Há na Bíblia Sagrada algumas expressões e palavras que nela não aparecem. Há também idéias que no velho testamento e para os judeus contemporâneos, antes da existência do povo de Israel, não eram sequer conhecidas. Posteriormente, durante toda a história do Cristianismo, até agora no momento em que vivemos essas expressões sucitam discussões apaixonadas e sem um fim definido. Uma delas é a palavra TRINDADE que não aparece em toda a Bíblia. Outras, embora apareçam não poucas vezes, juntas somente uma vez, ALMA e ESPÍRITO e finalmente ( não porque essa seja uma lista finita de apenas três casos ) mas que é fonte de controvércias ha muito tempo: LIVRE-ARBÍTRIO. Essa última serve de alimento e substrato a toda proposição humanista moderna, bem intencionada ou não. Ao homem moderno, desde que não destrua as florestas, pague os impostos e seja relativamente sociável, incluindo valores bastante fluidos, de modo a não se chocarem com nenhuma minoria, estará tudo de bom tamanho. Os pais devem justificar habilmente suas posições junto aos filhos e se estes independentes da idade, vícios e grau de endonismo, acharem conveniente, estarão estabelecida as liberdades, valores e idéias dos últimos. Nas escolas o professor não ensina, apenas media . As relações são baseadas em "combinados " em que dezenas contra um tem uma boa possibilidade de ser justa apenas para os primeiros.
É claro que tenho um objetivo em mente e uma abordagem direta, uma reflexão lógica, por um assunto que já conhecia as várias posições, mas que, por certos motivos passou a me incomodar mais um pouco nos últimos dias. Não que eu deseje saná-lo, finalizá-lo. Nem é importante que isso se dê. Pretendo, ao contrário a clareza de ambas as posições. Sabendo que elas existem e que um dia se cumprirá a palavra do Senhor:
" Naquele dia nada me perguntareis" . Nenhum de nós terá alguma dúvida e teremos uma compreensão clara de todo o propósito e obra de Deus. Até lá teremos posições diferentes sobre muita coisa. Não podemos deixar que nenhuma delas, uma ou outra interfira negativamente na visão da vontade de Deus e no evangelismo que implica diretamente nas pessoas que poderão ser salvas até o último dia.
" Naquele dia nada me perguntareis" . Nenhum de nós terá alguma dúvida e teremos uma compreensão clara de todo o propósito e obra de Deus. Até lá teremos posições diferentes sobre muita coisa. Não podemos deixar que nenhuma delas, uma ou outra interfira negativamente na visão da vontade de Deus e no evangelismo que implica diretamente nas pessoas que poderão ser salvas até o último dia.
Cada pessoa deve diariamente, ainda mais como cristão, colocar cada uma delas a prova , a cada dia, certo que a sua atitude em relação a si mesmo e aos outros será, certamente determinada por cada uma delas.
O leitor já deve ter percebido que a última expressão não bíblica é que me ocuparei em abordar no momento. Ela é realmente útil a vários propósitos e em boa parte nada sagrados. Defendida no campo filosófico, atacada no campo religioso e também defendida, novamente atacada no campo filosófico, parece ser atacada e defendida conforme se ajuste a algum interesse e sustente ou não deterninadas posições.
Recorrerei a algumas citações necessárias mas não exaustivamente pois a que me interessa finalmente é a posição das Escrituras, da Bíblia Sagrada, a que me aterei ao final dessa postagem. A Bíblia não é opinativa mas revelativa. O que ela ensina possui autoridade e não revela uma posição relativa a algo. Não se encaixa à minha compreensão concebida, lógica e puramente racional, que satisfaça apenas a minha organização mental.
O que é o Livre-arbítrio ( conceito ):
Livre-arbítrio (ou livre-alvedrio) é a crença ou doutrina filosófica que defende que a pessoa tem o poder de escolher suas ações.A expressão costuma ter conotações objetivistas e subjetivistas. ( varia de um caso para outro - não é única )
No primeiro caso indicam que a realização de uma ação por um agente não é completamente condicionada por fatores antecedentes.
No segundo caso indicam a percepção que o agente tem que sua ação originou-se na sua vontade.
Logo ao final da postagem há um recorte do livro de Jonas. Você , leitor deve lê-lo inteiro na sua Bíblia, sem
pressa. Deus determinou para Jonas uma tarefa. Quem conhece um pouco mais de história e geografia bíblicas e sobre a vida do profeta Jonas sabe que Jonas tinha motivos pessoais para não fazer o que Deus lhe ordenara. Deus não sugeriu, não fez um combinado e muito menos colocou Jonas em transe. Deus lhe falou. Embora com motivos pessoais temos aí o primeiro caso: ação de Jonas, em fugir de Deus, tomar uma direção contrária não pode ser imputada ou condicionada interiamente por fatores antecedentes.
