para não dar "ibope", mas há um pregador que, de algum tempo está criando uma falsa fama, promovendo encontros em grandes hotéis cinco estrelas, se aproximando de cristãos mais interessados em conhecer mais da Bíblia, de líderes menos avisados de igrejas, e que se mostra alguém capaz de " exclarecer pontos obscuros da Bíblia" jamais percebidos pelos demais. E olhe que gastou-se 1.600 anos para se escrever a Bíblia, mais 1.900 aproximadamente, até hoje...Se esse sujeito estivesse certo e todos errados seria um gênio, com QI 777. Mas está mais para um 666 fajuto. Esse tal, aparentemente argumenta muito bem diante das pessoas, e interrelaciona os textos e passagens bíblicas de forma que os menos avisados "caem bonitinho do cavalo". Não sei qual foi a pregação da jovem serva de Naamã, mas pela eficiência, não foi uma dessas.
Mas não é o propósito dessa análise no momento, pelo menos. A outra soa desagradável, não é difícil encontrar inconsistência e e incoerências. Na verdade, eu acho, uma é mais bem sucedida em determinas circunstâncias, para determinadas platéias e vice-versa. Tanto em um caso como em outro, devemos reconhecer humildemente, que tanto um quanto outro pregador são apenas, nós todos somos, meros repetidores de coisa que ouvimos ou aprendemos, e que nenhum de nós a essa altura do campeonato poderia reinventar a roda novamente. Tanto o pregador extremamente culto e educado, quanto o zé mané, estão ambos a repetirem o que aprenderam na exata medida do que aprenderam. Aí vai mais uma reflexão: o nosso valor como crentes não reside na nossa verborragia mas no fato de sermos "testemunhas" do Senhor. "E sereis minhas testemunhas..." pessoas, homens e mulheres de diferentes culturas, etnias e classes sociais, igualmente capazes de testemunhar do amor, do poder e da manifestação de Deus no mundo de hoje.
Daí o erro de julgamento que podemos ser induzidos a cometer em desmerecer as pregações de um e de outro. Só Deus sabe exatamente como cada um está recebendo aquela mensagem. Só a eternidade revelará isso. Não é na capacidade de falar, eloquência ou não de cada um que reside o valor, embora capacidade e sabedoria humanas sejam ferramentas úteis na comunicação da mensagem de Deus.Mas não é tudo. A virtude reside no quanto um e outro são capazes de serem efetivamente testemunhas do Senhor em determinada situação. O testemunho em si não está no que a pessoa diz estritamente mas na sua relação com o fato e com a realidade que pede seu testemunho. Falsas testemunhas podem dar um falso testemunho lógicamente coerente e eloquente. Paulo só foi reconhecido como apóstolo por ter visto o Senhor. Essa foi a única condição para ter sido aceito como tal. Não basta falar sobre a Bíblia, não basta mencioná-la ou usá-la como base religiosa ou moral. O poder de interferir na vida de outras pessoas através do que fala é o simples fato de ser testemunha de que o Senhor é real. Onde? Quando? Na sua própria vida.
" Só sei que eu era cego e agora vejo" disse o cego ao ser inquerido "teológicamente" sobre Jesus. Não puderam calar o seu testemunho. Ficou terminalmente patente. A turba se foi. Os fariseus furiosos se foram e o homem continuou a caminhar e olhando as pessoas e as coisas em redor que ele não via. Isso é incontestável.
No livro de Gênesis, quando lemos sobre a criação do homem e da mulher, sua inserção no lugar planejado por Deus, a palavra de Deus os orientando, etc, temos um quadro claro e completo da situação do homem e do caráter de nossa humanidade. Não são necessárias nenhuma abordagem filosófica futura. Só o que a Bíblia nos revela. Vemos o homem, para usar genéricamente a palavra significando os dois gêneros, homem e mulher, com vontades autônomas mas incompletas. Como? Ele tinha inteligência, autonomia, demonstrada ao dar os nomes a todos os animais do campo, autonomia para obedecer comendo só das árvores que Deus havia dito que poderiam comer ( Gn 2:15 ) mas implicitamente dependeriam da comunhão com outra pessoa. Deus visitava o jardim. Ora, o Deus criador dos céus e da terra, onipotente e onipresente não precisaria descer dos céus e visitar o jardim para ver alguma coisa. Simples: adão e Eva não poderiam ir aos céus para ter comunhão com Deus mas Deus viria a estar com eles para que essa comunhão se estabelecesse. Para quê? só para o chá da tarde? Não. Eu e você precisamos da comunhão com Deus, falta-nos algo que só a comunhão com Ele pode complementar. Um outro ser tinha acesso permitido ao Jardim. Esse ser é chamado até hoje de Satanáz cuja história e origem a Bíblia revela em outras ocasiões e a sua existência a contragosto do Padre Quevedo é reafirmada por Jesus: "Eu vi Satanáz cair do ceú como um raio." Temos a vontade do homem pendente entre duas opções, podendo dar ouvidos a Deus ou a outro, no caso a Satanáz.
Por razões que não conhecemos somos diferentes do anjos e aí se incluem os Satanáz e os demais anjos caídos. Mas isso é outra história. Eles não podem se arrepender e nós podemos. Nós temos escolha entre nos voltarmos para Deus ou prosseguirmos em nossa ignorância e rebeldia.
por Helvecio S. Pereira
e-mail para contato: helvecio.p@oi.com.br
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Por razões que não conhecemos somos diferentes do anjos e aí se incluem os Satanáz e os demais anjos caídos. Mas isso é outra história. Eles não podem se arrepender e nós podemos. Nós temos escolha entre nos voltarmos para Deus ou prosseguirmos em nossa ignorância e rebeldia.
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