Não é que eu feche as portas a qualquer tipo de informação. Sou um devorador de informações. Sempre fui. Mas sou seletivo. Nunca gasto gasolina com algo menos importante ou que claramente não vá chegar a nada de concreto e definido. Conhecer a Deus, a sua Palavra, a Bíblia , a obra salvadora de Nosso Senhor Jesus Cristo foram e serão as coisas mais importantes da minha vida. Definitivamente as que levarei quando finalmente deixar de viver. Meu legado a qualquer um que queira ouvir, é que a minha vida não foi em vão. Passei por aqui e tive a sorte, a fortuna, a benção de saber de onde vim, quem eu sou, o que sou. Para onde irei, meu destino final um dia. Isso não tem preço. Ou melhor já teve e já foi pago pelo Senhor na cruz do Calvário. É isso que cada homem, cada mulher, cada pessoa enfim deve saber.
Daí o título dessa postagem. Não falo mais nisso. A polêmica entre calvinistas e armenianos não me interessa mais e eu, sinceramente desejo a uns e aos outros que nunca deixem o Senhor e a sua graça em detrimento de questões secundárias. Que o evangelho alcance as pessoas as quais, uns e outros, amam, sejam essas pessoas familiares, amigos, colegas de trabalho, até inimigos, quem forem. Que detalhes teológicos não os impeçam de pregar, de testemunhar, de alcançar pessoas para o Reino de Deus. Amém.
Algumas definições capazes de quebrar o coco de qualquer um e mais: dividir os irmão de fé.
Hiper-calvinista: calvinista que leva o Calvinismo ao seu extremo lógico. Se distingue pela negação da liberdade do homem, da graça comum, do amor universal de Deus, e da proclamação do Evangelho a todos os homens.Algumas definições capazes de quebrar o coco de qualquer um e mais: dividir os irmão de fé.
Calvinista moderado/extremado: Antigamente um calvinista moderado era um calvinista de quatro pontos. Hoje em dia pode ser qualquer calvinista que não adota os cinco pontos tais como eles foram historicamente definidos. Um calvinista extremado pode ser um calvinista de cinco pontos ou mesmo um hiper-calvinista.
Calvinista de quatro pontos: Calvinista que, dos cinco pontos, não adota o L da TULIP, a Expiação Limitada.
Amiraldiano: O mesmo que calvinista de quatro pontos. Seu nome vem de Moise Amyraut.
Calvinista infralapsário: Calvinista que defende que Deus realizou a eleição contemplando os seres humanos como criados e caídos.
Calvinista supralapsário: Calvinista que defende que Deus realizou a eleição contemplando os seres humanos como ainda não criados e ainda não caídos.
Calvinista sublapsário: Todo calvinista sublapsário é também infralapsário, mas o contrário não é verdadeiro. A diferença é que o sublapsário coloca o decreto da expiação antes do decreto da eleição.
É comum, ainda, pessoas se designando como calvinistas de três pontos, de dois pontos, de um ponto, mas isso obviamente é uma ignorância. Não existem calvinistas de três, de dois ou de um ponto. Alguns arminianos (inconscientes) que defendem a Perseverança dos Santos se declaram como calvinistas de um ponto. Isso é uma incoerência pois, teoricamente, eles são mais arminianos que calvinistas (4 pontos contra 1).
É difícil reconhecer que tipo de calvinista alguém é, pois geralmente todos os calvinistas usam os mesmos versículos para fundamentar sua opinião. Por exemplo, é comum calvinistas infralapsários usando Provérbios 16.4, Romanos 9, Judas 4, em seu favor, mas a verdade é que eles usam estes versículos injustamente, pois eles só podem ser entendidos "supralapsariamente". Sua linguagem também não ajuda muito. Há muitos calvinistas supralapsários que parecem infralapsários falando e muitos infralapsários que parecem arminianos falando. O ideal é perguntar direto para eles.
Até hoje há uma discussão sobre se Calvino era supra ou infra ou se ele acreditava na Expiação Limitada ou Ilimitada. A verdade é que na época de Calvino não se debatiam essas questões e por isso ele parece defender tanto o Supralapsarianismo quanto o Infralapsarianismo, tanto a Expiação Limitada quanto a Ilimitada. Essa ambiguidade de Calvino pode ter sido a causa de tantas divisões entre os calvinistas. Esse também é o motivo pelo qual todos os calvinistas, seja infra, supra ou sub, se apóiam em Calvino para confirmar suas idéias. Chegar a ser estranho todos citarem a mesma pessoa para apoiar posições completamente opostas (no que diz respeito à eleição) como o infra e o supra.