No segundo caso podemos observar que Jonas, por sua vontade, decidiu algo diferente do que Deus ordenara. Temos aí, sem existir a expressão ou imposição filosófica o que poderíamos chamar de livre-arbítrio de Jonas.
No segundo caso podemos observar que Jonas, por sua vontade, decidiu algo diferente do que Deus ordenara. Temos aí, sem existir a expressão ou imposição filosófica o que poderíamos chamar de livre-arbítrio de Jonas.
Prosseguindo com mais considerações acerca da concepção acadêmica de livre-arbítrio, lembrando entretanto que não é a ciência que confere crédito à Bíblia. A ciência verdadeira reafirma o que a Bíblia revela e não ao contrário.
A existência do livre-arbítrio tem sido uma questão central na história da filosofia e na história da ciência O conceito de livre-arbítrio tem implicações religiosas, morais, psicológicas e científicas. Por exemplo, no domínio religioso o livre-arbítrio pode implicar que uma divindade onipotente não imponha seu poder sobre a vontade e as escolhas individuais. Em ética, o livre-arbítrio pode implicar que os indivíduos possam ser considerados moralmente responsáveis pelas suas ações. Em psicologia, ele implica que a mente controla certas ações do corpo.
Notem que em cada campo a aceitação ou não do conceito implicaria em um considerável " estrago" em algum campo de idéias. Como cristãos gostamos de falar da soberania de Deus. Devemos fazê-lo mas lembre-se que a natureza silenciosa ou não " manifesta a glória de Deus e o firmamento a obra de suas mãos".
O que quero dizer que nehuma passagem da Bíblia vemos Deus preocupado: " não deixe vazar esse conceito ou essa idéia por que se não estaremos complicados nesse ou naquele ponto " como nós homens quase sempre fazemos. Marx se opõe ferreamente ao livre-arbítreo, afinal não lhe convinha aceitá-lo em um modelo em que haveria a total abolição das propriedade e liberdades individuais. A tríade Satânica também irá abolí-la na Grande Tribulação . Curioso não? uma doutrina diabólica como alguns a consideram, ser abraçada pelo anti-Cristo...
O livro de Jonas é um dos pequenos livros proféticos da Bíblia e de um profeta nada simpático, aparentemente incongruente, que trata de um povo pagão, que pouco ou nada nos interessa em que Deus tenha mostrado misericórdia para com eles- imagino boa parte das pessoas não se interessariam por Nínive daqueles tempos. Qual a mensagem então que ultrapassa a barreira dos tempos e chega até nós individualmente?
A liberdade do homem que mesmo conhecendo a vontade soberana de Deus, como perfeita e perfeitamente justa, se rebela, escolhe fazer diferente, exercendo a sua vontade, e como Deus do alto da sua soberania e amor fala, trata pacientemente esse homem, conduzindo-o até que o que lhe aprás seja finalmente feito. Continua ainda procurando esse homem, que na sua inferioridade ainda resiste em aceitar como ideal a vontade do Senhor. Leia o livro de Jonas até o seu final e você perceberá o que estou tentando dizer quando do lamento de Jonas pela planta que Deus fez secar privando-o da sombra sob a qual o profeta decansava.
A liberdade do homem que mesmo conhecendo a vontade soberana de Deus, como perfeita e perfeitamente justa, se rebela, escolhe fazer diferente, exercendo a sua vontade, e como Deus do alto da sua soberania e amor fala, trata pacientemente esse homem, conduzindo-o até que o que lhe aprás seja finalmente feito. Continua ainda procurando esse homem, que na sua inferioridade ainda resiste em aceitar como ideal a vontade do Senhor. Leia o livro de Jonas até o seu final e você perceberá o que estou tentando dizer quando do lamento de Jonas pela planta que Deus fez secar privando-o da sombra sob a qual o profeta decansava.
