Estou de férias e boa parte dos dias, geralmente mais da metade deles relativos aos dias totais das férias, gasto adaptando-me biologicamente a um novo ritmo e a novas primariedades. Quando estou quase lá, acabam-se as férias e muito do que pretendia e gostaria de fazer não o fiz. Enfim ano novo, novas e velhas intenções parecem ser acordadas e resta, mais uma vez, se haverá vontade e força, oporunidade e possibilidade para concretizá-las.
O primeiro quesito parece ser fé, crença. Não exatamentee crença religiosa mas de natureza semelhante. Aliás as duas a meu ver são faces da mesma moeda. Todos a temos e a usamos em alguma área da vida. A crença nos move errônea ou acertadamente. Pior do que usar a fé erradamente é não ter fé alguma. Usar fé erradamente, direcionada ao objetivo e objeto errados parece ser o mais comum. Jesus sensibilizou-se por duas atitudes diferentes relacionadas a fé: uma a falta absoluta de fé em pelo menos duas ocasiões e a fé exemplar de uma pagão não encontrada outra semelhante nem mesmo em Israel.Não citarei os textos por ora, deixo-os a sua própria pesquisa.
Outro quesito é o ojeto de sua fé. Certas pessoas tem fé mas direcionada ao objeto errado. Essa crença ou fé é tão grande que toda uma vida é gasta em prol desse objeto, projeto ou objetivo não importando as dificuldades, o preço a ser pago, a oposição e as consequências, por mais terríveis que sejam. Óbviamente há um prazer próprio no exercício, emprego dessa fé.
Haverá um terceiro quesito? parece ser próprio de uma ordenação das idéias, supor três, quatro ou um pouco mais de elementos para demonstração de uma realidade empírica, observável. Como no método científico talvez seja a prova da fé. Tenho fé, direcionada a um objeto, ser, projeto, alvo, o que seja...mas qual a prova de que estou certo? Por orgulho a maioria das pessoas não submetem a sua fé a prova. E se a minha fé for vã pelo simples fato de que a direcionei a algo que simplesmente não é? E o prazer que sinto em cultivá-la que justifica o alto preço, ou "mico" em tê-la? e o que sobrará se eu aceitar a sua nulidade?
Notem que o que exponho é aplicável a qualquer prática movida pela fé, crença, num âmbito mais geral. Alguém, tem fé em uma santa católica. Alguém, cientista, biólogo, tem fé na teoria da evolução. Dedica a vida a comprová-la. Isso é muito. Trata-se de muitos anos de estudo e dedicação. Uma vida inteira. Uma única vida. Alguém crê na astrologia, na numerologia, enfim. Alguém crê na aparente não crença...se diz ateu e trabalha em prol da defesa do ateísmo. Alguém crê na "opção sexual". Outro crê na existência da adolescência ( falarei disso em uma outra vez). Alguém crê no Marxismo e por mais que as evidências provem que as coisas não são bem assim, prossegue dedicando a sua vida em defesa de princípios relacionados a essa ideologia e esperando a concretização do comunismo como redenção do mundo. Você mesmo pode lembrar-se de inúmeros outros exemplos concretos. Alguns comodamente creem que voltarão "n" vezes a esse mundo ou que foram alguém importante em "outras vidas", etc, etc.
Concordar com princípios e idéias religiosas é apenas trocar ou adptar o objeto de sua fé. Negá-los é apenas direcionar a sua fé a um objeto aparentemente não objeto de fé. O ateísmo é uma fé ao contrário. O ateu é uma pessoa de fé em algo que para ele aparentemente é nada, que seria uma negação da fé mas não é .Ser ateu, dizer-se ateu, é ter tanta ou mais fé que o crente religioso.
Por ora a fé é uma dádiva, como ter olhos, mãos, pés, mente. Os religiosos e os não religiosos receberam a dádiva, a capacidade de terem fé. Trata-se de um dos atributos que nos fazem humanos. A fé é uma oportunidade. Como a usaremos? para que a recebemos? Ela pode diminuir, aumentar? Trata-se de um fim em si mesmo? Há como saber se a uso na direção e alvos corretos? A bíblia é digna de fé? Como e por que?
Espero exercitar essas idéias em uma próxima postagem e espero fazê-las mais regularmente nesse novo ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O QUE ACHOU DESSE ASSUNTO?