Para piorar, os calvinistas não se entendem muito bem entre si. Um hiper-calvinista acusa os outros calvinistas de inconsistentes ou arminianos disfarçados. Igualmente, os calvinistas supralapsários acusam os infralapsários de inconsistentes, que, por sua vez, também acusam os sublapsários de inconsistentes. Já os sublapsários acusam os outros calvinistas de radicais. Os infra acusam os supra de anti-calvinistas. Os calvinistas acusam os hiper de anti-bíblicos e de ser uma vergonha para o Calvinismo. Enfim, todos se acusam.
Calvinistas famosos:
hiper-calvinistas: John Gill, (mais recentemete) Homer Hoeksema, Vincent Cheung
supralapsários: Beza, Gomarus, (mais recentemente) Robert L. Reymond
infralapsários: Boettner, Hodge (pai e filho), Owen.
calvinistas de 4 pontos: John Bunyan, Richard Baxter (esse tentou, obviamente sem sucesso, unir algumas crenças arminianas com outras calvinistas).
Agostinho, se é que é possível, poderia ser considerado como um calvinista de 3 pontos. Ele não cria na Expiação Limitada e na Perseverança dos Santos. A doutrina da Perseverança dos Santos de Agostinho é radicalmente diferente da dos calvinistas. Ele cria na perseverança dos eleitos mas não na perseverança de todos os que eram regenerados.
Lutero seria um calvinista de quatro pontos. O debate sobre a extensão da expiação não aconteceu em sua época. É interessante notar que os luteranos seguem mais a teologia de Melanchthon do que a de Lutero. Melanchthon, se é que podemos dizer, é mais arminiano do que calvinista. E Lutero também, de um rígido supralapsário, suavizou bastante sua posição quando foi ficando mais maduro.
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Fato é que levadas as últimas consequências esses irmãos não oram juntos, não se comunicam, não cooperam entre si para o crescimento do Reino e por fim se odeiam. Tratam os de outro grupo pejorativamente. Zombam da inteligência e põe em dúvida a integridade cristã uns dos outros. Desvalorizam a pregação uns dos outros e consequentemente o testemunho. Deixam os novos convertidos em meio a uma enxurrada de afirmações e negações. Desaparecem os frutos espirituais. Não há milagres. Vai se embora a alegria da salvação deixando em seu lugar um legalismo tolo e uma presunção da verdade.
E o mundanismo lá fora? E os erros e desvios teológicos grosseiros? "Deixai crescer tanto o joio quanto o trigo". Apresente você os frutos desejáveis. "Vão as encruzilhadas e convide a todos para que a minha casa se encha, force-os a entrar", disse o Senhor. A divisão dos que já crêem, não é a vontade de Deus definitivamente.
Resposta dada ao querido irmão Jorge sobre esse assunto:
Querido daqui a pouco você irá desejar que as minhas férias acabem logo.Lá vem esse chato de novo.Conheço relativamente a história e a biografia dos reformadores os quais admiro. Viveram eles em uma época difícil e lutaram ardorosamente para que a Palavra de Deus se impusesse na sua época e futuramente. Eu porém não seria jamais Luterano,Calvinista ou Arminiano ou ficaria preso a qualquer pensador, teólogo , do passado ou moderno. A razão é simples e eu recomendo, que são as seguintes: 1ª) A bíblia completa como temos e o privilégio de a termos hoje completamente acessível é suficiente para conhecermos de Deus o que cada um de nós precisa ( nem todos poderiam saber tudo ) 2ª) A compreensão deles como a nossa é presa a cultura de sua época e aos embates e situação da igreja em sua época. 3ª) Saber tudo é uma ilusão e presunção. Gastaram a vida tentando fechar todas as questões teológicas possíveis( fizeram o que acharam mais correto )4ª)Dos 50 milhões de calvinistas no mundo, incluindo-se aí todas as denominações norte americanas, europeias e brasileiras tradicionais ou subsistem em uma frieza espiritual de dar dó ou são fonte de defesas e posturas anti bíblicas como ordenação de ministros homosexuais e ou aproximação com a igreja romana, ecumenismo, etc. Igualmente os que abraçaram o armianismo. Gastar gasolina com um lado ou outro é perda de tempo. A verdade Bíblica é anterior a reforma, que apenas a redescobriu e mesmo assim históricamente, parcialmente. Fizeram muito em seu tempo mas continuaram com o batismo infantil por exemplo. Mesmo que concordasse com todos os 5 pontos que definem o Calvinismo não diria que seria calvinista. Calvino foi servo, como foram Paulo, Pedro, Lutero, João Ferreira de Almeida e tantos outros anônimos. Merecem reconhecimento e a sua coragem nos inspira, mas nada além disso. Sou crente na Biblia e cada dia aprendo o que é necessário e passível de ser praticado, e ora que não é fácil. Não sou de A, de B ou de C. Sou de Cristo.