Jonas 1
1 | א ויהי דבר יהוה אל יונה בן אמתי לאמר | ¶ E veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo: | |||||||||||||
2 | ב קום לך אל נינוה העיר הגדולה--וקרא עליה כי עלתה רעתם לפני | Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. | |||||||||||||
3 | ג ויקם יונה לברח תרשישה מלפני יהוה וירד יפו וימצא אניה באה תרשיש ויתן שכרה וירד בה לבוא עמהם תרשישה מלפני יהוה | E Jonas se levantou para fugir de diante da face do SENHOR para Társis; e, descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, de diante da face do SENHOR. | |||||||||||||
4 | ד ויהוה הטיל רוח גדולה אל הים ויהי סער גדול בים והאניה חשבה להשבר | ¶ Mas o SENHOR mandou ao mar um grande vento, e fez-se no mar uma grande tempestade, e o navio estava para quebrar-se. | |||||||||||||
5 | ה וייראו המלחים ויזעקו איש אל אלהיו ויטלו את הכלים אשר באניה אל הים להקל מעליהם ויונה ירד אל ירכתי הספינה וישכב וירדם | Então, temeram os marinheiros, e clamava cada um ao seu deus, e lançavam no mar as fazendas que {estavam} no navio, para o aliviarem do seu {peso;} Jonas, porém, desceu aos lugares do porão, e se deitou, e dormia um profundo sono. | |||||||||||||
6 | ו ויקרב אליו רב החבל ויאמר לו מה לך נרדם קום קרא אל אלהיך--אולי יתעשת האלהים לנו ולא נאבד | E o mestre do navio chegou-se a ele e disse-lhe: Que tens, dormente? Levanta-te, invoca o teu Deus; talvez assim Deus se lembre de nós para que não pereçamos. | |||||||||||||
7 | ז ויאמרו איש אל רעהו לכו ונפילה גורלות ונדעה בשלמי הרעה הזאת לנו ויפלו גורלות ויפל הגורל על יונה | E dizia cada um ao seu companheiro: Vinde, e lancemos sortes, para que saibamos por que causa nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas. | |||||||||||||
8 | ח ויאמרו אליו--הגידה נא לנו באשר למי הרעה הזאת לנו מה מלאכתך ומאין תבוא--מה ארצך ואי מזה עם אתה | Então, lhe disseram: Declara-nos tu, agora, por que razão nos sobreveio este mal. Que ocupação é a tua? E donde vens? Qual é a tua terra? E de que povo {és} tu? | |||||||||||||
9 | ט ויאמר אליהם עברי אנכי ואת יהוה אלהי השמים אני ירא אשר עשה את הים ואת היבשה | E ele lhes disse: Eu sou hebreu e temo ao SENHOR, o Deus do céu, que fez o mar e a terra seca. | |||||||||||||
10 | י וייראו האנשים יראה גדולה ויאמרו אליו מה זאת עשית כי ידעו האנשים כי מלפני יהוה הוא ברח--כי הגיד להם | Então, os homens se encheram de grande temor e lhe disseram: Por que fizeste tu isso? Pois sabiam os homens que fugia de diante do SENHOR, porque ele lho tinha declarado. | |
Helvécio,
ResponderExcluirVocê parece querer recuperar o tempo... em tão poucos dias, uma verdadeira avalanche de textos... (rsrs)
Lerei-os pausada e na medida do tempo, que tem sido escasso ultimamente.
Mas como o assunto livre-arbitrio me interessa sobremaneira, e você postou um comentário em meu blog sobre o assunto, faço algumas considerações:
1) Livre-arbítrio não está na Bíblia, nem implícita nem explicitamente, nem como expressão, nem como conceito.
2) Precisa-se definir o termo livre-arbítrio porque muitos o confundem com vontade, quando são coisas diferentes.
O livre-arbítrio como uma idéia neutra, de neutralidade, manteria o homem paralisado, pois algo neutro jamais poderá levar a uma decisão efetiva. Partindo-se da neutralidade não se vai a lugar algum, permanece-se onde está, no nada. A neutralidade não pressupõe qualquer influência externa, e sem ela, como escolher? A menos que se seja onisciente, e se tenha o conhecimento prévio de tudo, o que não é o nosso caso, pois apenas Deus é onisciente.
3) A vontade humana é determinada pela sua natureza. E essa natureza é determinada por Deus. Quando Adão caiu, com ele caímos todos. Por isso a Bíblia afirma que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; e ainda, que não há um justo, nenhum sequer.
4) Da mesma forma que não escolhi nascer um pecador e efetivamente sê-lo, também não escolhi a regeneração e a reconciliação com Deus. Através da obra justificativa e expiatória de Cristo na cruz, Deus operou naqueles que havia escolhido antes da fundação do mundo para serem conformes a imagem do Seu Filho Amado. Portanto, também não escolhi o novo-nascimento, nem ser como Jesus, mas Deus operou em mim tanto o querer, o efetuar, como o ser, soberanamente.
5) Se Deus é soberano, e a Bíblia afirma que é, de que controla nossos atos e pensamentos, o livre-arbítrio não existe. Se existe, Deus não é soberano, nem controla a história, pois seria impossível para Ele controlar algo de que não tem controle. Mas se cremos como a Biblia afirma a soberania de Deus, e ainda conforme a Bíblia tudo se cumprirá segundo a Sua boa vontade, que raios vem a ser o livre-arbítrio que me leva apenas a cumprir aquilo que Deus predeterminou?
6) O livro de Jonas é a prova máxima de que a vontade divina se sobrepõe sempre à vontade humana. Como profeta, Jonas não queria que Deus se apiedasse dos ninivitas. Por isso fugiu. Mas Deus operou uma tempestade, o resgate de Jonas pelo peixe, e, enfim, lançou-o na praia, próximo de Nínive, contra a vontade do profeta. Fez com que ele atravessasse a cidade de ponta a ponta, e ainda, contra a sua vontade, pregasse o arrependimento ao povo. Onde está o livre-arbítrio de Jonas? Ele fez o que não queria, segundo a vontade de Deus, cumprindo-a.
Mesmo depois do arrependimento do povo e da declaração do rei de servir apenas ao Senhor, Jonas não estava nada satisfeito. Mas cumpriu-se a vontade de Deus, o "livre-arbítrio" de Jonas em nada o ajudou.
O que havia em Jonas era a vontade de que os ninivitas não recebessem a graça divina, mas Deus frustrou-o soberanamente. Como todo homem, ainda que regenerado, Jonas tinha a natureza pecaminosa, que o impeliu a se rebelar contra Deus; porém, isso era fruto da natureza pecaminosa que subsistirá nos crentes até aquele glorioso dia, em que seremos semelhantes ao nosso Senhor, e não mais pecaremos.
Continua...
Continuação...
ResponderExcluir7) Outro ponto que ficou meio que "lançado ao ar" é a questão da liberdade. Dizer que sem liberdade o homem não pode ser considerado culpado, é ir, novamente, contra a Escritura. Em nenhum lugar vemos a relação liberdade=responsabilidade, mas sim soberania divina=responsabilidade humana. Somos responsáveis não porque somos livres; somos responsáveis porque Deus assim o determinou: aquele que pecar, morrerá! Não foi o que Ele disse?
Novamente, a nossa natureza é que definirá a nossa condição: se inconversos, já estamos condenados por nossos pecados; se convertidos, estamos salvos por Cristo (mérito total dEle, que nos predestinou, chamou, justificou, santificou e glorificou) ainda que tenhamos pecados. Porém, como a Escritura afirma, aqueles que foram lavados no sangue de Cristo são brancos como a neve, e dos seus pecados o Senhor não se lembra mais.
8) Há de se entender que tudo isso ocorre segundo a perspectiva humana no tempo, na história, mas para Deus tudo isso foi planejado na eternidade.
Bem são algumas colocações. O espaço é curto e não apropriado para essa discussão que, como você apontou, já dura dezenas de séculos. Mas se nos atermos à Biblia, a revelação especial de Deus, não haverá dúvidas, nem conflitos, pois Sua palavra é inerrante e infalível.
Fiz várias citações de versículos bíblicos durante o texto, sem citá-las para não ficar muito mais extenso o comentário, mas qualquer leitor assíduo das Escrituras os perceberá.
Como você abordou vários pontos num mesmo texto, acabei por tocar naqueles que considerei mais importante, por isso, foi um comentário longo, verborrágico.
Parabéns mais uma vez pela iniciativa de se unir a nós na defesa da fé cristã.
Grande abraço ao amigo e irmão.
Cristo o abençoe!
Caro Jorge e demais amigos. Há um outro dado, se assim poderíamos chamar que não está incluído como hipótese nessa postagem que é a possibilidade do homem ser livre-agente. Tentarei expor essa possibilidade em outro "post". Toda essa discussão tem como origem dois pólos opostos: a soberania de Deus que é um dado e a impotência humana. O que Deus pode fazer ( Deus tudo pode, sem dúvida )e o que o homem, o ser humano pode fazer. Na minha opinião não necessitamos nos fixar nessas questões, pelo menos teóricamente, mas há repercussões claras na prática, no evangelismo, na interceção pelas pessoas, por exemplo. Isso sim deve ser levado mais em conta no momento das discussões mais acaloradas acerca do tema. Isso que falei por último é que considero, realmente mais importante.
ResponderExcluirUm abraço.