Amo você. Você está corretíssimo em amar ao Senhor e a sua Palavra. O Senhor te abençoe sempre.
COMENTE POR FAVOR.
P.S: Esse "pos escriptum" é de 30.12.2010, portanto muito tempo depois da postagem original, ao rever que um leitor do RJ leu essa postagem. O sub-título em parêntese também- "Uma promessa a ser Quebrada". A época tinha um pálida ilusão de acalmar os ânimos opostos de alguns irmãos, o que consegui, em parte, foi que de certa forma alguns amadureceram em algumas questões e eu também. Ninguém mudou de opinião mas muitos de nós nos tornamos mais colaborativos em questões eclesiásticas e evangelísticas, embora todos nós, tenhamos um alto grau de insatisfação com a situação do mundo e a relação da igreja e seu papel nesse mundo ( algo pertinente e bastante salutar ).
Sobre a observação do nobre irmão Jorge F. Isah e a sua defesa dos calvinistas em geral, vale distinguir, que muitos Calvinistas ( não todos ), como também arminianos, católicos, pentecostais, etc são mais intragáveis que outras pessoas, e portanto a minha "artilharia" se direcionou a esses mais radicais e que a despeito de suas posições não exercem o amor e a paciência para com os seus adversários intelectuais ( há inclusive não poucas queixas de Calvinistas contra Calvinistas que divergem em um ou outro detalhe ). O amor ao Senhor e a Sua Palavra acima de tudo e bola para frente. Feliz 2011, felicidade possível somente na Graça do Senhor. Amém.
E o mundanismo lá fora? E os erros e desvios teológicos grosseiros? "Deixai crescer tanto o joio quanto o trigo". Apresente você os frutos desejáveis. "Vão as encruzilhadas e convide a todos para que a minha casa se encha, force-os a entrar", disse o Senhor. A divisão dos que já crêem, não é a vontade de Deus definitivamente.
Resposta dada ao querido irmão Jorge sobre esse assunto:
Querido daqui a pouco você irá desejar que as minhas férias acabem logo.Lá vem esse chato de novo.Conheço relativamente a história e a biografia dos reformadores os quais admiro. Viveram eles em uma época difícil e lutaram ardorosamente para que a Palavra de Deus se impusesse na sua época e futuramente. Eu porém não seria jamais Luterano,Calvinista ou Arminiano ou ficaria preso a qualquer pensador, teólogo , do passado ou moderno. A razão é simples e eu recomendo, que são as seguintes: 1ª) A bíblia completa como temos e o privilégio de a termos hoje completamente acessível é suficiente para conhecermos de Deus o que cada um de nós precisa ( nem todos poderiam saber tudo ) 2ª) A compreensão deles como a nossa é presa a cultura de sua época e aos embates e situação da igreja em sua época. 3ª) Saber tudo é uma ilusão e presunção. Gastaram a vida tentando fechar todas as questões teológicas possíveis( fizeram o que acharam mais correto )4ª)Dos 50 milhões de calvinistas no mundo, incluindo-se aí todas as denominações norte americanas, europeias e brasileiras tradicionais ou subsistem em uma frieza espiritual de dar dó ou são fonte de defesas e posturas anti bíblicas como ordenação de ministros homosexuais e ou aproximação com a igreja romana, ecumenismo, etc. Igualmente os que abraçaram o armianismo. Gastar gasolina com um lado ou outro é perda de tempo. A verdade Bíblica é anterior a reforma, que apenas a redescobriu e mesmo assim históricamente, parcialmente. Fizeram muito em seu tempo mas continuaram com o batismo infantil por exemplo. Mesmo que concordasse com todos os 5 pontos que definem o Calvinismo não diria que seria calvinista. Calvino foi servo, como foram Paulo, Pedro, Lutero, João Ferreira de Almeida e tantos outros anônimos. Merecem reconhecimento e a sua coragem nos inspira, mas nada além disso. Sou crente na Biblia e cada dia aprendo o que é necessário e passível de ser praticado, e ora que não é fácil. Não sou de A, de B ou de C. Sou de Cristo.
Amo você. Você está corretíssimo em amar ao Senhor e a sua Palavra. O Senhor te abençoe sempre.
COMENTE POR FAVOR.
P.S: Esse "pos escriptum" é de 30.12.2010, portanto muito tempo depois da postagem original, ao rever que um leitor do RJ leu essa postagem. O sub-título em parêntese também- "Uma promessa a ser Quebrada". A época tinha um pálida ilusão de acalmar os ânimos opostos de alguns irmãos, o que consegui, em parte, foi que de certa forma alguns amadureceram em algumas questões e eu também. Ninguém mudou de opinião mas muitos de nós nos tornamos mais colaborativos em questões eclesiásticas e evangelísticas, embora todos nós, tenhamos um alto grau de insatisfação com a situação do mundo e a relação da igreja e seu papel nesse mundo ( algo pertinente e bastante salutar ).
Sobre a observação do nobre irmão Jorge F. Isah e a sua defesa dos calvinistas em geral, vale distinguir, que muitos Calvinistas ( não todos ), como também arminianos, católicos, pentecostais, etc são mais intragáveis que outras pessoas, e portanto a minha "artilharia" se direcionou a esses mais radicais e que a despeito de suas posições não exercem o amor e a paciência para com os seus adversários intelectuais ( há inclusive não poucas queixas de Calvinistas contra Calvinistas que divergem em um ou outro detalhe ). O amor ao Senhor e a Sua Palavra acima de tudo e bola para frente. Feliz 2011, felicidade possível somente na Graça do Senhor. Amém.
Helvécio,
ResponderExcluirInteressante que você falou que abandonaria a discussão entre arminianos e calvinistas, mas o que você fez foi atacar o calvinismo, colocando-nos como incoerentes, confusos, não-espirituais, legalistas, presunçosos, teologicamente grosseiros... faltou alguma coisa?
O texto em que expõe as várias correntes calvinistas foi preciso quanto as informações de cada corrente, mas suas opiniões e intervenções são carregadas de preconceito e, por que não, injustas.
Nunca descreveria um arminiano, pelagiano ou amyraldiano com os termos depreciativos que você colocou, o máximo, e para mim já é suficiente, é afirmar a antibiblicidade dessas correntes, provando-as à luz das Escrituras.
Um grande erro é negligenciar a verdade. Me parece que é possível servir a Deus, segundo a sua ótica, com qualquer sistema, mesmo um que esteja corrompido escrituristicamente. Se estiver errado, me corrija. Porém, não se é possível dar frutos dignos de louvor a Deus onde não há a verdade, Cristo e o seu Evangelho. Quais frutos um mentiroso pode dar para o reino?
Há inúmeras exortações na Bíblia para se afastar dos falsificadores da palavra, como 2Tm 3.1-5. O próprio Senhor nos disse que não há comunhão entre luz e trevas; enquanto Paulo afirma que após a sua morte se levantariam lobos cruéis no meio da igreja. O cristão tem de zelar pela sua fé bíblica, no sentido de não vê-la misturada com o sincretismo, o paganismo, ou qualquer outra invenção humana. Não se é possível melhorar o que já é perfeito: o Evangelho, como a santa palavra de Deus.
Lutar pela verdade é nossa obrigação; vivê-la também; proclamá-la, idem; não se conformar com este mundo, nem fazer parte dele (o mundo de impiedade, bem dito); rejeitar toda a forma de diluição do Evangelho: Cristo crucificado, ressureto e Senhor de todas as coisas. Como Paulo disse, se alguém vos pregar outro evangelho, mesmo um anjo, seja maldito!
Falta em suas críticas a definição melhor de suas bases, no sentido de não somente criticar o Calvinismo, mas apontando o que você crê e em como a fé que defende tem transformado o mundo, sendo luz e sal. Até porque os arminianos são a esmagadora maioria entre os evangélicos (algo em torno de 95%), e, do ponto de vista estatístico (algo bem ao gosto do humanista), já era para haver um grande despertamento e transformação em toda a sociedade, especialmente, do ponto de vista moral e ético, reflexos diretos da santificação. Mas o que vemos a impiedade campeando por todos os lados, mesmo entre os milhões de evangélicos brasileiros, muitos deles, defensores do aborto, por exemplo, como a IURJ.
Bem, você sabe o respeito que tenho para consigo; da admiração mesmo, e da nossa amizade longêvola; considero-o um irmão querido e caro; mas, perdoe-me, não consigo entender qual a sua luta e qual o seu objetivo. Se há algo de antibíblico no calvinismo, aponte-o do ponto de vista escriturístico. Vamos discutir a expiação limitada, a perseverança dos santos, a depravação total do homem, a graça irresistível e a eleição incondicional.
O debate deve iniciar com chances de refutação, objetivamente, sem nos ater ao caráter subjetivo, das sensações, para não ficarmos divagando inutilmente.
Grande abraço!
Cristo o abençoe!